Projecto Puntius titteya


João Figueiras

Recommended Posts

Olá a todos!

 

Há muito tempo que mantenho barbos cereja, e observo regularmente desovas no meu comunitário, no entanto, decidi que queria tentar levar, pelo menos, uma postura até à fase adulta destes peixes, completanto assim um ciclo de vida.

Sempre li que é bastante fácil a sua desova, e concordo, mas o que falta é informação condensada sobre a disposição de um aquário, parâmetros da água, condições de desova, manutenção de ovos e crias, etc...

 

Assim, através deste projecto vou tentar criar um local para que exista alguma informação, tanto minha, como vossa, para mantermos esta espécie bem interessante.

 

Ao longo da minha fase de pesquisa, encontrei informação muito vaga, mas todas concordavam com uma coisa: as crias são muito pequenas, e assim, a primeira coisa que fiz foi colocar um recipiente com água e umas elódeas na rua, para criar infusórios, vou no entanto procurar melhores formas de criação deste possível alimento.

 

Quinta-Feira, Dia 30 de Dezembro

Aquário: 60cm comprimento, 30cm largura, 13cm altura

A altura apresentada corresponde à altura de água e não à altura do aquário, sendo que foi mantida esta profundidade por questões de manutenção.

 

O casal foi colocado ao fim da tarde num aquário com 1/3 do fundo coberto por berlindes e uma mop. A filtração consistia numa bomba para circulação de água cuja entrada estava coberta por lã filtrante.

A fêmea apresentava-se bastante roliça, enquanto que o macho não tinha a sua cor típica de altura de reprodução visível. Após cerca de 20min as luzes foram desligadas

 

Sexta-Feira, Dia 31 de Dezembro

As luzes foram acesas de manhã – 8h30min.

Por volta das 16h foram avistados diversos ovos por todo o aquário. Os ovos são bastante pequenos, mas vísiveis a olho nú. O casal foi retirado para recuperação.

 

Conclusões deste dia: Aparentemente, o casal ignorou os ovos, mas serão precisas mais experiências para confirmar se realmente não existe qualquer interesse.

 

Sábado, Dia 1 de Janeiro

A maioria dos ovos desapareceu, presumo que tenham fungado, uma vez que era possível a observação de pequenas formas brancas irregulares por diversas zonas do aquário que não continham berlindes. Os ovos que estavam depositados na mop e nos berlindes também desapareceram, no entanto não existem indícios de fungos.

Foi descoberto um alevim, e por experiências anteriores com crias de Pterophyllum scalare, o filtro foi desligado (para evitar que as crias sejam sugadas, mesmo com a lã filtrante) e na sua vez foi ligada uma bomba de ar com duas pedras difusoras, cada uma em regiões opostas do aquário.

 

Domingo, Dia 2 de Janeiro

A cria que tinha sido avistada no dia anterior desapareceu. Não há indícios de quaisquer ovos ou alevins. No entanto, as luzes foram desligadas para evitar propagação de fungos (conclusão retirada através de uma revista de aquariofilia).

 

Segunda-Feira, Dia 3 de Janeiro

Durante a noite foram observadas algumas crias a tentarem nadar, no entanto o saco vitelino ainda não lhes proporcionou essa possibilidade. Às 12h40 apenas uma cria foi avistada, no entanto existe a probabilidade de outras estarem escondidas na zona de berlindes e mop. Os alevins são extremamente pequenos, possivelmente têm metade do tamanho de uma cria de Pterophyllum scalare acabada de nascer, mas já apresentam olhos. Comecei a administrar 10mL de uma cultura de infusórios, mas julgo ser muito pouco, assim, tenciono adicionar 50cL, de forma a existir uma maior abundância de alimento. A dúvida que me surgiu foi em relação à qualidade da água na qual a cultura de infusórios está, será que irá prejudicar as crias?

 

Terça-Feira, Dia 4 de Janeiro

Parâmetros da água (medição iniciada às 14h):

- pH: 7.5

- gH: 13º

- NO3: 50mg/L

- Temp: 24ºC

 

Eis a razão da ausência de crias: pH elevado e nitratos elevados. Embora a dureza também me pareça ligeiramente alta, pela pesquisa que fiz, encontra-se dentro da suportada pela espécie (5 - 15º).

 

Medidas de correcção a realizar-se ao longo da tarde deste dia: Mudança de água 30-50% com reposição de água com pH mais baixo e dureza mais baixa, gota-a-gota.

 

P.s.: Continuarei com os cuidados desta primeira tentativa até ao final da semana (Domingo dia 9), com o intuito de confirmar a presença de sobreviventes, caso tal facto não se comprove, o aquário será novamente preparado para receber o casal que se encontra a recuperar de momento.

 

Cumps, João Figueiras.

Editado por vaxkinho

Vem descobrir os animais aquáticos de todo o mundo e discutir temas interessantes de aquariofilia no Barbatanas Blog

 

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

  • 1 mês depois...

eu aconselho-te a colocares apenas uma bomba de ar para oxigenação, se puderes coloca azul de metileno e um a rede fina no fundo no caso de eles comerem os ovos.

bom trabanho

Robin

O homem que tirava aos ricos para dar aos pobres( tiro a mim próprio e dou aos peixes).

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

  • 3 semanas depois...

Consegui manter as crias durante 9dias, mas começaram a morrer não sei porquê. Isto já na segunda tentativa. Entretanto, deixei de tentar por falta de tempo.

 

Agora vou remontar o comunitário e talvez volte a tentar a reprodução destes pequenos, mas felizmente ou infelizmente, ando a ver se encontro outros peixes mais incomuns para manter.

 

Cumps.

Vem descobrir os animais aquáticos de todo o mundo e discutir temas interessantes de aquariofilia no Barbatanas Blog

 

Link to comment
Partilhar nas redes sociais