Com o devido respeito não me parece que isso seja uma verdade absoluta, pelo menos com as 3 espécies que tenho reproduzido.
Aliás os instintos de protecção são bem mais marcados em situações em comunitário. Com o A. trifasciata tenho tido taxas de sobrevivência maiores em comunitário do que em mono-espécie. Porquê? Porque aumenta a agressividade da mãe e inclusivamente do pai enquanto em mono-espécie acaba por se instalar um certo laxismo e os outros apistos acabam por predar fortemente os alevins.
Tive A. borellii a dividir a ninhada em dois grupos entre pai e mãe em comunitário maximizando assim a probabilidade de sobrevivência dos alevins coisa que nunca vi em mono-espécie.
Quanto ao A. agassizii, a agressividade em comunitário é de tal maneira forte que os outros peixes não têm hipóteses de se chegarem à ninhada.
Claro que isto funciona com aquários com espécies compatíveis (outros apistos, tetras, pequenos loricarídeos, etc...) e com dimensão para comportar apistos (mínimo 100 litros).
Em menos do que 100 litros, fazer análises comportamentais deste género é abusivo portanto o que foi dito se calhar aplica-se.
Acrescento ainda que há evidência científica relativamente ao aumento da qualidade dos cuidados parentais, principalmente do macho, se no mesmo aquário coexistirem outros ciclídeos, especialmente do género Crenicichla, que é provavelmente o mais clássico predador de apistos.
Finalmente, e isso não sei explicar, as taxas de crecimento são muito mais interessantes quando os alevins ficam com a mãe. Como tinha uma sump plantada, às vezes mudava alguns dos alevins para lá e, apesar de lhes fornecer quantidades de alimento seguramente maiores, cresciam mais devagar do que os irmãos que ficavam com a mãe. Aconteceu com as 3 espécies acima.
Conclusão: a qualidade da sobrevivência é perfeitamente viável em comunitário (e, acrescento, muito mais interessante em termos comportamentais) desde que este tenha as características apropriadas