Aditivos - sim ou não?


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Olá a todos,

 

Aqui fica uma questão que cada vez mais nos passa pela cabeça!

 

Olá a todos,

 

Não sendo grande apologista da dopagem resolvi experimentar 2 produtos - o Aminocoral da Salifert e o Pohl's Coral Vitalizer da Korallen-Zucht. Comecei a adição no dia 3 de maio e o que Vos mostro de seguida é o crescimento de uma montipora de dia 8 para dia 22. (esta montipora tinha até à data uma taxa de crescimento reduzida!!!:admirado: :admirado: )

 

Ficam as fotos...

 

Pic_8528_9.jpg

 

Pic_8528_15.jpg

 

E mais duas fotos que ilustram bem as diferenças! A minha Seriatopora hystrix tem vindo a ganhar cor à medida que os dias passam...

 

Uma foto tirada no dia 22 de Abril:

 

Pic_8528_11.jpg

 

e uma hoje (22 de Maio)

 

Pic_8528_12.jpg

 

O Stylo-Poci Glow também está a fazer efeito! A Pocillopora damicornis purpura está proporcionalmente a ficar mais clara e mais rosada...

 

Pic_8528_13.jpg

 

 

A minha conclusão óbvia.... SIM!!!!

 

Abraço,

Diogo

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Boas!

 

Diogo, se tiveres algum coral em recuperação poderás ver aí o verdadeiro resultado! Com os corais que estava a recuperar notava-se uma melhoria no dia seguinte, ou no outro depois, à colocação dos produtos.

Gostava também de colocar uma questão! Se de um dia para o outro pararmos de administrar esse tipo de produtos por qualquer razão, será que o coral mantem-se ou morre?

 

Abraços,

Pedro.

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Tambem estive a ler umas coisas sobre o assunto. Apesar de alguns aditivos serem designados de coral food e outros de aditivos, a verdade é que muitos aditivos deviam ser chamados sim de coral food tambem.

 

Devido a o aquario ser um sistema limitado em termos de bio-diversidade existem carências que alguns corais vão exibir mais cedo ou mais tarde. Podem ou não ser carências vitais, mas apenas influirem no "estado de saúde geral" do coral. Neste sentido alguns destes aditivos eu consideraria como coral-food e não como aditivos que devem ou não ser ministrados "como um luxo".

 

No entanto tens outros aditivos que condicionam o comportamento do coral, sendo equiparaveis a hormonas.

 

Um pequeno á parte:

Atenção que hormonas não é igual a mau, artificial, toxico para o coral etc, as hormonas são segregadas pelos seres vivos servindo principalmente como meio de transmissão de informação, assim, quando um organismo quer que uma determinada estrutura, que é sua parte integrante, faça qualquer coisa, certas glandulas começam a segregar a hormona para estimularem esse acontecimento.

E portanto neste sentido hormonas são perfeitamente naturais e não vão ter más consequencias para o organismo em questão.

 

Tendo por base este principio,existe a boa atitude e a má atitude na utilização de hormonas:

 

1- Boa, estimular comportamentos naturais do coral que em cativeiro não acontecem por falta de factores despoletantes

 

2- Estimular comportamentos no coral que podem aumentar indevidamente certos comportamentos no coral mas que a longo prazo podem ser lesivos para este.

 

A verdade no entanto é que os aditivos comercializados, raramente teem informação associada, quer quanto á sua composição completa ou mesmo parcial, quer quanto a mecanismos de acção dos mesmos.

 

Isto para mim é o principal problema, pois não permite ao aquariofilista, distinguir quando esta a fazer um bom ou mau uso dos aditivos, independentemente de ter bons resultados imediatos, ou a curto médio prazo. Poderá eventualmente a longo prazo ter problemas que não vai associar facilmente á utilização do produto, mas que vai associar a qualquer mudança que tenha ocorrido mais recentemente no sistema.

 

Realçar que utilizei a expressão equiparaveis a hormonas, já que muitas vezes os aditivos não são total ou parcialmente hormonais, no entanto aminoácidos, vitaminas, e outros complexos podem tambem despoletar reacções desejaveis/indesejaveis nos organismos.

 

A minha posição é aditivos sim, mas mais informação sff. Enquanto não existir mais informação disponibilizada por fabricantes, fornecedores, de fonte credivel, quer a nivel de composições quer a nivel de mecanismos de actuação será dificil para mim fazer uso de aditivos.

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Topico interessante Diogo.

 

Para mim tudo tem a ver com a filosofia de manutencao que queres manter com o teu aquario.

A minha opiniao nada tem a ver com as vantagens ou desvantagens de colocar esse tipo de produtos, apenas tem a ver com a forma de como encaro a aquariofilia.

Como alguns sabem, baseio muito no natural e nas trocas de agua. Tento imitar a natureza ao maximo. Para mim a resposta é nao. Tento evitar introduzir no aquario qualquer coisa alem de KALK CA e KH. Tudo o resto entra para o aquario com uma bela de uma TPA.

Aconcelho esse tipo de aditivos e outros do genero para aqueles que nao as fazem (tpa) regularmente ou tem preguiça. Penso que seja uma boa ajuda para repor elementos traco e aminoacidos para o aquario.

Abraço...

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Olá Diogo (e restantes colegas do hobby :wink: ),

 

Como sabes, há já uns bons meses que uso esse Amino Coral da Salifert, assim como os Coral A, B e C da Grotech e ainda as âmpolas da Prodibio (não, não é para a queda do cabelo :x ). É uma mistura um pouco complicada de aditivos mas foi graças a isto que nos últimos meses os meus corais deram uma reviravolta em termos de cores e crescimento.

O problema de um sistema com um refúgio com macroalgas é que tem forçosamente de se apoiar em aditivos, caso contrário as algas removem elementos da água essenciais aos corais.

No meu caso não dispenso as macroalgas porque removem também nutrientes (azotados e fosfatados) e desses estou convencido que não fazem falta num aquário de recife.

Sistemas que extraiam intensivamente orgânicos e nutrientes da água (como macroalgas, carvão activado, escumador, etc.) acabam por remover também aquilo que lá faz alguma falta, principalmente aos corais. Daí que ou fazemos TPA's muuuito frequentes ou combinamos com a adição de aditivos, isto se queremos ver os nossos corais a crescer e com boas cores. No meu caso estou muito satisfeito com a receita que estou a utilizar mas acredito que noutros aquários não seja necessário. Afinal, tenho muitas macroalgas que "chupam" muito do bom e do mau da água.

Abraços,

João Cotter

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Olá,

 

Obrigado pela Vossa participação! De facto também eu tenho muitas macroalgas e um bom escumador (não tão bom como o do João e o do Marco, mas pelo menos sobredimensionado para o meu sistema). Assim, não tenho grandes dúvidas em afirmar que necessitava de utilizar os aditivos e a resposta é óbvia quando observo de dia para dia a evolução das cores e tamanho dos corais, que pareciam estagnados há já vários meses.

 

Concordo com o Marco que umas TPA´s valentes poderiam resolver, mas infelizmente a minha disponibildade actual não me permite fazê-las com a regularidade e quantidade que seria necessário.

 

Pedro - não existe à data (e pesquisei muito antes de avançar) informação sobre a questão que levantas!

 

Um abraço,

Diogo

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A minha posição é aditivos sim, mas mais informação sff. Enquanto não existir mais informação disponibilizada por fabricantes, fornecedores, de fonte credivel, quer a nivel de composições quer a nivel de mecanismos de actuação será dificil para mim fazer uso de aditivos.

Percebo a tua posição mas por enquanto não podemos fazer como os aquários públicos que fazem análises periódicas e completas à água e desta forma sabem exactamente em que quantidades necessitam de determinados químicos. Nós não temos esses meios, principalmente no que se refere aos elementos vestigiais e vamos fazendo a olho. Segue-se um regime diário ou semanal e vai-se mantendo se a coisa funcionar. Se estiver a dar para o torto reduz-se a quantidade... O ideal será seguir indicações de casos semelhantes (aquários semelhantes, filtragens semelhantes, carga semelhante, etc.) ou então optar pelas TPA's intensivas.

Tal como o Diogo, não tenho tempo (nem grande paciência :oops: ) para TPA's constantes, embora faça com alguma regularidade. Depois, uma TPA também tem muito que se lhe diga... não pode ser feito de qualquer maneira...

 

Se de um dia para o outro pararmos de administrar esse tipo de produtos por qualquer razão, será que o coral mantem-se ou morre?

É uma boa questão. Não conheço nem passei por uma experiência dessas mas a avaliar pelo que já se passou com os meus corais, diria que na minha situação, se parasse com os aditivos, quase aposto que veria uma regressão contínua de cores, tipo branqueamento (mas sem ser bleaching).

 

Abraços

João Cotter

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  • 2 semanas depois...

Como isto parece um bocado estagnado, mais algumas coisas.

 

Até que ponto os aditivos são realmente complementos para a nutrição dos corais ou são estimulantes de comportamentos não naturais que podem ser prejudiciais aos corais?

 

Exemplos, a extensão de pólipos é um processo que implica dispendio de energia, e normalmente é estimulado pela presença de substancias na agua, identificadas por receptores que desencadeiam uma resposta no coral que leva à extensão do pólipo. A dúvida é:

 

- A extensão de pólipos é desencadeada já que o coral identifica substancias uteis na agua e a extensão dos pólipos serve para as capturar

 

ou

 

- A extensão de pólipos é desencadeada pela introdução na agua de substancias que fazem uma mimica das substancias quimicas finais que levam á extensão de pólipos?

 

uma analogia para quem não percebeu: mastigar pastilha, leva à secreção de sucos gástricos, mas não vai entrar nada no estomago, o que pode levar a ulceração do mesmo.

 

Basicamente o mastigar pastilha faz uma mimica dos processos pré-ingestão de alimento.

 

Outro caso, o do Stylo-Poci Glow

 

Este produto actua levando o coral a libertar zooxanthelae que cobrem os pigmentos, e portanto tornando-os mais visiveis,no entanto as zooxanthelae são algas simbiotas com o coral, cuja população no seu interior é regulada pelo coral em função das suas necessidades.

 

Sendo assim, o produto leva a uma libertação pelo coral destas algas, contrariando a regulação da população naturalmente feita pelo mesmo.

 

A pergunta fica no ar, não estaremos a querer aumentar a beleza do coral , sacrificando a sua saúde a médio longo prazo?

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Então? nada? nenhuma ideia?

 

hoje ouvi uma referencia a uns numeros 90-95%

 

do que?

 

90 a 95% do alimento dos corais com zooxanthelas provem destas... até que ponto é que diminuir drasticamente é saudável para o coral?

 

 

+ uma achega...

 

Se a principal função dos pigmentos nos corais é a regulação da luz que chega ao coral, através da movimentação dos pigmentos pelo coral dentro do seu tecido...até que ponto é que aumentar as cores dos corais induzindo a movimentação dos pigmentos para a frente é saudável ao coral?

 

na pratica é o mesmo que estar a reduzir a luz que chega ao coral...

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Boas,

Vou tentar dar-te umas opiniões pessoais e com muito pouco conhecimento científico para já. Essas questões são muito interessantes. Está a ser feita muita investigação científica actualmente em Sleractinia mas é tudo muito recente e há muito ainda por investigar.

Até que ponto os aditivos são realmente complementos para a nutrição dos corais ou são estimulantes de comportamentos não naturais que podem ser prejudiciais aos corais?

Aditivos minerais parecem-me extremamente importantes na ausência de TPA's frequentes e quando existem elementos que removem esses minerais da água. No fundo pretendemos manter os níveis desses minerais da água de forma semelhante à água de um recife natural. Ao reduzirmos ao máximo os nutrientes da água e mantermos esses minerais estamos a potenciar crescimento e cores, o que me parece um indicador de bem estar destes seres vivos do ponto de vista biológico.

Aditivos à base de amino-ácidos, carotenóides, fosfolípidos, etc... estão presentes em fitoplâncton e zooplâncton, o qual é capturado pelos tentáculos dos pólipos (e seus nematocistos) fundamentalmente durante a noite, com grandes extensões dos mesmos, numa actividade frenética dos corais (na medida do possível de um ser séssil :) ). Nos nossos aquários este tipo de alimento é extremamente escasso, podendo revelar-se a longo prazo algumas deficiências nutricionais.

A adição esporádica ou periódica destes aditivos pode revelar bons resultados, mas não é algo fundamental, já que corresponde a um tipo de alimentação secundário.

- A extensão de pólipos é desencadeada já que o coral identifica substancias uteis na agua e a extensão dos pólipos serve para as capturar  

ou  

- A extensão de pólipos é desencadeada pela introdução na agua de substancias que fazem uma mimica das substancias quimicas finais que levam á extensão de pólipos?

Parece-me que a primeira será a correcta, até porque tem-se observado um ligeiro crescimento e cores adicionais com a ajuda de aditivos orgânicos. Quanto aos minerais não tenho dúvida nenhuma.

Se a principal função dos pigmentos nos corais é a regulação da luz que chega ao coral, através da movimentação dos pigmentos pelo coral dentro do seu tecido...até que ponto é que aumentar as cores dos corais induzindo a movimentação dos pigmentos para a frente é saudável ao coral?

Será que estamos a movimentar os pigmentos para a frente ou a aumentar generalizadamente os pigmentos? Quanto à saúde do coral, se está em crescimento e não apresenta uma sensibilidade maior a doenças e maior taxa de mortalidade, não vejo aqui problemas...

É evidente que queremos ter corais saudáveis e em crescimento. Para mim é também importante as cores e olhar para corais coloridos, tal como nos peixes, dá-me gozo. :) Se a aquariofilia não me desse gozo já tinha desistido há muitos anos. :wink:

Um abraço

João Cotter

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João, penso que não tenho quaisquer duvidas no que toca á adição de aditivos minerais como reposição destes que naturalmente ocorre nos recifes.

 

Quanto á adição de aditivos orgânicos já tenho as minhas duvidas... o meu principal motivo de dúvida é exactamente a falta de informação generalizada.

 

Quanto á movimentação forçada de pigmentos no coral...acredito que os efeitos nocivos a acontecerem nunca sejam a curto prazo.

 

Tanto a migração dos pigmentos como o seu numero no tecido são formas do coral reagir á luz que lhe chega e portanto tanto a migração como a produção induzidas, são na realidade maneiras diferentes de alterar a foto-regulação feita pelo coral...podemos argumentar que o coral estaria a fazer uma pobre foto-regulação por carências nutricionais, por outro lado podemos argumentar que estamos a induzir o coral em erro no que toca á foto-regulação.

 

O problema é que para já...eu pelo menos não tenho informação para dizer que é um ou outro.

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podemos argumentar que o coral estaria a fazer uma pobre foto-regulação por carências nutricionais, por outro lado podemos argumentar que estamos a induzir o coral em erro no que toca á foto-regulação.

 

Por aquilo que sei essa foto-regulação é feita por carências nutricionais, stress, ou seja o coral em situações que necessita de energia, vai busca-la produzindo mais zooxantelas, conseguindo mais energia.

 

Um coral com a mesma iluminação estável, por vezes ao fim de algum tempo melhora muito as suas cores porque reduz a sua necessidade de energia ou então porque está melhor alimentado.

 

Eu já li algures não me recordo onde, mas o que lá dizia era que não havia migração de pigmentos mas sim destruição das camadas superficiais dum coral revelando os pigmentos interiores (supostamente mais coloridos). Se isto é verdade ou não, não sei. Não tenho base cientifica para provar isto.

 

Abraço,

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Caros amigos,

 

Os pigmentos têm de facto a ver com o tal efeito de "amortecimento" (quenching) da luz solar e têm origem em muito do alimento proveniente de zooxantelas e do capturado no plâncton. Um dos principais pigmentos responsáveis pelo quenching são os carotenos. Outros pigmentos limitam-se a apoiar as zooxantelas na captação de luz. Em termos genéticos determinado indivíduo, ou linha genética, tem maior predisposição para determinada composição de pigmentos.

No ambiente natural temos uma infinidade de organismos no plâncton portadores de compostos orgânicos que fornecem os pigmentos necessários. Nos nossos aquários não é bem assim. Alguns de nós fornecem fitoplâncton, mas a maior parte desse fitoplâncton é fundamentalmente algas verdes, nomeadamente as Nanochloropsis sp.

Não deixa de ser bom alimento mas carece dos ácidos gordos fundamentais EPA (20:5n-3) e DHA (22:6n-3) que se encontram em zooplâncton e flagelados do género Isochrisis e diatomáceas do género Chaetoceros. Num mundo ideal administrariamos estes géneros de fitoplâncton, mas é caro e a sua concentração em culturas é muito baixa.

Não sabemos o que está nos aditivos orgânicos para aquariofilia, se entram com estes ácidos gordos ou não. O que é certo é que uso o Amino Coral da Salifert e o Reef Booster da Prodibio e estou a ver bons resultados. Ah! Uso também Nanochloropsis umas 2 vezes por semana...

Abraços

João Cotter

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Olá Celso,

 

Muito interessante este post... há muito procuro algo de qualidade a respeito deste assunto.

 

Gostava de ver a tua opinião sobre ao assunto! Sei que tens conhecimentos suficientes para que o fazer...

 

Tenho-me alheado um pouco desta parte mais técnica, pois não tenho ainda informações que me permitam tirar conclusões, quer a nível prático como a nível teórico (por manifesta falta de conhecimento).

 

Abraço,

Diogo

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Agora que começa a animar, um case study.

 

Alguns de vós já devem conhecer este episódio. Fui a casa do Marco e ele tinha lá uma acropora castanha.

 

Podia-se argumentar que a acropora estava castanha devido á falta de alimento.

 

Mudando a luz que incidia sobre a acropora a nivel de espectro, a acropora fica verde em 3 dias.

 

A acropora nao estava castanha por falta de alimento, mas sim por estar a incidir sobre ela um espectro em que a radiação era composta por fotões menos energéticos não precisando (o coral) de criar ou migrar pigmentos para a protegerem de espectros mais energéticos.

 

Se tivessemos colocado aditivos em vez de mudarmos a iluminação as cores do coral iam mudar?

 

iamos atribuir isto aos aditivos. No entanto a verdade é que o coral seria perfeitamente capaz de produzir/migrar pigmentação caso sentisse essa necessidade, mas a verdade é que para as condições de iluminação existentes não a sentia.

 

Claramente não seria um caso de deficiencias nutricionais, mas isto apenas porque se experimentou mudar a luz e não a mudança a nível nutricional.

 

Ricardo, quando estive a ler umas coisas sobre fluorescencia encontrei vários artigos publicados que falavam em migração dos pigmentos no tecido do coral. Não sei se em certas situaçãoes eles destroem ou não camadas do coral, mas não me parece a melhor solução para o coral.

 

Vou ver se encontro novamente os artigos e disponibilizo.

 

 

João, a nível de luz para alem dos carotenos a fazerem quenching de luz, só funcionam numa certa gama limitada, existem bastante mais.

 

Apesar de alguns pigmentos serem de base carbo-hidratada, existem outros de base proteica, e ai posso admitir que a ausência de certos amino-ácidos que o coral nao consegue sintetizar o impeça de produzir certos pigmentos de base proteica.

 

agora tenho de ir :D sorry.

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Diogo ainda eu nao tenho opiniao formada sobre o assunto... estou estudando um pouco por isso me interessei sobre esse post.

 

Na realidade estou tentando entender o metodo Zeovit / Probidio, muito se atribue a redução de nutrientes... tem até pessoas no Brasil fazendo uso de vodka para tal como um metodo caseiro.

 

O Zeovit usa Iodeto de Potassio e Fluoreto de Potassio (azul), Ferro (verde), Aminoacidos e elementos traços.

 

Pretendo começar a adição de potassio lentamente no meu reef para estudar o comportamento dos animais. Apesar de ser meio contra a adição de elementos sem saber a real necessidade de reposição, potassio é um dos poucos elementos que mostrou deficiencia no estudo dos sais publicados há alguns anos atrás.

Celso e-mail: celsois@ipaq.org.br

IPAq. Aquicultura e Aquariologia ao seu alcance. em www.ipaq.org.br

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Viva,

 

Uma pequena dúvida.....

 

A acropora não (palavra corrigida) estava castanha por falta de alimento, mas sim por estar a incidir sobre ela um espectro em que a radiação era composta por fotões menos energéticos não precisando (o coral) de criar ou migrar pigmentos para a protegerem de espectros mais energéticos.

 

Então ao ter fotões menos "energéticos" a acropora não estava castanha por falta de alimento?

Ao aumentares a energia dos fotões podes ter "alimentado" melhor o coral, sendo que este não sinta tanta necessidade de ter tantas zooxantelas.

 

Quanto à redução de nutrientes, metodos zeovit/Prodibio, o que tenho lido é que só funciona com uma boa iluminação, bom skimmer e dando outro tipo de alimentação.

 

Aqui não estamos mais uma vez a tentar eliminar zooxantelas, roubando-lhes nutrientes como p.e. nitratos, fosfatos para revelar pigmentos mais coloridos.

 

Mas isto tudo que aqui disse, foi através de conversas que fui tendo, livros que fui lendo e sinceramente não tive, nem tenho tempo para pesquisar um pouco mais sobre isto. Se alguém souber um pouco mais, encontrar algum artigo que se possa ler, sobre esta "migração" de pigmentos eu agradecia imenso.

Porque esta é talvez a area que se sabe menos (em termos "quimicos), e que ultimamente têm aparecido técnicas que prometem mundos e fundos sem sabermos bem como.

 

 

Os pigmentos têm de facto a ver com o tal efeito de "amortecimento" (quenching) da luz solar e têm origem em muito do alimento proveniente de zooxantelas e do capturado no plâncton. Um dos principais pigmentos responsáveis pelo quenching são os carotenos. Outros pigmentos limitam-se a apoiar as zooxantelas na captação de luz. Em termos genéticos determinado indivíduo, ou linha genética, tem maior predisposição para determinada composição de pigmentos.

 

A resposta é capaz de estar aqui, mas não consigo perceber bem como isto funciona :D

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Então ao ter fotões menos "energéticos" a acropora não estava castanha por falta de alimento?

 

não! :wink:

 

a medida que caminhas no espectro electromagnético em direcção a maior frequencia, (no visivel é do vermelho para o azul) cada fotão tem também mais energia. No entanto cada pigmento tem uma gama limitada de trabalho em termos de frequências, basicamente são as frequencias que a molécula/átomo pode absorver passando para um estado permitido.

Por exemplo, as microondas, fazem a agua aquecer pois colocam as moléculas de agua em vibraçao, no entanto outros materiais não aquecem directamente no microondas (porcelanas, etc..) apesar de serem bombardeados com a mesma radiação.

 

Ou seja, o coral tem 2 tipos de pigmentos, os fotossintéticos, os "transformadores" de luz que o coral usa tambem para fotoregulação.

 

Apenas os fotossintéticos permitem ao coral (entenda-se zooxanthelas que com ele são simbiotas) capturar energia, os outros trabalham recebendo fotões mais energéticos e reemitindo 1 ou mais fotões menos energéticos aproveitaveis ou não (quenching).

 

Os aproveitaveis são capturados em parte pelas Zooxanthelas e os outros são re-emitidos (e estes são as cores que tu vês)

 

Portanto a cor que tu vês é uma mistura de radiação reflectida com radiação re-emitida.

 

Obviamente que uma molécula apenas pode transformar um fotão em:

 

- N fotão menos energético que o inicial + reacção quimica e/ou aquecimento

 

em que N é qualquer numero maior ou igual a 1 e a energia total tem de ser igual á do fotão inicialmente recebido.

 

com isto dá para perceber que:

 

- apenas podes ter fotões re-emitidos com energia inferior á do fotão inicial;

 

- que certos fotões só são re-emitidos se a energia inicial for superior a um determinado patamar, ou seja, podes ter pigmentos presentes que não são visiveis normalmente ou que apenas vês uma das suas gamas de trabalho, mas sob certas condições tornam-se visiveis (é o caso da fluorescencia).

 

 

O coral pode usar estes processos para se defender da radiação excessiva (em intensidade ou energia por fotão de duas maneiras:

 

1- cria mais pigmentos

2- faz os pigmentos migrar dentro do tecido para a frente ou para atrás

 

como é que a migração de pigmentos funciona?

 

como disse atras os pigmentos decompoem a luz, e reemitem, estatisticamente mais na direcção contraria á que foram recebidos (voltam para trás), ou seja funcionam como mini-espelhos mas que tambem transformam a luz.

 

Assim em situações de pouca luz ou de luz pouco energética o coral move os pigmentos para a parte traseira das zooxanthelas e portanto a luz passa primeiro pelas zooxanthelas e a que nao for absorvida vai encontrar os pigmentos que reflectem a luz e transformam os raios mais energeticos que nao podiam ser aproveitados em luz aproveitavel.

 

em situações de muita luz os pigmentos migram para a frente, filtrando parte da luz por reflexão, deixam passar parte da luz fora da sua gama de trabalho (que é diferente da gama de trabalho da dos fotossinteticos) e fazem a "quebra" (quenching) da luz demasiado intensa, re-emitindo para a frente. Particularmente os azuis mais energeticos e os UV.

 

O fenómeno da fluorescencia dos corais explica-se desta maneira, toda a luz que é feita incidir no coral é luz não aproveitavel directamente por este e portanto os pigmentos recebem grande parte da radiação, partindo-a em visivel.

 

Como não tens reflexão da luz visivel, apenas ves os pigmentos a trabalhar e portanto vês apenas as gamas de trabalho dos pigmentos, que reagem ás luzes intensas.

 

 

Citação:

A resposta é capaz de estar aqui, mas não consigo perceber bem como isto funciona

 

aqui já tens uma explicação mais detalhada do que é o quenching tambem

 

e como pediste alguns artigos, aqui vai um muito bom.

 

http://www.marine.uq.edu.au/ohg/HG%20paper...0-%20fluoro.pdf

 

Se não quiserem ler tudo, ou desistirem a meio :?

 

 

 

vão á pagina 10 e vejam o gráfico lá colocado, ondem mostram a distribuição dos pigmentos no tecido do coral em corais da mesma espécie aclimatados a luz intensa ou luz pouco intensa.

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Existe uma questão interessante tbem em relação ao Potassio

 

Apesar de testes de Shimek não mostrarem grande consumo deste elemento em reefs alguns sais apresentam deficiencia nele

 

http://www.reefkeeping.com/issues/2002-02/...ature/index.php

 

Eu por exemplo uso o Red Sea... mas tem deficiencia neste quesito

 

w0022b.gif

 

" don't necessarily concur, but they are speaking of iodide:

 

ESV Potassium Iodide Solution is a very pure form of iodide. Iodide is an important micro-nutrient for many marine plants. It has also been suggested that iodide may play an important role in enhancing a coral's ability to adapt to rapid changes in light intensity and spectrum. Our recommended dosage is 1 drop per gallon per week (1 ml per 20 gallons per week).

 

 

__________________

Randy Holmes-Farley"

 

Não estou tentando induzir a suplementação de forma descontrolada... mas atentando tbem pela qualidade do sal a ser usado... embora a maioria parece ter deficiecia neste quesito

 

Neste artigo 9 sais apresentaram niveis baixos de potassio

 

http://saltaquarium.about.com/gi/dynamic/o...s/1/default.asp

 

 

http://www.reefcentral.com/forums/showthre...threadid=701048

 

 

"A potassium leak[deficiency] is relative easy to indicate. It first starts with a fading pink on Stylophora, Pocilopora & Seriatopora, followed by weak / no growth an STN in this corals.

 

After this you notice weak / no growth in Montipora, especially plate forming, with fading coloration turning to brown, followed by STN.

 

Acropora stop growth, fading to brown, become lighter tissue with washed out coloration, followed by tissue lost (STN or RTN). Blue corals only show light blue coloration.

 

Corals also loose their possibility to stay in strong light, tissue get burned in corals they are placed in the highlight areas, while normally they where healthy.

 

This situation can be caused by different things, for example heavy stocked tanks (lots of consumers), a leak of this element in the used salt mix, export via strong skimmer etc.

 

I had exactly those problems and within a week, after dosing K-Balance the problems have gone. I use the product since 2 month and my corals come back to how they looked before. My tank is heavy stocked and strong skimmed. In the back of the tank I have a strong / wild growth of Montipora digitata which has become very huge over the years. It looks like Montipora corals consume more potassium than others.

 

A hobby test kit is not available, and it also looks like that most of the K-test kits available on the market (Merck) can only be used for freshwater. Hopefully a company producing hobby test kits will realize the importance of this element to measure.

 

While I had a massive potassium leak, I have dosed 50 ml for three days, followed by a 10 ml dosage daily for a two week period (320 gal system). Now, after everything looks fine (growth & coloration, stop of STN & RTN) I cut the dosage down to 5 ml twice weekly. I have not observed darker tissue with this dosage. A strong accumulation of potassium can be indicated by tissue lost, beginning from the tips."

 

http://www.reefcentral.com/forums/showthre...261#post5996261

 

"Potassium (ppm)Potassium is a major element in sea water that generally exists as a free metal ion. All salt mix levels were slightly below NSW concentrations"

 

k.gif

 

Fonte : http://www.advancedaquarist.com/2005/12/aafeature1

 

Este post tbem eh interessante

 

http://reefcentral.com/forums/showthread.p...threadid=697565

Celso e-mail: celsois@ipaq.org.br

IPAq. Aquicultura e Aquariologia ao seu alcance. em www.ipaq.org.br

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Celso

 

na agua do mar existe esse problema da falta de Potassio??  

 

abraço

 

Os niveis "normais" são considerados a partir da água natural... logo ela é usada como parametro da deficiencia ou excesso.

 

Estou estudando um pouco o efeito da astaxantina da familia dos carotenoides... por isso encomendei Cyclop Ezee que eh um alimento rico neste elemento. A maioria dos alimentos comerciais é pobre em carotenos

Celso e-mail: celsois@ipaq.org.br

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Oi Celso,

 

Estou estudando um pouco o efeito da astaxantina da familia dos carotenoides... por isso encomendei Cyclop Ezee que é (palavra corrigida) um alimento rico neste elemento. A maioria dos alimentos comerciais é pobre em carotenos

Há uma microalga que estudei há uns tempos atrás muito rica em astaxantina - Haematococcus pluvialis - que é utilizada em rações para peixes de aquacultura, nomeadamente o salmão, para dar aquela coloração interna típica do salmão. Não sei se é a partir desta alga que alimentam os Cyclops na produção de CyclopEeze...

Abraços,

João Cotter

If you're not part of the solution, you're part of the precipitate

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Aqui vai uma evolução da montipora, agora que passou cerca de 1 mês desde que iniciei este tópico...

 

Pic_8528_10.jpg

 

Pic_8853_33.jpg

 

Este crescimento e diferença de cor (sendo que parte é da foto) sem qualquer TPA!

 

Abraço,

Diogo

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