Ameca splendens


Recommended Posts

É como um mito, este peixinho. :wink:

Dizem que é o comedor mais impressionante de algas, embora tenha passado de moda. É vivíparo e fácil de cuidar e reproduzir. Dizem que apesar de tudo ainda há gente na aquariofilia a redescobrir esta espécie e que, na natureza, já está extinta.

 

O desafio que deixo é este: isto é tudo verdade? É possivel adquirir Ameca splendens em Portugal? É mesmo um comedor de algas brilhante?

 

Abraços! love you

 

 

 

 

Ameca_splendens.jpg

Forumaquariofilia.png

TiagodovaleAAC.png

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Viva!!!

Encontrei esta informação a cerca desse belo peixe, embora não responda a todas as perguntas por ti colocadas podemos concluir algumas pelo que li é uma especie rarissima de encontrar será por estar extinta será por haver pouco interresse nela??? também nada nos comprova que são grandes comedores de algas sabemos que são vegetarianos comem plantas estas também incluem algas talvez mas se calhar não na proporção como os grandes comedores de algas nomeadamente os sae, cae, mas tipo as mollys que também gostam de dar umas trincas nas algas de vez penso que também há uma indefinição em relação a sua familia visto considerarem da familia dos Goodeidae e também nalguns artigos serem incluidos na familia dos Poeciliidae como podem verificar neste link:

http://aquavisie.retry.org/Database/Vissen..._splendens.html

 

Ameca splendens

Peixe-Borboleta

Família: GODEÍDEOS

Habitat: Bacia do Rio Ameca na região Ocidental do México.

Comprimento: Os machos são mais pequenos que as fêmeas; eles têm 6,5 cm de comprimento e elas podem atingir 9 cm de comprimento.

Dieta: São vegetarianos e preferem plantas como a Synnema (Glicínia Aquática) e a Ceratopteris (Alface Aquática). Se o peixe aceitar flocos misturados com verduras frescas, deve dar-lhes esse tipo de alimentação; a aceitação deste regime alimentar será mais fácil se os peixes forem habituados desde pequenos. Prefere as larvas de mosquitos às espécies Daphnia (pulgas de água)

Características: O macho é de uma beleza espectacular pois apresenta nos flancos uma iridescência azul-esverdeada e a parte inferior do corpo tem tons de amarelo-alaranjado. Nas regiões laterais tem uma faixa preta que termina no pedúnculo caudal. Na cauda possui duas faixas verticais, uma preta e outra amarela brilhante, bastante nítidas. A fêmea é menos colorida e iridescente. Estes peixes toleram uma grande amplitude térmica na água (entre 18 e 3Oº C) e não são exigentes em relação à qualidade da água.

Cuidados básicos e reprodução: Os rituais nupciais são evidentes: existe uma combinação de exibicionismo e ataques de ternura. Quando o acasalamento tem êxito, segue-se uma gravidez que dura entre seis e oito semanas; depois deste período nascem as crias bem desenvolvidas e com cerca de 1,5 cm de comprimento. O parto pode durar entre 10 a 60 minutos. Os adultos não têm hábitos de canibalismo e por isso não se verifica nos filhotes uma necessidade urgente de se esconderem como é frequente entre muitas espécies de peixes vivíparos. Os recém-nascidos estão preparados para comerem o mesmo que os seus pais logo desde o seu primeiro dia de vida.

Abraços

Pic_6212_10.jpg
Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Boas

as Amecas, não são dificeis de encontrar cá em Portugal, existem alguns amadores que mantêm a especie nos seus aquarios, e tambem existem algumas lojas que deves enquando as têm à venda, mas como o seu preço é um pouco alto, (eu comprei as minhas a 9€ cada uma) e como não são exemplares adultos, quem não os conhece não pega neles pois não têm coloração apelativa, o que faz com que cada vez menos se vejam à venda nas lojas.

em relação aos tamanhos tive umas que ultrapassavam o que foi descrito no tópico acima, mas a maior parte das minhas ameca não chega a atingir esses tamanhos.

em relação a serem erbivoras, tenho as minhas duvidas, pois tive de as separar dos guppys pois comiam os alevins.

Comida com muita verdura..., elas pegam melhor na Sera Discus do que na comida que faço para os Tropheus.

è verdade que o periodo de incubação/gestação é de 60dias, mas se as condições não forem as ideais as fêmeas reabsorvem os ovos.

 

Fiquem bem

José Bentes

APC"134"; APK "214"

http://sites.google.com/site/aquabenfriends/home

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

Olá a todos, especialmente ao Tiago.

 

Eu não podia estar a dar esta resposta hoje mas como não resisti a passar uma visita de cortesia ao fórum cá vai...

Tiago eu tenho Ameca splendens há 2 anos e posso confirmar quase tudo o que aqui foi escrito, nomeadamente o que o Rui encontrou sobre a espécie.

Para começar queria informar-vos que esta espécie é de facto uma arma secreta contra certos tipos de algas ( como as filamentosas ), comparável em eficácia apenas a muito poucas espécies vegetarianas.

O problema é que só se tornam realmente eficazes a combater as algas acima dos 18ºC e com uma dieta pobre em alimento vegetal. De facto, estes peixes até comem o Musgo de Java ( Vesicularia dubayana ) se nos descuidamos com os flocos de Spirulina ou com o espinafre, embora não faça grandes estragos pois o mesmo deve ser amargo como tudo ( penso eu de que ).

Agora em relação aos dados encontrados pelo Rui Coelho tenho o seguinte a comentar com base na minha muito inexperiente relação com esta espécie :

 

1) Os machos criados no exterior ( lago ao ar livre ) podem chegar aos 8 cm e as fêmeas aos 12 cm.

2) Resistem bem a temperaturas inferiores aos 10ºC durante a noite, nomeadamente se durante o dia se registarem subidas até aos 13ºC. O Miguel Figueiredo inclusivamente já aqui relatou noutro tópico que as Amecas dele este ano já suportaram algo em torno dos 5ºC !!!

Eu aconselho temperaturas de inverno em torno dos 15ºC e já compreendi que acima dos 22ºC são benéficas descidas nocturnas na temperatura da água.

3) As cores que se anunciam só são evidentes nos machos adultos.

Sem querer retirar protagonismo à espécie posso confirmar que nas duas linhagens que tenho de facto nota-se alguma variabilidade no colorido em ambos os sexos.

Os machos em disputa quando as temperaturas registadas são superiores a 20ºC exibem cores insuspeitáveis ( nomeadamente preto e amarelo onde habitualmente não existem lembrando certas pessoas quando “ coram “ ).

Para observarmos a plenitude das “ lantejoulas “ verdes, azuis esverdeadas, amarelas e mesmo laranja de alguns machos ( nomeadamente os da linhagem que foi importada da República Checa em 2003 ), temos que ter a luz no ângulo certo.

Como os peixes devem receber iluminação vinda de cima, as minhas fotos não conseguem transmitir nunca os efeitos que vejo quando os tenho que apanhar numa rede e os vejo à luz do Sol, por exemplo.

Há contudo necessidade de vos alertar para o facto de que estão infelizmente a ser apuradas variedades em cativeiro onde já se assistem a “ adulterações “ dos padrões originais como os famosos exemplares melânicos ( com o corpo quase tão negro como as variedades de Molinésia ).

Alguns machos criados em aquários há muitas gerações exibem a faixa da cauda branca em vez de amarela. O que eu de momento não posso afirmar com precisão é se será fruto de selecção artificial ou uma variedade “ selvagem “.

4) Os rituais nupciais podem incluir a escavação de ninhos ( como acontece na reprodução de outras espécies, nomeadamente na família Cichlidae ).

Acima de 20/21ºC, depois de um inverno a pelo menos 17ºC os machos entram numa actividade frenética defendendo territórios e lutando entre si para disputarem os melhores locais de exibição. Felizmente até hoje nunca registei consequências tão graves ou ferimentos sequer comparáveis aos dos combates entre Ciclídeos. É raro as Amecas ferirem-se nestes combates embora para quem observa impressione a agressividade com que se emprenham nestas lutas possa parecer um milagre não perderem umas escamas, rasgarem barbatanas ou exibirem no final ferimentos ainda mais graves.

As fêmeas também lutam entre si quando o aquário é pequeno mas sobretudo pouco povoado.

Elas também fazem muita questão de repudiar pela força os machos mais fracos do que elas.

Nunca resultaram ferimentos das querelas entre as fêmeas e geralmente estabelece-se uma hierarquia muito imposta pelo tamanho do animal dominante o qual só respeita alguns escassos machos ( vulgarmente os maiores ).

Os machos adolescentes são muito mais empenhados em lutas do que os adultos. Para além da frequência com que se agridem não têm a noção da sua força e conseguem resultados francamente inesperados fazendo frente a peixes muito maiores de espécies consideradas agressivas e até predadoras. Este comportamento termina e tornam-se animais plácidos quer abaixo dos 20ºC, quer em temperaturas elevadas 26ºC ou mesmo 28ºC no fim da época reprodutiva ( de finais de Julho em diante ).

Embora os nascimentos ocorram até aos 18ºC, os actos de acasalamento vão-se tornando mais raros à medida que o tempo vai passando.

Em resultado destas observações, pessoalmente não considero correcto submeter estes peixes a temperaturas elevadas todo ano. Quanto mais não fosse por outros motivos de saúde, seguramente não nos aperceberíamos que há de facto uma época em que toda a sua actividade é notoriamente a reprodução.

As cópulas ( já de si muito mais raras de observar do que com os Poeciliineos ), deixam de ocorrer com a frequência impressionante das que têm lugar no período em que a temperatura sobe de novo.

5) Não são peixes exigentes com a alimentação como poderia à primeira vista transparecer da excelente pesquisa do Rui Coelho mas temos de facto que nos esforçar nos alimentos vegetais para que não desatem a “ testar “ certas plantas do aquário.

Algumas destas experiências vegetarianas acabam tão depressa como começaram sem se saber bem porquê ( independentemente do regime alimentar ).

Alguns dos meus exemplares ao serem por algum motivo mudados de aquário simplesmente perderam o interesse em certas espécies de plantas presentes em ambos os locais.

Também notei que o apetite por certos alimentos de origem vegetal, nomeadamente as experiências feitas em folhes de certas plantas são mais evidentes após uma troca parcial da água, acima ou abaixo de certa gama de temperatura e curiosamente antes ou após variações mínimas do pH ( daí se calhar o comportamento notado após as mudanças parciais da água ).

A sofreguidão com que consomem uma qualquer espécie de Lentilha ( Lemna spp ) pode chegar a parar durante meses e voltar de súbito em presença de uma qualquer factor que eu nem desconfio ainda.

 

Queria ainda acrescentar uma ou duas ideias finais.

Desconfio muito da qualidade genética da minha população já que por vezes aparecem animais com algumas ligeiras imperfeições. A mais comum são machos com a barbatana dorsal evidentemente mais reduzida ( em número de raios ). No entanto nasceu certa vez um exemplar com o opérculo tão diminuído que se viam as guelras, um exemplar com o olho esquerdo mirrado ( mas pelos vistos operacional ) e ligeiras variações cromáticas que eu ainda não consegui apurar se serão naturais ou fruto de “ contaminação “ consequência de descendentes da “ infeliz “ selecção antrópica.

Os meus exemplares originais foram adquiridos numa loja de Lisboa que é também um dos patrocinadores do fórum, a qual, ( por motivos óbvios ) não divulgo aqui no tópico mas sim através de mensagem particular a quem esteja eventualmente interessado.

Dada a fraca adesão a esta espécie, ( apesar dos preços não terem sido tão altos como os anunciados pelo José Bentes ), numa das importações acabei por ficar eu com todos os exemplares ao fim de várias idas à referida loja que se alongaram por quase 4 meses !!! ( assim não podemos pedir que se importem peixes pois não são comercialmente viáveis ).

As origens do meu estoque foram a República Checa e a Alemanha. Em ambos os caso não há hipótese de confirmar a respectiva proveniência específica da natureza, mormente a distribuição geográfica da espécie não seja muito vasta.

Mais vos informo que a Ameca splendens não está ainda extinta na natureza. Segundo o Livro Vermelho ( IUCN Red List of Threatened Species ) esta espécie está catalogada na categoria EW – em perigo de extinção na natureza e cuja sobrevivência será improvável se os factores limitantes continuarem a actuar.

Embora já tenha dado exemplares a alguns colegas estou a tentar chegar ao número mínimo de reprodutores para manter a viabilidade da população, já que esta espécie foi o meu primeiro Goodeiídeo e até agora o mais prolífico deles todos.

Apesar do que foi acima escrito, ao contrário de outras espécies consideradas agressivas as Amecas não têm por hábito nos meus aquários molestarem ou escorraçarem outras espécies, a não ser os machos mais ciosos naquele período de tempo em que estão com o “ cio “. Ainda assim não há consequências mais nefastas do que algum stress momentâneo para os peixes afastados dos seus pequenos ninhos escavados no areão ( cerca de 4 cm de raio ).

Este e outros comportamentos acima descritos não têm lugar num aquário sobrepovoado ou fora do “ climax “ criado pelas estações do ano.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

http://www.viviparos.com

Link to comment
Partilhar nas redes sociais

  • 3 anos depois...