Caros amigos aquariofilistas.
A minha presença neste espaço tem sido meramente consultiva. Para além das habituais cabeçadas na parede e passos no escuro (que fazem parte da experiência pessoal de cada um), tudo o que tenho aprendido no âmbito da aquariofilia tem sido aqui, através da leitura atenta das experiências dos membros que aqui as divulgam. O meu agradecimento a todos Vós, particularmente àqueles que, na sombra, possibilitam a existência de um espaço como este.
Como o título indica, hoje a razão da minha vinda a este espaço prende-se com a nova aventura em que me meti. Ainda que às apalpadelas, intentei fazer um aquário para aqueles que são, de longa data, os meus peixes preferidos: os apistogramas. Já criei discus e outros ciclídeos, mas os apistos possuem um encanto qualquer que me cativa por inteiro.
Por outro lado, o aquário que tinha era um plantado, e como as plantas dão mais trabalhos que os peixes, optei por algo que exigisse uma manutenção mais fácil. Dois filhos em casa a isso obrigam…
A ideia de criar um biótopo é comum a todos os que, ao fim de alguns (muitos!!!) anos, não perderam ainda a pachorra de andar com baldes e medicações e medições e consultas e argumentações mais ou menos viciadas com a(o) esposa(o) ou companheira(o). Contudo, a coisa não é fácil. Primeiro, porque a disponibilidade, o método e a paciência para se levar a cabo um estudo fundamentado sobre um determinado biótopo específico não está ao alcance de qualquer um (por vários motivos, como é óbvio). Segundo, porque a própria noção de biótopo é complexa e porventura demasiado abrangente. Terceiro, porque em abono da realidade (e sendo purista que chegue!), os materiais a usar para a reconstrução de um biótopo deveriam ser os desses próprios biótopos, o que é quase impossível.
Assim sendo, e remetendo de novo para o título, o que procurei fazer foi (re)criar, o melhor que sei, me foi possível e a minha paciência permitiu, um biótopo para apistogramas (o título é impreciso ou, no mínimo, demasiado lato). A tentativa apontou para o rio Orinoco – Alto do Rio Negro e, se as expectativas ao princípio cabiam dentro de um sonho, a realidade espera apenas que os mínimos exigidos tenham sido cumpridos. A experiência foi óptima, quer ao nível do estudo quer ao nível da concretização, e isso é, a meu ver, o bem supremo de quem anda por estas bandas: tentar e tentar e tentar e ter prazer nisso…
Deixo-Vos de seguida um esboço fotográfico da minha experiência. Qualquer crítica, ajuda ou conselho será certamente uma mais-valia.
Aqui vai...
1 - Estudo da disposição dos troncos no aquário
Agora com o início da colocação da areia e algumas (poucas) pedras...
2 - Uma foto muito importante, a do meu precioso colaborador e ajudante, o meu filho Tomás, com 3 aninhos, a quem endereço os meus votos (desejos!?) de que a aquariofilia venha a ser uma forte paixão e uma forma de vida...
3 - A colocação das primeiras folhas (de carvalho, previamente secas e fervidas)
A colocação das folhas já na sua fase final...
4 - Vista lateral do aquário já com o essencial da paisagem final e com a soberana avaliação do precioso colaborador...
5 - O início do enchimento do aquário...
6 - O aquário no seu resultado final, depois de cheio com água (60% da água provinha da montagem anterior, já devidamente ciclada).
Tratadinho ao nível da imagem, com os excessivos brancos da luz cortadinhos, dá qualquer coisa como isto:
Espero, sinceramente, que tenham gostado do resultado final tanto como o prazer que me deu montar este aquário.
A descrição do aquário é:
Dimensão (cm): 100 x 50 x 40 (200l brutos, aproximadamente 160l reais)
Luz: 3x 39w (lâmpada T5 luz do dia)
Aquecimento: Termostato SERA 300w
Filtragem: Fluval 304
Materiais Decoração: 7 troncos, areia, pedras e folhas de carvalho
Flora: Eventualmente algumas Mayaca fluviatilis no futuro, algumas plantas de superfície (ainda não sei se vou pôr) e musgos para os troncos. De momento não colocarei nada...
Fauna: Para não complicar muito para já, colocarei 2 machos e 4 fêmeas de Apistogramas Cacatuoides, 4 ou 5 Ramirezi, um cardume de Tetra Axelrodi e algumas Corydoras. Para a semana já me será possível colocar os "bichinhos"...
Antes de finalizar, quero deixar aqui o meu particular agradecimento à AquoPorto pela disponibilidade, gentileza e paciência que teve em disponibilzar-me em tempo recorde os materiais por mim solicitados. Não é publicidade, é a constatação de um facto...
Renovo o meu agradecimento a todos...
Saudações aquáticas.
Filipe Ferreira