Eclosão artificial de Bettas


José Pedro

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Este método é usado quando temos um espécimens extraordinários mas que comem os ovos e queremos garantir que toda a prole sobrevive para garantir futuras gerações

Remoção do macho e baixar o nível da água
Assim que os ovos estejam fertilizados, o macho deverá ser removido, juntamente com a fêmea.
Depois o nível da água deve ser diminuido ate atingir cerca de 0,5cm de altura.
Uma dose preventiva de fungicida (azul de metileno) assim como sal marinho numa proporção de 1gr/L.
A partir do quinto dia após a eclosão, quando os alevins já nadarem na horizontal, pode adicionar-se água ao aquario, a uma taxa de 0,5cm por dia até um máximo de 10 cms.
A partir daqui ocorre o processo normal.

Incubação "in vitro"
Neste método, usa-se um frasco transparente com cerca de 10 cms de diâmetro e 12 cms de altura.

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O fundo deve ter água do aquario da desova, a uma altura de 5mm com uma dose preventiva de fungicida (azul de metileno) numa taxa de 2 gotas/L. Tambem uma dose de Sal, numa taxa de 1gr/L.

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Extração dos ovos
Logo após os ovos terem sido postos, devem ser coletados, juntamente com uma parte do ninho, com uma colher de sopa de plastico, deixando parte para tentar que o macho tome conta deles.

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Os ovos devem ser transferidos imediatamente para o frasco com a mistura feita (Sal + azul de metileno)..

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A forma circular do recipiente, facilita a acomodação do ninho e dos ovos.
Alguns ovos afundarão e outros manter-se-ão agarrados ao ninho.

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Mantendo a temperatura
Por forma a manter a temperatura, usar uma caixa de plástico, com uma altura de água de cerca de 5cms e um termostato marcado para 28ºC (conforme imagem abaixo).
Se for possivel manter a temperatura dentro uma incubadora, o aquecedor não é necessário.

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O frasco deve ser tapado, para evitar perdas de temperatura.
Faz-se um furo na tampa, para promover as trocas gasosas.

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Ao fim de 48 horas começam a nascer os alevins.
Na imagem abaixo pode ver-se os alevins e alguns ovos não fertilizados, que não fungam devido ao azul de metileno.
 

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Os ovos não fertilizados podem e devem ser retirados com a ajuda de uma pipeta

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Quando alimentar os alevins?
A partir do quinto dia, pode iniciar a alimentação dos alevins, sendo necessário verificar se conseguem comer os nauplios de artémia recém eclodida.
A mesma postura pode originar alevins de diversos tamanhos, sendo que uns comerão ao fim de 5 dias e outros só a partir do sexto ou sétimo.


Tranferir para tanque de crescimento
A partir do sexto dia, os alevins podem ser transferidos para tanques de crescimento.
A água do frasco deve ser misturada gradualmente com a água do tanque de crescimento, para que os parametros das aguas fiquem o mais parecido possível.

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Os alevins podem permanecer no frasco até aos 12 dias, ou mais, sendo que se deve aumentar o nivel da água 0,5cm por dia, até ao máximo de 10cms de altura.


Conclusões
Este método "in vitro2" permite aos criador avaliar todos os estágios desde a postura até nadarem livremente nos tanques de criação.
Nesta experiência obtiveram-se 78 alevins duma postura em que o macho anteriormente tinha comido os ovos.
Em média consegue obter-se entre 70 a 120 alevins .
Existem linhagens mais complexas que apesar de não comerem os ovos produzem muito poucos ovos, pelo que este método mostrou que se obtém melhores resultados do que o processo natural.
Existem posturas em que nascem muitas crias, mas assim que são transferidos para taques de criação, começam a desaparecer. Muitas vezes são vítimas de parasitas invisíveis, mas numa cultura "in vitro" consegue tratar-se.
Este proceimento foi desenvolvido por Wilson Vianna e já efetuou 12 testes.
Quando existe incerteza relativamente ao resultado de uma cruza, retira-se parte da postura, usando este método, porque segundo o criador Wilson Vianna, consegue garantir que os alevins nascidos neste método vingam.

Artigo original publicado na Flare Magazine Maio/Junho 2014
Artigo escrito por Wilson Vianna - Betta breeder do Rio de Janeiro
Wilson Vianna, Biólogo, formado em Biologia Marinha, Presidente da Associação de Aquacultura Ornamental do Estado do Rio de Janeiro

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Caudatas do it better.
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