Transformação De Calha T8 Em Pll


Luiggi

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Boas a todos,

 

A iluminação original do meu aquário era muito fraca, o que me levou a despender algum tempo a magicar uma luminosa solução para tão bicudo problema. Acabei por alterar eu próprio a iluminação original, e decidi colocar aqui o projecto que realizei, considerando que poderá ser de mais valia para quem ande às voltas com similar questão. Resumidamente, trata-se da adaptação de duas calhas T8 para calhas PLL.

 

Passo a descrever a Problemática:

Tenho um aquário de 600 Litros (2 metros) com tampas, que vinha de origem com duas calhas AquaAtlantis, T8, de 2X25W cada (74cm). As calhas rodam 180º num pivot, o que dá imenso jeito para a manutenção do aquário. O único problema, (como passado um ano de tentativas infrutíferas para ter plantas percebi), é que a luminosidade é manifestamente fraca para a dimensão do aquário.

Sim, podia ter pensado nisso quando o comprei. Mas não pensei. Pensei em vez disso que era bonito. E é. Tomem lá foto:

 

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Como dá para perceber, a luz é muito fraca.

No entanto, e como o aquário está na sala, as tampas são uma mais valia, além da estética contém a humidade que assim não é dissipada para o ar e, não sei se já tinha dito, o aquário é lindo.

 

Pormenor das calhas existentes, retirando as duas tampas:

 

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Pormenor do sistema de pivot, que permite realizar a manutenção mantendo luz suficiente para ver o que se está a fazer, impedindo assim que se aspire inadvertidamente um peixe (se nunca vos aconteceu, é porque não tem peixes curiosos como os meus):

 

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Considerando assim que queria manter as tampas e, de preferência, as calhas originais, andei à pesca na Net e nas lojas, a ver que solução haveria para o meu problema.

Não havia nenhuma, as únicas soluções “pronto-a-vestir” seriam calhas T5 ou PLL suspensas ou de suporte no aquário, o que contraria um pouco o objectivo de ter andado meses a fio à procura de um aquário de dois metros COM TAMPAS (havia obviamente os Rena, lindos, com tampa, mas caríssimos). Para estas soluções, teria de colocar tampas de vidro, o que para mim, como já referi, não é opção (para isso, teria mandando fazer o aquário, o que até saia mais barato).

Assim sendo, decidi criar a minha própria solução.

 

A Solução:

A solução que preconizei inicialmente passava por adaptar as calhas existentes a lâmpadas T5. Considerando as dimensões das tampas (e o respectivo espaço por baixo), pensei em fazer duas calhas (uma para cada lado) com 4 T5 de 24W cada (potência total de 192W). Imaginei em colocar os suportes nas calhas existentes, colocando os balastros exteriormente. Isto é, arranjava uma caixa onde colocaria os balastros (2x24W), a caixa ligava à corrente e aos suportes das T5, fixos nas calhas originais. Tinha a vantagem de utilizar suportes estanques (há-os aos pontapés para as T5) e de ser de fácil realização, já que não tinha de me preocupar com a instalação dos balastros dentro das calhas existentes, nem com a estanquecidade de toda a solução. Além disso, teria disponível n temperaturas para as T5.

O único senão desta solução era o custo, no total precisava de 4 Balastros de 2X24W, 8 Lâmpadas T5, n suportes e reflectores, alguns etcs., caro, portanto…

 

Por esta altura andava já eu, freneticamente, a trocar impressões com o caríssimo Rui Alves (Ramirezi, da Aquaeden), cuja ajuda foi, simplesmente, inestimável (além de incansável, que eu sou chato). O Rui sugeriu para o meu projecto utilizar PLLs compactas, em vez das T5, o que me permitia uma poupança significativa de custos, sem prejudicar a potência total de iluminação.

Optei assim pela realização de duas calhas com duas PLL de 55W cada (potência total de 220W). Desvantagens desta solução, o facto dos suportes 2G11 das PLL não serem estanques, e a minha ignorância relativamente aos mesmos (nunca tinha visto nenhum, logo não fazia ideia se os conseguia adaptar às calhas originais ou não). A escolha de temperaturas destas lâmpadas também é limitada, mas esse facto, para mim, não constitui problema (não pretendo um aquário Holandês, as plantas são escolhidas em função dos Srs. Peixes que alegremente protagonizam o espaço aquático).

Decidida qual a solução a adoptar, procedi à encomenda do material, para então, em posse do mesmo, passar ao planeamento prático propriamente dito.

 

Material adquirido e respectivos custos:

 

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2 Balastros 2x55w - 2x16,5 = 33€

4 Suportes 2G11 - 3x4=12€

8 Clipes de fixação - 8x0,45=3,60€

4 Lâmpadas PLL 55W (2 a 6500k + 2 a 4200k) - 4x10€ = 40€

4 Reflectores - 4x5€ = 20€

6 Metros fio 1mm - 6x0,15€ = 0,90€

2 Cabos alimentação c/ficha = 2x2,50€ = 5€

Total = 114,50€

Comprei tudo ao Rui Alves, e aconselho vivamente a quem necessite deste tipo de material a contactá-lo. O Rui tem uma larga experiência, e sua ajuda e os seus conselhos são preciosos. O material chegou todo impecavelmente embalado, os CTT não conseguiriam partir nada mesmo que tentassem. Eu optei por fazer o pagamento à cabeça, e o material chegou na data indicada pelo Rui. E pronto, fim de PUB.

Mas a sério, o material tem um custo imbatível, e é da melhor qualidade (balastros Philips, Lâmpadas Philips e Osram). Por vezes o barato sai caro, mas neste caso o barato vem com o acréscimo dos anos de experiência do Rui nesta área, e na sua predisposição para ajudar. Só temos a ganhar. Consultem o site no Fórum dos Patrocinadores.

 

O Projecto:

Ok, temos o material. A seguir, retirei uma das calhas originais do aquário.

 

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Agora é tempo de, ponderada e calmamente, reflectir no nosso Projecto e ver como é que vamos montar todo o novo material na calha existente, imaginar soluções, antecipar problemas (hahaha), etc..

O primeiro passo desta fase, essencial à concretização de qualquer Projecto com esse nome, é a colocação de música de fundo adequada. Considerando a fase meditativa com que nos deparamos, sugiro uma Heather Nova, Mia Doi Todd, quiçá até uma Sarah McLachlan. Eu optei pela Heather, e não me arrependi.

Depois de muito meditar (com a Heather), optei por tentar aproveitar a calha existente na íntegra. Isto é, desmanchar toda a calha, retirar-lhe as entranhas (leia-se os dois balastros T8 que, nesta altura, apenas imaginava que estariam fixos algures lá dentro), colocar lá dentro o novo balastro, fixar as novas PLL e ligar tudo. Fácil. Pensar é sempre fácil.

Tenham atenção ao seguinte: esta calha, a original, é completamente estanque (e na verdade, até está muito bem pensada). Eu estava perfeitamente ciente que, ao começar a desmanchá-la, perderia toda a estanquecidade (borrachas secas, silicones à vida, etc., etc.,). Estava também perfeitamente ciente que nunca na vida conseguiria começar e acabar este trabalho no mesmo dia. Avancei com a opção de reaproveitamento da calha porque considero uma mais valia poder utilizar os suportes já existentes no aquário, e optei por tentar colocar lá dentro o balastro porque, convenhamos, fica tudo muito mais arrumadinho e bonito do que ter os balastros no exterior. Mas sabia que os peixes ficariam sem luz, durante algum tempo. No meu caso, não é crítico porque é apenas metade da luz (e assim como assim, é tão fraca que os peixes nem notariam muita diferença). Se apenas tiverem uma calha no vosso aquário, terão de arranjar uma iluminação provisória enquanto trabalham na nova. E terão depois de isolar muito bem a nova calha. Pensem nisso. Eu pensei.

Posto isto, aqui está a calha pronta a ser destruída… desmontada, pronta a ser desmontada…

 

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Pormenor dos suportes T8 originais, completamente estanques (encaixam nestes suportes as tampas isoladas com borracha, que estão na foto acima, à esquerda):

 

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Calha completamente desprovida de todos os suportes originais (os buracos redondos eram dos encaixes dos arrancadores):

 

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Material retirado da calha original:

 

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Na foto a seguir, vemos como a alimentação estava ligada a uma caixa de derivação (com fusível, bem pensado), que por sua vez liga aos dois balastros T8 (o que significa que as lâmpadas acendiam separadamente, podia fundir uma que a outra continuava acesa, não sei se já tinha dito que esta calha estava bem pensada):

 

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Com todos estes buracos, consegui finalmente perceber como os balastros estavam fixos. Os Srs. Engenheiros pensaram obviamente em tudo, e o sistema de concepção é o seguinte: no interior e ao longo de toda a calha, existem duas ranhuras, uma de cada lado. Os balastros e a caixa de derivação são fixos (com rebites) numa chapa de inox, que encaixa nas ranhuras laterais, deslizando depois no interior da calha até ao local correcto (basicamente, até a caixa de derivação ficar no buraco que se vê acima, o que permite ligar a alimentação). Bem pensado, não é? Fácil de tirar, não é?

Não, não é nada fácil de tirar.

Depois de colocarem a chapa no sítio, os Srs. colocaram dois pontos de solda, um de cada lado, que fixam (solidamente) a chapa nas ranhuras. A chapa não mais desliza. Tentei retirar os pontos de solda, sem grande sucesso.

Solução para esta problemática? Um ferro comprido, um martelo e empenho q.b. (muito empenho…).

Nesta altura, é de todo conveniente trocar a música. O trabalho que se avizinha carece de fundo musical mais activo. Optei por Godsmack, passando depois para 3 Doors Down e Pearl Jam (sim, levou o seu tempo). Ao longo desta fase, aproveitei a necessidade de trocar de reportório musical para colocar pensos nos dedos, já que a chapa de alumínio é extremamente cortante e o sangue, ao fluir livremente dos dedos, provoca o escorregamento do martelo, impedindo o seu correcto manuseamento. Tenham isso em conta, sim? Obrigado.

Podem ver em baixo a chapa quase completamente retirada, e o material utilizado para delicadamente remover a mesma.

 

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Por incrível que pareça, mesmo estando quase toda de fora, era impossível puxar (com as mãos, com um alicate, usando um torno) o resto para fora. Porquê?

Na foto seguinte vêem a chapa toda de fora. Estão a ver aquela parte toda encarquilhada? Pois, era onde o ferro batia… a chapa deformou, e por isso é que, ao puxar, não saia. Devo dizer que, em desespero de causa, optei por usar como ponto de apoio para o ferro os balastros... tinham mais superfície de contacto, e já não tencionava usá-los para nada mesmo… aliás, por esta altura, já nem tencionava fazer mais nada, limitando-me a amaldiçoar o dia em que pensei em alterar a iluminação do aquário. Mas isso eram as dores dos vários cortes a toldarem-me o pensamento.

 

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Esta era a parte da chapa onde batia o ferro…

 

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Com a chapa cá fora, troquei de música. É sempre importante uma banda sonora adequada. Os Cramberries pareceram-me bem, e comecei então a pensar em como fixar o novo balastro lá dentro. Sem utilizar o martelo, de preferência.

 

Optei por usar a ideia dos Srs. Engºs, e prender o balastro à chapa de inox, deslizando-a depois para dentro. Cortei a parte danificada, fiz uma nova furação para prender o novo balastro, fixei uma nova caixa de derivação. Ficou assim:

 

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Pormenor da ponta com a caixa de derivação:

 

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Lindo, não está? Reparem na bonita cobertura dos cabos e tudo…

Está lindo, mas infelizmente não serviu para nada. Os pontos de solda continuaram no mesmo sítio, e não consegui fazer a chapa deslizar pelas ranhuras, mormente o uso abundante de W5 (o mano musculado do famoso Spray Bala). Solução?

Trocar de música, para que a meditação me trouxesse a luz (literalmente). Ao som de Lhasa, decidi então que o melhor era mesmo aparafusar o balastro à calha, o que poderia não ser muito fácil (o balastro fica dentro da calha, e é necessário aparafusá-lo por fora, sem qualquer espaço de manobra), mas seria sem dúvida a melhor solução. Não se esqueçam que a ideia é a calha rodar na mesma os tais 180º no pivot, pelo que tudo o que lá fique dentro tem de estar muito bem preso (mas sem solda, por favor).

Como o uso de parafuso e porca não é possível (não há como segurar a porca para apertar o parafuso, lembrem-se que o balastro ficará dentro da calha), decidi usar dois parafusos de ponta (zincados, obviamente, atenção às humidades). Comecei por fazer dois pequenos furos no balastro, um em cada ponta:

 

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Bem mais pequenos que os furos originais, suficientemente grandes para os parafusos penetrarem e forçarem o alargamento do ferro, ficando solidamente presos.

Em seguida peguei no balastro, coloquei-o em cima da calha, marquei o local dos furos. Fiz então os dois furos na calha. Coloquei o balastro dentro da calha, por modo a alinhar os furos e aparafusar o bicho, verificando então que tinha feito os furos ao contrário (deveria ter virado o balastro ao contrário quando marquei os furos na calha já que, OBVIAMENTE, o balastro ficará ao contrário quando colocado no interior da calha). A seguir desisti e fui-me deitar.

Estou a brincar, apenas praguejei.

Marquei correctamente os furos, fiz a furação (parti a minha última broca de ferro), ensaiei a colocação do balastro com sucesso.

A seguir, ensaiei a ligação do balastro às lâmpadas. Na foto anterior, podem ver o esquema de ligação do balastro. Como não percebi muito bem o esquema (eufemismo que significa que não percebi nada) optei pela solução prática, liguei o balastro à corrente e verifiquei, dos 7 contactos, quais os que tinham fase, já que a partir daí tudo é muito mais fácil. Infelizmente, 6 dos 7 contactos tem fase (e o que não tem já eu tinha percebido pelo esquema que não liga a nada, foi a única coisa que percebi do esquema). Assim, como as minhas aulas de electrotecnia já foram há muitas luas, fiz o que todo o técnico altamente qualificado faz, pedi ajuda a quem sabe, neste caso ao Rui, de modo a evitar rebentar com os diversos quadros lá de casa… aqui fica o (muito útil) esquema de ligação para totós (nos quais me incluo):

Contactos do Balastro Electrónico 2X55W PLL: 1 2 3 4 5 6 7

Suporte Lâmpada PLL 1: 1 2 3 4

Suporte Lâmpada PLL 2: 1 2 3 4

Ligações Balastro Suporte 1\Suporte 2

1 - 1

2 - 2

3 – 3

 

7 - 4

6 - 3

5 - 2

 

O último contacto do Suporte 1 faz shunt com o primeiro do Suporte 2.

4 – 1

Facílimo. Como podem constatar, as lâmpadas ligam em série, se uma fundir, a outra não acende. A prova de que dei à luz:

 

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Após este teste, liguei todos os (6) cabos correctamente ao balastro, identifiquei-os, coloquei o balastro dentro da calha e aparafusei-o. Ficou solidamente fixo, e poderei retirá-lo facilmente caso seja necessário. Os furos a mais e os parafusos foram isolados com silicone para aquário.

É necessário ligar os fios ao balastro ANTES de o colocar dentro da calha, já que, depois de estar o mesmo lá dentro, não é obviamente possível ligar nada... Identifiquei e passei os cabos correctos para cada um dos lados da calha (3 para cada lado), deixando folga suficiente para poder trabalhar com os mesmos aquando da ligação aos suportes 2G11.

A seguir, liguei o cabo de alimentação (usei na mesma a caixa de derivação que viram acima, utilizando o buraco da calha para efectuar a ligação).

Aqui está a calha com os cabos passados (incluindo o de shunt entre as lâmpadas) e o cabo de alimentação ligado:

 

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Está a ficar com bom aspecto, não está? Quase que me fez esquecer as dores nos dedos.

 

A seguir vinha a parte mais engraçada…Como prender as PLL à calha… relembro que o meu projecto original equacionava a utilização de T5, e para as fixar à calha tinha pensado em usar os Clipes de suporte. Como as T5 são tubulares, os clipes podem ser colocados por cima, por baixo, de lado, tanto faz. Ora para as PLL tinha pensado exactamente no mesmo, prender os Clipes à lateral da calha, para suporte das lâmpadas, colocando depois os reflectores por cima. Bonita ideia, não é?

Não, não é, os clipes das PLL só agarram por cima ou por baixo, não na lateral, obviamente, como aliás toda a gente que já tenha visto um Clip de fixação de uma PLL sabe. Infelizmente, não era esse o meu caso...

 

Para colocação das lâmpadas, optei por usar a mesma solução que usam muitos candeeiros com lâmpadas PLL, utilizar os Clipes dos reflectores como suporte para as lâmpadas (ao invés de, como é normal, ter as lâmpadas fixas de um qualquer modo e usar os Clipes para prender os reflectores). Passo a ilustrar:

 

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Primeiro, fiz três furos no reflector. Em seguida, marquei os mesmos na lateral da calha, e fiz a mesma furação. De forma a evitar a entrada de humidade para a calha através destes furos, cortei uma vulgar borracha de vedação de torneira, um bocadinho para cada parafuso (zincados, volto a lembrar, não queremos ferrugem na nossa linda calha):

 

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De seguida, ensaiei a montagem e a fixação da lâmpada, de forma a assegurar que tudo fica sólido:

 

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Descoberta a solução de fixação, falta ligar tudo, considerando sempre o predicado mais importante do isolamento face à agua… Relembro que, nesta altura, a calha apresenta vários buracos, nos locais onde anteriormente estavam aplicados os suportes das T8 e as tampas dos arrancadores. A calha está assim:

 

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Vou usar um dos buracos rectangulares, de cada lado, para passar os novos cabos, que ligarão aos suportes 2G11. Todos os restantes buracos serão engenhosamente isolados usando… o alumínio dos antigos reflectores das T8, cortado à medida, e isolado com silicone de aquário. Dado que a fixação da lâmpada já foi ensaiada com sucesso, não irei prender os suportes 2G11 (não tem qualquer mais valia no suporte da lâmpada). Ficarão soltos, presos apenas às lâmpadas, o que permite a flexibilidade necessária para trocar facilmente as lâmpadas quando tal for necessário.

Precisava apenas de arranjar uma maneira de isolar convenientemente os buracos por onde passam os cabos. Estou a falar destes cortes:

 

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Para equacionar uma solução condigna, tive de trocar de música, que o raio da Lhasa já me estava a irritar. Coloquei Joss Stone, e fiquei mais iluminado do que se tivesse tentado ligar as lâmpadas sem antes falar com o Rui. Decidi utilizar as tampas dos arrancadores originais, que tem borrachinha de vedação e tudo, para passar por aí os cabos. Mas vocês são muito observadores e perguntam “Mas essas tampas são redondas, como as vais por num buraco rectangular?”. Perguntam muito bem, obrigado. Já que perguntam, eu respondo. Aqui estão as tampas, a da esquerda tratada para se acomodar no rectângulo, a da direita inalterada:

 

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As tampas são efectivamente circulares e além disso, redondas, e tem uma rosca, redonda também. O que fiz foi cortar a rosca de ambos os lados, de forma a criar um género de um Clip, que fixa à pressão no rectângulo. Devo confessar que resultou melhor do que eu estava a pensar. A rosca leva à volta uma borracha de vedação e, além de encaixar com um “click” perfeito, permitiu ainda rodar um pouco, o que fez pressão na borracha, isolando todo o conjunto na perfeição. Na verdade, sou um génio, só que não o sabia. Obviamente que a tampinha foi furada para deixar passar os cabos. Eis aqui uma das tampas em todo o seu esplendor, já colocada na calha na sua morada final e com os cabos passados:

 

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Se repararem bem, podem ver um nº num dos cabos brancos, é a marcação da numeração, para saber onde o ligar no suporte (não se esqueçam que o balastro já está confortavelmente instalado no interior da calha, onde não se vê népia, quanto mais identificar para onde vai um dos 7 cabos que por lá andam).

A seguir, vem o isolamento dos cabos propriamente ditos. Ainda existe um buraco, e esse buraco ainda deixa entrar água. Para isolamento dos cabos, optei por usar manga termo-retráctil, na verdade duas. Uma mais fina para isolar os cabos dois a dois (para permitir maior flexibilidade no manuseamento, são cabos unifilares rígidos), outra mais larga para colocar sobre as anteriores, de forma a isolar a base dos cabos, junto ao buraco. Uma imagem vale mais que mil palavras:

 

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Ainda assim, e apesar do óptimo aspecto, a manga térmica não é suficiente para isolar na totalidade o orifício, pelo que teremos de realizar um acabamento com silicone. Reparem na foto seguinte, nota-se que pode haver perfeitamente uma entrada de humidade:

 

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Mas os isolamentos de silicone serão feitos no fim, agora é altura de ligar os suportes:

 

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Repete-se a operação para o outro suporte, e posto isto é altura de tapar os buracos que restam (cuidado ao cortar o alumínio dos reflectores, ainda corta mais do que o alumínio da calha, é fininho o bicho, sim, sim, corta bem…) e de acabar o trabalho isolando com silicone todos pontos por onde possa entrar qualquer réstia de humidade. Por exemplo mas não só, os próprios suportes 2G11:

 

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Ena, tanto silicone…

E eis a calha com todos os buracos tapados, e os suportes ligados, aguardando a montagem dos reflectores, que irão suportar as lâmpadas:

 

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Para um acabamento perfeito, poder-se-ia pintar a calha de preto. De qualquer forma, lembrem-se que as lâmpadas vão tapar as pequenas chapas de alumínio que se vêem na foto. Que na verdade, nem destoam. E além disso, já estava cansado, pintem vocês as vossas calhas se quiserem… olha olha…

Passando à frente, eis aqui um dos reflectores e respectivos clipes de suporte já montados. As borrachinhas pretas que vem são as que mostrei anteriormente, usadas para isolar os furos onde entraram os parafusos (zincados, não sei se já tinha dito) de fixação do reflector.

 

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E eis a calha prontinha a receber as lâmpadas, vista de cima:

 

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E vista de baixo:

 

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Com as lâmpadas, vista de baixo:

 

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E finalmente, em todo o seu esplendor, montada no seu destino final, na metade esquerda aquário.

 

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Lindo, não é? Eu também acho, obrigado…

Na foto seguinte, nota-se bem a diferença (brutal) entre a metade esquerda, com a nova calha, e a direita, ainda com a calha T8.

 

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Curiosamente, os Srs. Peixes levaram algum tempo a habituar-se à nova luz (estiveram uma semana sem luz naquela metade), parecia que tinham uma barreira invisível a meio do aquário, que não atravessavam… os peixes gato, por outro lado, ficaram pior que estragados, estavam a adorar o escuro… em particular o Pleco, que andava todo contente no lado escuro da vida, voltando agora à sua habitual inactividade diurna de esconderijo em esconderijo… não se pode agradar a todos… bowdown)

 

O projecto demorou 5 noites em pós-laboral, imagino que no total tenho levado cerca de 15 horas, mais música menos música. Todos os custos estão acima descritos, o resto do material eu já tinha.

 

Já agora aproveito para frisar que, se leram tudo até aqui, tem uma invejável dose de paciência… só por causa disso, hei-de colocar a realização da segunda calha, apesar de ser exactamente a mesma coisa (exceptuando-se obviamente o facto de estar voltada ao contrário, a selecção musical ter de mudar, os cortes não doerem tanto, e o know-how acumulado permitir a realização da mesma em 5 minutos… vá lá, 6… 7… dias…)

 

Boa sorte nos vossos projectos.

Editado por Luiggi
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isto é quase o que eu quero fazer, está perfeito!!!! tenho uma duvida: os casquilhos podem estar perto da superficie da agua onde apanham vapores directamente? ( no caso da minha montagem) sao a prova de agua?

Editado por ruymar

a experiencia partilhada fez-me ver a importancia das tpa´s!!!

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Boas Luigi

 

 

Bom DIY....

 

Tira-me só uma duvida...

 

 

Os topos de plástico (que seguram a calha), têm algum ponto de encaixe ou estão simplesmente colados?

 

é que já tentei fazer um diy para uma calha dessas e como não consegui (tb não tive para forçar) desisti logo...

 

 

Cump

 

 

jnarciso

Cumprimentos,

 

Fiquem bem...

 

 

Jose Narciso

 

 

 

__________________

´¯`·.¸¸.·´¯`·.¸.¸¸.·´¯`·.¸><((((º>

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Bom Dia,

 

Os casquilhos 2G11 não são estanques, são casquilhos normais, de utilização doméstica.

Tive de os isolar completamente, com silicone e manga termo-retráctil.

Mas os mesmo estão mesmo sob a superficie da água, apanham com toda a humidade, e por enquanto, nenhum se queixa..

 

Infelizmente, não tenho onde por mais fotos na net, senão colocava o resto do projecto, que já está pronto...

A ver se tiro umas das fotos actuais e ponho mais....

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Boas Luigi

Bom DIY....

 

Tira-me só uma duvida...

Os topos de plástico (que seguram a calha), têm algum ponto de encaixe ou estão simplesmente colados?

 

é que já tentei fazer um diy para uma calha dessas e como não consegui (tb não tive para forçar) desisti logo...

Cump

jnarciso

 

Hmmm.... não estou a perceber bem a questão (tenho mesmo de colocar os resto das fotos...).

O que segura a calha no aquário são uns suportes laterais. São de encaixe, isolados com fita de silicone, e aparafusados...

Vou tentar por o resto do texto, tenho é de tirar algumas das fotos anteriores...

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e existem suportes desses para lampadas 2g11 a prova de agua?

se nao existem, podes explicar melhor como fizeste pra serem impermeáveis? ( essa historia de silicon e manga termo-retráctil.) que tipo de silicon e o k é manga termo-retráctil e onde se compra, etc?)

outra coisa: os fios como encaxam nos suportes das lampadas, é alguma ficha ou ficam ligados permanentemente por algum tipo de fio descarnado a prender em parafuso ( moda comvencional )?

essas lampadas gastam tanto como uma lampada de 55w das outras, o k conta sao os watts para o consumo, nao?

a vida dessas lampadas como é, funcionam ate rebentarem ou vao perdendo a eficiencia e quanto tempo duram?

desculpa estas perguntas todas, mas nao estou interessado em mudar constantemente de luz no aquario! quero fazer uma coisa defenitiva, tou farto de gastar guita e nao ver resultados.

abraços e obrigado pelo tempo disponivel.....

Editado por ruymar

a experiencia partilhada fez-me ver a importancia das tpa´s!!!

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