Nuno Prazeres

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Tudo publicado por Nuno Prazeres

  1. Obrigado pelo comentário. Perfecionista gostava de ser. Além do "erro" dos A. cf. pertensis que nem do Rio Negro são, houve a precipitação de querer juntar cardinais com ciclídeos anões. Admito que não é impossível mas é um esforço desnecessário. Agora um aquário é um mundo em que podemos até certo ponto fingir que somos Deus, passe-se a eventual blasfémia. Muito provavelmente irei tentar apanhar os cardinais e os Apistos mais dia menos dia. Resta saber se depois meto mais lápis ou não. Estou em querer que sem os cardinais é viável reproduzir ali Nannostomus eques sem grande intervenção. Uma nota final: tenho verificado que os D. filamentosus são muito mais frequentadores de níveis intermédios de profundidade do que do substrato de folhas. Pode ter relação com a agressividade dos apistos que têm sempre pelo menos uma fêmea a cuidar de ovos/alevins. Talvez saindo estes, os Dicrossus adotem comportamentos mais alinhados com os que tenho visto em filme Quanto a links para o meu reef, andei à procura e não encontrei. volto a tentar mais tarde. Mais uma vez obrigado pelo comentário. Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
  2. Faz hoje uma semana que entraram 5 Dicrossus filamentosus. Fica assim completo o ramalhete. Os Apistos continuam alegremente a desovar a perder tudo na altura dos alevins começarem a nadar. Cheira-me que, mais dia menos dia, vão ter que mudar de dono... Entretanto cada vez é mais evidente para mim que neons cardinais são totalmente desadequados para este esquema que procura desenvolver igualmente uma colónia de ciclídeos. São demasiado ativos e oportunistas, impedindo a alimentação e a reprodução dos outros peixes. Por exemplo fazem cortejos alimentares atrás dos N. eques quando eles desovam... Deveria ter optado por outra espécie de peixes lápis em vez destas micro-piranhas.
  3. Boas Hugo, Uma primeira nota sobre a água "de Osmose". Eu extraio a minha para dois bidons, um de 50 outro de 70 litros e aí meço os parâmetros e corrijo qualquer coisa (pH, dureza, temperatura, "cor" da água). Uma segunda nota para um par de aspetos aqui referidos com os quais humildemente não estou 100% de acordo: 1 - o Dicrossus filamentosus é dos raros ciclídeos com capacidade de mudança de sexo pelo que não é necessário um número tão elevado de juvenis para se chegar a proporções ótimas; a este aspeto acresce a sua natureza pacífica: mantenho 2 machos e 3 fêmeas e eles andam em cardume muitas vezes e a agressividade é mesmo muito pouca se comparada com Apistogramma por exemplo. Mais informação sobre a mudança de sexo aqui: http://www.cichlidae.com/article.php?id=91 2 - segundo o Dr. Uwe Romer (penso que indisputavelmente a maior autoridade mundial em ciclídeos ditos anões), o D. filamentosus raramente se encontra em águas negras preferindo águas claras (pág. 1058, do Cichlid Atlas da Mergus) pelo que, na minha opinião, se optares por esta espécie, não há necessidade de forçar o "tingir" a água seja com as folhas seja com pinhas de amieiro (o método para mim mais simples); se usares folhas, isso irá acontecer naturalmente mas o efeito diminui com as TPAs; também não acho que a cor de chá realce as cores do D. filamentosus - este aspeto é subjetivo mas o meu biótopo tem a água claramente tingida e apesar dos azuis fosforescentes realçarem, os vermelhos e laranjas desmaiam muito (parecem acastanhados) pelo que gosto muito mais deles em águas perfeitamente límpidas (quanto ao D. maculatus, não sei mas por ter mais tons de vermelho desconfio que o efeito até é pior). Finalmente uma terceira nota para te recomendar vivamente que não uses neons cardinais no teu biótopo. Razão: são extremamente eficazes e oportunistas na hora da alimentação e, em caso de reprodução de ciclídeos, são dos melhores caçadores de alevins que podes colocar no aquário. Porque sei isso? Porque cometi o erro de os colocar no meu biótopo. Dão um efeito visual magnífico mas são uma dor de cabeça para peixes mais calmos. Recomendo peixes lápis como o Nannostomus eques (que te vão ocupar apenas o terço superior do aquário) ou os N. marginatus que é mais de "meia água". Nunca os coloques em número inferior a 5. São peixes de cardume. Ambos partilham o biótopo com o D. filamentosus e o N. eques seguramente que vive nos mesmos locais dos N. maculatus já que tem uma distribuição vastíssima. Finalmente, penso que podes usar areia de sílica já que é a que encontrarás nos meios que estes peixes frequentam. Há mesmo uma espécie de Dicrossus (o foirni) que aparentemente vive exclusivamente sobre fundos arenosos. Olha para eles aqui: Agora é de facto recomendável cobrir grande parte do substrato com folhas. Quanto a plantas da região, para mim foi um verdadeiro quebra cabeças encontrar referências com um mínimo de qualidade científica. O melhor que apanhei foi este mas não tem espécies, só géneros: http://rga.ggf.br/index.php?journal=rga&page=article&op=viewFile&path%5B%5D=216&path%5B%5D=140 A flutuante mais correta (em termos de biótopo) é a Pis-tia (cuja venda é proíbida mas arranja-se em todo o lado). Não encontrei nenhuma referência segura a Limnobium na bacia do Rio Negro o que não significa que não ocorra por lá.
  4. É difícil responder mas o risco face ao preço parece compensar. Uma maneira de ver a precisão deles para medir àguas moles é comprar uma garrafa de água comercial e ver qual o TDS que dá. No rótulo costuma haver um parâmetro "mineralização total" ou "resíduo seco a 180C" que terá um valor relativamente próximo ao que o medidor deverá indicar. Se o desvio for até 10/15 ppm, serve. Por exemplo a água do Luso tem uma mineralização média (pode variar com o lote) perto dos 40 ppm. se o aparelhinho der algo entre 25 e 55, já serve perfeitamente. Olha Hugo, eu acho que o grau de sofisticação do sistema de ormose depende de duas coisas, os parâmetros da água que queres modelizar e os parâmetros da água que tens na torneira de casa. Quanto maior for a diferença entre eles, melhor tem que ser o sistema de osmose. Os sistemas mais complexos e eficazes têm dois ou três pré filtros um dos quais de carvão ativado e depois a membrana propriamente dita. Finalmente vem o desionizador que dá o polimento final na água. O meu sistema é de 3 estágios: carvão, osmose, resina mas só uso esta última quando tive que produzir água muito pura. A água sai-me com TDS 4 quando a da torneira sai a 120/130. Com desionização sai a 1 ppm. Esse parece bom. Eu uso um antigo mas mudei recentemente a membrana que é igual à deste sistema (passe-se a publicidade): http://reef4life.com/store/osmose/26-aquili-ro-kit-classico-nps.html
  5. Boas! Eu uso um sistema de osmose inversa e tenho cartuchos de resina para quando quero a água mesmo muito pura. O que te recomendo vivamente é que compres um medidor eletrónico de TDS ou de Condutividade. Isso permitir-te á misturar a água da OI com a da rede atingndo a proporção alvo. Os Dicrossus filamentosus que se vendem por aí são já criados em cativeiro pelo que apresentam mais tolerância do que se poderia esperar. Agora claro que têm muito a ganhar se forem adaptados a um ambiente mais próximo daquele onde vivem na natureza. Eles habitam na bacia do Rio Negro (médio e alto) onde são encontrados em águas relativamente claras e não naquela água tipo café tão característica desse sistema hidrográfico. Mantenho os meus numa água a 25/26 graus, com TDS de 20ppm e pH entre 5,5 e 6,0. Aqui vai um vídeo para te inspirar. Foi filmado num pequeno curso de água da margem esquerda do médio Rio Negro. Verás centenas de Dicrossus filamentosus na sua deambulação diária em busca de alimento e proteção:
  6. Está muitíssimo bom o hardscape e promete bastante quanto às plantas! Parabéns! Parece-me é que irá exigir muita tesourada frequente para manter as coisas sobre apertado controlo. Era capaz de beneficiar com um fundo translúcido.
  7. Boas! Obrigado pelo comentário. Há uns quantos anos (para aí 10) esse tema da "palha no filtro contra as algas" surgiu no "the krib", uma das grandes referências da altura. Experimentei e procurei inteirar-me da informação que havia. Aliás acho que ainda tenho aí um saco com palha desde essa altura!!! Conclusões da recolha de informação: aparentemente a palha ao degradar-se produz pequenas quantidades de peróxido (aquilo que encontramos na água oxigenada que, como se sabe, é um clássico meio de combate anti-alga). Conclusões da experiência de colocar palha no filtro: a água amarelou um pouco, o pH desceu muito ligeiramente e notou-se de facto alguma diminuição das algas mas nada de espetacular. Espantosos foram os resultados que obtive ao usar um twinstar caseiro. Neste caso, aguentaram cerca de um mês mas depois numa semana desapareceram por completo. Acho que o princípio é o mesmo. Os ambientes altamente oxidantes são maus para as algas. O twinstar é simplesmente uma máquina de eletrólise que está constantemente a dissolver oxigénio puro na água. Suspeito que se conseguem efeitos semelhantes com ozonizadores mas estes ganharam má fama recentemente por aparentemente não ser fácil de impedir o ozono se libertar no ar e este ser considerado cancerígeno. Agora não se pense que se pode ter um ambiente desequilibrado, cheio de nutrientes disponíveis e com luz à bruta e depois com um gingarelho qualquer se mantêm as algas sobre controlo. Acho que, no que toca a saúde anti-algas, nada bate um sistema maturado (ainda que low-tech) que disponha de plantas de crescimento rápido. Pode receber uma certa ajuda dum twinstar, equipas de limpeza ou outro esquema qualquer mas a base de equilíbrio nutricional e qualidade da luz tem que estar lá. Quanto ao meu sistema, não sei se as folhas conseguem desempenhar o mesmo papel que a palha mas o que é certo é que até tive bastantes algas nos primeiros 5 meses do sistema. Entretanto foram desaparecendo, provavelmente também porque o pH foi desceu perto de 1 unidade o que normalmente provoca uma alteração da espécie dominante de algas. Agora, tenho alguma cyanobactéria que confesso que me está a começar a irritar. Talvez esteja na hora de montar o twinstar neste tanque.
  8. Boas! convinha saber que ciclídeos queres já que cada um tem necessidades diferentes.
  9. Os primeiros que vi à venda tinham a designação de "falso neon". Diz-se por essa net fora que está extinto na natureza o que só aumenta a responsabilidade e gosto em manter tal espécie.
  10. Muito bom! A Venezuela é um mundo... Além do Orinoco tem as savanas com lagos magníficos (donde são originários por exemplo os ramirezi), tem o alto Rio Negro, as bacias hidrográficas junto às Guianas donde têm aparecido tantas espécies surpreendentes (Corys, cilcídeos, loricarídeos, etc) e finalmente as zonas costeiras donde por exemplo provém o famoso "guppy endler". É uma pena que esteja num momento tão complexo do ponto de vista social. .
  11. Parabéns pelo aquário. A combinação/localização/proporção de cores (um aspeto muitas vezes mal gerido) está absolutamente excelente.
  12. É realismo. Basta ver um ou outro tópico dos aquascapers mais arrojados para perceber que é outro planeta... Recnheço que o meu projeto não é propriamente vulgar mas, bem vistas as coisas, os criadores de apistos há muito que usam estes esquemas de leito de folhas quer em baterias e aquários de crescimento. O meu tem apenas a escala como parâmetro mais diferenciador. Um update recente. Vou finalmente introduzir Dicrossus filamentosus. Já estão encomendados. Se continuar o problema reprodutivo dos A. cf. pertensis, estaria capaz de os retirar de lá e oferecê-los a algum criador que aceite o desafio de fazer vingar as desovas.
  13. Obrigado. Vi muitos desses vídeos da Venezuela e foram uma das muitas inspirações para este projeto. Quanto ao tópico, não me parece que mereça grande destaque. Neste Fórum há tanta coisa bem melhor. Aquários deslumbrantes, reproduções altamente difíceis, informação científica de excelência, etc... Tanta coisa que me deixa a boca aberta... Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
  14. Nem mais. Estou a tentar arranjar quem me aplique um revestimento de mdf envernizado a envolver a estrutura que tenho e não consigo. Já tentei lojas que supostamente trabalham com carpintaria para móveis de aquário e parece que há tanto negócio que não me ligam nenhuma.
  15. Pronto... fui deitar o olho ao aquário e dei com isto... Vamos ver o que se irá passar a seguir. Esta desova é da fêmea alfa e é muito mais numerosa do que a da outra.
  16. Boas! Está tudo muito forte e esse gephyra... Os teus cf. pertensis voltaram a desovar? Está-me a começar a parecer uma "espécie quebra-cabeças".
  17. Quanto à perda sucessiva das desovas tenho várias teorias facto: as fêmeas parecem-me ir perdendo o interesse à medida que a coisa avança o que pode ser explicado por alguma inexperiência ou, eventualmente, por os alevins estarem a morrer progressivamente por algum motivo que desconheço. O stress de haver outra fêmea no tanque não me parece explicar o problema. Elas agora toleram-se muito melhor e uma ocupa o lado direito e a outra o esquerdo raramente se aventurando fora da sua zona mesmo entre desovas. O macho anda de um território para o outro ficando mais tempo naquele onde a desova está mais desenvolvida. Ou seja: em termos de comportamentos não há nada de estranho a não ser uma certa negligência progressiva das fêmeas que nunca encontrei noutras espécies de Apistogramma. Eu só por uma vez pude ver alevins. Estavam sobre uma folha e eram muito menos do que esperaria: cerca de 20. Mesmo perante um cardinal perto da desova a agressividade da fêmea era no mínimo reduzida. Ameaça mudando para amarelo e inclinando a cabeça para baixo mas só mesmo se o cardinal se aproximasse a 1 cm ou menos ela atacava. O macho não. Se estiver por perto, corre os cardinais todos à bruta. Pode acontecer que, quando os alevins começam a nadar, seja dizimados pelos cardinais. Não me espantaria nada. Enfim... Não tenho grande ideia sobre as origens desta espécie de Apisto. São A. cf. pertensis e não A. pertensis. Podem vir de águas muito mais ácidas. Há casos de espécies pouco tolerantes a pH fora do seu ótimo. Isso pode explicar o facto dos alevins não chegarem a sobreviver até à natação livre. Morrem aos poucos e isso também sustenta a perda de interesse progressiva das fêmeas. Atualmente tenho a água a 6.40. Vou fazer um esforço para baixar para menos de 6.0. A dureza medida em TDS está nos 27. Prevejo no próximo fim de semana fazer uma valente TPA que coloque os TDS a 20. Isso permitirá igualmente baixar mais o pH. Quem sabe se assim não coloco os parâmetros no alvo. Da alimentação seguramente que não é. Comem apenas comida viva há mais de 3 semanas: larvas de mosquito, daphnias com spirulina ou fermento (depende) e cyclops que apareceram recentemente em maior número na cultura. O macho até está a ganhar escamas brilhantes no corpo quando só tinha na cabeça.
  18. Pois... parece que as fêmeas não conseguem mesmo fazer vingar as ninhadas Mais uma que se perdeu...
  19. Basta seguires um conjunto de regras simples...
  20. Atualmente tenho produção de dapnhia e larva de mosquito negra suficiente para alimentar os apistos exclusivamente com elas. Penso complementar brevemente com vermes de grindal e/ou enquitreias. Cultivar comida viva não é difícil. Os resultados na saúde dos peixes são evidentes.
  21. Razões de trabalho têm-me afastado do fórum. Penso que tive 4 desovas - duas cada fêmea. Nas 3 primeiras não vi alevins. Apenas deduzi que lá estavam devido ao comportamento da respetiva fêmea. Nesta última já me foi possível ver hoje cerca de 30 alevins ainda com o saco vitelino grande em cima duma folha que a mãe guarda com afinco. A ver vamos se se perdem ou é desta que chegam a nadar e crescer.
  22. Boas! Eu acho que há leds e leds. Com as fitas correntes vais-te limitar muito nas espécies de plantas que podes ter. Mas se quiseres fazer um aquário de menor manutenção com plantas de crescimento lento e pouco exigentes, provavelmente serve. Uma sugestão. Se vais fazer dos Apistogramma tifasciata o centro do aquário, porque não fazeres um biótopo do Pantanal e não do Amazonas. Isso permite-te um "encaixe" muito melhor dos peixes e plantas quer entre si quer nas próprias características da água. Os neon tetras vivem em pH inferiores na região dos 5 quando os trifasciata vivem em águas entre 6 e 7. Essas Corydoras co-existem com os A. trifasciata mas nessa região encontras outros tetras que não os neons. Por exemplo o tetra negro: Hyphessobrycon herbertaxelrodi O Pantanal é provavelmente um dos locais do Mundo com maior variedade de plantas aquáticas.
  23. Está muito bom! Podes por as características do sistema?
  24. É isso. A fórmula mais segura é fazer um ramp up e ramp down para aí de uma hora com os azuis ligeiramente diferenciados e de resto deixar bombar o máximo. Cromisses como núvens, aletoriedade e processos de aumento/diminuição prolongados de certeza que acabam por não serem os melhores para os corais.
  25. Com grande pena minha, informo que tudo aponta para a primeira desova ter sido perdida. Ontem a fêmea comportava-se de maneira completamente diferente. Perdeu a agressividade e super territoralidade. Deixou de estar fixada num local onde se escondia nas folhas e mudou mesmo a sua cor base. Já me aconteceu várias vezes as primeiras posturas serem perdidas admito que por falta de experiência das fêmeas. Vamos ver se com a outra acontece algo diferente.