DoenÇas Mais Comuns Em Discus : Diagnóstico Simplificado E Tratamento


Rui Ferreira de Almeida

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DOENÇAS MAIS COMUNS EM DISCUS : DIAGNÓSTICO SIMPLIFICADO E TRATAMENTO

 

Introdução

 

Como a maior parte dos aquariofilistas não possui um microscópio em casa , a observação cuidadosa dos Discus permite com algum treino diagnosticar presuntivamente a maioria das doenças nestes peixes , até porque são peixes resistentes, ao contrário da ideia que tem grande parte dos aquariofilistas . Os Discus “pedem “ a nossa ajuda manifestando alterações de comportamento e do aspecto físico muito exuberantes nesta espécie.

O tratamento empírico é o mais comum , mas deve ser alicerçado num conhecimento mínimo das doenças e da fisiologia do peixe. Este conhecimento pode ser obtido em muitas publicações e artigos dos quais recomendamos a leitura no final .

 

Prevenção

 

A prevenção das doenças é infinitamente mais fácil e mais económico do que o seu tratamento. As medidas mais importantes par esta prevenção são :

- Manter uma excelente qualidade de água e parâmetros físico-químicos adequados á espécie em questão , neste caso os Discus . Mas para além da espécie a proveniência também é fundamental . Por exemplo, é sabido que os Discus selvagens , são maís sensíveis à quantidade de matéria orgânica presente na água , e preferem águas mais quentes , mais moles, mais ácidas e mais escuras ( turfadas ). Pelo contrário, os Discus criados em cativeiro até desovam em águas mais duras com frequência. Sabemos também que os Discus selvagens são mais susceptíveis aos parasitas flagelados intestinais.

- Administrar uma dieta rica e variada . Nos períodos de adaptação e de convalescença devemos recorrer a alimentos mais energéticos como larvas de mosquito vermelha e preta, minhocas da terra cortadas em pedaços( se tivermos acesso são excelentes do ponto de vista nutritivo ) ciclopeeze, e misturas à base de coração de boi ou de aves. A junção de vitaminas( Zoe da Kentmarine ou Fishvitamins da Sera ), atractivos à base de extracto de alho ( Garlic da Kentmarine ), e acidos gordos mega ( Zoecon da Kentmarine ) , aumenta a palatibilidade da comida e ajudam a restabelecer a imunidade . Também nas lojas de produtos naturais podemos encontrar o glucamano que é um excelente imuno-estimulante.

- Fazer quarentena : Este assunto foi exaustivamente debatido no artigo do ultimo numero da revista ,nunca sendo demais enfatizar a importância da quarentena para evitar a propagação de doenças ( identificando Discus doentes ou portadores, conter a infecção e fazer um tratamento mais eficaz , mais seguro e mais económico)e facilitar a aclimatização ( num ambiente menos competitivo ) dos discus novos. Os Discus selvagens estão frequentemente parasitados com flagelados e cestodos intestinais e no meu entender , devem ser sempre sujeitos a um tratamento preventivo com metronidazol e prazinquantel .

- Tentar manter 6 a 8 peixes jovens juntos porque sendo peixes de cardume ,os Discus sentem-se muito melhor ,mais seguros o que faz com que comam melhor e o seu sistema imunitário esteja nas melhores condições.

 

Regras Gerais do Tratamento

 

Os tratamentos aconselhados neste texto, são aqueles que eu utilizo, após três anos de prática e muitos Discus tratados e observações feitas das reacções e resultados da aplicação de vários medicamentos, doses e esquemas de tratamento propostos por vários autores e Médicos veterinários .

Não posso assumir qualquer responsabilidade por reacções adversas que venham a ocorrer resultantes do uso dos medicamentos e esquemas de tratamentos aqui mencionados . A decisão final do tratamento cabe sempre ao aquariofilista e para a tomar deve basear-se não apenas neste texto, mas também em mais informação obtida na literatura disponível e nos conselhos de profissionais qualificados nesta área .

Gostaria também de alertar que os tratamentos aqui mencionados são destinados aos Discus e portanto se existirem outros peixes no mesmo aquário durante os tratamentos ,terão que ser observadas as reacções particulares das espécies em questão. No entanto sempre que se justifique irei alertar par possíveis reacções adversas de determinadas espécies a certas drogas que estão descritas na literatura ou que eu infelizmente já tive a má experiência de as constatar.

 

Antes de medicar :

 

1- Confirmar o diagnostico ,tanto quanto possível e eliminar ou corrigir possíveis causas não infecciosas.

2- Sifonar o tanque, limpar os filtros mecânicos, e fazer uma mudança de água de cerca de 30%, mas sem perturbar o filtro biológico. A matéria orgânica presente no filtro ou no fundo e paredes do aquário poderão inactivar os medicamentos.

3- Remover , caso existam carvão activado ou quaisquer outras resinas filtrantes. Deixe de aplicar quaisquer outros condicionadores do tipo protectores do muco ou removedores de metais pesados

4- Faça um registo do inicio da doença , sintomas e tratamentos efectuados. Isto poderá ser muito útil no futuro ou no imediato se existirem mais pessoas a cuidarem do mesmo aquário.

5- Se existirem invertebrados como caracóis presentes , temos que ter o cuidado de os remover porque quando morrem podem poluir o aquário tornando-se perigoso par os peixes. Se não conseguirmos devemos evitar estes medicamentos , nomeadamente à base de cobre e flubendazol.

6- Desligar a lampada de UV’s se existir porque pode inactivar certos medicamentos.

7- Durante o tratamento alimentar os peixes, mas com pouca quantidade, para não sobrecarregar o filtro biológico num momento tão crítico.

8- Rever os cálculos da quantidade de medicamento a usar e se tivermos duvidas pedir a ajuda de um amigo, ou usar metade da dose e apenas num peixe só inicialmente.

9- Fazer mudanças de água entre os tratamentos, vigiar a amónia e os nitritos se os medicamentos forem potencialmente tóxicos para o filtro biológico , e reforçar as doses de acordo com o esquema de tratamento. Não esquecer que para além de erros de diagnóstico , a maioria dos falhanços no tratamento de doenças de peixes resulta de doses mal calculadas e concentrações inconstantes de medicamentos , ou duração de tratamentos excessivamente curtos.

10- Aumentar o arejamento ( bomba de ar extra ou cabeça motorizada com venturi)

 

Após o tratamento:

 

1- Fazer mudanças de água ( cerca de 30% diariamente )

2- Usar carvão activado 2 dias para remover o resto de medicamento

3- Assim que tivermos a certeza que o filtro biológico está de boa saúde ( amónia e nitritos a zero ), podemos reassumir o esquema normal de mudanças de água.

4- Observar os peixes para verificar alguma recaída e alimentá-los com uma comida mais rica.

 

Sintomas e Tratamento

A observação dos Discus é uma arte que se aprende com a prática . Os primeiros sinais de stress são geralmente : barbatanas fechadas ( particularmente a dorsal ) , barbatanas peitorais coladas ao corpo, escurecimento, esconder ou ficar parado ou deitado num canto do aquário . Quando isto se verifica devemos entrar em alerta vermelho, eliminar possíveis causas não infecciosas , fazendo testes à água e verificar falhas no equipamento ( termostatos, filtros etc. )

 

Falta de apetite e perda de peso.

 

A falta de apetite poderá ser devido a :

 

A) Causas não infecciosas

- causas externas : novo ambiente , competição de outros peixes mais activos ou dominantes, comida inadequada

- parametros da água incorrectos : temperatura baixa, presença de compostos toxicos ( amonia, nitritos, metais pesados, nitratos), concentração baixa de oxigénio dissolvido

- tumores, malformações genéticas

 

Todos sabemos que quando um Discus novo entra no aquário pode estar até 2 semanas sem comer até se ambientar . Se o peixe recém adquirido estiver em bom estado, isto é , gordo e saudável , isto não é grave. No entanto se o peixe estiver magro, e apresentar fezes esbranquiçadas ou se for um peixe selvagem, devemos sempre desparasitá-lo contra flagelados e céstodos intestinais,com metronidazol e prazinquantel na água ou na comida se estiverem a comer, porque temos que assumir à partida que ele é portador de parasitas. Se não o fizermos, mesmo que o peixe recomece a comer nunca vai engordar . Evidentemente que qualquer peixe recém adquirido deve passar por um período de quarentena . Se for um peixe selvagem podemos baixar o pH para valores próximos de 6 par além de subirmos a temperatura para 30 a 32º C. Também é mais fácil colocar o peixe a comer num aquário sem competição ,embora por vezes um dos truques que uso, é colocar com o peixe novo que apesar de desparasitado, e depois de oferecer todas as iguarias ( larva de mosquito, coração de boi ou de aves, minhocas da terra quando é possível , com atractivos à base de extracto de alho e vitaminas e ácidos gordos) e de colocar a temperatura e o pH em valores óptimos, insiste em não comer, junto com 4 ou 5 Discus comilões de tamanho parecido.

 

 

B) causas infecciosas

- Flagelados . Estão geralmente associados a outros sintomas como fezes esbranquiçadas e gelatinosas, “ cospem a comida “, nos casos crónicos buracos na cabeça e no órgão da linha lateral

- Ténias . Vermes achatados segmentados

- Nematodos. Vermes redondos como a Capillaria .

- Bactérias

- Parasitas das guelras e da pele( vermes ,protozoários ) . Nos últimos estágios da infecção os peixes param de comer.

 

 

A alimentação forçada com seringa é muito stressante e, na minha opinião, não tem lugar no tratamento dos Discus.

 

Lesões da Pele

 

A observação cuidadosa das alterações da pele dos Discus é um dos melhores métodos para detectar problemas de saúde .

Pequenos arranhões podem ser apenas resultado de apanha com a rede, ou de pequenas escaramuças como expressão da dominância . Não têm significado e desaparecem ao fim de alguns dias.

 

Os sinais mais importantes são :

- Escurecimento persistente

- Manchas de descoloração

- Pontos e máculas brancas

- Aumento da secreção de muco ( neste caso é útil observar o peixe obliquamente porque se torna mais fácil observar o filme viscoso com laivos de branco na pele do peixe )

- Altos, escoriações e feridas abertas ( tumores, traumatismos, infecções )

- Escamas levantadas

- “Buracos “ na cabeça por carência nutricional e/ou flagelados intestinais

 

Também nestas lesões é importante distinguir as causas não infecciosas das infecciosas .

 

A) causas não infecciosas

 

Nas causas não infecciosas a acidose ( pH abaixo de 5 ) e a intoxicação por amónia ou nitritos são uma das causas mais comuns de aumento da produção de muco , e feridas ulceradas. Na prática é como se fosse uma queimadura provocada por ácido . Claro que neste casos existem outros sintomas como a respiração acelerada ( branquias cheias de muco ), opacidade da córnea ( olho branco e ulcerado ), natação anormal, e barbatanas fechadas e que tendem a apodrecer. A acidose é comum porque os entusiastas dos Discus tendem a manter os peixes , sobretudo no intuito de os reproduzir , em águas muito moles, usando água de osmose, sem poder tampão nenhum . Basta falhar uma mudanças de água para que a acumulação de fenóis , de nitratos, e de CO2 provoque uma queda brusca de pH . Para o evitar e sabendo que, para os ovos não sofrerem choques osmóticos e rebentarem, a conductividade deve estar entre 50 e 180 mS o ideal será estarmos perto do limite superior , isto é , entre 140 e 180 mS ( entre 4 e 5º dH na escala alemã – 1dH = 33 mS para quem não tem medidor de condutividade ). Claro que isto só interessa nos casais em reprodução ,porque os peixes jovens crescem melhor em águas mais duras, com 250 a 350 mS ( 7 a 10º dH).

As feridas por traumatismos devido a objectos com arestas na decoração e a “arranques e choques “ contra os mesmos provocados por sustos devido a sombras podem ser minimizadas colocando sempre um fundo escuro exterior ou interior no vidro traseiro . Também certos peixes com “ ventosas “ ( Plecostomos ) podem produzir feridas circulares no flanco dos peixes , para sugarem o muco .

Estas feridas traumáticas, quando removemos a causa ,geralmente curam-se espontaneamente ou recorrendo a uma concentração baixa de azul de metileno ou de acriflavina . O uso de antibióticos raramente é necessário e apenas se justifica nos casos mais graves quando as feridas infectam.

Na maioria dos casos os tumores não são tratáveis.

 

 

B) causas infecciosas

 

- Gyrodactilus – Escurecimento, comichão (esfregam-se nos objectos). Tem uma evolução mais lenta.

 

- Protozoários : Ictyobodo (Costia), Tichodina, Chilodonella – Escurecimento, pontos brancos de vários tamanhos, aumento da produção de muco, manchas brancas, comichão ,barbatanas fechadas e perda de peso nos casos avançados . Frequente quando existe sobrepopulação, má qualidade de água, excesso de matéria orgânica e faltas de eletricidade com o filtro muito tempo parado ,baixa de temperatura e diminuição da concentração de oxigénio dissolvido.

 

- Infecções bacterianas – Escurecimento, manchas brancas, comichão, barbatanas fechadas, parados num canto no fundo do aquário. È frequente após o transporte ou quando existem más condições de água , nomeadamente excesso de matéria orgânica devido á falta de sifonagem, falta de limpeza dos filtros mecânicos e excesso de comida .

 

- Praga dos Discus – Grandes manchas formando um padrão reticular . Os Discus apresentam uma espécie de rede de muco viscoso e esbranquiçado em algumas zonas. Por baixo a pele está muitas vezes ulcerada e os olhos estão opacos. Quase todos os peixes no mesmo aquário apresentam estes aspecto e além disso exibem dificuldades respiratórias . É difícil de tratar e a mortalidade é geralmente muito elevada. È extremamente contagiosa e de evolução rápida. O uso de acriflavina + verde malaquite + kanamicina foi o que me deu melhores resultados. Nos casos desesperados faço banhos curtos com permanganato de potássio.

 

Em muitos casos não é fácil distinguir uma infecção por protozoários de uma infecção bacteriana sem a ajuda de um microscópio. Além disso elas , coexistem na maioria dos casos , o que é facilmente verificável pelo apodrecimento das barbatanas ( bactérias ) . Por esta razão eu aconselho a fazer nos casos mais suaves um tratamento com acriflavina e verde malaquite e nos casos mais graves um tratamento com formalina e verde malaquite e um antibiótico como o nifurpinol. Se suspeitamos de Gyrodactilus devemos tratar com banhos de formalina ou então com prazinquantel. Antes devemos sempre fazer uma sifonagem do fundo, aumentar o arejamento, limpar os filtros mecânicos e fazer uma mudança de água .

 

 

 

 

Lesões do Olho

 

Córnea enevoada, arranhada, coberto por uma espécie de algodão. – Agressões por outros peixes, transporte, ataques de pânico com choques, objectos ponteagudos, acidose com ou sem infecção bacteriana ou fúngica secundária. Na maioria dos casos , o uso de sal ou de uma baixa dose de acriflavina ou azul de metileno e a melhoria da qualidade da água resolve o problema permitindo uma recuperação total . Nos casos mais graves teremos que recorrer a um antibiótico.

 

“Popeye”( olho saliente ) – Doenças crónicas , má qualidade de água, infecções bacterianas .

Cataratas – idade , trauma, sequela de infecções

 

Lesões das Barbatanas

 

Apodrecimento das barbatanas – Geralmente resulta de uma causa física ou de má qualidade da água, o que abre caminho a uma infecção bacteriana secundária . Neste caso o uso de sal ou de uma baixa dose de acriflavina ou azul de metileno e a melhoria da qualidade da água resolve o problema. Nos casos mais graves devemos recorrer aos antibioticos.

Manchas ou pontos brancos – Infecção por protozoários .

Barbatanas fechadas ou coladas ao corpo – É muitas vezes o primeiro sinal de que os Discus estão doentes ou em stress.

 

Respiração Anormal

 

Respiração acelerada, à superfície tentando apanhar o ar , um dos opérculos fechado( mais frequente nos vermes das guelras ), excesso de muco nas guelras que parecem sair do opérculo( mais frequente nas infecções por protozoários ,bactérias , acidose ou intoxicação por amonia ou cloramina ). Devemos ter em conta que os peixes quando se alimentam ou estão excitados respiram mais depressa. Também os peixes jovens respiram com maior frequência que os adultos.

 

Causas não infecciosas:

 

- Falta de oxigénio – Falta de arejamento ( reduzido movimento de água à superficie ), excesso de matéria orgânica( filtros mecânicos impactados, excesso de comida , falta de sifonagem ) , supercrescimento bacteriano ( má qualidade de água , medicamentos com excipientes açucarados , resíduos de medicamentos que se agarram aos vidros e ao fundo formando um “filme” favorável ao crescimento bacteriano ), temperatura muito elevada. A baixa concentração de oxigénio dissolvido nos aquários de Discus é frequente devido a serem usados geralmente aquários altos com pouca circulação e temperaturas elevadas . O teste de quantidade de Oxigénio dissolvido é infelizmente muito pouco usado e deveria ser um “must” nestes aquários. A concentração de oxigénio dissolvido deveria estar sempre acima de 7 mg/litro.

 

- Amónia - Aquário não maturado, filtro biológico destruído por antibióticos ou desinfectantes como permanganato de potássio ou azul de metileno , paragem do filtro

 

- Cloramina na água da torneira, queda de pH, formalina em dose excessiva ou sem aumento do arejamento

 

Causas infecciosas

 

- Dactylogyrus ( vermes das guelras ) – Nos peixes adultos raramente provoca problemas , mas nos peixes jovens é frequentemente mortal. O tratamento de eleição é com prazinquantel na água.

 

- Protozoários – Formalina + verde malaquite

 

- Bactérias - acriflavina , sal ou antibióticos.

 

Natação Anormal

 

- Cabeça para baixo, deitados de lado no fundo do aquário. – má qualidade da água, reacções adversas a medicamentos, obstrução intestinal , infecção da bexiga natatória, estado terminal de doenças infecciosas.

- Arranques súbitos - má qualidade da água, parasitas na pele, choques eléctricos( material mal isolado ) ,reacções adversas a medicamentos.

 

As acumulações de gazes intestinais , devido a indigestões por comida inadequada ou mal descongelada, podem perturbar o funcionamento da bexiga natatória .Devemos parar a alimentação e adicionar 2 colheres de chá de Sulfato de Magnésio por 40 litros de água. Geralmente isto resolve a situação em poucos dias.

No caso de infecções da bexiga natatória o uso de antibióticos e de metronidazol pode resolver alguns casos . Noutros as lesões poderão ser permanentes comprometendo o equilíbrio do peixe.

 

Medicamentos da Minha Preferência Para Tratar Discus

 

Metronidazol - Flagyl ou Metronidazol da Seachem para flagelados intestinais – 250 mg ( 1 comp. de flagyl )/ 40 lt de água duas vezes por dia durante 3 a 6 dias ; 1 gr por 100 gr de comida durante uma semana. Nos casos desesperados uso o dobro da dose na água.

 

Prazinquantel - Droncit . Não usar as especialidades farmacêuticas que contenham associações com outros medicamentos ,geralmente designados por “plus”. 2mg /l de água . Repetir passado uma semana.

 

Formalina + Verde malaquite - Costapur da Sera ; Paraguarg da Seachem. Para Protozoários externos. Aumentar sempre o arejamento

 

Acriflavina + Azul de Metileno - Bactopur - Para infecções bacterianas simples

 

Acriflavina + Verde Malaquite - Omnipur da Sera - Para infecções bacterianas simples e para protiozoários externos quando existem espécies no mesmo aquário com sensibilidade à formalina : Tetras , Peixes gato sem escamas ( Botias ,Corydoras) , Escalares Altum.

 

Nifurpinol - Bactopur direct da Sera – Para infecções bacterianas

 

Kanamicina - Seachem - Para infecções bacterianas

 

Permanganato de Potássio - Farmácia ( comp de 500 mg ) - Em banho prolongado no aquario na dose de 2 mg por litro .Em banho curto ( 20 mg por litro durante 1 minuto apenas ) como ultimo recurso em casos desesperados que não cedem aos outros tratamentos

 

Sal marinho - 2 colheres de chá para 50 litros de água ( 2 gr por 10 litros ) - Para infecções bacterianas simples.

 

Sulfato de Magnésio - Para impactações intestinais. 2 colheres de chá por quarenta litros de água.

 

Garlic da Kent Marine ou da Seachem ( atractivo, estimula o sistema imunitário )

 

Na maioria dos casos, utilizo princípios activos puros e faço as misturas das soluções ,porque os consigo obter como Médico Veterinário e posso receitá-los e dispensá-los duma forma legal . No entanto, os medicamentos que listei são, na sua maioria, formulados para peixes, portanto de fácil obtenção em lojas de aquariofilia. Já os experimentei todos, com bons resultados. Quando a formalina é usada devemos ter atenção à concentração de oxigénio dissolvido e devemos aumentar o arejamento. Se temos dúvidas em relação á sensibilidade de alguma espécie de peixe que tenhamos junto com os Discus , devemos usar apenas metade da dose.

 

Rui Ferreira de Almeida

Médico Veterinário

  • Obrigado(a) 1
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Boa tarde.

Acabei de me colocar numa situação ingrata pois "ensinar" piano a um pianista :lol: .

No entanto cá vai.

Tenho alguma experiencia em discus e nesta mensagem do Rui Ferreira Almeida discordo em 2 coisas (ai jesus! :wink: ):

 

1º Por experiencia e apoiado em informação recolhida em criadores Asiáticos e Americanos, a alimentação viva/congelada proveniente de agua doce (larvas mosquito, Tubifex, Daphnias,etc.) vem infestada de parasitas os quais, sobrevivem no aquario e reproduzem-se.

A artémia e o Krill, por expl., como são provenientes de àgua salgada, ainda que tragam parasitas, estes morrem e não se reproduzem em agua doce.

Nos meus peixes desde que cortei a alimentação dos ditos "Bichinhos doces" o problema com os parasitas desceu a 1%.

 

2º Penso que (?), infelizmente, parte dos parasitas dos discus (Gyrodactilus, Dactylogirus e afins) desenvolveram resistencia ao PRAZIQUANTEL.

Efectuo o tratamento 3 X espaçadas de 8 dias (1 a + por segurança) e passados alguns dias os vestigios aparecem.

Como os discus são mantidos normalmente a 30 º o que acelerá tambem o ciclo reprodutivo dos bichinhos já fiz o tratamento 3 vezes espaçado de 5 dias e uns dias depois "Voilá".

Na minha opinião o Formol resulta melhor e é, na dosagem de 2ml/100lt, muito bem tolerado por discus, filtros, ovos, alevins recem-nascidos e alevins que já nadam.

Para já...

João Paulo Machado

"the more water-changes you make a day, keeps the doctor away". (sic)
"A Àgua continua Viva!"

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Viva João

 

Até que enfim alguém faz uma crítica, porque já estava a pensar que tinha estado a escrever o artigo " para o boneco". Por favor critiquem ,façam perguntas etc.

João de Discus percebes muito mais do que eu seguramente. Eu apenas sei algumas coisinhas sobre doenças.

Penso que terás razão no que diz respeito à comida viva. Aí o risco de transporte de parasitas é maior , embora eu pense que seja maior o problema com as bacterias do que propriamente com parasitass tipo Spironucleus ( hexamita) ou Vermes das guelras ,pele ou intestinais. E isto porque nenhum deles precisa de tubifex ou larvas para completarem o seu ciclo de vida e dificilmente se encontram fora do hospedeiro durante muito tempo. Estes parasitas sobrevivem e transmitem-se em espaços fechados como o nosso aquário.

Quando referes que dando Krill ou artemia os peixes deixaram de ter parasitas e apresentam-se melhores é porque provavelmente e especialmente com o krill ( não com a artemia que é mais fraca do ponto de vista nutricional a não ser que seja enriquecida com ácidos gordos ou spirulina ) os estás a alimentar melhor e logo a estimular o sistema imunitario. O kril é um excelente alimento bem como ,e aqui dou uma dica se ainda não experimentaste , o Cyclopeeze que eles aceitam muito bem mesmo em flocos. Ambos saõ muito ricos em energia, proteina, ácidos gordos e astaxantina.

Na comida congelada tenho as minhas duvidas que os parasitas e mesmo as bacterias sejam viáveis . Muitas vezes o problema de contaminação bacterina é numa descongelaçao incorrecta.

João quanto ao prazinquantel e a sua perda de eficácia no tratamento do Dactylogirus, deixo esta pergunta- tens a certeza que é isso que eles têm ? quais os sintomas? respiração acelerada? muco nas branquias?podem ser outros parasitas e bacterias para responderem ao formol e não ao prazinquantel. Mas é verdade que o formol é eficaz nos vermes das guelras mas normalmente apenas numa concentração maior ( 5 ml por 100 lt ) que se torna perigosa em peixes pequenos. é claro que se usares na concentração normal pode ajudar eleminando os vermes mais pequenos.

 

Cump.

Rui

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Grande Rui.

Parece que este tópico se transformou, não numa "discussão" como pretendido, mas sim numa "biscussão", pois só intervimos os 2.

Relativamente aos Cyclopeeze nunca esperimentei mas como ainda sou novo.... :D

João quanto ao prazinquantel e a sua perda de eficácia no tratamento do Dactylogirus, deixo esta pergunta- tens a certeza que é isso que eles têm ?

O diagnóstico das doenças, especialmente as que não são visiveis a olho nu, revela-se, às vezes, particularmente dificil.

Faz parte dos meus planos adquirir um microscópio + - sofisticado para me ajudar e ver se arranjo um veterinário que me "abra os olhos" :wink: .

A minha análise passa pelos clássicos sintomas:

- "Bocejo", "cuspir em seco" e em casos mais avançados 1 operculo

fechado ou parcialmente fechado.

Conforme conversámos anteriormente houve um periodo em que os discus "me faziam" centenas de filhos e no momento em que começavam a nadar morriam todos.

Adoptei a técnica, que ainda estou a apurar, de no dia seguinte à desova começar a efectuar tratamentos de formol 2ml/100 lt - diários até aos peixitos começarem a nadar e... neste momento tenho uns 400 disquitos em casa.

Há um documento, http://edis.ifas.ufl.edu/FA027, que me parece credivel, que menciona o P. P. como o produto de eleição para estas situações (2mg/100lt) e cujo impacto na filtragem dum sistema de ciclideos africanos foi nulo.

Este mesmo procedimento foi-me aconselhado por um "amigo" Andrew Soh, ex-criador de discus, juiz de concursos e com livros editados, mas o meu receio prende-se com o facto de na Asia a criação de discus ser feita em aquarios sem qualquer tipo de filtragem e ninguem sabe o impacto nos filtros.

Continua....

Um abraço.

JPM

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"A Àgua continua Viva!"

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Sulfato de Magnésio - Para impactações intestinais. 2 colheres de chá por quarenta litros de água.

 

Rui, o Sulfato de magnésio poder ser usado no tratamento de infecções intestinais de ciclídeos hervivoros? como é o caso do malawi bloat?

 

cumps

João Magalhães APC #45

 

http://joalmag.blogspot.com/

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Boa noite

 

João, o sulfato de magnésio é mais um laxante do que um antibiótico, por isso servirá para obstipação intestinal e não para estados avançados de infecções bacterianas como o Bloat.

 

João Machado, em relação ao uso do P.P o qual estou habituado a usar, não concordo que mesmo a 2ppm seja inofensivo.

Se o permanganato tem como factor de destruição o seu poder de oxidação das duas 1o corroi a parede celular e chega ao citoplasma e aí não vejo como uma nitrosoma seja diferente de qualquer outra, ou a concentração de P.P. não é suficiente e não as destroi, nem a umas nem a outras.

 

De qualquer forma, não sei se por engano teu " (2mg100l) é uma concentração muito baixa a que costumo usar é 2 p.p.m (2mgL).

Com a concentração de 2ppm garanto que há impacto no filtro biológico, pois já experimentei e de facto a amónia surge.

 

Por isso com essa concentração (0,002 ppm) não sei responder mas parece-me demasiadamente baixa para ter qualquer impacto mesmo em protozoários.

 

Tenho de experimentar :shock:

 

 

 

Abraços

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Viva João Magalhães . O Hugo já respondeu. O sulfato de magnésio é um laxante. No malawi bloat usa-se metronidazol combinado com nifurpinol, porque se pensa que seja uma infecção por Cryptobia ( flagelado intestinal) complicada por vezes com bactérias. No entanto, após este tratamento o sulfato de magnesio poderá ajudar em alguns casos.

O permanganato de potassio na dose de 2mg/ lt afecta o filtro biológico mas não estereliza. Há uma grande diferença. Tudo depende da quantidade de bacterias inicial para sabermos se as que ficam são suficientes ou não para processar a amonia e nitritos. Depois é só fazer testes para controlar .

Cump.

Rui

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Hugo, obrigado pelo esclarecimento.

 

Rui, muito agradecido pelo tópico e pela ajuda. Tópicos como este é que nos levam a aprender mais alguma coisa e ajudam-nos a não cometer atrocidades com os nossos peixes. :wink:

 

Obrigado aos dois :lol:

João Magalhães APC #45

 

http://joalmag.blogspot.com/

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João Magalhães, apesar de ter sido mais para as "solhas " ainda bem que gostaste. A maioria dos tratamentos poderão ser evidentemente aplicados nos outros ciclideos e até noutras espécies. Em tetras e em Peixes gato sem escamas teremos que ter cuidado com a formalina e verde malaquite e usar metade a 1/3 da dose.

Cump.

Rui

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Boas pessoal.

Grande Rui.

Estive a reler o tópico e apesar de toda a gente afirmar que se a "densidade" da àgua for superior à do ovo eles "implodem" eu tenho uma teoria diferente :onfire: .

Parece-me que tambem tu és um amante do mergulho e já reparaste que por expl. as santolas, crustaceos em geral, vão buscar aos minerais da àgua o necessário para o endurecimento da casca.

Ora eu já tive discus em àgua de 450 Ms e mesmo assim nasciam alevins, 5/10.

Normalmente apareciam como numa "enfiada" vertical.

Parece-me estranho que em caso de "implosão" não "implodissem" todos!?

As "discas" quando põem os ovos, os mesmo têm um orificio que permanece aberto por um curto lapso de tempo até à entrada do "dito-cujo" espermatosoide.

Quanto menor a mineralização da àgua maior o tempo que permanece aberto.

Assim com aguas "algo duras" só são fertilizados os ovos onde o "bichinho" entra de imediato ao contrário das "outras aguas" onde mesmo que a "queca" seja ao lado o "bichinho" tem tempo para dar "ao pedal", ou seja, nadar.

è esta a minha teoria :lol: .

Um abraço.

JPM

Ps->Venham elas.

"the more water-changes you make a day, keeps the doctor away". (sic)
"A Àgua continua Viva!"

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Viva João

A tua teoria é interessante. A que eu transcreve é a que geralmente os autores descrevem , mas de facto não justificam as excepções ( como quase nenhuma teoria).

No entanto, eu posso alvitrar outra que me lembrei agora. E se os fungos que matam os ovos se derem mal em àguas mais moles e geralmente mais ácidas ?Nesse caso as probabilidades de infecção seriam menores e mais ovos vingariam. Nós sabemos que as bactérias e fungos não gostam geralmente de ambientes mais ácidos. :lol:

Cump.

Rui

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Grande Rui.

Certo mas...

Eu às vezes vejo os "gajos" desovarem e sabes...quando o macho cumpre, o que nem sempre é fácil, não aparecem fungos.

No meu caso tenho a àgua em ph 6,6/6,8 (não muito acida) Cond. 150 Ms e vejo que em relação a nascimentos o macho faz a diferença.

O resto (tratarem dos filhos, crescerem,etc) é outra conversa.

Boa noite.

JPM

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Caro Rui.

Absolutamente, absolutamente....NÃO.

Agora como tenho 6 casais em aquarios ligados a uma sump e tenho casais que num dia em +-150 ovos nascem 30 peixes outros ao lado em 150 ovos nascem 120 peixes, outros 95, etc.

EXACTAMENTE a mesma àgua mesma comida, tudo.

Nada de Azul de metileno ou formol, nada.

Por isso....

Um abraço.

JPM

"the more water-changes you make a day, keeps the doctor away". (sic)
"A Àgua continua Viva!"

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Continuando a "Biscussão".

Rui F. Almeida:

porque os peixes jovens crescem melhor em águas mais duras, com 250 a 350 mS ( 7 a 10º dH).

Eu diria mais, 450 a 800 Ms.

Qundo tenha um bocadinho para a bricolage vou tentar engordar os "gajos" com àgua do furo + - 1250 Ms.

Quase que "juro" que vão crescer mais....ou morrer.

Depois "posto" o resultado.

Os meus crescem com 450 Ms e atinjo 6 cm em 90 dias.

ATENÇÃO não sou um profissional, não consigo fazer, durante a semana, as mudas de àgua que gostava nem alimentá-los 10/15 vezes ao dia.

E não tenho os aquas disponiveis que os criadores profissionais têm para "stockar" 50 peixes de 4/5 cm para 400lt de agua.

Um abraço.

JPM

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Bem ,quero acrescentar, e o João sabe disto, que eu nunca criei Discus. Apenas vi uns nascer e crescer lá na loja sem que eu fizesse nada por isso. Portanto não percebo nada disso e estou aqui apenas a colocar algumas questões a quem ,de facto, sabe disto como o João, para eu e mais algumas pessoas aprendermos com a sua experiência.

Cump.

Rui

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Rui.

Mais uma achega.

Acerca do vulgo "coração de boi" e após constatar que os discus ficavam com as fezes muito "grossas" e visivelmente duras, só de ver até a mim doía :? , substituí o coração por figado de vitela, que não beba muito bagaço :lol: .

Segundo algumas opiniões menos gordo e mais rico que o próprio coração.

Rui aqui tu tens conhecimentos e podes dar a tua opinião!

Com o figado, ao fazer a papa, tem de se ter mais cuidado a triturar senão fica liquido.

Noto no entanto grandes melhorias no "cócó" dos bichos que agora tem um aspecto menos duro e muito mais proporcional ao tamanho do peixe.

Já volto :( .

JPM

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Eu quando fiz comida para discus já usei coração de boi , coração de peru e fígado. Não gosto do coração porque dá muito trabalho a tirar a gordura e o tecido fibroso. O de perú é um pouco melhor mas de qualquer forma o valr nutricional e a digestibilidade não compensam o esforço. Mas prefiro o fígado e de facto é mais rico nomeadamente em vitaminas.O problema é a consistência . Sendo muito friável tem que se passar muito pouco. Usei também ovas de peixe e Krill, spirulina e extracto de alho que me parecem boas adições. Agora se fizesse incluiria Cyclopeeze.

A comida congelada do Stendker parece-me bem boa e ele tem optimos resultados.

Cump.

Rui

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Ola Claudio.

"A malta de Cascais e de Corroios é assim" :D .

Sim eu nasci em Corroios.

Repara nos meus "Avatares" abaixo, parecem-se com o teu :) .

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Pic_6151_14.jpg

;)

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Ajuda urgente

 

Tenho um eslar com Dactylogyrus por baixo da guelrra tem tipo uma bolinha pequena esbranquicada. Que medicamento devo de usar é este

Prazinquantel - Droncit . Não usar as especialidades farmacêuticas que contenham associações com outros medicamentos ,geralmente designados por “plus”. 2mg /l de água . Repetir passado uma semana.

 

E na farmácia peço como chama-se mesmo droncit

Cumprimentos Tiago Oliveira
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Boas,

Como no tópico ninguém me respondeu, pode ser que aqui alguém diga alguma coisa , (o Rui Ferreira de Almeida por ex.) :roll:

http://www.aquariofilia.net/forum/viewtopi...=asc&highlight=

Abraços

Miguel Angelo

Os meus Discus

 

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