Os nutrientes e as plantas


AiresJusto

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Nutrientes

 

Um vegetal não se desenvolve normalmente se não obtiver os nutrientes que são necessários para o seu crescimento. Os elementos minerais essenciais são: nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, cloro, ferro, manganésio, zinco, cobre, molibidênio e níquel. Os elementos não minerais essenciais, (elementos captados como gás ou água) são: hidrogênio, oxigênio e carbono. Os elementos benéficos, são os que promovem o crescimento em várias plantas, mas que não são absolutamente necessários para que se complete o ciclo de vida da planta, ou que não age diretamente na planta: sílica, sódio, cobalto e selênio.

 

Os nutrientes indispensáveis são absorvidos pelas plantas em quantidades especificas, necessárias para o seu desenvolvimento e podem ser divididos de acordo com a concentração relativa nos tecidos da planta em micro e macronutrientes. Os macronutrientes N, K, Ca, Mg, P, e S, fazem parte de moléculas essenciais, são necessários em grandes quantidades e tem função estrutural (Tabela 1). Os micronutrientes Cl, Fe, B, Mn, Zn, Cu, e Mo, fazem parte das enzimas e tem função reguladora, sendo necessários em quantidades menores. Esta divisão não significa que um nutriente seja mais importante do que outro, apenas que eles são necessários em quantidades e concentrações diferentes.

 

Tabela 1 - Concentrações típicas para o crescimento das plantas.

ConcentracoesTipicasNasPlantas.jpg

Fonte: EPSTEIN, P. Mineral metabolism. IN: BONNER, J.; VARNER, J.E. (eds.). Plant Biochemistry London: Academic Press, 1965. p. 438 - 466.

 

As deficiências

 

As plantas apresentam sintomas indicadores das deficiências. Estes indicadores dependem da função do elemento deficiente na planta e da mobilidade no vegetal. As deficiências de nutrientes das plantas têm vários sintomas observáveis os quais normalmente são semelhantes, independente da espécie da planta.

 

O sintoma de deficiência mais comum na maioria das plantas é a redução do crescimento, entretanto ocorrem outros sintomas como a mudanças de coloração que apresentam padrões específicos, partindo da ponta da folha passando pela nervura central até a base, ou da margem para a nervura central, ou entre as nervuras. Os sintomas de deficiência mineral podem aparecer nas folhas novas ou nas folhas mais velhas, indicando a mobilidade do nutriente na planta e a habilidade da planta em deslocar reservas existentes desse nutriente. Os íões variam na sua mobilidade tanto no substrato, na água, como na planta. Os íões N, P, K, Mg, Cl apresentam maior mobilidade; S, Cu, Fe, Mn, Zn, Mo, são íões de pouca mobilidade e Ca e B são imóveis.

 

 

Nitrogênio (N)

 

É um dos nutrientes mais exigidos quantitativamente pela maioria das plantas. As plantas absorvem o N em suas formas iônicas, NO3- e NH4+ . Entra principalmente na constituição de compostos orgânicos, é um nutriente móvel. Em excesso provoca um crescimento vegetal acelerado, originando folhas de cor verde-escura, A carência de nitrogênio reduz o crescimento foliar, aumento do sistema radicular provoca clorose foliar, amarelecimento e os sintomas aparecem inicialmente nas partes velhas da planta.

 

 

Fósforo (P)

 

Também intervém na formação de compostos orgânicos, produção de energia, na respiração, divisão celular e em diversos outros processos metabólicos, como nas substâncias de reserva. É um nutriente móvel. As formas iônicas absorvidas pelas plantas são o H2PO4- e HPO42-. A carência de fósforo reduz o crescimento do caule e radicular provocando o aparecimento de necroses nas folhas e pecíolos, as células deixarão fazer o seu metabolismo e morrerão. As folhas jovens têm tendência para escurecer ou ficar verde-azuladas, as mais velhas ficam vermelhas. Numa fase inicial, os sintomas acentuam-se nas partes mais velhas da planta.

 

 

Potássio (K)

 

É um dos macronutrientes mais consumidos pela planta, juntamente com o nitrogênio. Favorece a formação de raízes, etc. Os tecidos meristemáticos possuem alto teor de potássio. Seu papel principal é o de ativador de funções enzimáticas e de manutenção da turgidez celular. A forma iônica absorvida pelas plantas é o K+ .É um nutriente móvel. A carência de potássio provoca um crescimento vegetal muito reduzido, clorose matizada da folha, manchas necróticas, folhas recurvadas e enroladas sobre a face superior e encurtamento de entrenós. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas.

 

 

Enxofre (S)

 

Encontra-se na sua maior parte na composição das proteínas, associadas ao nitrogênio. Participa na formação de alguns aminoácidos essenciais ao metabolismo energético, intervém na síntese de compostos orgânicos, em especial vitaminas e enzimas, sendo um nutriente imóvel. A forma iônica absorvida pelas plantas é o SO42-. A carência de enxofre reduz o crescimento vegetal, provocando a clorose foliar, as folhas permanecem mais escuras e opacas, com tonalidade amarelo-esverdeada. Inicialmente, os sintomas manifestam-se nas zonas mais novas da planta.

 

 

Cálcio (Ca)

 

Contribui para o fortalecimento de todos os órgãos das plantas, principalmente raízes e folhas, é um componente da parede celular vegetal, sendo necessário, para a manutenção da estrutura, ativação da amilase, é um nutriente imóvel. Em excesso, altera o ritmo da divisão celular. Também é importante na manutenção do equilíbrio entre alcalinidade e acidez do meio e da seiva das plantas. A forma iônica absorvida pelas plantas é o Ca2+. A carência de cálcio causa a malformações nas folhas jovens, encurvamento dos ápices, clorose marginal que evolui para necrose, levando a folha a morrer da extremidade para o centro. Ocorre a redução do crescimento radicular, e mudança da coloração das raízes para castanho. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.

 

 

Magnésio (Mg)

 

É parte integrante da molécula da clorofila, e por isso está diretamente ligado ao metabolismo energético das plantas. A forma iônica absorvida pelas plantas é o Mg2+. É um nutriente móvel que, em excesso, provoca interferências na absorção de cálcio e potássio. A carência de magnésio provoca cloroses entre as nervuras, espalhando-se das margens para o centro das folhas, encurtamento de entrenós, redução do crescimento vegetal, morte prematura das folhas. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas.

 

 

Ferro (Fe)

 

É um constituinte do grupo prostético de proteínas, necessário à síntese de clorofila e à divisão celular, atua na fixação do nitrogênio e desenvolvimento do tronco e raízes, é um nutriente imóvel. A forma iônica absorvida pelas plantas é Fe2+. A carência de ferro provoca uma extensa clorose foliar em que as nervuras permanecem verdes, uma redução do crescimento vegetal, inibição do desenvolvimento de primórdios foliares. Inicialmente, os sintomas aparecem nas zonas mais jovens das plantas.

 

 

Cobre (Cu)

 

É um componente das metalo-enzimas e receptor intermediário de electrões, tem papel importante na fotossíntese, respiração, redução e fixação de nitrogênio sendo um nutriente imóvel. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cu2+. A carência de cobre altera a tonalidade das folhas, tornando-as verde-azuladas e enroladas que permanecem alongadas, deformadas e com as margens cloróticas voltadas para baixo. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.

 

 

Manganês (Mn)

 

É um ativador enzimático, controlando reações de oxi redução essenciais à fotossíntese e síntese de clorofila, sendo um nutriente imóvel. A forma iônica absorvida pelas plantas é Mn2+. A carência de manganês provoca clorose intervenal nas zonas mais jovens, enrolamento e queda de folhas e aparecimento de pontos necróticos espalhados nas folhas. Inicialmente, os sintomas surgem nas zonas mais velhas das plantas.

 

 

Zinco (Zn)

 

É uma ativador enzimático, e um nutriente móvel. A carência de zinco provoca uma redução do crescimento vegetal, impedindo o alongamento dos caules e a expansão foliar. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.

 

 

Molibdênio (Mo)

 

É essencial para a fixação de nitrogênio e assimilação de nitratos, sendo um nutriente imóvel. A carência de molibdênio origina manchas cloróticas intervenais seguidas de necrose marginal e enrolamento foliar. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.

 

 

Boro (B)

 

Atua no metabolismo de carboidratos e transportes de açúcares através de membaranas, na formação da parede celular e divisão celular. Contribui para a maior força e resistência de todos os tecidos vegetais Atua no desenvolvimento das folhas e dos brotos. A forma iônica absorvida pelas plantas é H3BO3. A carência de boro afeta os órgãos de reserva e desorganiza os meristemas, causando a morte das extremidades caulinares, e pecíolos quebradiços. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais jovens das plantas.

 

 

Cloro (Cl)

 

Está ligado ao metabolismo da água e a transpiração das plantas, além de participar na fotossíntese, sendo um nutriente móvel. A forma iônica absorvida pelas plantas é Cl-. A carência de cloro reduz o crescimento vegetal e provoca o aparecimento de folhas murchas por clorose e necrose, bem como o atrofiamento das raízes. Inicialmente, os sintomas acentuam-se nas zonas mais velhas das plantas. A carência de cloro é raríssima, é mais comum encontrarmos excesso do que a deficiência deste micronutriente. A toxidez do cloro é caracterizada pela queima das margens das folhas.

 

Retirado do sitio http://www.agrolink....Nutrientes.aspx

Editado por AiresJusto

AquaGranum , NanoLab
"Estou a tentar juntar as nanopeças do conhecimento tentando a omnisciencia, sei que serei impotente"

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  • 2 semanas depois...

 

Um post interessante que aparentemente ficou meio esquecido.

Seria um excelente ponto de partida para se fazer uma comparação com os principais fertilizantes que por aí andam, algo que sempre pensei fazer e nunca avancei... Isto claro para os que já testei.

 

Nao sei a intenção do autor mas era interessante uma continuação mais pormenorizada de cada nutriente, principalmente o N, K e P e sua relação com as plantas de aquário.

 

Parabéns,

Pedro.

Pedro.

 

Atuais: Risa (60l)

Descontinuados: Dutch by the book (300l) Dark Land (300l)  Lost Nature (60l)  Wabi-kuza II (38 cm)  Utopia (60l) The Forsaken World (300l) by the Forest Shore (60l) Green&Grey" (300l) Beach Cliff (60l) Valley Roots (300l) Throught the Distance (300l) Utopia (60l)

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Um post interessante que aparentemente ficou meio esquecido.

Seria um excelente ponto de partida para se fazer uma comparação com os principais fertilizantes que por aí andam, algo que sempre pensei fazer e nunca avancei...

 

Viva!

 

O problema se calhar é saber o que cada fertilizante de cada marca trás. No site Jame's Planted Tank ele tem lá a constituição do TPN+ da Tropica, mas agora a tropica mudou os seus fertilizantes e dúvido que seja igual.

 

O que já pensei foi em usar um aquario parado que ali tenho e meter um certo tipo de plantas, o melhor até seria uma só especie, e dar-lhe todos os nutrientes a excepção de um para verificar as carências de cada nutriente, principalmente macros, nas plantas.

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