[ARTIGO] Lymphocystis ou Doença da «Couve-Flor»


João Cotter

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Lymphocystis ou Doença da «Couve-Flor»

 

A Lymphocystis é uma doença crónica, provocada por um vírus que afecta os peixes teleósteos mais evoluídos. É a infecção viral mais comum em peixes de aquário. A doença é mais frequente em peixes de água salgada e água salobra, mas também pode afectar peixes de água doce, nomeadamente ciclídeos.

Os peixes de água salgada de aquário mais afectados são os peixes anjo e os peixes borboleta.

A replicação viral e a inibição da divisão celular nas células do tecido conjuntivo do peixe hospedeiro provocam o desenvolvimento de lesões nodulares macroscópicas, que se assemelham a verrugas, sendo, por isso, esta doença frequentemente designada por «doença da couve-flor». Estas células extremamente hipertrofiadas chamam-se linfócitos, dando o nome à doença. As lesões ocorrem geralmente na pele e nas barbatanas.

Os nódulos com um tamanho entre 0,3 e 2 mm coalescem para formarem massas de cor creme, rosada ou acinzentada. Inicialmente estes nódulos isolados podem assemelhar-se aos pontos brancos provocados pelo Cryptocaryon irritans, um parasita protozoário muito frequente nos peixes de água salgada.

Esta doença raramente provoca mortalidade de uma forma directa, mas se atingir, por exemplo, as brânquias, pode provocar dificuldade respiratória e se afectar a boca pode impedir o peixe de comer. Os peixes com Lymphocystis são mais sensíveis a outras infecções bacterianas ou fúngicas que podem complicar o quadro clínico.

Esta doença aparece frequentemente em peixes anjo e em peixes borboleta de água salgada após situações de stress como aquelas provocadas pelo transporte, traumatismos na pele (captura com redes), agressões por territorialidade, grande densidade de peixes e temperaturas elevadas.

Infelizmente não existem medicamentos comprovadamente eficazes contra esta doença, mas em grande parte dos casos as lesões regridem espontaneamente desde que se corrijam os factores de stress, nomeadamente diminuindo o número de peixes por volume de água, evitando agressões, melhorando a qualidade da água e fornecendo uma boa alimentação. Em muitos casos, removemos os nódulos com a ajuda de uma tesoura, uma pinça ou mesmo com a ponta dos dedos de uma só vez ou em duas ou três fases. De acordo com a minha experiência, este procedimento resolve grande parte dos casos e acelera a recuperação. Verifiquei também que esta doença não é muito contagiosa, afectando geralmente apenas os peixes que se encontram debilitados, magros ou stressados.

 

Texto: Rui Ferreira de Almeida

Médico Veterinário

João Cotter

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Já deparei com vários casos desses e limitei-me a dar-lhe as melhores condições possivéis pois tudo o que li sobre isto é que grande parte das vezes este virus deve-se ás más condições de transporte e manutenção.

Acabar/reduzir as causas de stress para o peixe costuma ser a melhor maneira para se obter resultados positivos desaparecendo simplesmente ao final de alguns dias. Em casos mais afectados retirar o tecido afectado também é muito benéfico e acelera o processo de recuperação como referido anteriormente.

 

Na sua maior parte consegui recuperar o peixe mas também em outros casos o peixe acabou por definhar e morrer. Nunca em nenhum caso me contagiou outros peixes.

Aquariofilia ao mais alto nível.

 

Abraço

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