Bem, boa discussão que por aqui vai.
É bom assistir a este grande debate da preservação, digo grande porque é daqueles " com um pequeno passo, se faz uma longa caminhada". Ja vi que as opiniões divergem um pouco, mas no global, tentam defender a mesma coisa, que se mantenha a biodiversidade em Portugal.
Acho no entanto, que convêm ressalvar, várias coisas: não podemos "mexer" com as fontes de rendimentos das pessoas. No inicio deste poste, falamos em agricultura e unidades fabris, dizer ao agricultor que ele deve de deixar de utilizar fertilizantes, insecticidas, ele vai torcer o nariz a partir do momento em que sabe que a produção vai diminuir. Menor produção, menos dinheiro, aumento do preço que ele pede. E quem é que lhe compra os produtos? Se conseguirmos educar uma população a pagar mais, por um produto biológico estamos a dar um passo importante na preservação da natureza. Pois, o agricultor ao se aperceber que o produto biológico, rende mais certamente vai produzi-lo assim. Quanto as unidades fabris, convêm é "apertar" com as autarquias para que instalem sistemas de recolha de águas eficientes (a tal obra que não se vê).
Todos os projectos de reintrodução são projectos dificílimos, seja pela sua sensibilidade ou pela sua execução. Primeiro ha que ter uma real noção da sua dimensão, quantos especiems existem, onde é que estão, etc. Neste caso vou utilizar o caso de um dragoeiro. Os dragoeiros são uma espécie endémica da Macaronésia (Madeira; Açores; Canárias; Cabo Verde- que apresentam uma flora e fauna especifica, sendo esta uma "copia" do que cobria a Europa no Terciário.). Ca na Madeira, existia uma espécie endémica de Dragoeiro (Dracena madeirensis, salvo erro) e outra endémica das Canárias ( Dracena canariensis, salvo erro), pelos habituais motivos o Homem necessitou de espaço então tratou de os cortar, e entretanto tratou de repovoar a ilha com novos dragoeiros. Acontece que estes vieram das ilhas Canárias, estando a população madeirense, reduzida a 3 indivíduos que estão sobre uma ravina, tendo um deles "desaparecido" a cerca de 2 anos. Isto para exemplificar o que, que apesar de durante muito tempo não se questionar a origem dos dragoeiros que existiam, os mesmos estavam extintos. Pois, por motivos "comportamentais" altura de floração, o madeirense reproduzia-se numa altura e o canariense noutra. E como a população era baixa (em termos de variabilidade genetica e individuos) os mesmos são considerados extintos. O lado positivo é que esta situação, levou as entidades regionais a criarem e avançarem com um projecto de recolha de sementes, assim como de repovoação de outras espécies.
Lembro-me de a pouco tempo, talvez 1 ano, um professor ter mencionado que o Lobo esta de volta a Portugal. E esta a fazer as suas tocas, pelo que parece entre as faixas das auto-estradas.....
Os eucaliptos, so uma nota, a sua classificação não e bem invasora é mais oportunista. A sua táctica é "simples", quando ocorre uma "catástrofe" (fogo; deslizamento de terras; deposição de novas terras...), se na "fronteira" existir um eucalipto as sementes que estão a sua volta, nesta situação libertam uma "toxina" que impede o crescimento\desenvolvimento de outras plantas a sua volta, nascendo outro eucalipto ai. Se repararem por baixo de um eucalipto não existe mais nada. O eucalipto foi introduzido devido ao seu rápido crescimento para obtenção de madeira.
Na minha opinião, temos falta em Portugal é de divulgação do que temos. Não podemos proteger o que não vemos. E mais uma vez, regresso ao exemplo da Madeira por ser o que melhor conheço. Acho que quase todos nós sabemos, que a Madeira (logo por consequinte, Portugal) tem a maior colonia de lobos marinhos da Europa, ou pelo menos a melhor recuperação de Monachus monachus da Europa. A colonia passou de 10 para 30/35 individuos em 20 anos, e actualmente esta a ser observada cada vez mais nas costas da Madeira. Pois bem, todo o processo de preservação, foi longo, mas o lobo marinho até é facil de observar (é grande), e como é que se protege uma aranha? uma centopeia (mil pés)? O actual director do Parque natural da Madeira (uma das entidades responsaveis pela manutenção\regulação de actividades no Parque; que cobre grande parte do maçiço central da Ilha) decidiu deixar a "população" acampar nas selvagens, auxiliando os guardas nos seus trabalhos. Os acampamentos obedecem a regras; selecção, de modo a perturbar ao minimo o equilibrio que se tem.
Posto isto, e para não me alongar muito mais. Até porque o ideal seria fazer quotes e dar respostas mais "personalizadas", não, não sou um perito nisto (repovoamentos), apenas um quase licenciado em Biologia. Para mim o mais importante, é educar-mos a nós próprios em primeiro, seguidamente aqueles que nos são mais proximos, so assim poderemos mudar comunidades e por consequencia o Pais. É que eu andei aqui a falar de plantas e mamiferos, mas se quisermos pensar nos "nossos peixes" todos nós deveriamos optar sempre por comprar "produto nacional".