Peixes Transgénicos


Joaoavo

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Boas,

 

Depois do flagelo dos peixes pintados artificialmente com recurso a injecção de tintas (processo com taxas de mortalidade de 90%), que continua difícil de erradicar de ciculação, e cuja venda ainda é feita por lojas ditas conceituadas, parece estar na moda a venda de peixes transgénicos. São obtidos por modificação genética que consiste na introdução de genes que expressam proteínas fluorescentes (presentes em alguns invertebrados marinhos). Desconheço se como consequência disso ou como artífice para impedir a criação destes animais (patenteados), estes são estéreis.

 

Tanto quanto sei, e já fiz inúmeras pesquisas, a venda destes peixes é ilegal na União Europeia (e noutros países).

Já levantei a questão a um dos patrocinadores do fórum que publicita chegada destes peixe regularmente, mas parece que preferiram ignorar. A falta de fiscalização permite que os peixes ornamentais continuem a ser explorados de forma bárbara para satisfazer os caprichos de gente que não respeita a natureza.

 

Alguém sabe a quem se pode denunciar estes casos?

 

 

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Boas

Eu não sei,talves a GNR,porque a GNR anda a fiscalizar mercados

onde vendam animais neste caso pasaraos,ate já deu na TV,e tbm

lojas,gostava de ajudar mais,mas também não faço ideia nenhuma.

Cump: Álvaro Silva

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Apoio a 3000000%

Aliás o Fórum, que no feedback das lojas, e bem, refere o respeito pelos direitos dos animais, deveria recusar liminarmente o patrocínio desses carniceiros.

Editado por Nuno Prazeres
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Desde já obrigado pelas respostas e por se terem dado ao trabalho de ler isto.

 

Hoje tentei informar-me da legislação através da sociedade protectora dos animais, mas ainda não obtive resposta.

 

Em relação aos peixes transgénicos, a sua origem teve bons fundamentos, sendo que os animais modificados seriam indicadores para poluentes em águas. O problema é que isso foi explorado desta forma... E isto é uma coisa que passa ao lado de muita gente e ninguém faz nada.

Aliás, vê-se pelo número de visualizações que este tópico teve desde as 9 da manhã (30) contra um tópico na secçao de vendas com menos 12h online (200+)

 

Cumprimentos

Editado por Joaoavo
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Há pouco respondi de passagem e nem me lembrava. Estive na semana passada numa loja que de facto patrocina o forum e, sim, lá estavam os Danio rerio versão tuti-frutti.

 

Nunca tinha visto mas nem quis olhar de perto.

 

Quando apareceu o chamado ciclídeo papagaio também fiquei chocado.

 

Lembro-me em miúdo de ter um peixe de água fria preto chamado "telescópio" que tinha os olhos saídos e desde então sempre achei horrível seleccionarem-se aberrações destas.

 

Enfim... se não houvesse procura, não havia oferta.

 

Resta-me não gastar um euro que seja em estabelecimentos que comercializam deformações ou manipulações genéticas.

 

Já por diversas vezes saí de um restaurante depois de estar sentado por lá ver um pobre animal embalsamado.

Informo o empregrado do motivo, pego na família e saio porta fora.

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Essa estratégia de não gastar dinheiro nesses estabelecimentos tem 2 problemas:

 

1 - quase todas as lojas vendem esses peixes, reduzindo bastante o leque de estabelecimentos onde podes adquirir bens relacionados com o hobby

 

2 - por cada pessoa que se recusa a comprar esses peixes, há 10 ou 20 a fazê-lo.

 

Duvido sinceramente que as lojas de aquariofilia sobrevivam exclusivamente dos clientes informados, que na grande maioria das vezes, são os que fazem as compras mais racionais e tendem a não sobrepovoar o aquário. Os clientes menos informados são os que fazem compras por impulso e acabam por garantir o grosso da facturação das lojas.

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A culpa é unica e simplesmente a falta de informação

No outro dia levei a minha mãe a uma loja de "aquariofilia" e ela queria comprar uns transgenicos, neste caso os danios ... quando eu lhe expliquei o que aquilo era ela ficou chocada e queria dar uma descompostura a dona da loja.

Se todos soubessem o que se passa com aqueles peixes antes de chegarem á loja tenho a certeza que a quantidade de pessoas a comprar diminuia drasticamente.

 

Quanto ao que fazer para reportar sinceramente não sei

Guilherme Martins

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Aqui tens :

 

" Why can’t I buy GloFish in Australia, Canada, or Europe? At present, Australia, Canada, and Europe prohibit the marketing of any genetically modified organisms, including our tropical fluorescent fish, until they are cleared through an extremely complex and costly review process. For now, due to the time, expense, and uncertainty involved with the approval process, we have no plans to pursue approval in any of these jurisdictions."

Guilherme Martins

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@ Rodrigo,

 

Em primeiro lugar e se não se importa, o nome é João Avó e não há qualquer confiança entre nós para me tratar por tu.

Em segundo lugar no meu OP referi que os animais são estéreis, mas a origem dessa condição não era clara, pelo que poderia ser para impedir a sua reprodução e não como consequência da mutação. Portanto não tem nada para estar a refutar.

Em terceiro lugar no OP disse que "tanto quanto sabia" os peixes transgénicos eram de venda proibida. Não afirmei com certeza que o eram, até porque não tenho qualquer formação em direito, mas sendo o Rodrigo um gerente de uma marca de produtos do hobby, provavelmente possa esclarecer a comunidade. É ou não verdade que a venda de animais trangénicos é regulada por directivas da União Europeia, que proibem a sua venda com excepção das espécies listadas em directivas como a 2001/18/EC? Se for esse o caso, e creio que o é, podendo estar enganado, estes novos peixes transgénicos ornamentais nao constam de nenhuma lista que tenha encontrado. Para além disso nunca referi que os peixes pintados eram de venda proibida, apesar de achar que deviam ser. Mas se o Rodrigo aprova esta prática apesar de representar a morte de 90% dos peixes no processo, continue a apoiar.

Editado por Joaoavo
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Deixo um link que pode ser útil. Permite descobrir uma série de GMO's que são permitidas na união europeia.

 

http://ec.europa.eu/food/dyna/gm_register/index_en.cfm

 

O facto de existirem disponíveis para importação numa série de listas, a confirmar que são proíbidas, explica-se facilmente pela falta de fiscalização. GMO's para fins não alimentares não têm muito controlo.

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Acho que a questão, como de costume nestes temas relacionados com ética, cai erradamente na discussão do que é legal quando se deveria centrar no que é ou não correto. Se não é ilegal, então está correto. Se fosse assim ainda se vivia sob o direito romano.

 

É correto fazer seleção reprodutiva para criar aberrações como o telescópio ou guppys e betas com caudas de tal maneira desproporcionadas que ficam com a coluna deformada? (é que os peixes também sentem dor)

 

É correto fazer hibridizações extremas como o peixe papagaio sendo que se desconhecem os efeitos de tal prática em índices de mortalidade precoce e sofrimento causado pelas deformações óbvias?

 

É correto injetar tinta em peixes para alegadamente ficarem mais bonitos, sabendo-se que mais de 90% morrem no processo e que seguramente que se causa um sofrimento extremo aos animais?

 

É correto manipular o DNA duma determinada espécie para ativar determinadas características visíveis que os peixes não têm na natureza desconhecendo-se se outras características menos precetíveis também estarão a ser ativadas ou inibidas?

 

O meu entendimento é que nenhuma delas é correta, sejam essas práticas ilegais ou não.

 

Acho pessoalmente que deviam ser ilegais e acredito que tal coisa acontecerá um dia (é a trajetória natural da civilização).

 

Agora tenho o direito de não gastar um tostão com quem defende tais práticas e a obrigação moral de divulgar abusos, quando estão em causa valores primários de direitos dos animais, estejam eles ou não consagrados na lei.

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Boas,

 

Esta questão dos Glofish (quer danios quer medakas) já tem alguns anos de história e convém pensar sempre nas inúmeras formas de contornar esta legislação que existem:

- Caso se defina/esteja definido que é proibido comercializar este tipo de animais com intuitos que não os iniciais (pesquisa laboratorial), convém definir claramente as espécies ou o gene que é banido e em que circunstancias este pode ou não ser utilizado. Porém, se alguém cruzar um Glofish com um exemplar de coloração/morfologia selvagem temos um problema mais grave: estará latente nessa descendência um gene, quer se encontre expresso ou não que é proibido, levando criadores futuros a não conseguirem controlar esse factor como a legislação o exige resultando numa descendência "ilegal" ou não.

- Pode ser feito o cruzamento entre espécies: no caso dos danios geneticamente modificados podem ser cruzados com outras espécies de danios, resultando num híbrido, que poderá ser "glofish" ou não, sobre o qual nenhuma patente ou legislação consegue controlar e que transmitirá quer o gene proibido para gerações futuras.

Existe paralelamente um problema, como também já foi mencionado aqui, que é a desinformação quer do comprador quer do vendedor. Não deixa de ser um facto que muitos comerciais guiam-se por premissas estritamente comerciais, isto é, desconhecem em absoluto o historial do peixe, muitas vezes a espécie encontra-se indevidamente descrita, olhando apenas para o factor procura-oferta. Isto, aliado a uma total displicência por parte das entidades que legislam sobre este tipo de animais e patentes, temos uma combinação perfeita para que estes exemplares se encontrem presentes no nosso mercado.

Não digo com isto que seja apologista deste tipo de práticas, dado que sou frontalmente contra a manipulação genética de animais com este fim bem como da injecção de cor e da selecção de raças que afectam o normal funcionamento biológico do animal (barbatanas aberrantes como nos betas, guppys e muitos outros peixes, até à criação de híbridos que vivem quase a soro nos aquários fruto das deformidades que têm), mas tenho que ter os pés assentes na terra e ter consciência que se as próprias lojas comercializam peixes que não devem ser comercializados para fins de aquário, como os Pangasius sp. , Acipenser sp. , etc, dadas as condições que estes animais exigem em termos de manutenção (eu próprio assisti a um lojista fazer gáudio de ter à venda Pangasius sanitwongsei dada a raridade deste no hobby, quando estamos a falar dum animal que adulto atinge os 3m, não havendo justificação possível para a venda destes animais) atendem a isso e deitam a mão na consciência para terem a noção do quão grave isso é como que ter uma avestruz ou um urso bebé para venda ignorando as consequências desse ato, quanto mais preocuparem-se com animais que são proibidos ou cujas formas de obtenção destes implicam um sofrimento tão grande por parte destes que se o mesmo se traduzi-se para os cães e gatos tínhamos a Associação Contra a Violência Animal a bater à porta de tudo o que é loja de animais.

Para mim toda esta problemática passa por um problema bem maior que este: os peixes e répteis ainda são vistos hoje como eram vistos há 200 anos atrás pelas autoridades a quem compete aplicar a legislação que para eles existente, como animais primitivos, desprovidos de inteligência ou de capacidade de sentir dor ou qualquer outra emoção, por oposição aos mamíferos e aves, que merecem uma total dedicação no aplicar de todas e quaisquer medidas de punição pelo seu sofrimento.

 

Cumprimentos

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Boas Joaoavo

Não sei se será util,mas aqui vai,

 

Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da Guarda Nacional Republicana (SEPNA)

 

Largo do Carmo 1200-092 Lisboa Tel 213217291/2 Linha SOS :808 200 520

 

Email:sepna@gnr.pt

 

Cump: Álvaro Silva

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Caro João Avô,

Peço desculpa por o ter tratado por "tu".

 

Vou acabar aqui com a minha participação.

Cumprimentos,

Rodrigo Guimarães

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Bom dia,

 

@ Álvaro

Obrigado pela informação. Tentarei contactar a SEPNA, apesar de achar que a sua jurisdição não engloba o tema que estamos a discutir.

 

@Bangai

A questão de contornar a proibição acho que não se aplica nestes casos. Apesar de não encontrar o documento, creio que a lei proíbe a venda de qualquer organismo geneticamente modificado (animal ou vegetal). O que depois há é excepções que são estabelecidas com diversos estudos, como o impacto ambiental dessas espécies, que permitem a venda de certos organismos. Pelo que sei os peixes fluorescentes ainda não são uma excepção à proibição. Portanto se existirem lojas a venderem estes peixes, estão a cometer uma infracção.

Mas mais uma vez digo: posso estar enganado e ter-me escapado alguma informação. E se for esse o caso espero que alguém se chegue à frente com algum tipo de prova. É uma pena o Rodrigo ter retirado a sua participação no tópico, porque pelo ele que disse e estando profissionalmente ligado ao hobby, achei que teria alguma informação relativa a este tema e não apenas uma opinião mal-fundamentada.

 

 

@Nuno

Concordo contigo, a selecção artificial de certas características impede não só a exibição de certos comportamentos naturais (como no caso dos bettas, que são por regra maus nadadores e com o tamanho das barbatanas mal se mexem) como podem levar ainda a problemas de saúde e a uma redução drástica da longevidade (como no caso dos "balões"). E o resto das outras práticas que referiste são ainda pior. A menos prejudicial para o peixe é até a modificação genética. Uma vez sequenciado o genoma do animal, é possível inserir os genes em questão sem que isso tenha consequências de maior. O problema é que a transferência de genes interepecífica é uma possibilidade, e pode ter consequências ambientais no caso de "fuga" ou libertação destes peixes. E creio que é moralmente condenável a sua utilização para fins ornamentais. Felizmente há mais pessoas a pensar o mesmo que eu, mas parece-me que a tendência é para haver cada vez mais casos destes e não o contrário. Há mais de 10 anos que há peixes pintados e rara é a loja que não os vende.

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Para quem estiver interessado, deixo um link com um relatório holandês relativo a esta temática. Tem uma série de referências pertinentes que penso esclarecerem quanto à legalidade ou não da venda de peixes GM para fins ornamentais.

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