Projeto Outono


Nuno Prazeres

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Após sucessivos adiamentos no iniciar dum projeto de água salgada devido a variadíssimos fatores, cansei-me de olhar para o magnífico mono que tinha no corredor e lancei-me num projeto low tech de água doce que ando há mais de 10 anos para pôr em prática.

 

Trata-se dum biótopo inspirado no Rio Negro que estou a apontar para conter no máximo duas a três espécies de peixes.

 

O nome é inspirado nesta estação do ano e no aspeto do tanque (por razões óbvias).

 

Primeiro setup: 08-12-2014

 

Vamos a dados técnicos:

 

Tanque: 130x60x55 = 429 litros brutos (tenho uma sump de 100 litros mas para já não a estou a usar)

 

Iluminação: aqui é complicado porque estou a usar a calha DIY mista leds + T5 que fiz há 3 anos e meio para usar no salgado

Tem duas T5 de 54w atualmente desativadas

150 watts de CREE XM-L White regulados a 20% da potência

7 leds vermelhos de dois espetros diferentes com cerca de 24w de potência

Ainda tenho UV e dois tipos de azul que estão desativados mas que posso usar para efeito de luar

 

Aquecimento: 300w

 

Filtragem: como o tanque tem uma caixa de overflow "de origem" para já meti lá uma powerhead de 1200 litros/hora e fiz uma canalização rudimentar para circular (vai passar a permanente em breve com pvc rígido mas provavelmente usarei a sump).

Estou a usar perlon e siporax.

 

Substrato: apenas folhas já que pretendo simular um ambiente de leito de folhas pelo que não coloquei qualquer substrato tradicional.

 

Porquê? Porque muitos dos peixes de que gosto particularmente vivem nessas condições e porque acredito que o potencial biológico dum leito de folhas vai tornar o ambiente do tanque muito mais sustentável.

Já montei um sistema de 70 litros assim (densamente plantado) e os ciclídeos anões que lá tinha reproduziam-se como nunca tinha visto antes e exibiam comportamentos naturais que desconhecia.

 

Que folhas usei?

 

Aqui apliquei a regra do que é nacional é bom. Escolhidas as espécies alvo, dei comigo a estudar identificação de árvores para ter a certeza de não ir fazer asneira.

Apostei em folhagem seca das seguintes árvores:

  1. Amieiro: o conhecido fornecedor das famosas pinhas milagrosas (se as pinhas são seguras, deduzi que as folhas também - também tenho pinhas mas reservo-as para outros fins)
  2. Azinheira: do mesmo género que o carvalho que é referenciado como seguro em praticamente todo o lado
  3. Sobreiro: motivo igual ao anterior
  4. Carvalho: além de ser considerado seguro tem uma das folhas mais bonitas da natureza.

 

Para os mais científicos as espécies são respetivamente:

 

  1. Alnus glutinosa
  2. Quercus rotundifolia
  3. Quercus suber
  4. Quercus robur

 

O aquascaping para já é nulo. Há para lá um minitronco e a folhagem nem sequer está com a distribuição que quero (mais alta atrás). O que interessa é que está tudo a curar e o filtro a dar conta do que estiver a mais (espero).

 

O sistema arrancou no dia 30 de Novembro mas tem vindo a ganhar mais folhas devendo ficar o processo concluído no fim de semana de 13/14 de Dezembro. Espero nessa altura também já ter arranjados os troncos que faltam.

 

Espécies alvo:

 

Paracheirodon axelrodi - um valente cardume de neons cardinais; serão os primeiros a entrar e, se gostar do efeito, fico por aí em termos de espécies

 

Nannostumus sp (peixes lápis): provavelmente o beckfordi ou o trifasciatus que partilham o biótopo com o neon cardinal

 

Posso pensar também em introduzir loricarideos do Rio Negro superior se aparecer algum

 

Tenho a expetativa de vir a ter desovas viáveis do cardinais ou lápis devido ao refúgio funcional que o leito de folhas representa e a quantidade de infusórios que este deve gerar. Se tal não acontecer, mais à frente introduzo uma colónia de 3 a 5 Dicrossus filamentosus (sendo predadores especializados em caçar em leitos de folhas, qualquer ovo ou alevim que lhes passe pela frente, é de imediato consumido).

 

Sustentabilidade biológica.

 

Tive excelentes experiências com o uso de plantas flutuantes de crescimento rápido para exportar poluentes. Depois de muita investigação, parece que a única flutuante da região é a Phyllanthus fluitans. Serve perfeitamente. Aceita um pH em torno de 5 e cresce rápido limpando a água eficazmente.

 

Quanto à alimentação, espero criar uma cultura de Daphnia sp. e certamente nesta desovarão mosquitos quer os de larva negra quer os de larva vermelha. Já tive uma cultura dessas e é bastante simples de manter e os peixes agradecem. Também vou usar vermes de grindal.

 

Vou minimizar congelados e secos ao máximo. Os vermes de grindal e as daphnias devem-se aguentar vivos por um bom par de dias refugiando-se nas folhas podendo servir de alimento aos peixes que os pretendam caçar.

 

 

Próximos passos:

 

Agora resta-me melhorar a qualidade do aquascaping, instalar as plantas e aguardar cerca de três semanas para fazer uma muda de 90% com água de osmose inversa. Lá para finais de Janeiro conto ter os primeiros habitantes.

 

Na aquariofilia a paciência não é uma virtude mas sim a única via.

Editado por Nuno Prazeres
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Fantástico projeto Nuno!!!

 

Adoro este tipo de aquarios, são tao simples e naturais dai a sua beleza!!

 

Para mim é mesmo adicionar um tronco ou outro maiorzinho e as plantas flutuantes e está feito

 

Sem duvida que ganhas-te em mim um fã ;)

 

A unica coisa que eu faria diferente era em vez dos cardinais ficaria só com os beckfordi (e não resistia a colocar um casal de apistos ahah)

 

Vou seguir com muita atenção...

 

Boa sorte

Abraço

Guilherme Martins

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Obrigado pelos comentários.

 

Por razões que se prendem com o excesso de "atamancanço" que representava usar a overflow box como filtro, reativei a sump.

 

Agora o sistema ficou com perto de 500 litros.

 

A Phylanthus está a "pegar" bem. Promete ser um fator chave para "comer" poluentes.

 

Quanto aos peixes, tenho a pancada de tentar reproduzir cardinais em meio low-tech (com a carrada de infusórios e outros bicharocos que as folhas sustentam ao que se soma a escuridão parcial debaixo delas, não me parece completamente impossível) mas concordo que os beckfordi são mais distintos.

 

Apistos: já tive há uma dezena de anos e dei-me bem com eles. Neste tanque queria primeiro evitar meter ciclídeos ou outros predadores que andem a enfiar-se nas folhas à caça pelo motivo acima exposto.

 

Na pausa natalícia vou ver se encontro uns troncos jeitosos.

 

Peixes, só mesmo em 2015. Há que saber esperar e admirar a natureza morta que ali tenho.

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  • 2 semanas depois...

Evoluções recentes:

 

A - Aquascaping:

 

Sendo o meu atual aquascaping na prática inexistente, fui à procura de troncos.

 

Encontrei um com excelente aspeto mas receio que seja grande de mais para o tanque. Logo veremos se ainda há que dar uso ao serrote...

 

Entretanto aproveitei a ausência natalícia da gestora do meu espaço doméstico para fazer a respetiva "cura" num local à partida proíbido.

 

Tronco grande a curar

Este magnífico tronco (penso que de urze) foi recolhido junto ao mar num local onde levava com ondas na preia mar. Estava bem preso às rochas pelo que ficou ali durante algum tempo a limpar a casca até que eu ou uma tempestade maior o levasse.
O facto de estar exposto ao sal obriga a um cuidado acrescido mas tem a vantagem de se encontrar relativamente esterelizado já que são muito raras as patogenias do meio salino que depois se conseguem adaptar em água doce.
Como curar um tronco recolhido numa praia sem gastar muita água?
Material:
1 - tanque onde se possa imergir se possível por completo.
2 - pedras previamente limpas
3 - medidor de codutividade ou TDS
Método:
Enche-se o respetivo recipiente de água e utilizam-se pedras previamente limpas para evitar que flutue. Estas são fixadas ao tronco com abraçadeiras plásticas (em inglês: zip ties). Podem-se usar outros métodos para prender as pedras mas importa usar sempre materiais não orgânicos ou metálicos.
Cheio o recipiente, mede-se a condutividade da água (ou o total de sólidos dissolvidos). Anota-se o valor. No dia seguinte repete-se o processo à mesma hora e verifica-se a subida. Vai haver um dia em que a subida é inferior a 5%. Nessa altura faz-se uma muda total. Vai-se repetindo o processo até a tal subida menor que 5% acontecer logo no primeiro dia após uma muda total.
Nesta altura o resto da cura já pode muito bem ser feita no local definitivo, o aquário. As TPAs que resolvam algum excesso residual de mineralização.
Se ainda houver flutuabilidade, as pedras devem seguir com o tronco mas muito cuidado com a operação porque pedras em movimento perto de vidros é algo que exige no mínimo cuidados redobrados.
No meu caso comecei com TDS de 100 e a coisa só estabilizou nos 450. Fiz uma muda total e espero ter o tronco curado nos próximos 5 dias (tempo total: 10 dias mas tinha perto de 8 kg antes de ir para a banheira - é um valente tronco. Tenho um muito mais pequeno a curar e em 5 dias já está praticamente pronto).
Acrescento que quando um tronco leva com a maré cheia há uns tempo, já está parcialmente saturado de água pelo que a flutuabilidade era mais baixa do que o habitual.
O único problema que este menino me está realmente a dar é que fica com uma parte de fora por isso tenho que o virar de vez enquanto.
Pelas medidas que tirei, vai caber à justa mas um dos ramos vai sair pela superfície que é coisa que até me agrada bastante do ponto de vista do realismo do cenário.
O único problema é que provavelmente ficará com a parte mais grossa e por isso com maior impacto visual demasiado perto do vidro lateral quando as boas regras do aquascaping mandariam que ficasse sensívelmente a 1/3 do comprimento.

 

Logo veremos.

 

 

B - As milagrosas pinhas

 

Gostando eu de águas negras, nada como pinhas de amieiro para complementar o efeito das folhas. Ora já tinha encontrado uma árvore mas a colheita foi escassa e acabei por trazer apenas uma centena delas. Voltei ao local e a pouca distância encontrei outra árvore literalmente carregada delas. Peguei numa cana e dediquei 30 minutinhos à apanha da pinha.

Ainda não as estou a utilizar, contudo. Penso dar-lhes uso fazendo a àgua das TPAs passar por um "filtro de pinhas" garantindo assim que a água nova já entra com coloração, uma alta concentração de taninos e um pH mais apropriado.

 

Um belo amieiro (para quê usar folhas importadas de castanheiro da Índia quando temos cá em Portugal destas maravilhas :Smile-PT: ):

 

Amieiro - Aldus glutinosa

 

 

E o respetivo fruto:

 

Pinhas de amieiro

 

 

 

C - Plantas:

 

A Phylanthus fluitans já parece ter "pegado" à séria começando a exibir as folhas rosadas da variedade "red". Acrescento que já aumentou perto de 1/3 no que toca à superfície coberta pelo que está de facto a desempenhar a tarefa para a qual foi "contratada" que é complementar a ação do filtro na despoluição da água servindo-se apenas do CO2 do ar.

 

Peço desculpa pela qualidade da foto mas pelo menos dá para se verem rebentos e a mudança de cor.

 

Phyllanthus fluitans red

 

Entretanto mais algum estudo levou-me a preferir (ou pelo menos querer testar também) a Limnobium laevigatum. Parece que formam raízes muito longas que vão contribuir melhor que a Phylanthus para se obter o efeito visual que pretendia. Se alguém em Lisboa tiver para oferecer ou trocar um pé por duas dezenas de pinhas de amieiro, é só mandar-me uma MP.

 

Boas Festas para todos! :x-mas:

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Estou muito admirado com este projecto, não é normal ver alguém a dedicar um tanque destas dimensões para biotipo. Vou acompanhar o teu projecto, quero ver a utilização das folhas para criar vida para alimentar alvins se é funcional.

 

Já agora vais ter que caudal em funcionamento, para teres sucesso com as folhas e não serem puxadas para o filtro, isto também me cria dúvidas sobre a manutenção da qualidade da água, mas como falamos de um tanque de 500l a estabilidade é diferente. Vou ver e aprender, boa sorte para o projecto :)

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Estou muito admirado com este projecto, não é normal ver alguém a dedicar um tanque destas dimensões para biotipo. Vou acompanhar o teu projecto, quero ver a utilização das folhas para criar vida para alimentar alvins se é funcional.

 

Já agora vais ter que caudal em funcionamento, para teres sucesso com as folhas e não serem puxadas para o filtro, isto também me cria dúvidas sobre a manutenção da qualidade da água, mas como falamos de um tanque de 500l a estabilidade é diferente. Vou ver e aprender, boa sorte para o projecto :)

 

Obrigado!

 

Eu também espero ver e aprender. :P O maior interesse que tenho neste tipo de soluções fora do comum é precisamente esse.

 

O ponto que levantas da circulação é muito relevante.

 

Quanto à filtragem, a circulação no tanque principal é principalmente à superfície porque a entrada para a sump é feita para uma coluna seca exterior e a saída da bomba é do lado oposto, também à superfície. No entanto as folhas mexem muito ligeiramente com a corrente pelo que não me parece haver zonas completamente estagnadas. Ainda que sem exageros, quero que o tanque pareça um rio e que os peixes, em média, apontem naturalmente para a corrente como acontece na natureza.

 

Acrescento que folhas saturadas de água têm alguma densidade e como o aquário tem para aí 50 cm de coluna de água, dá para ficar tudo no sítio.

 

Quanto à velocidade de circulação, medi agora mesmo com um cronómetro e um balão graduado e deu-me 350 litros/hora reais.

 

Estou a usar duas powerheads em paralelo como bomba de circulação de recurso. Mais para a frente vou meter uma bomba a corrente contínua para que possa controlar o fluxo adequadamente.

 

O biótopo que queria replicar tem correntes à superfície na ordem de 0,5 a 1,0 m por segundo,

 

Para chegar aí penso que terei que ter a bomba a dar perto de 3 vezes a atual circulação.

 

Dá um turnover perto de 3x a litragem por hora. Cheguei a ter um tanque de água salgada com 50x por hora... bang

 

Não sei onde andam as mais bem aceites teorias da boa filtragem hoje em dia, mas já li de tudo quanto aos turnovers de água doce...

 

Desde 3x até 10x, encontra-se de tudo...

 

É incrível como ainda não houve ninguém que se desse ao trabalho de pegar para aí em 5 a 10 tanques de 100 litros, meter um filtro biológico em cada um exatamente com o mesmo material em qualidade e quantidade e num punham tipo 100 litros/hora, noutro 200, etc...

 

Depois era meter a mesma quantidade de amónia em cada um e ir medindo a ver qual dos turnovers limpava aquilo mais rapidamente.

 

Era uma experiência relativamente fácil de fazer com bombas de corrente contínua e a comunidade agradecia...

 

Acho que manter o pessoal na dúvida, rende mais a toda a gente.

 

A mesma experiência poderia fazer-se variando as massas filtrantes e não o turnover mas aí é que era capaz de haver quem não gostasse mesmo...

 

Bem ... já estou para aqui a divagar...

 

Uma última nota para dizer que como espero andar a deitar fora plantas flutuantes em barda pelo menos uma vez por semana, a capacidade do meu filtro pode não precisar de ser a ótima para aquela litragem.

Editado por Nuno Prazeres
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Boas!

 

Hoje deu para perceber que a água de cura do tronco grande já quase não aumentava os TDS após a muda de ontem.

 

Ora meti mãos à obra e lá foi ele para dentro do aquário.

 

Logo no início da operação, a coisa correu menos bem já que julgava que a parte mais maciça já estaria saturada de água. Infelizmente não estava mas pelo menos flutuava muito pouco.

 

O primeiro problema era ver se o que dizia a fita métrica estava correto. E sim, coube!

 

No entanto o ramo que tinha destinado a sair da água tinha um ângulo no final que impedia o tronco de ficar na posição que eu queria o que me fez ir ao serrote. De qualquer modo, só retirei um bocado com 20cm que iria ficar fora de água.

 

Quanto à flutuabilidade, pois não é nada que um calhau bem colocado não resolvesse.

 

28-12-2014

O aquascaping, (se é que se pode chamar ao que eu faço algo parecido com aquascaping), não é definitivo mas dificilmente poderei mudar aquele elemento de posição. Posso isso sim mexer no tronco que está mais perto do vidro e que é independente (além de feio). Experimentei sem ele mas o aquário ficava sem profundidade visual.
Os muitos artistas deste forum que digam se sua justiça. Podem malhar à vontade. Eu sou assumidamente um zero no que toca a estas coisas.
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Boas,

 

Nao sou artista mas a montagem, a meu ver, esta brutal... adoro este tipo de layout!

 

Cumps

 

Obrigado!

 

Eu é que não sou artista mesmo. Acho que aquilo ganharia se o tronco fosse 15 cms mais curto na largura. De resto foi ter a sorte de encontrar este menino. O que de bom tem o layout deve-se a esse elemento principal e não ao autor...

Meu mesmo é a paranoia de fazer das folhas substrato, pronto. Ainda vai entrar uma super folha de bananeira. Usando folhas com diferentes formas e tamanhos conseguem-se efeitos brutais. Uma folha de bananeira pode chegar a ter um metro. Consegue-se fazer um layout inteiro à volta dum elemento desses. eu conto usar uma mais pequena mas seguramente que vai ter impacto.

 

Também gosto muito!

Muito natural! Como um autêntico biótopo... Para mim a essência da aquariofilia!

 

O que colocaste na traseira do aquário?

 

Cumprimentos

 

Obrigado!

 

Eu a partir de certa altura deixei de pensar na aquariofilia sem ser na base de biótopo. É um bocado parvo porque limita muito o que se pode ter mas, do ponto de vista de estimular o estudo e o conhecimento, é do melhor que há. Entre outras coisas, dou por mim a ler artigos científicos de biólogos brasileiros à cata de informação sobre os locais que quero modelizar. Não pesco 90% do que leio mas sempre se saca de lá qualquer coisa útil.

Na traseira está a bela da parede branca do meu corredor.

Andei a ver filmes e fotografias submarinas no rio negro a ver se topava uma lógica de cor para colocar no fundo e cheguei a um verdezito desmaiado.

Ora coincidência feliz, O efeito da parede com a difração da luz pelo vidro mais o amarelo dos taninos da água produz algo muito semelhante a esse verde que procurava.

 

 

Eu não mudava mais nada!!!!

 

Adoro o layout e mal posso esperar para ver o aquário cheio de vida

 

Abraço ;)

 

Obrigado!

 

Eu quero isso mesmo. Vida. Por isso é que não entrou nada a não ser as plantas flutuantes!

 

Quando entrar o primeiro ser de escamas, as condições têm que estar um mimo. Neste momento as folhas têm um biofilme brutal em cima e eu nem faço ideia do pH. Tenho um teste a caminho, no correio.

 

Os TDS estão a 100.

 

Lá para meio da semana vou fazer uma TPA de 100 litros toda com água de Osmose Inversa (que tem TDS de 5 ppm).

 

É muito provável que venha a fazer uma TPA de mais de 50% antes de entrarem os peixes. Depois é mais uma semana para a microbiologia recuperar e se adaptar.

 

O Rio Negro, na zona superior onde abundam ambientes deste tipo, tem os TDS entre 1 e 20, temperaturas entre 26 e 28 e pH na região de 4,5 a 5. yikes

 

Acho que vou colocar o alvo em 50 TDS e pH 5,5 mas talvez venha a descê-los se continuar a fazer sempre TPAs com esta água do filtro de osmose.

 

Há que ter paciência. É difícil mas antes soluçar com a espera do que chorar com a desilusão... (esta saiu bem, LOL!)

Editado por Nuno Prazeres
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Novidades desde a introdução do tronco há poucas ou nenhumas.

 

O pH nem faço ideia donde está. Presumo, por experiências anteriores que tive com folhas que ronde os 5,5.

 

Estou à espera dum monitor de pH que encomendei por isso é resposta que terei brevemente.

 

O ponto mais relevante mesmo é que depois duma fase inicial de algas castanhas, agora estão a aparecer algas verdes.

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Grandes desenvolvimentos

 

Tenho em curso uma gigantesca mudança de água (80%) depois da qual espero ficar com cerca de 50 ppm.

 

Agora com alguma lixeirada (felizmente pouca) que levantou do fundo e as bombas paradas veio a melhor surpresa possível.

 

Há vida semi-microscópica que a olho nu quase não se percebe mas com uma simples lupa já é perfeitamente visível.

 

:dance::dance::dance:

 

Como foi lá parar? Não sei. Contava a certa altura inocular o aquário com um pouco de lama duma poça de floresta à procura de algo assim (e ainda conto fazê-lo) mas nunca me passou pela cabeça que haveria cistos de micro-crustáceos assim numa base de "basta juntar água" nas folhas.

 

Identifiquei pelo menos dois seres claramente diferentes. Um deles pareceu-me um pequeno ostracode e o outro um cyclope.

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ostracoda

 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cyclopoida

 

Admito que havendo por lá destes bicharocos visíveis, poderão haver muitos outros que passem despercebidos à lupa mas não ao apetite dum alevim.

 

Vou entretanto ver se alguém me arranja uma populaçãozita de daphnia a ver se pega ali. :rolleyes::rolleyes::rolleyes: Aceitam-se ofertas!

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Atualização:

A TPA ainda decorre.

O ritmo da RO assim o obriga. Ainda faltam cerca de 11 horas.

 

Agora a razão principal deste post.

Acendi a luz do tanque esta manhã e a água pareceu-me turva como se tivesse pó em suspensão.

Foi uma surpresa porque ontem estava limpa e cristalina.

Olhando com mais cuidado verifico que o tal pó é contiuido principalmente por pequeníssimos seres alongados que nadam lentamente. Só se percebe com uma lupa mas na prática o meu tanque é uma densíssima cultura gigante desta bicharada que admito viva nas folhas de dia e vá para a coluna de água à noite.

O aspeto geral é semelhante a uma cultura de rotíferos ou enguias do vinagre considerando a forma da bicharada.

 

Espero que estas coisas sejam saborosas. Peixe que entre ali, ou é comido vivo ou então vai engordar à grande.

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Lendo isso tudo deixa o pessoal entusiasmado, como ouvi de um certo senhor a um tempo atrás, o segredo está na paciência. Certamente um tópico a seguir e ver essa evolução. Como falaste e bem no início o tipo de mini ecossistema que tens aí entre os vidros parece finalmente manifestar sua vontade.

 

Abraço

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Noticias fantásticas Nuno!!

 

Tencionas ainda assim adicionar um pouco de lama ao aquário??

 

Devo dizer-te que a algum tempo que não existia um tópico que despertasse tanto o meu interesse ;)

 

Obrigado por partilhares

Guilherme Martins

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Faltam uma imagens dessa animacao toda ahah! :D

 

 

Só Deus sabe o trabalho que me deste para mostrar isto... iPhone com uma lente macro e muita paciência para focar.

Peço desculpa pela falta de qualidade mas dá para ver claramente 3 bicharocos.

 

Detalhe plancton

 

Lendo isso tudo deixa o pessoal entusiasmado, como ouvi de um certo senhor a um tempo atrás, o segredo está na paciência. Certamente um tópico a seguir e ver essa evolução. Como falaste e bem no início o tipo de mini ecossistema que tens aí entre os vidros parece finalmente manifestar sua vontade.

 

Abraço

 

É isso Yuny! O meu sonho era mesmo ter uma cadeia trófica completa ali dentro. Folhas, água, umas TPAs e pronto. Qual comida?...

 

Admito que se metesse para lá 5 tetras pequenos, eles à fome não morriam de certeza e talvez o número equilibrasse com os recursos alimentares.

 

Noticias fantásticas Nuno!!

 

Tencionas ainda assim adicionar um pouco de lama ao aquário??

 

Devo dizer-te que a algum tempo que não existia um tópico que despertasse tanto o meu interesse ;)

 

Obrigado por partilhares

 

Obrigado. Estás-me a aumentar brutalmente a responsabilidade. :oops:

Este é um projeto de alto risco. Não tenho informação se alguém tentou algo parecido. Em vez dumas folhitas em cima da areia, assumir uma cobertura de folhas com vários centímetros de espessura como único substrato.

A lama há-de entrar. Não muita. É apenas para ver se introduzo mais biodiversidade.

 

Uma confissão. Tenho 7 anos de reef. Antes disso já usava conceitos de reef em água doce (sump/refúgio iluminado).

Está-me a começar a parecer que em alguns dos pontos que nos interessam, o raças das folhas são como a rocha e areia viva.

Esta não é a minha primeira experiência com folhas. Já tive um plantado com elas mas tinha areia e vegetação tipo selva. Penso que saiu uma reportagem sobre esse aquário na primeira edição da Bioaquária ou noutra revista. Já não me lembro bem. Aquilo foi uma bricadeira. Isto já não.

 

Se correr mesmo muito bem pode mudar alguns conceitos da aquariofilia. Não tenho essa pretensão ou ambição. Apenas quero o melhor para os peixes e demais seres vivos e esta ideia de ousar inovar à séria só faz sentido se o alvo for esse.

 

Um amigo meu no gozo diz que vão chamar a isto o "Leaf Method" ou "Nuno Method" à semelhança do que falavam para salgados do Berlin e do Jaubert Methods. Não vou castigar a cabeça com tais bocas... Ahahahahah bang

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Update:

 

Terminada a monstruosa TPA, os TDS desceram de 205 para 96 mas apenas num dia subiram para 105. Provavelmente o tronco grande ainda não estará completamete curado ou então a pedra que o está a segurar é calcária embora não pareça.

 

Foi um inferno fazer esta TPA. A RO esteve a funcionar perto de 30 horas.

 

Amanhã o calhau vai fazer o teste do vinagre. Se passar concluo que é mesmo do tronco o que é péssimo porque a estar a salinizar a água, provavelmente é com sal marinho já que foi recolhido numa praia. É bastante estranho porque na banheira os TDS já não subiam e o calhau também lá estava.

 

Se continuar a subida, deixo-me estar quieto e meço tudo diariamente à mesma hora para ver se determino quando e a que nível o aumento de TDS vai parar.

 

Nessa altura tenho que renovar a água praticamente toda primeiro com a água da companhia e depois com RO porque obviamente não quero que a salinização dominante seja de sal marinho.

 

Se tudo correr bem, os primeiros peixes, 5 cardinais, entram lá para sábado.

 

Se, passado uma semana estiverem ok, entram mais 25 ou 30.

 

Já tenho uma ideia definitiva da população que vou ter:

 

30 a 35 cardinais primeiro, 12 a 15 Nannostomus eques passado um mês e muito mais tarde, provavelmente dentro de um ano, com o tanque já maturadíssimo, um grupo de 5 Dicrossus filamentosus.

 

Os N. eques ficam mais à superfície (até já têm um cantinho ideal debaixo do tronco onde ele rompe a superfície), os cardinais no meio da coluna de água e os Dicrossus adotarão as folhas mantendo-se junto a elas.

 

Não é demasiado peixe para 500 litros. Vai haver espaço para todos.

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Vai ficar bem interessante!

 

Acho que ate vai ficar algo 'despido'! O que se adequa a propria tenatica dk aquario!

 

O TDS nao estara a subir atendendo a decomposicao das folhas? Visto que na banheira o tronco e a pedra n fizeram variar as leituras, poderão ser as folhas que estao a libertar materia organica na agua. (Penso eu de que...)

 

Mais fotos da coisa! :P

 

Cumps

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Tenho essa suspeita também mas na experiência anterior que tive elas até me reduziram a dureza.

Tenho folhas a curar num balde. Vou acompanhar o tds delas a ver se será disso.

 

Outra coisa: as folhas estão a ficar com algas (pouco visíveis mas estão lá) o que, se para alguns seria situação de pânico, para os objetivos daquele sistema, faz todo o sentido. Fica tudo com um ar muito mais natural.

 

No entanto reduzi um pouco o foto período. Mais à frente, quando as flutuantes taparem grande parte da superfície, as algas não terão a vida tão fácil.

 

A ideia de não encher aquilo de peixes também é precisamente potenciar alguma capacidade das folhas dar alimento constante e em quantidade.

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