Agua de Lisboa


Jerboa

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Sobre a agua de Lisboa

 

Muito se tem escrito sobre a quimica da agua, mas poucas notas praticas sao claras para quem quer alterar essas caracteristicas.

 

E corrente dizer-se que os parametros mais importantes sao o pH e gH, o que esta certo a titulo informativo, mas errado se o objectivo for mudar esses parametros.

 

O parametro mais importante da agua e o kH, por duas razoes:

1. Mede a estabilidade dos valores obtidos por leitura a medio prazo.

2. Mede a margem de seguranca relativamente a queda subita do pH, que pode ser mortal para os peixes.

 

A agua de Lisboa tem nas minhas medicoes um pH 7,6 ou superior, um gH de 4 e - mais importante, um kH de apenas 3.

 

Isto significa que por exemplo quem quizer acidificar a agua nao tem qualquer margem de manobra. Uma queda do pH com um acidificante de aquas para 7.2 coloca o kH a 1, portanto no limiar da catastrofe.

 

As correcoes de pH sao faceis de fazer e dificeis de manter. Atencao que obter um valor que nao e estavel e pior que deixar estar, porque as mudancas bruscas de pH sao prejudiciais.

 

Entao como acidificar a agua e forma segura? Existem varios preparados comerciais, geralmente ineficazes, ou inaceitavelmente caros, dificeis de obter e - sobretudo- omissos na sua composicao quimica.

E existe para aumentar o kH o bicarbonato de sodio (carteiras de 30g a 0,50 c nas farmacias).

 

Nas minhas experiencias uma dose pequena de bicarbonato aumenta o kH da agua para 6, portanto para um valor que ja permite a acidificacao, sem alterar significativamente os outros parametros, sobretudo o gH.

 

Para se obter um aumento de gH, para dureza moderadamente baixa, basta adicionar sais. Como a composicao dos sais nas aguas tropicais e complexa, aqui pode ser melhor utilizar preparados comerciais, nas formas liquida ou em po. Mas a utilizacao de preparados comerciais que dizem aumentar o kH na pratica aumentaram sobretudo a dureza, com efeito marginal no mais importante: o kH. Nota-se tambem que o bicarbonato puro e altamente soluvel, enquanto que os comerciais em po deixam deposito nos garrafoes de mistura.

 

O meu objectivo e um pH de 6,5 a 6,8, com gH por volta dos 6. Claro que pouco importa obter estes valores se 3 dias depois ja nao sao reais. Portanto vou continuar a experimentar, quando conseguir obter resultados estaveis reportarei neste topico, pelo menos para informar os que como eu teem sentido estas dificuldades, sem linhas de orientacao pratica, outras que ir comprar garrafoes de agua ao super - super-caro, so pelo preco da gasolina e tempo.

Editado por Jerboa
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  • 4 semanas depois...

A agua de Lisboa – Discussao Teorica

 

Em geral a agua obtida na minha torneira apresenta pH > 7,6; dGh 3; e kH de 3, segundo os meus testes.

 

Ora se uma agua alcalina e geralmente um agua dura, com um kH elevado, esta combinacao e mto estranha e tenho tentado compreender como e possível isto acontecer em termos quimicos.

Por outro lado, se esta e uma agua chamada ‘calcarea’, porque será claramente insuficiente para sustentar as cascas de invertebrados e tartarugas, requerendo suplementos de calcio?

 

O comportamento desta agua apos a adicao de acido aumenta ainda mais o misterio: se a agua e pouco mineralizada (mole) como e possível que apos juntar acido o pH tenha dificuldade em estabilizar baixo e mostre uma continua tendência para subir?

 

Mto agradecia comentarios de especialistas em quimica, que poderiam ajudar a esclarecer alguns factos que tenho dificuldade em compreender.

 

 

1ª parte: os hidróxidos como base

 

A unica explicacao plausível que encontrei seria a passagem na origem através de camadas calcareas. Nessas condicoes será frequente uma alta concentracao de hidróxidos, talvez a chave da solucao.

 

Hidróxidos são moléculas diatómicas de carga negativa (um átomo de oxigénio e um de hidrogénio) ou seja [OH]-.

Os hidróxidos encontram-se na agua geralmente apos a dissociacao de uma base. As bases-hidroxido mais frequentes são 3:

Hidroxido de sodio (NaOH)

Hidroxido de potassio (KOH)

Hidroxido de calcio (Ca(OH)2)

 

Ora a dissociacao de uma molécula de hidróxido de cálcio da origem a um Ca++ e duas moléculas do anião hidróxido OH-.

Cada molécula de OH- capta um H+ dando H2O, ou seja reduzindo a concentracao cationica H+ e fazendo portanto subir o pH.

 

O que acontecera em seguida ao Ca em excesso, não sei exactamente (ver abaixo) mas e possível que precipite em parte na origem.

 

Uma reaccao possível para o cálcio e a do carbonato de cálcio CaCO3, que consiste no cálcio combinado com dióxido de carbono. Assim na presença de agua e dióxido de carbono CO2 os iões de cálcio combinam-se para formar:

 

Ca2+(aq) + 2HCO3-(aq) <> CaCO3(solido) + H2CO3(aq)

 

Com o aumento de temperatura esta formula de equilíbrio desloca-se para a direita, devido a reducao de CO2 dissolvido, havendo precipitacao de carbonato de cálcio.

 

Em conclusao, se esta teoria for correcta entao tem de haver um excesso de (Ca(OH)2) solúvel para continuar a captar o H- e manter o pH alto na agua que chega as nossas torneiras.

 

 

2ª parte: a dureza do Ca e Mg

 

Aqui as coisas aparentemente simples complicam-se ainda mais. Se há uma concentracao elevada de hidróxidos na agua da torneira então porque e que os testes de dureza revelam um valor tao baixo?

 

Ora há vários tipos de dureza, a temporária e a permanente.

 

A dureza temporaria traduz a combinacao de ioes e bicarbonatos de cálcio na agua.

Esta dureza pode ser reduzida pela fervura ou adicao de hidróxido de cálcio! Este transforma o carbonato de hidrogenio em carbonato de cálcio, que precipita e pode ser removido por filtracao:

 

Ca(HCO3)2 + Ca(OH)2 → 2CaCO3 (sólido) + 2H2O

 

Nota: ora e possível que o carbonato de hidrogenio suba com o aumento da concentracao de CO2 o que poderia formar um precipitado; isto poderia explicar alguns casos de nuvem leitosa por vezes descrita nos aquas plantados com CO2. Mas aqui estou apenas a especular e não e esse o objectivo deste topico.

 

A dureza dita permanente e a que nao pode ser reduzida pela fervura e traduz geralmente a concentracao de sulfatos ou cloretos de cálcio e magnésio. Pode requerer osmose inversa ou resinas para ser removida.

 

 

Por esta altura torna-se obvio a necessidade de saber o que e que os nossos testes de aquariofilia medem de facto, o que não e indicado no teste que uso.

 

Dureza dH

A substancia doseada depende do Pais:

Carbonato de calcio: UK; FR; US

Oxido de calcio: GR

 

Dureza geral dGH

Mais importante em aquariofilia será a dureza geral. Quando se mede esta dureza avaliam-se as concentracoes de oxido de calcio e magnesio.

 

Ou seja, parece que nenhum dos métodos de analise da dureza detecta o hidróxido de cálcio, portanto e possível que a agua de Lisboa tenha altas concentracoes de hidroxidos sem que isso seja directamente detectado pelos testes.

 

Seguidamente passar-se-a da teoria a pratica, ou seja e necessário saber de que modo esta informacao pode ajudar a corrigir a agua potavel de Lx de acordo com os objectivos declarados.

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  • 1 ano depois...
A agua de Lisboa – Discussao Teorica

 

Em geral a agua obtida na minha torneira apresenta pH > 7,6; dGh 3; e kH de 3, segundo os meus testes.

 

Ora se uma agua alcalina e geralmente um agua dura, com um kH elevado, esta combinacao e mto estranha e tenho tentado compreender como e possível isto acontecer em termos quimicos.

Por outro lado, se esta e uma agua chamada ‘calcarea’, porque será claramente insuficiente para sustentar as cascas de invertebrados e tartarugas, requerendo suplementos de calcio?

 

O comportamento desta agua apos a adicao de acido aumenta ainda mais o misterio: se a agua e pouco mineralizada (mole) como e possível que apos juntar acido o pH tenha dificuldade em estabilizar baixo e mostre uma continua tendência para subir?

 

Mto agradecia comentarios de especialistas em quimica, que poderiam ajudar a esclarecer alguns factos que tenho dificuldade em compreender.

 

 

1ª parte: os hidróxidos como base

 

A unica explicacao plausível que encontrei seria a passagem na origem através de camadas calcareas. Nessas condicoes será frequente uma alta concentracao de hidróxidos, talvez a chave da solucao.

 

Hidróxidos são moléculas diatómicas de carga negativa (um átomo de oxigénio e um de hidrogénio) ou seja [OH]-.

Os hidróxidos encontram-se na agua geralmente apos a dissociacao de uma base. As bases-hidroxido mais frequentes são 3:

Hidroxido de sodio (NaOH)

Hidroxido de potassio (KOH)

Hidroxido de calcio (Ca(OH)2)

 

Ora a dissociacao de uma molécula de hidróxido de cálcio da origem a um Ca++ e duas moléculas do anião hidróxido OH-.

Cada molécula de OH- capta um H+ dando H2O, ou seja reduzindo a concentracao cationica H+ e fazendo portanto subir o pH.

 

O que acontecera em seguida ao Ca em excesso, não sei exactamente (ver abaixo) mas e possível que precipite em parte na origem.

 

Uma reaccao possível para o cálcio e a do carbonato de cálcio CaCO3, que consiste no cálcio combinado com dióxido de carbono. Assim na presença de agua e dióxido de carbono CO2 os iões de cálcio combinam-se para formar:

 

Ca2+(aq) + 2HCO3-(aq) <> CaCO3(solido) + H2CO3(aq)

 

Com o aumento de temperatura esta formula de equilíbrio desloca-se para a direita, devido a reducao de CO2 dissolvido, havendo precipitacao de carbonato de cálcio.

 

Em conclusao, se esta teoria for correcta entao tem de haver um excesso de (Ca(OH)2) solúvel para continuar a captar o H- e manter o pH alto na agua que chega as nossas torneiras.

 

 

2ª parte: a dureza do Ca e Mg

 

Aqui as coisas aparentemente simples complicam-se ainda mais. Se há uma concentracao elevada de hidróxidos na agua da torneira então porque e que os testes de dureza revelam um valor tao baixo?

 

Ora há vários tipos de dureza, a temporária e a permanente.

 

A dureza temporaria traduz a combinacao de ioes e bicarbonatos de cálcio na agua.

Esta dureza pode ser reduzida pela fervura ou adicao de hidróxido de cálcio! Este transforma o carbonato de hidrogenio em carbonato de cálcio, que precipita e pode ser removido por filtracao:

 

Ca(HCO3)2 + Ca(OH)2 → 2CaCO3 (sólido) + 2H2O

 

Nota: ora e possível que o carbonato de hidrogenio suba com o aumento da concentracao de CO2 o que poderia formar um precipitado; isto poderia explicar alguns casos de nuvem leitosa por vezes descrita nos aquas plantados com CO2. Mas aqui estou apenas a especular e não e esse o objectivo deste topico.

 

A dureza dita permanente e a que nao pode ser reduzida pela fervura e traduz geralmente a concentracao de sulfatos ou cloretos de cálcio e magnésio. Pode requerer osmose inversa ou resinas para ser removida.

 

 

Por esta altura torna-se obvio a necessidade de saber o que e que os nossos testes de aquariofilia medem de facto, o que não e indicado no teste que uso.

 

Dureza dH

A substancia doseada depende do Pais:

Carbonato de calcio: UK; FR; US

Oxido de calcio: GR

 

Dureza geral dGH

Mais importante em aquariofilia será a dureza geral. Quando se mede esta dureza avaliam-se as concentracoes de oxido de calcio e magnesio.

 

Ou seja, parece que nenhum dos métodos de analise da dureza detecta o hidróxido de cálcio, portanto e possível que a agua de Lisboa tenha altas concentracoes de hidroxidos sem que isso seja directamente detectado pelos testes.

 

Seguidamente passar-se-a da teoria a pratica, ou seja e necessário saber de que modo esta informacao pode ajudar a corrigir a agua potavel de Lx de acordo com os objectivos declarados.

 

 

 

 

Boas,

 

Eu montei um 3º aqua de cerca de 100 l (104*45*50) há cerca de 3 semanas . Tenho já dentro um pequeno tronco e pedras vulcanicas (que penso que não alteram o ph) . No entanto o (ainda) ph está a 8. Moro em lisboa e a agua da torneira tem esse ph tb. o Meu tester é por cores e fica de uma cor perto do azul petroleo. Gostaria que daqui a umas semanas (3-4) que o aqua estivesse a 6,5. O que é que me aconselham a fazer?

Eu não tenho formação superior em quimica (sou de Ciencias Sociais!!) mas gostaria de saber um pouco mais para ter um aquario em condições sem as horriveis mortes a que de vez em quanto já tenho assistido.

 

muito obrigada pela V/ atenção

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Não sei onde moras, mas eu moro no centro de Lisboa e a água tem um pH de cerca de 6.8.

Ao adicionar CO2 aproximou-se dos 6.4 / 6.5, por isso eu tenho é que me preocupar em subir o pH para que não seja afectado pela injecção de CO2.

 

Quanto ao kH agora não me recordo do valor...

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Viva,

 

Eu sou da alta e... a dureza da agua tb lool gH 15; kH 4; pH 7,5

 

Muito ruim para plantas por causa do gH

 

pelos vistos em várias zonas de Lisboa varia bastante as características da água. Alguém sabe um sítio de fácil acesso onde possa ir encher uns garrafões com água mole?

 

cumps

entremargens6hc1.png

Aquariofilia nos Distritos de Setúbal e Lisboa

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  • 1 mês depois...

Caros,

 

aqui pelos Anjos o Ph ronda os 8.0. Já comprei umas gotas para baixa-lo. Usei ontem e ainda não fez qualquer efeito. Estou no início e ainda só tenho plantas, caracóis e a brigada de limpeza. Ainda não houve mortes e as plantas parecem estar a dar-se bem. Conto comprar mais alguns peixes na próxima semana mas tenho medo que se dêem mal com o Ph. O que me sugerem?

 

cumps

jbucho

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Lisboa é abastecida por pelo menos 3 fontes de água diferentes. A mais importante de todas é Castelo de Bode em Tomar, é daí que provém a maioria a água consumida no centro de Lisboa. Sei que na Zona Limitrofe e algumas zonas interiores a água é proveniente do Rio Tejo sendo Captada em várias estações entre Valada do Ribatejo e a Azambuja. A localização da 3ª grande fonte de água não sei de onde vem.

 

Quanto á água do Castelo de Bode, que conheço bastante bem, visto o meu pai ser de Tomar, sei dizer que a água da albufeira é relativamente alcalina, uma dureza que mais parece um calhau, no entanto a água é tratada na estação da EPAL na Asseiceira, a cerca de 20km do Castelo de Bode. Aí a água é fortemente desmineralizada, tendo um pH á saida da ordem dos 7.0-6.8, com um gH bastante baixo, cerca de 5-6 (com teste da Sera), KH não sei dizer porque nunca testei.

 

Quanto á água do Tejo captada em Valada do Ribatejo, não vos sei dizer as caracteristicas quimicas, uma vez que embora seja captada a 10km da minha residência, a água da rede da minha localidade(Cartaxo) provém de um furo de alta profundidade a cerca de 6km da Localidade, tendo uma Dureza que até doi, um pH que ronda os 8.1, e um KH a condizer.

 

Quanto á maneira que tenho para baixar o pH, kH, e gH, é muito simples, como tenho apenas um tanque de 220, outro de 100, um de 70l e recentemente adquri um nano de apenas 17 é muito simples.... Vou ao Dia% e compro água das Caldas de Penacova, que é perfeita para a minha fauna e flora, tem um pH de 5.8, um gH de 3-4 e um kH na zona dos mesmos valores. Visto apenas ter que fazer 50+20(muitas vezes o que faço é aproveitar água da TPA do 220 para o de 100litros) de 2 em duas semanas sai me mais barato comprar água engarrafada ao garrafao, visto cada 5l daquela agua ser 30 e poucos centimos, uma TPA sai me a 3 euros e poucos centimos. Sim sempre são 3 euros, mas não faz mal, são 3 cafés a menos que bebo e que só me iriam fazer mal.=P

Bem sei que o pH é um pouco baixo para a maioria dos peixes, mas até para isso eu tenho soluçao.... o que faço é juntar uma porção de água da rede de cá para manter o pH ali estável na ordem dos 6.5-6.6, que os meus viviparos e restante fauna adoram. (já sei, os viviparos gostam de pH ligeiramente acima, mas há anos que crio viviparos-gupies, espadas e platies nestas condições sem qualquer problema, diria mesmo que estes prosperam lol)

Esta forma de trabalho funciona para mim, no entanto pode não ser muito prática para volumes maiores, mas para volumes inferiores ou iguais é perfeitamente execuivel desde que não sejamos demasiado comodistas=)

 

Para volumes maiores, provavelmente aconselharia a boa da turfa e uma máquina de osmose inversa.

Editado por gervas
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(...)

As correcoes de pH sao faceis de fazer e dificeis de manter. Atencao que obter um valor que nao e estavel e pior que deixar estar, porque as mudancas bruscas de pH sao prejudiciais.

 

Entao como acidificar a agua e forma segura? Existem varios preparados comerciais, geralmente ineficazes, ou inaceitavelmente caros, dificeis de obter e - sobretudo- omissos na sua composicao quimica.

E existe para aumentar o kH o bicarbonato de sodio (carteiras de 30g a 0,50 c nas farmacias).

 

Nas minhas experiencias uma dose pequena de bicarbonato aumenta o kH da agua para 6, portanto para um valor que ja permite a acidificacao, sem alterar significativamente os outros parametros, sobretudo o gH.

 

(...)

Boas.

 

Há aqui umas coisas que tendo a discordar (outras concordo plenamente). Uma delas é dizeres que as correcções de pH são fáceis de fazer. Não concordo totalmente.

 

O kH está relacionado com a dureza carbonatada. Ora o H2CO3 (e os compostos nos quais se dissocia) está no aquário em equilíbrio, dissociando-se apenas parcialmente. (faz aquilo a que já deves ter chamado de efeito tampão). Isto significa que quando tentamos introduzir uma alteração no sistema, o H2CO3 (ou outros compostos que estejam em equlíbrio) vão dissociar-se (ou "combinar-se") para reagir contrariando a alteração que lhe introduzimos (o que é bom, pois mantém a estabilidade do pH, como dizes, mas torna difícil as alterações).

 

O problema é que esgotada a capacidade tampão o pH vai-se alterar muito e bruscamente (também referes algo do género).

 

Margem de manobra é quase nula e a probabilidade de fazer asneira é brutal (ainda mais porque não estamos propriamente a fazer uma titulação "à gota" e medindo em contínuo... basta olhar para uma curva de titulação para perceber o que estou a dizer, muito embora as de ácidos e bases fracas sejam menos bruscas)

 

Para subir o pH basta adicionar bicarbonato de sódio - barato e sem consequências nas quantidades que costumamos usar.

 

Para baixar o pH bastaria adicionar um ácido ou um sal que não se dissocie completamente (logo ácidos como o HCl estão fora de questão).

 

"Bons" ácidos poderiam ser os relacionados com o fósforo (ácido fosfórico) que forma um tampão numa zona de pH interessante para a aquariofilia... mas... implica fosfatos no aquário, logo ALGAS!

 

Há outros ácidos (nomeadamente os orgânicos) que não dão esse tipo de problemas (daí os troncos resultarem, daí a turfa - que para além de amaciar deve introduzir alguns ácidos deste tipo).

 

Obviamente que baixar o kH com uma água de osmose (por exemplo) também pode ser opção, embora implique um custo elevado (equipamento e água) e continua ser necessária atenção para não perder completamente o efeito tampão.

 

No entanto, talvez seja boa ideia evitar alterar os parâmetros da água, pois a estabilidade é algo que os peixes (e a nossa paciência) apreciam, sendo que a busca do pH ideal pode tornar-se algo difícil, perigoso e irritante...

 

Posso ter dito algumas coisas de forma menos precisa, mas os princípios estão aí. Com o evoluir da discussão, talvez coloque mais qualquer coisa.

 

Cumps

[size="1"][color="#4169e1"]
Aquário + Móvel Eheim Profissional II 6212 (240 L)
Termofiltro Eheim Profissional II 2128 (1050 L/h)
T8 40W (2800K) + T8 38W (10000K) + 2 x PLL 36W (6500K)
Injecção CO2 Botija com válvula solenóide[/color][/size]

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(...)

Por esta altura torna-se obvio a necessidade de saber o que e que os nossos testes de aquariofilia medem de facto, o que não e indicado no teste que uso.

 

Dureza dH

A substancia doseada depende do Pais:

Carbonato de calcio: UK; FR; US

Oxido de calcio: GR

 

Dureza geral dGH

Mais importante em aquariofilia será a dureza geral. Quando se mede esta dureza avaliam-se as concentracoes de oxido de calcio e magnesio.

 

Ou seja, parece que nenhum dos métodos de analise da dureza detecta o hidróxido de cálcio, portanto e possível que a agua de Lisboa tenha altas concentracoes de hidroxidos sem que isso seja directamente detectado pelos testes.

 

Seguidamente passar-se-a da teoria a pratica, ou seja e necessário saber de que modo esta informacao pode ajudar a corrigir a agua potavel de Lx de acordo com os objectivos declarados.

Boas.

 

Parece que aqui existe uma imprecisão, que confirmaremos depois de responderes.

 

Pelo que sei, a dureza geral corresponde fundamentalmente a sais de Cálcio e Magnésio. Fundamentalmente porque são os que habitualmente estão presentes em maior quantidade, mas nós sabemos que outros contribuem para a dureza.

 

Ora, quando estamos a fazer um teste de dureza total, não sabemos exactamente qual a percentagem da dureza que estamos a medir corresponde a Cálcio, Magnésio ou outros. No entanto temos que expressar o resultado de alguma forma e expressamo-lo como se fosse tudo Carbonato de Cálcio (em mg/L ou ppm que é "a mesma coisa"). A maioria das vezes, para o que interessa, não faz diferença, pois não é necessário diferenciar o que está a provocar a dureza (até porque os iões cálcio e magnésio têm comportamentos semelhantes).

 

Outros poderão expressar a dureza em ppm de Óxido de Cálcio, o que não significa que tenham medido algo diferente (ou seja, se tudo fosse óxido de cálcio teria aquele valor, embora eles saibam que não é)

 

Logo, a conclusão a que chegas pode estar errada pelo facto de teres analisado apenas a forma de apresentação dos valores finais, sem saberes que aquilo corresponde a uma miscelânea de sais. Fiz-me entender?

 

Cumps

[size="1"][color="#4169e1"]
Aquário + Móvel Eheim Profissional II 6212 (240 L)
Termofiltro Eheim Profissional II 2128 (1050 L/h)
T8 40W (2800K) + T8 38W (10000K) + 2 x PLL 36W (6500K)
Injecção CO2 Botija com válvula solenóide[/color][/size]

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