Nuno Prazeres

Diria que sim mas dado o investimento e risco que envolve mais vale aproveitar uma das muitas excelentes oportunidades que se encontram nas ofertas do fórum e encontrar algo pelo menos com o dobro, idealmente o triplo do tamanho. No aniversário do Fórum o Sr. Alf Nilsen, disse que os sistemas para iniciante devem ter de 60 a 300 litros.

Acho que faltou esclarecer dois pontos: 1 - a adição de kalkwasser saturada só faz sentido se houver muita bio-calcificação pelo que, se o objectivo é ter apenas corais moles não me parece adequado (para potenciar alga coralina bastam mudas frequentes com água natural); 2 - a kalkwasser não sobe o KH mas sim o pH. Por outras palavras, a adição de kalkwasser não é obrigatória e até pode ser prejudicial. O aquário pode sofrer uma subida excessiva de pH e pode ocorrer precipitação abiótica de carbonato de cálcio (o cálcio em excesso precipita como calcário na resistência e nos impellers das bombas - lembram-se dos anúncios das máquinas de lavar da TV?) Quanto ao tal KH ou alcalinidade ou dureza carbonatada o mais provável é que desça devido precisamente ao processo de calcificação induzido pela precipitação.

O mais importante é que não tenha produtos contra fungos o que é típico do silicone de casa de banho. As lojas de aquariofilia vendem silicone MAS normalmente é caríssimo.

Está espectacular e ganhou muitíssimo com a nova calha. Podes-me recordar as características da calha? Só me lembro que tem 2x250w HQI mas não me lembro da temperatura de cor (10,000 ou 14,000) . Penso que também terás 2x54w T5 actínicas, não é?

Obrigado ao pessoal do Brasil que seguramente tem esse problema com muito mais frequência e logo soluções muito mais engenhosas! Desculpem usar o assunto do Pedro mas só uma pergunta: Já que estamos a falar de temperaturas uma pergunta: é melhor manter o aqua a 28 no Verão tentando minimizar a variação até à máxima ou manter mais frio (25) para evitar que a máxima seja tão alta? É que segundo Bornman os corais são mais sensíveis à variação propriamente dita e menos ao nível exacto da temperatura. Pode sofre muito mais um coral que seja mantido a 25 graus se a temperatura subir para 28 do que um mantido a 29 com uma subida para 31.

Bomba: não é boa ideia estrangular o fluxo. Retorno: por muita torneira, válvula, jolho ou cotovelo há uma equação de base nesta coisa que é: fluxo (aqua->sump) = fluxo (sump->aqua) Se a equação não funcionar podes escolher entre inundação ou bomba queimada ou as duas coisas. Pressupondo que o fluxo gerado pela bomba é constante, só podes limitar o fluxo aqua->sump até ao ponto em que a capacidade de escoamento seja igual ao retorno da bomba. Nesse ponto tens o chamado "full-sifon" que é de facto a solução mais silenciosa se bem que terrivelmente arriscada porque basta uma alga entrar na válvula e ficar presa que a água vai acumulando cada vez mais no aqua até, como dizes, a bomba fechar. O esquema que gosto mais (e que pretendo vir a ter) é assim mas com um furo junto ao limite superior da coluna seca e uma segunda canalização para o caso de haver problemas. A gravidade na coluna seca vai servir de mecanismo de autocorrecção. Caso exista um constrangimento (necessariamente ligeiro na saída) a água sobe na coluna seca e o potencial gravítico da água aumenta espera-se que o suficiente para voltar a respeitar a equação fundamental que referi encontrando um novo ponto de equilíbrio. Se o constrangimento for excessivo entra o "back-up" do segundo furo. Entretanto, caso optes pelo durso penso que tens muita informação em http://www.dursostandpipes.com/

Acho o teu projecto excelente :D Só uma humilde nota quanto às algas... Ao contrário dos reefs, a água da nossa costa tem em determinadas alturas níveis de nitratos e fosfatos relativamente elevados principalmente em zonas costeiras. No entanto num meio fechado mesmo com um bom skimmer isso pode vir a ser um problema principalmente se não houver rocha viva envolvida e se a DSB ainda for imatura. Eu usaria macro-algas em força na sump e provavelmente optaria por experimentar um removedor de fosfatos férrico. Talvez assim os NO3- e PO4- fossem ao sítio. Quanto a "comedores de algas" a minha experiência quer em água doce quer em salgada é esta: Desde que existam nutrientes o sistema "encontrará" sempre uma espécie de alga que por não ser consumível por nenhum deles vai predominar e desenvolver-se exponencialmente.

Se há variações fortes de nível na sump com variações de nível na coluna seca então a sump deve ser relativamente pequena. A solução parece-me passar por recolher a água na coluna seca tão alto quanto possível. Não sei se a tua coluna seca é furada por baixo ou lateralmente mas no primeiro caso podes por um tubo de PVC até à altura típica do nível de água na coluna seca (se fizeres um durso até ganhas do lado do ruido). No segundo fazes a mesma coisa mas tens de arranjar maneira de meter um joelho de 90 graus. O princípio da solução é simples: como captas a água relativamente próximo da superfície, se a bomba desliga a altura da água na coluna seca diminui muito pouco não te criando riscos de transbordar a sump.

Nos dias mais frios, de noite, as ventoinhas vão estar paradas e o termo-estato tem mais é que se aguentar!

A maior fonte de aquecimento em água salgada é a iluminação, logo é uma boa aproximação usar os timers das lâmpadas. Atenção ao aumento da evaporação!

Eles "saltam" dentro ou fora da água? Se for dentro são cyclops. Também tenho disso. Aparentemente até são benéficos, embora alguma literatura alerte para o facto deles poderem atacar alevins muito pequenos. Se saltarem fora, não faço ideia do que sejam.

Uma perguntinha que me anda a incomodar... Qual será o "prazo de validade" de água natural. Eu ainda estou a usar um stock de 20 de Março e os (poucos) corais que tenho continuam a receber as TPAs de braços abertos Guardo a água em garrafões fechados na arrecadação completamente às escuras.

Na minha humilde opinião optaria claramente pela primeira. Não deixaria de fazer uma grande gruta do lado esquerdo (é incrível a quantidade de bichos que escolhem esses lugares para colonizar). Com a tua excelente engenharia envolvente, estou certo que irás promover ao máximo essa colonização (isto para não falar na rocha incrível que tens preparada). Também tentaria fazer uma zona de parede vertical. Mas eu sou suspeito porque adoro verticais com moles (discos e zoanthidios). Vais usar alguma estrutura interior nas paredes de rocha ou apenas "encarrapitá-las" umas em cima das outras?

Também ouvi dizer maravilhas do rowaphos. Há tipicamente dois tipos de absorventes de fosfatos, os férricos (que são sempre escuros) e os outros (que normalmente têm cor clara). Segundo li, em água salgada, especialmente com corais envolvidos, devem usar-se os primeiros ponto final. Penso que o senhor Randy-Holmes Farley tem um artigo sobre isso ou em www.reefcentral.com ou em www.advancedaquarist.com Vi rowaphos à venda numa loja de Cascais cujo nome não vou dizer que vende artigos de reef e de discus É brutalmente caro mesmo na net.

Já agora uma dúvida... quanto tempo "aguenta" a água natural por exemplo em garrafões? Faço uma muda por semana (10 litros num sistema com cerca de 120) e a água que usei ontem foi colhida em 20 de Março. Tenho chegado a 3 meses sem problemas mas gostava de saber se acham que estou a arriscar.

Tenho exactamente o mesmo problema que tu: sump 60x40x45 e OR 3500. Vou muito provavelmente colocar cerca de 8cms de aragamax. Quanto à agitação a bomba e o skimmer (por onde entra o tubo que vem do aqua) vão cada um ficar no seu compartimento. A circulação da água vai fazer-se tão próximo da superfície quanto possível para "defender" o substrato.

Só posso ajudar naquilo que sei que é muito pouco. Vou começar pelo mais desagradável: rocha. Não! Não serve a da costa. Porquê porque não tem a porosidade e diversidade macro e micro biológica que serve os propósitos do seu uso em aquário. As menos más notícias são que num aqua com esse volume podes começar por exemplo com 4 kgs de rocha viva de excelente qualidade (custará cerca de 70 a 80 eur). Depois podes colocar outros 4 kgs de rocha morta e deixar colonizar, o que será necessariamente lento num sistema tão pequeno. Finalmente, passado um mínimo de 4 meses, quando colocares os peixes, pões mais 2 kgs de rocha viva bem curada. Bem vistas as coisas como não terás filtro exterior o preço acaba por não ser muito diferente em relação à água doce. Se colocares uma camada de areia de aragonite viva (7 a 12 cms) fazendo o chamado "deep sand bed" podes melhorar substancialmente a qualidade da água e poupar em rocha mas não te safas de 4 a 6 meses sem peixes. A discussão sobre DSBs é interminável e podes encontrar muitos exemplos disso aqui no fórum mas eu teria alguma resistência a fazer uma DSB num sistema tão curto. Agora para um sistema pequeno prepara-te é para teres um certo trabalho a manter a estabilidade. Se há coisa que aprendi neste período de 6 meses de curta mas intensa experiência (e para grande desgraça minha neste último fim de semana devido a uma falha no pinga-pinga :D ) é que establidade = sucesso. Vale mais teres alguns parâmetros ligeiramente afastados do óptimo mas estáveis do que o contrário. Quanto mais pequeno o aqua, mais instável. Quanto mais instável mais trabalho (e custo financeiro) te trará. Apesar de ser possível viver sem ele (principalmente à custa de mudas de água) eu usaria skimmer. Quanto a anémonas e palhaços, desculpa mas não "pesco" nada. Fica bem e tem paciência porque isso representa 90% senão mais do que necessitas para ter sucesso.

Obrigado Diogo! Eu comprei a 12,000 l/h com controlador por isso posso "jogar" com isso mas de facto é perfeitamente idiota da minha parte "trabalhar" com uma 12,000l/h a 30 ou 40%. Comprei a bomba numa promoção muitíssimo vantajosa por isso é quase certo que a consigo trocar sem perder "património" Quanto aos meus objectivos, o sistema não estava à partida projectado para levar com DSB mas apenas uma pequena camada de areia. A sump ficaria com o DSB. Entretanto, a minha "fiscal de excessos aquariófilos" tem vindo a defender uma solução que passa por fazer um móvel dedicado ao estilo do teu o que pode significar ter um refúgio igualmente com DSB. Aliás um dia destes tenho de te mandar uma mp para te pedir o favor de, se for possível, me forneceres os contactos dos profissionais que te ajudaram na grande obra. Eu para já não gosto muito da ideia do "sem substrato" se bem que um dia destes vou aproveitar o convite do Duarte (obrigado!) e ver para crer. Tenho a ideia que um barebottom parece mais um viveiro de corais do que um reef. Por outro lado perder o prazer de olhar para a areia e ver um bicho diferente todos os dias é mau :D . Finalmente tenho uma ridícula paixão por fungidios que me força a pensar sempre em usar areia.

Eu estou na fase de escolha de escumador e tenho estado a ver os Deltec, Grotech e H&S. Quanto aos Deltec, não posso concordar com o Senna porque, do ponto de vista de concepção, os modelos são praticamente iguais. Um série 600 do ponto de vista conceptual é um série 1000 com tamanho e motorização inferior. Usando uma comparação provavelmente infeliz e passe-se a publicidade... Quer os série E quer os smart são na prática Mercedes cada um dos modelos virado para o seu segmento MAS com diferenças de conceito abissais. Com os Deltec a engenharia é a mesma. Por outras palavras, para mim um Deltec 600 é de facto um Rollsroyce mas versão mini. Infelizmente, o "controlo caseiro" que tenho à perna vai-me obrigar a escolher o escumador mais pelo (pouco) ruído que fará do que pela sua qualidade esperada mas até agora, pelo que li, o Deltec parece ser o funcionalmente mais desejável. O Grotech apregoa ser silencioso. Se calhar vai ter de ser esse...

Se os teus financiadores gostarem como o meu filho de descobrir um bicharoco novo cada vez que olha para uma rocha ou areia opta por isso. Estimula-os mesmo a encontrarem um bicho novo todos os dias. Eu esperei 4 meses até ter coragem para o primeiro peixe e se calhar foi pouco. Sendo eu próprio pai de um miúdo que mais dia menos dia também me vai pedir financiamentos para as mais diversas coisas muito me agradaria se o meu filho demonstrar ter paciência quando isso for necessário :D Estou certo que eventualmente os teus financiadores pensarão da mesma forma pricipalmente se forem informados que o investimento em dois palhaços tem 99% de probabilidade de dar retorno zero (os pobres dos peixes morrem).

Peço desculpa por estar a revisitar um tema já abordado no assunto bare-bottom. Estou com muito receio dos problemas da solução que pretendo para o meu reef - 130x50x55 - Tunze stream 12000 l/h com controlador + dois sacos de aragamax sugarsize para fazer 2/3 cms. O aquascaping que pretendo necessita deste substrato (já para não falar no evidente contributo para a bio diversidade). DSB talvez faça na sump mas só se convencer algum dos frequentadores mais experientes do fórum a vender-me uns gramitas da areia deles para inocular aquilo decentemente Quanto ao aqua principal, tenho a impressão que vai tudo pelos ares e já estou a imaginar a rocha a ficar coberta de areia nuns pontos e o vidro de fundo à vista noutros Alguém me pode dar umas dicas sobre a melhor forma de gerir este problema? Para já estou a pensar usar o controlador para "arrancar" com um turnover menor, esperando que a areia, por assim dizer, "consolide" e ir progressivamente aumentando a potência. Muito obrigado

Eu tenho uma Gymnochoronis a sair da sump que já deve ir no metro e tal de caule! É uma excelente planta para este fim. Cresce brutalmente.

Eu uso uma RO que comprei por cerca de 60 eur (!) em http://www.europeen-trading.com A água entra com conductividade 380 e sai a 8 (com um ano de uso a "fazer" cerca de 30 a 50 litros por semana). Penso que se colocar um desionizador DIY à saída baixo para 0-3 o que me parece totalmente satisfatório. O Hugo RSF tem um desionizador desses e custou-lhe meia dúzia de tostões

Obrigado a todos pelo contributo. Eu de qualquer forma não iria ter uma DSB, só talvez no refúgio e mesmo assim não sei se valerá a pena. O meu actual mini-reef só tem rv, escumador e refúgio de Caulerpa e nunca consegui que o teste de NO3 mudasse de cor . Quanto a bio-deversidade os 2cms no refúgio já contribuem, tal como contribuiu o aqua ter passado 4 meses sem peixes. Neste projecto mais arrojado considero a hipótese de colocar apenas uma camada de 2cms no máximo ( o suficiente para tapar os nassarius :D ). Quanto a biodiversidade da DSB, acho que o Marco devia começar a vender starters Pelo que disse no aniversário do Forum estou certo que até o Sr. Nilsen lhe compraria um! Entretanto, se um cubo de 50x50x50 aguenta uma stream sem ficar o vidro do fundo à vista então num 130x50x55 provavelmente não terei problemas.

Obrigado pelo comentário Rui. Eu estou integralmente de acordo contigo! Canso-me de dizer que a aquariofilia salgada está presa a um "mainstream" (desculpa o estrangeirismo) todo ele virado para os SPSs: Luz à bruta, agitação à bruta, calcio à bruta, poucos peixes (só para enfeitar ou comer algas) e escumadores (aqui evitei o estrangeirismo) gigantes. A via "sem substrato" é um exacerbar dessa tendência - o chamado "ultra-Berlim". Por coincidência ou não estas soluções são as mais caras logo dificilmente teremos os comerciantes a negar um apoio entusiástico a esta onda. No meu caso tenho um mini-reef de 85 litros úteis com um refúgio de 25 no qual tive 2cms de substrato com 1-2mm de granulometria. Tenho duas MaxiJ 1200 e podes imaginar o que aconteceu A rocha ficava abafada com a areia. Optei por retirar o substrato e o sistema ganhou muito com isso e eu não tenho SPSs. Admito que, com um aqua de 350 litros, e 55 cms de altura se possa resolver o assunto mais facilmente até porque as stream são supostamente não laminares no fluxo. Enquanto isso tenho de estudar todas as possibilidades. Vou investir muito neste sistema e queria evitar erros de palmatória. É infinitamente mais seguro optar por um sem substrato MAS é de facto muito menos natural por isso estou terrivelmente dividido. Para acreditares em mim fica sabendo que o futuro reef, presentemente é ainda um biotopo de Pantanal com uma sump com plantas iluminada em contra ciclo SEM MASSAS FILTRANTES. Ou seja: toda a filtragem é NATURALMENTE assegurada pelas plantas quer no tanque principal quer na sump. Acresce que deixo que o aqua leve com sol directo o que muito contribuiu para a sua saúde. Amónia e nitritos = 0. Nitratos nunca medi mais de 5ppm. Os peixes desovam constantemente.