Nuno Prazeres

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Tudo publicado por Nuno Prazeres

  1. Boas. Eu sempre duvidei muito dos sunrises e sunsets mas como tinha para aí um Arduino Mega, e voltei a brincar com água doce (que tem muito menos equipamento para se perder tempo) agora, achei por bem experimentar um esquema desses. Ora o que tenho a dizer é que os peixes ficaram com comportamentos muito mais naturais. O meu sistema já tem por detrás um esforço grande para modelizar um pedaço de natureza com um mínimo de fidelidade. Com este esquema de nascer e por do sol, está a extrair o máximo decomplexidade comportamental dos peixes. Há atitudes deles que só ocorrem quando a intensidade da luz está a crescer ou decrescer. Estes momentos são perdidos e desperdiçados em sistemas on/off. Quem diria que os cardinais, quando a luz diminui muito, formam um cardume denso e andam dum lado para o outro à procura dum local onde fiquem todos a dormir?
  2. Atualização. O meu trio de apistogramma cf. pertensis está a surpreender-me cada vez mais. Hoje andavam em cardume a bicar nas folhas do fundo embora se notasse uma certa tensão entre as duas fêmeas. Quanto à alimentação, comem daphnias à bruta e não tocam nem em artemia congelada nem em bloodworm. Agora estão incrivelmente gordos. Porquê? Porque passam o dia a comer (ou filtrar) os detritos e algas acumulados nas folhas e troncos. Esta massa semi-orgânica se devidamente nutrida é riquíssima em termos tróficos havendo múltiplas espécies de peixes que fazem dela o seu alimento número um. Os biólogos alemães deram-lhe um nome que tem vindo a ser adotado internacionalmente: aufwuchs Posso estar enganado mas creio que o facto de ter deixado o meu sistema maturar sem peixes utilizando folhas diretamente da floresta criou uma tal conncentração de micro-fauna e flora que, dada a relação entre o volume e a quantidade de peixes, parece poder sustentar uma família de apistos sem muita alimentação complementar. Se também poderá ajudar na procriação só o futuro dirá. Duas notas interessantes: o meu aufwuchs doméstico, quando observado com uma simples lupa, revela uma multiplicidade de micro-seres como vermes, ostracodes, cyclops e muitos outros que não consigo identificar. os apistogramma fazem parte dum ramo dos ciclídeos muito próximo dos geophagus e afins pelo que estão particularmente bem adaptados a filtras substrato para se alimentarem.
  3. Nuno Prazeres

    Meus discus

    Se os teus discus continuam magrinhos, podes tentar dar-lhes daphnia. Manda MP para combinar isso, se quiseres.
  4. Boas, às vezes a cor vermelha é uma reação à iluminação mais forte. Esse fenómeno existe em várias espécies. Não sei se a Miriophyllum sp. será uma delas. Comigo passou-se com a Echinodorus tenellus. Sempre foram verdes, dei-lhes com luz solar direta, ficaram com grande parte vermelha. Tenho o mesmo com a Phylanthus fluitans, uma flutuante que é verde em condições normais mas vermelha rosado quando a luz é muita.
  5. Obrigado! É desconcertante a forma como eles usam as folhas. Entram num buraquito e depois desaparecem por minutos surgindo na outra ponta do aquário. Se por acaso lhes apetecer desovar, é certinho que não vai dar para ver nada. Mas prefiro assim...
  6. Pois os Dicrossus estavam esgotados. Em vez deles veio um belíssimo trio de Apistogramma cf. pertensis. Chegaram em excelentes condições. A água deles estava a um pH de 6,5 mas a dureza marcava 487 ppm. O meu aquário presentemente tem o pH a 6,2 e a dureza nos 27 ppm. Os peixes de pequenos cursos de água toleram muito melhor serem mudados para águas mais brandas do que o contrário como resultado da adaptação natural que têm às chuvadas intensas que podem ocorrer. Ainda assim, demorei cerca de uma hora a ambientá-los. A introdução no aquário não podia ter corrido melhor. Adoptaram logo o leito de folhas como base e começaram de imediato a explorar o ambiente. Passados minutos já comiam daphnias e, depois da refeição, ocuparam-se a comer detritos que encontravam sobre as folhas e troncos. Um dia passado e a ambientação ainda se tornou mais evidente com cada uma das fêmeas a estabelecer um território e o macho a ficar restrito a um local sobre um tronco donde pouco se afasta. A impressão que tenho é que neste habitat poderia colocar à vontade 10 ou 15 peixes, machos incluídos, que a agressividade intra-específica seria diminuta tal é a capacidade do leito de folhas para definir territórios naturais. Um episódio digno de nota observado há pouco, Os meus Nannostomus eques desovam frequentemente. Pelas suas características fazem-no junto à superfície ou no vidro de fundo, ou nas raízes das plantas flutuantes ou nos muitos troncos e galhos que este aquascaping lhes proporciona. Tipicamente um ou outro cardinal vai atrás dos Nannostmus a ver se come qualquer coisa. Desta vez foi o macho de Apisto que, aprveitando a segurança dada por um grande tronco que sobe até à superfície, foi tranquilamente comer os ovos dos peixes lápis apesar deles tentarem fazer a desova num local bastante complexo com múltiplos galhos e plantas flutuantes.
  7. Nuno Prazeres

    Peltier

    Pelo que sempre li dos peltiers, a sua capacidade é bastante limitada quando se tratam de sistemas com mais de 50 litros. Chegou a haver uma solução comercial mas que não pegou no mercado. Tinha um brutal dissipador com uma ventoinha. As placas de peltier não "eliminam" calor, apenas o transferem. Sem um bom dissipador a eficiência fica muito reduzida. Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
  8. Dicrossus filamentosus encomendados! Vai começar uma nova era no tanque!
  9. Eu dei-me mais ou menos bem com um macho e 2 fêmeas. No entanto como começaram num 70 litros, a fêmea mais forte perseguia a mais fraca e por pouco não morreu. E o aquário estava repleto de plantas. Passei os 3 para um 300 litros e acabou a agressividade e ambas desovavam abundantemente. Ou seja: Se o aquário tem menos de150 litros, era capaz de me ficar pelo casal. Com mais volume já iria para um trio.
  10. Se vais ficar em água doce, sem muitas rochas, substrato comercial ativo e não vais te ampularias (eu tive umas que me riscaram o vidro), acho que é de avançar. Se por azar levares um risco, podes sempre virar o aquário num dia que mudes a montagem. Se te deres ao trabalho de o secar, pode inclusivamente substiruir-se o vidro. Com isto quero dizer que mesmo que faças um risco valente à frente, não é o fim do mundo e há soluções. No meu caso, fiz a opção que fiz porque com água salgada é quase impossível não arranjar riscos passado algum tempo.
  11. Diria que não é a alterações de pH mas sim a valores mais altos do que a maioria dos apistos. Alterações no sentido da subida de pH e condutividade/dureza devem ser muito graduais. Em sentido oposto pode-se ser mais rápido. Este facto aparentemente estranho resulta dos peixes de pequenos ribeiros estarem adaptados a processos de diluição ultra-rápidos originados por chuvadas intensas.
  12. Esse macho de pertensis é muito mas muito bom!!! Parabéns! Espero que venha a cegonha bem rápido!
  13. Quando falo em "virar o aquário do avesso" é por causa da agressividade natural dos ciclídeos face a peixes menos apetrechados para lidar com ela. Os trifasciata vivem numa bacia hidrográfica que chega em alguns locais a ter águas moderadamente alcalinas pelo que será dos Apistogramma menos sensível a este facto. Eu reproduzi-os a 6,8 (teste colorimétrico) que pouco ou nada difere de 7.0.
  14. Concordo em absoluto. Se houver paciência, num 100 litros é relativamente fácil começar com um casal e evoluir para um cardume porque eles vão naturalmente criando descendência. Importa é que o ambiente seja o mais complexo possível pelo que recomendaria, troncos e folha em quantidade.
  15. Eu tinha a mesma ideia. Aliás cheguei a ter um aquário de água salgada com vidro normal ao lado dum refúgio em acrílico e a diferença era brutal. Daí ter pensado no extra-claro mas, como expliquei, deram-me a volta. Concordo! Só vale a pena o da frente. Quanto ao cuidado, com água salgada é muito mais difícil porque aparece alga calcárea no vidro e apesar de ser possível retirá-la sem riscar, a possibilidade disso acontecer é enorme.
  16. Eu já tive raízes com mais de 60 cm. Gosto bastante do efeito. Quando acho que a confusão visual já é muita, tiro as maiores plantas e fico só com plantas jovem e o ciclo vai-se repetindo.
  17. Mais caro (perto do dobro do outro) e muito mais provável de se riscar com a agravante de que um micro-risco nota-se logo quando no vidro normal passa mais ou menos despercebido. Estes argumentos foram-me apresentados quando pedi a um fabricante de aquários que usasse vidro extra-claro. Ele próprio me convenceu a não o fazer quando iria ganhar mais dinheiro no negócio.
  18. Eu acho que se as condições da água, alimentação e ambiente forem boas, vais ter desovas. Ora isso pode virar o aquário do avesso. Quanto à mollys pretas, eu oferecia-as a alguém que dê garantias de lhes poder dar as melhores condições. A diferença de parâmetros ótimos da água face aos outros peixes é de tal maneira grande que me parece muito difícil mantê-las saudáveis.
  19. Já agora... tens ideia do pH e dureza da água que vais usar? E relativamente à ideia de teres os dois casais no mesmo espaço sendo ele na ordem de 60 litros, tem tudo para correr mal na minha humilde opinião. Eu optaria pela espécie que melhor se adaptasse à tua água.
  20. Ricardo, é só tentares de novo. Já sabes onde arranjar. Manda MP p combinar isso e as pinhas Enviado do meu iPhone usando o Tapatalk
  21. Nem mais. A água salgada tem uma riqueza biológica inalcansável na água doce. E um sistema bem projetado até acaba por dar menos trabalho que por exemplo um plantado.
  22. Bem... Tudo se conjuga para que venham a entrar uns Dicrossus filamentosus em breve. Finalmente arranjei um fornecedor. Entretanto o tanque já tem a água com TDS de 24 ppm e o pH em redor de 6. Ainda pode ir mais abaixo mas não me parece necessário. Todos os dias deito uma carrada de Daphnia lá para dentro que os peixes vão comendo nas horas seguintes. Elas escondem-se nas folhas o que dá direito a caçadas, emboscadas, ataques competitivos, etc... Algumas procuram a superfície junto aos galhos, troncos e plantas flutuantes onde são apanhadas pelos Nannostomus eques. Mais uma vez procuro estimular com as Daphnia, o comportamento mais natural. Os peixes na natureza não têm o conceito de "refeição". É caçar e comer mais ou menos em contínuo e sempre em pequenas quantidades. Infelizmente a densidade nutricional das Daphnia não é das melhores. Vou ver se arranjo spirulina. Carregadinhas dela, tornam-se num alimento completamente diferente, para melhor, claro.
  23. E assim termina um dos melhores tópicos e uma das experiências mais interessantes que tive a sorte de seguir. Por excelentes motivos, acrescento. Parabéns e muito obrigado pela partilha! Sonho com o dia em que possa fazer o mesmo.
  24. Isso está excelente. Algumas perguntas... Como estás a compensar a evaporação? Fazes TPAs semanais de quanto? Usas água natural ou artificial?