Nuno Prazeres

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Tudo publicado por Nuno Prazeres

  1. Não vale a pena ter receio. O meu post foi só no sentido de demonstrar que com 4 sais já se tem uma excelente aproximação.
  2. Um contributo. Isto está no "thekrib": CHEMICAL ANALYSIS OF LAKE TANGANYIKA WATER | | by Dr. Kuferath (in Brichard's Fishes of Lake Tanganyika) | | Salt mg/L | __________________________ | Na2CO3 anhydrous 125 | KCl 59 | KNO3 0.5 | Li2CO3 4 | CaCO3 30 | MgCO3 144 | Al2(SO4)3 * 18 H2O 5 | K2SO4 4 | Na2SO4 1 | FeCl3 * 6 H2O 0.5 | Na3PO4 * 12 H2O 0.4 | Na2SiO3 13.5 Destaco: Carbonato de Sódio 125 Carbonato de Magnésio 144 Cloreto de Potássio 59 Carbonato de Cálcio 30
  3. Muito interessante a questão. Dos textos que li, aqueles que melhor tocam nestes pontos são da autoria do Dr. Uwe Rommer que tem estudado bastante a região, descobrindo aí no complexo do Rio Negro uma boa quantidade de espécies novas para a ciência: Apistogramma mendezi, Dicrossus foirni, Tucanoichthys tucano por exemplo. Ora ele fala em migrações em massa de peixes que passam a estação mais seca nos igaporés (pequenos ribeiros de floresta) e a estação de cheia nos igapós (floresta inundada). O estudo dos peixes nessa época é muito mais difícil por estarem mais dispersos e em meios muito estruturados. Os igapós são riquíssimos em alimento e a complexidade do ambiente permite que as desovas sejam muito mais produtivas. Daí a maior concentração da reprodução nessa altura e o consequente estímulo para a desova que simular essa situação em aquário tem associado. Quanto à estratificação, não parece que varie muito com a estação. Um Apistogramma raramente tem o seu território a profundidades superiores a metro e meio e os que aí vivem são normalmente machos não dominantes. Com os cardinais passa-se algo parecido. Os meus lápis é que não largam a superfície onde quer que estejam. São "desenhados" para esse estrato e pronto. Quanto à simulação da cheia, já tenho a salinidade abaixo de 40 ppm e o pH a 6. Ainda conto descer a salinidade mais um pouco. Subi a temperatura um grau e regulei a bomba de retorno para mais corrente. O aquário tem sump e a saída do tanque principal faz-se do lado esquerdo à superfície para uma coluna seca externa. A entrada é feita por via duma spray bar que eu próprio montei com tubagem de PVC que também está à superfície. Está apontada para o vidro lateral para criar alguma turbulência e não fazer a corrente demasiado direta. As folhas aguentam o fluxo Como tenho um bomba a corrente contínua, consigo regular o fluxo e neste momento está a 50% que corresponde a 1200-1500 l/h. Comparando com uma corrente típica de igarapé em tempo de cheia, que ronda 50 cm por segundo, é muito pouco. Assim de cabeça a corrente que tenho perto da superfície andará pelos 13 metros por hora o que corresponde a uns residuais 4 cm por segundo. Mesmo com a bomba no máximo dá-me 8 cm por segundo o que é um sexto do valor de referência na natureza.
  4. Convém não perder de vista o primeiro ponto: quais os parâmetros da água doméstica. Se for pouco mineralizada, até pode fazer mais sentido fazer outro tipo de sistema. Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
  5. Pois eu tenho o mesmo problema. Os cardinais são do pior. Depois os peixes lápis ficam quietinhos mas, para chatear, é uma quietude aparente já que o corpo fica imóvel mas as barbatanas mexem tipo colibri o que prejudica fortemente a foto. Eu também não, Nem fazia ideia que floriam... Deve ser da primavera...
  6. A coisa não tem que ser complicada mas apenas bem planeada com muita paciência. Planeamento e paciência são os ingredientes chave do sucesso de qualquer sistema. Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
  7. Nem se nota que o lago teve problemas! Está excelente! Os peixes sobreviveram todos?
  8. Acrescento que há casos estudados em que a aquariofilia contribuiu diretamente para a sobrevivência das populações e a conservação. O mais (re)conhecido será talvez o Projeto Piaba no médio Rio Negro que criou uma rede de pescadores indígenas que lhes aumentou o rendimento e consequentemente a qualidade de vida para parâmetros muito acima dos anteriores. Infelizmente a concorrência dos criadores europeus, americanos e asiáticos eliminou esse Projeto que se concentrava maioritariamente em exportar Neons cardinais. Passou-se algo parecido na região de Iquitos no Equador e agora na Colômbia e Venezuela.
  9. Olha que não é nada fácil. Estas já foram tiradas com uma máquina de jeito. O dono dela queixou-se amargamente da dificuldade em gerir os leds, as flutuantes e a água amarelada. O autofocus andava sempre passado dos carretos. Os neons não param quietos o que também não ajuda. A objetiva usada não seria a melhor para isto mas sempre fez um bocadinho melhor que o meu iPhone.
  10. Nannostomus eques em comportamento reprodutivo. O macho é o peixe da esquerda. E as minhas micro-piranhas sempre à espera de comer qualquer coisa.
  11. Não é abuso. Eu não tenho Tangs há décadas por isso nem faço ideia de como anda a teoria e prática para esses lados. Diria que necessitas do clássico: iluminação, aquacimento, filtragem. Se queres tanganikas e tens o azar de ter uma água demasiado longe dos parâmetros alvo, há aditivos que se vendem para tornar a água mais em linha. Não são baratos mas aí teres poucos litros até é uma benção para a carteira. Também ajuda fazeres TPAs com água que fique a repousar uns bons dias num recipiente onde não entre luz com uma pequena bomba e areia de coral e rochas calcáreas. A química não é exatamente a mesma que se pretende mas já disfaça muito bem para espécies menos exigentes. Agora o ponto chave mesmo é a filtragem. Ter o pH alto é o mesmo que dizer que o risco de envenenamento por amónia aumenta brutalmente e ter um tanque pequeno pode tornar tudo ainda mais difícil. Recomenda-se ciclagem (detesto o nome) longa e frequentes manutenções nos filtros. Já tive uma vez um aquário em que tinha dois filtros iguais em funcionamento permanente. Cada um era limpo de 15 em 15 dias alternadamente. Assim garantia que eles ficavam limpos mas que o sistema continuava a ter filtragem biológica total dum dos filtros. No dia seguinte à limpeza (que coincidia com a TPA semanal) não dava comida aos peixes para não pressionar demasiado as coisas. Esta solução funcionou excelentemente e na prática, não dava mais trabalho porque o tanque exigiria sempre uma manutenção semanal. Apenas consumia o dobro da energia e obrigou ao dobro do investimento em filtragem mas acho que valeu a pena porque tinha peixes muito exigentes. Não estou a dizer que precises de fazer isso mas apenas mostrar uma estratégia possível para garantir a qualidade da água.
  12. Exato! Eu diria mesmo que o espaço é crucial. Já tive uns quantos borelli num 70 litros que tiveram dificuldades de crescimento e só viviam de comida viva e chegavam a levar com mais de 50% de TPAs por semana.
  13. As Anubias ficam bem claro mas se quiseres ser mais fiel ao habitat aposta nas Vallisneria que existem por lá embora não nas zonas onde os peixes para aquariofilia vivem. Quanto aos Altolamprologus, não só me parecem grandes para esse aquário mas também são quase exclusivamente piscivoros pelo que iriam ter impacto na capacidade dos outros criarem. Num aquário bem grande talvez desse e até daria para observer comportamentos mais naturais dos outros mas nesse 100 litros, não me parece.
  14. No caso dos camarões de água doce, a culpa da extinção não é de certeza a aquariofilia. Ainda não li o artigo mas presumo que a destruição dos habitats represente a quase totalidade dos problemas. Há espécies que só existem num determinado local e por isso se acontece por lá algum problema, as consequências podem ser absolutamente catastróficas. Nesse aspeto, a aquariofilia até pode ser um aliado como nos casos dos ciclídeos do Lago Vitória e de Madagáscar em que algumas espécies já praticamente só existem em aquário. Deus nos livre e guarde de acontecer tal coisa mas, em Sulawesi, o Lago Matano, donde são originárias várias espécies que não se encontram em mais nenhum lugar (como a Caridina denerli), está rodeado por minas de zinco cujos sedimentos, se não forem controlados, podem provocar uma catástrofe ambiental. Se isso acontecer, e espero muito bem que não, o mundo vira-se para a aquariofilia para salvar essas desgraçadas espécies.
  15. Boas! São dois belíssimos exemplares de Moenkhausia costae. Mais informações aqui: http://www.projeto-saci.com/characidae/tetragonopterinae/moenkhausia-costae e http://www.aquariophil.org/html/moenkhausia_costae.html Atendendo às bacias hidrográficas onde vive (e é raríssimo aparecerem por cá peixes dessas paragens), apontaria para temperaturas na ordem dos 25 graus, pH próximo de neutro e dureza da água média (DH entre 5 e 10). Não me parece por isso um peixe particularmente exigente em temos de parâmetros. Trata-se dum peixe de cardume pelo que era conveniente que fossem pelo menos uns cinco. Quanto a alimentação não faço ideia e os caracideos variam desde os pacus que comem fruta até às piranhas que são exclusivamente carnívoras. Na dúvida era capaz de lhes dar larvas de mosquito cinzentas ou blood worm alternando com granulado com alguma percentagem vegetal.
  16. Pior que o cloro, que o ictio, que a amónia e o nitrito é o amor que as nossas caras metades têm pelos nossos aquários. Não é necessariamente a regra mas lá que acontece muito, acontece... Na sequência do que aqui foi dito, sugeria-te um aquário de Tanganikas a apontar para Conchicolas. Podes nesse volume de água começar com um casal que eles arranjam rapidamente maneira de serem mais, Um tanque de Tanganikas simples, bonito e sem grandes dificuldades teria uns Neolamprologus multifasciatus ou brevis, uns N. leulepi para dar cor e talvez uns Judilochromis sp.. Um casalito de cada chegava para começar. Têm todos comportamentos muito interessantes. Fotos das potenciais estrelas desse aquário: Foto duma possibilidade de layout bem interessante para inspiração embora com uma escala diferente (as cascas de caracol ficariam na zona da frente sobre a areia):
  17. Não poderia estar mais de acordo. O Tanganika dá-te mais e melhores opções para essa litragem. Uma coisa que verificaria já seria que tipo de água tens em casa. Para ciclídeos africanos dos lagos dá bastante jeito ter logo a sair da torneira a "pedra líquida" em que eles vivem...
  18. Eu sempre achei que fazer crescer apistos é muito mais complicado que fazê-los desovar. No meu caso só tive verdadeiramente sucesso a levá-los a adulto quando os mantinha em sistemas com mais de 100 litros.
  19. Daphnia: Isso merece segunda tentativa!!! Entretanto aqui, depois da TPA semanal (125 litros de RO/DI)... TDS: 32 ppm pH: 6,14 O pH continua surpreendentemente alto. Tenho espremido meio limão lá para dentro a cada TPA. Tem ajudado qualquer coisa e finalmente está perto do intervalo 5,0-6,0 que procuro. A mineralização ainda pode descer um pouco mas não muito mais. Diria que 20 ppm será o limite da razoabilidade. Menos do que isso provocará variações de pH enormes entre o dia (pH alto) e a noite (pH baixo). Estas variações ocorrem na natureza e até são benéficas para muitas espécies mas convém que não ultrapassem 0,30. O Dióxido de Carbono que existe dissolvido acidifica a água mas durante o dia é consumido pelas plantas e algas. À noite é expelido por elas. Isso provoca variações intradiárias de ácido carbónico e consequentemente de pH. Quanto mais baixo for o KH da água e mais alta a atividade de fotossíntese, maiores serão as variações diárias de pH. Daí ser de evitar em sistemas fechados (mesmo que sejam maiores do que a média como é o caso) ter mineralizações excessivamente baixas. Acima de 6,0 os Dicrossus ficam em risco. Antes de os introduzir no sistema tenho que atingir a estabilidade de parâmetros nesses intervalos.
  20. Muito bom!!! Parabéns! Muita artémia para cima deles é o que se pede agora!!!
  21. Qualquer pessoa que goste de aquários e tenha olhos na cara gostaria de ter um dia um tanque com Caridina dennerli. Como nerd que sou, já li e reli sobre o assunto e um dia destes, quando me sentir menos inexperiente, vou ganhar coragem e meter-me também na aventura. Por isso desculpem a intromissão mas, dento da minha infinita ignorância sobre o temae apenas com base no que encontrei, o essencial nos Sulawesi, além da estabilidade dos parâmetros e pH alto (muito auxiliados pelo substrato e pela água a utilizar) deve ser a qualidade da filtragem já que esse mesmo pH alto faz aumentar brutalmente a percentagem de amónia face ao amoníaco sendo que a toxicidade da primeira é múltiplas vezes superior. É típico de sistemas para Sulawesi haver episódios de mortes em massa seja em poucos dias ou faseadamente e isto sucede enquanto os parâmetros parecem perfeitamente normais. O mais provável é ter havido um pico de amónia que tenha rebentado com os camarões ou então com o seu sistema imunitário. A procura da estabilidade exige que não se andem a fazer TPAs extensas nem demasiado frequentes por isso, se alguma vez ganhar coragem para fazer um sistema para essas verdadeiras joias naturais, talvez invente um pouco e junte ao clássico filtro biológico um filtro de algas ou um tanque auxiliar só com plantas flutuantes de crescimento rápido iluminado 24h por dia. São verdadeiros mata amónia estes esquemas. Já agora, parece-me que os calhaus para esses sistemas não têm que ser calcários se a areia de coral for em quantidade razoável. Pelo menos tomando a aquariofilia de água salgada como referência, o buffer que a areia introduz no sistema já é mais do que suficiente. Agora essencial antes de montar o sistema, parece ser deixar os calhaus de molho ao sol em água velha para ganharem algas...
  22. Pois às vezes não há mesmo explicação simples. Eu tenho perdido alguns camarões e não faço a mais pequena ideia do motivo.
  23. Obrigado pela paciência e partilha do teste. A aquariofilia é sistematicamente assolada pelo fenómeno da "solução milagrosa" e nada como um teste destes para colocar as coisas no seu devido lugar.