Rotiferos


serranini

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Olá a todos

Tenho desde á pouco uma cultora de Rotiferos, e depois de muita leitura e troca de ideias com algumas pessoas mais habilitadas que eu neste meio resolvi tentar a iniciação de produção dos mesmos.

E aqui deixo os meus primeiros passos que gostava que opinassem e que se tiverem alguma experiência também a coloquem aqui.

Comecei com uma cultura de algas que me arranjaram numa garrafa de água com uma salinidade de 1.033, (foi o que me aconselharam), 24h de luz e ao fim de uma semana dividi essa garrafa em 2 garrafões de 5l cada um, com, as 24h de luz após esta semana trouxeram-me a cultura de iniciação de Rotiferos, coloquei num dos garrafões sempre oxigenados com uma bomba de ar, e ao fim de um dia comecei a ver espuma branca no garrafão e a cor verde a desaparecer, sinal que os Rotiferos estavam a trabalhar em força.

A partir daqui fui multiplicando a água verde por outros garrafões para manter a cultura das algas e os Rotiferos ia adicionando dessa mesma água ao garrafão onde se encontram os Rotiferos.

Até agora tenho mantido Rotiferos que vou apanhando e pondo no meu aquário e tenho tido sempre Rotiferos ainda não sei se a população tem se mantido ou decrescido pois a quantidade era muita e eu não a dividi para ter esse controle mas espero dento de uma semana ter mais respostas para estas e outras perguntas.

Este tópico é para podermos avançar um pouco mais na alimentação de corais e de alguns peixes mais difíceis.

Um abraço a todos

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Olá a todos

Só quero acrescentar que alga de iniciação é ou pode ser alga filamentosa que podemos apanhar num aquário de água salgada. A alga tem que ser mudada sempre para compartimentos cada vez maiores pois se não ao fim de uma semana entra em decline-o, com uma salinidade alta e podemos e devemos usar água que retiramos para as tpa's.

Um abraço

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Olá Paulo,

 

Também já cultivei microalgas em casa para alimentar rotíferos e estes para alimentar larvas de palhaço. As sobras de ambos serviam para alimentar os corais. Esta experiência durou cerca de 2 meses e não deu para peceber nenhum aumento significativo da taxa de crescimento dos corais. Os peixes ficavam doidos com os rotiferos.

 

Que meio de cultura utilizas para as microalgas? Estás a usar água artificial?

 

Agora para juntar o útil ao agradável tens que arranjar um casal de palhaços a fazer posturas.

 

Deixo aqui uma foto do meu sistema de cultivo caseiro:

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Cumprimentos,

Ricardo Rodrigues

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Olá Ricardo

Eu neste momento tenho uma mistura alguma água do mar e outra feita em casa, e o que faço é quando faço tpa's, recupero a água para criar as micro algas.

Os Rotiferos têm que ser dados em grande quantidade e para corais que sejam "predadores", pois esses são os que beneficiam mais dos mesmos.

Eu neste momento penso que tenho um casal de Premas Gold, vamos ver, se eu arranjar um outro casal de palhaços não me importo de te dispensar os mesmos.

Abraços

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  • 3 semanas depois...

Olá a todos

Deixo aqui uma explicação mais aprofundada sobre Rotiferos:

Rotíferos

 

Os Rotíferos planctónicos habitam preferencialmente dois sítios de meios:

 

Meios Abertos: Zonas de estuários e zonas litorais marinhas onde se encontram diversas espécies.

 

Meios Fechados: (temporária ou em permanência): Zonas lagunares e meios continentais, tais como lagos salgados e lagunas litorais.

 

 

Para a aquacultora os Rotíferos apresentam várias vantagens como alimento:

 

1. Reproduzem-se rapidamente. Estima-se em condições favoráveis podem duplicar cada um a cinco dias

 

2. São de pequenas dimensões, podendo ser aceites como primeiro alimento, por larvas de pequenas dimensões, (crias de peixes de água salgada ou cavalos marinhos e até corais, etc. …..)

 

3. Têm valor nutritivo, e este pode ser melhorado através da “encapsulação” com estripes adequadas de algas ou produtos com características particulares importantes no cultivo larvar, dado serem organismos filtradores.

 

4. São resistentes a variações de salinidade e temperatura e podem ser cultivados a densidades de cultivo superiores a 1000 Rotíferos/ml.

 

Dada a sua rusticidade e a sua facilidade de cultivo da espécie Brachionus plicatilis impôs-se rapidamente como alimento para as larvas de peixes de pequenas dimensões.

 

Os Rotíferos apresentam poliformismo cujo determinismo ecológico ou genérico é ainda desconhecido. A estas variações de morfologia, por vezes pouco marcadas, sobrepõem-se variações de tamanho onde a gama de variação no estado adulto é grande. ( de 180 a 420 micron’s).

 

Em Brachionus plicatilis estão já identificadas duas estirpes genéricas, com diferenças em tamanho e forma caracterizando populações geneticamente isoladas com diferenças ecofisiológicas ( Japão e Espanha).

 

Concentremo-nos só nesta espécie, é a que nos interessa pois é a única que até ao momento se reproduz com facilidade em cativeiro, A Brachionus plicatilis.

 

A Brachionus plicatilis, pertence à ordem Monogonomata, reproduz-se muitas veses por via partenogenética. Este ciclo ameiótico pode ser interrompido +por fases de reprodução sexuada desencadeadas por factores de origem exógena ( temperatura, alimentação, densidade da população, etc) ou endógena (idade).

 

As fêmeas sexuadas, também designadas por míticas por seus ovos serem submetidos a meiose, produzem machos na ausência de fecundação, ou ovos de resistência quando fecundados.

Os ovos de resistência têm um corion espesso e ornamentado, a sua eclosão é diferenciada (diapausa), assegurando assim a sobrevivência da espécie em condições desfavoráveis ( seca e temperatura).

 

A produção deste tipo de ovos depende da:

 

1. Produção de fêmeas míticas

2. Actividade e fertilidade dos machos

3. Capacidade das fêmeas para a fecundação

4. Fecundidade das fêmeas fertilizadas

 

A produção de fêmeas míticas de Brachionus plicatilis é devida principalmente a três factores:

 

• SALINIDADE. A reprodução sexuada é favorecida pelas baixas salinidades ou por subidas repentinas de salinidade

 

• DENSIDADE DA POPULAÇÂO

 

• ALIMENTAÇÃO, Não só do ponto de vista qualitativo como quantitativo

 

Tem sido provado que as espécies de algas utilizadas na alimentação de Rotíferos afectam a taxa de crescimento assim como, a composição química dos animais. Uma alimentação constituída por Chlorella sp. Ou Nannochloropsis sp (chorococales) produz uma taxa de mistura das diferentes formas (fêmeas míticas, amíticias e ovos de resistência) superior à que se obtém com Dunaliella tretioleta ou Platymonas seuciaca (Volvocales) ou com Diatomáceas. A mais forte resposta de produção de fêmeas míticas é obtida com uma mistura de chlorella e de uma cyanophlycea do Gen. Schzothrix, enquanto que com levedura (um dos métodos de alimentação utilizados em +produção de Rotíferos em grandes volumes) há uma produção maior de ovos de resistência.

 

Os ovos de resistência de Brachionus plicatilis eclodem após um tempo de latência obrigatório de cerca de um mês, segundo dois processos diferentes:

• Eclosões graduais e espaçadas num período longo

• Eclosões maciças e síncronas num curto espaço de tempo

Contudo, dado que trata-se de ovos em estado de diapausa, só eclodem após um período obrigatório de latência de cerca de um mês.

Os alimentos mais comuns utilizados na alimentação de Rotíferos são leveduras ( Saccaromyces cervisae e canadida sp.), algas secas em pó e micro algas. Algumas das espécies de micro algas que têm dado muito bons resultados no cultivo de Rotíferos são os géneros Dunaliella, Monochrysis, nonnochloris, Isochrysis e Phaeodactylum. Em alguns casos a quantidade de alimento, a temperatura e o período de intervalo de fornecimento de alimento pode afectar o crescimento da população cultivada, assim como a produção de ovos.

 

 

CONSERVAÇÂO DAS ESTRIPES

 

As Estripes são seleccionadas a partir de populações naturais. As fêmeas míticas são isoladas ao microscópio a fim de seleccionar os clones de reprodução partenogénetica exclusiva ou semi-exclusicva.

As estripes são então conservadas em meio d emicroalgas em volumes de 2 a 5 litros, a uma temperatura de 18ºc, a uma salinidade que é a do meio de cultura s sem arejamento. A concetração de Rotíferos não deve ultrapassar nestas condições os 30 ind/ml, edevem ser alimentados de dois em dois dias. Quanto a concertação pretendida é atingida procede-se a uma repescagem para volumes de cultivo iguais (manutenção), inferiores (stocks) ou supriores (para entrada em escala de produção).

 

CULTIVO INTECIVO EM PEQUENOS VOLUMES

 

Trata-se de um método em todo análogo ao utilizado para o fitoplanton.

Assim os diferentes estados do cultivo são so seguintes:

 

1. STOCKS. São mantidos em tubos de ensaio como nas algas. O meio de cultura consiste em culturas fitoplantónicas em crescimento exponencial mas ainda com concentração baixa, a fim de reduzir o depósito, uma vez que nesta fase do cultivo não há arejamento.

 

2. CULTURAS INTREMÉDIAS: São constituídas por volumes de 2 a 5 litros e por sacos de polietileno de 20 a 60 litro. Estes cultivos intermédios correspondem à fase de aumento do volume da cultura e como base para a inoculação de grandes volumes (200 a 2000litros). Nos grandes volumes não se pode começar com inoculações com pequenas concentrações, +porque o volume de produção altera-se antes de atingida uma concentração aceitável.

Nas culturas intermédias utiliza-se quer o método produção descontínuo quer o semicontínuo.

O método descontínuo consiste em iniciar a cultura com um volume de produção mais pequeno, e progressivamente adicionar micro algas até perfazer o volume da cultura. Deste modo obtém-se a concentração desejada que pode ser usada de uma só vez como inoculo de um volume maior.

 

O método semicontínuo, consiste na inoculação de um volume determinado (por ex. 5 Litros) de alga em fase de crescimento exponencial, com uma população de Rotíferos cuja concetração inicial deverá ser de 20 a 30 Rot/ml. Quando se atinge a concentração de pelo menos 200 Rot/ml, retira-se ¼ do volume da cultura e substitui-se por igual volume de micro alga. Este processo pode ser feito todos os dias ou de dois em dois dia, dependendo do volume da cultura e das necessidades. Deste modo é possível manter uma cultura bastante tempo.

 

 

CULTIVO INTECIVO EM GRANDES VOLUMES

 

O objectivo final das culturas de Rotíferos é o de providenciar a produção de quantidades apreciáveis de alimento para as larvas. Como em outras áreas da produção dos grandes volumes estão directamente relacionados com a experiência. Assim no Japão fazem-se cultivos intensivos de Rotíferos em volumes de 300 m3, enquanto que na Europa os volumes mais vulgarmente utilizados são até 2000 litros.

Neste tipo de cultivos utiliza-se o método de “Bloom”, onde a técnica de produção é a seguinte:

 

 

1ª Parte:

1. Inocular uma manga de micro algas (100 a 150 Litros) em fase exponencial de crescimento, com uma produção de Brachionus picatilis, de modo a que a concentração inicial não seja inferior a 10 Rot/ml.

2. a produção de Rotíferos crescerá assim rapidamente, sendo o aparecimento de espuma na cultura uma indicação de que a multiplicação da população se iniciou, ao mesmo tempo que a alga é consumida. Quando isto acontece pode-se utilizar o volume total da manga para inoculação do tanque de produção.

 

2ª Parte:

1. Encher o tanque de produção (em geral com o volume superior a 1000 Litros) com água salgada esterilizada (segundo o método utilizado para micro algas (que passo a descrever: encher um deposito (30L) com água salgada deixando um espaço no topo sem água, a água deverá ter uma salinidade de 1.032. Adicionar 30ml de lexívia para esterilizar a água. Deixar 24 horas com arejamento forte. Neutralizar com 30 ml de uma solução de tiossulfatode sódio. Deixar duas horas com arejamento forte. Retirar uma amostra para um tubo de teste e colocar 2 gotas de indicador de cloro, se a amostra ficar transparente passar ao passo seguinte, se a amostra ficar amarela esperar mais duas horas e fazer de novo o teste com o indicador de cloro, caso permaneça ainda amarelo verificar se a quantidade de neutralizador usada foi correcta. Retirar do deposito 5 litros de água e colocala em garrafões limpos e com arejamento)). E de salinidade média 1.020 a 1.025, a temperatura de cultivo deve ser 25ºC.

 

2. Inocular com uma cultura de Rotíferos em alga, de modo a que a concentração inicial no tanque de cultura não seja inferior a 50 Rot/ml.

 

3. Utilizar como alimento alga e levedura (esta terá de ser previamente dissolvida em água doce, antes de fornecida).

 

4. Assim que a cultura atingir a concetração pretendida poceder ao método semicontínuo ou utilizar toda a cultura.

 

Estes são os princípios Básicos da metodologia de produção, ela contudo pode ser adaptada às condições especificas da produção.

 

UTILIZAÇÃO DE LEVEDURA NA ALIMENTAÇÃO DE ROTÍFEROS

 

Como vimos, os grandes volumes de produção de Rotíferos implicariam a produção de grandes volumes de micro algas, o que em termos produtivos se revelou antieconómico. Sendo os Rotíferos animais filtradores e seleccionando as partículas que filtram em função da dimensão das mesmas, é possível alimenta-los com leveduras que além de baixo preço, são fáceis de manipular e são facilmente acessíveis no mercado.

Contudo preciso ter em conta que se utilizam como alimento a salinidade do meio de cultura não pode ultrapassar 1.025, pois a partir deste valor as leveduras morrem poluindo o meio de cultivo.

Por outro lado os Rotíferos produzidos com levedura são pobres do ponto de vista nutritivo, particularmente em ácidos gordos poliinsturados da cadeia 3.

Estes ácidos são indispensáveis ao desenvolvimento das primeiras fazes larvares de muitos peixes marinhos, pelo que os Rotíferos cultivados com leveduras, antes de serem fornecidos às larvas devem ser mantidos durante 4 a 6 horas em algas cuja composição constem os referidos ácidos.

Este Processo permite aos Rotíferos incorporarem (=Bioencapsularem) as características nutritivas dês algas e servirem de veículo transportador para as larvas.

Actualmente existem também compostos sintéticos cuja função é igual à das algas no processo de bioencapsulação.

O uso de leveduras tem como consequência um aumento de poluição nos tanques de cultivo. O sintoma mais comum desta poluição é a formação de uma espuma na superfície do tanque, e que corresponde à presença de albumina proveniente da matéria orgânica.

Por isso a distribuição da levedura deve ser cuidadosa. Em geral 1gr de levedura é usado para cada 1x10levantado a 6 Rotíferos.

Mas a prática tem mostrado que:

 

• Quando a concertação de Rotíferos é pequena (30 a 50 rot/ml) pode-se dar um mais de levedura.

• Quando a concertação é elevada deve-se dar levedura em defeito a fim de reduzir os riscos de poluição.

• A fim de reduzir os riscos de poluição nos tanques, a levedura a fornecer diariamente deverá ser dada sob forma de refeições (Distribuída três ou quatro vezes por dia).

Desculpem se me alonguei

Um abraço

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