Serão preparativos para a desova ?


Cyprinodon

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Caros amigos,

 

Nunca criei o Peixe Bandeira Americana ( Jordanella floridae ) em aquário, porém ao fim de 10 anos de ausência de contacto com a espécie voltei a fundar uma pequena tribo composta por 2 machos e 6 fêmeas em Outubro do ano passado.

Num desses aquários onde parte deste grupo coabita com Limias Tigre ( Limia nigrofasciata ) e Metálicos cubanos ( Girardinus metallicus ) a temperatura de inverno está a ser mantida a 22ºC devido à minha falta de informação sobre as temperaturas mínimas a que as Limias podem passar o Inverno dentro dos seus limites de conforto.

Queria ainda acrescentar que por motivos de experimentação com duas espécies de caracois a água desse aquário esteve desde a altura em que introduzi os novos habitantes completamente doce.

Na semana passada resolvi começar a acrescentar algum sal à água pelo que comecei por acrescentar uma pequena quantidade diária própria para os aquários marinhos ( Instant Ocean ).

Logo no primeiro dia, o macho Jordanella residente escolheu o topo de uma pedra e começou a limpá-la escorraçando daí os restantes peixes do aquário e mesmo os camarões e aguns caracóis.

Esta nesta azáfama dura há 5 dias e nesta actividade frenética o indivíduo não sai dali nem para comer.

A dúvida que coloco a todos os colegas que conhecem a biologia do Peixe Bandeira Americana é a de saber se estes preparativos correspondem à preparação para a desova.

Em caso afirmativo gostava que me indicassem se num aquário povoado de caracóis de 5 espécies se haverá condições para uma hipotética desova se salvar.

Uma vez que nunca assisti à reprodução das Jordanellas ( pois sempre as mantive ao ar livre ), queiram confirmar-me qual é o limite de temperaturas dentro do qual ocorre a reprodução da espécie.

Muito obrigado a todos.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Olá a todos,

 

Confirma-se que os meus peixes de facto estiveram durante este tempo envolvidos num processo de desova ( ou vários ).

Ainda ontem assisti ( pela 1ª vez em aquário ) à desova desta espécie.

Tive oportunidade de ver o macho copular com pelo menos 3 das fêmeas existentes no aquário, contudo foram contactos muito curtos com cada fêmea e só algumas é que voltaram mais do que duas ou três vezes ao local onde o macho defende ferozmente um pequeno território.

O facto de não ter reparado antes nos ovos deveu-se à sua cor e à particularidade do progenitor ignorar os ataques dos caracóis que os comem ( à minha frente ).

Não sei quando é que esta actividade vai terminar uma vez que desde a minha primeira mensagem ainda não nasceram crias e hoje mesmo uma das fêmeas voltou a desovar ( agora de uma forma bastante mais demorada ).

O macho continua a manter os ovos protegidos dos outros peixes ( Girardinus metallicus e Limia nigrofasciata ) mas não consegue afastar os caracóis, nomeadamente os das duas espécies de Niritina que habitam o mesmo aquário.

Custa-me a ver esta situação mas de momento não posso agir pois não tenho mais aquários disponíveis e só posso levar estes peixes para o exterior quando as temperaturas estiverem mais amenas.

Num outro aquário onde tenho o resto das Jordanelas... " No passa nada" apesar das condições serem iguais em termos de química da água e temperatura.

Alguém me sabe dizer quais são os limites mínimos de temperatura para esta espécie ?

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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  • 2 semanas depois...

Oi Miguel tudo bem,e que tal umas fotos dessas tuas belezuras?

Quanto à temperatura da agua que me pediste para registar,o minimo registado foi de 7Cº á superficie.Penso que é muito baixa para as tais criações exteriores,mesmo tendo em conta a profundidade.

Aquele abraço

Alvaro

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Olá caríssimo e estimado Compadre Xibuto,

 

“ Kanimambo “ pela mensagem.

Fiquei “ maningue “ contente !

Não há problema quanto à temperatura registada por ti ( 7ºC – mínimo absoluto ) pois nós iríamos tentar esta proeza apenas a partir de Abril, obviamente se tiveres disposto a isso.

Posso colocar em tua casa um aquário de 80 cm ou inventarmos outra solução qualquer para não perdermos esta oportunidade.

Esta espécie não deve tolerar temperaturas tão baixas como as que se registaram este ano, pelo que será aconselhável levar os peixes para aí apenas daqui a algum tempo ou o mais depressa possível se colocares o aquário na garagem.

Embora os meus bichos sejam mais bonitos do que estes, junto adiciono umas fotos encontradas na Internet.

Manda notícias, por aqui ou pela via mais privada.

Aquele abraço !

 

Fêmea

Jordanella-floridae-1.jpg

 

Macho ( os meus são mais bonitos )

refugia_19flagfish.jpg

 

Coisa e tal

zari2004.jpg

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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Olá Bruno,

 

A Jordanela ou Peixe Bandeira Americano tem uma distribuição geográfica que confina sensivelmente com o Estado da Florida, nos Estados Unidos da América.

Não é um peixe anual mas não se pode dizer que seja uma daquelas espécies de grande longevidade, ( o normal para os Ciprinodontídeos não anuais ).

O mapa anexo refere-se apenas à distribuição dentro dos Estados Unidos ( Estado da Florida ).

Há contudo outros locais de introdução feita pelo homem ( ainda dentro do próprio Estado da Florida e no Estado da Carolina do Sul mais a Norte ), por exemplo.

 

 

jordflor.gif

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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se alguem tiver a mais um casal ou ovos eu gostava de esperimentar.

Tenho fundoplachax para troca, mas tambem posso comprar, se oferecerem melhor.

Quando falaes em tempo para nao anual curto falas em quanto tempo?

3 anos?

2?

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  • 2 semanas depois...

Olá Bruno,

 

Parabéns pela aquisição.

O dimorfismo sexual é fácil a partir da fase em que são habitualmente vendidas as Jordanellas.

O macho é maior e tem as pintas vermelhas do exemplar das fotos.

As fêmeas são mais insignificantes em termo de coloração.

Atenção porque os machos imaturos são como as fêmeas.

É conveniente termos umas duas fêmeas por macho pelo que tenho visto no meu aquário.

Os meus continuam a desovar... para os caracóis comerem comida viva.

É uma pena mas até Maio o macho vai continuar a defender ferozmente o ninho e a receber as fêmeas de 15 em 15 dias cada uma, para desovas que duram às vezes vários dias consecutivos.

No outro aquário... nada de novo.

Um macho e duas fêmeas e... nada !

Se o aquário for relativamente grande não é necessário retirar as fêmeas como se lê por vezes.

Se estiverem presentes outros peixes o macho nunca se afasta do seu pequeno território ( nem para comer ) e as companheiras nem precisam de fazer nenhum esforço para se manterem à distância dele quando se torna agressivo.

Caso não haja outros peixes a ameaçarem a desova o melhor é contares com um refúgio de plantas se o aquário for grande. Caso contrário retira as fêmeas se estiverem a ser perseguidas pelo macho até à exaustão.

Vai levar ainda algum tempo para que os teus exemplares atinjam condições de desova. O melhor é condicionares o grupo com comida viva e manter a temperatura baixa para já ( cerca de 18ºC ).

Se as coisas correrem bem conta comigo para trocarmos exemplares mais tarde a fim de evitarmos consanguinidade.

Boa sorte !

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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  • 1 mês depois...

Caros amigos,

 

Para vos transmitir as últimas novidades e ajudar os interessados em reproduzirem esta espécie, tenho a informar-vos sobre o seguinte :

 

a) A Jordanella floridae sobreviveu a água salgada ( 1.028 a 22ºC ) durante 2 meses. As posturas cessaram por volta dos 1.018 a 22ºC.

O volume de posturas aumentou com a salinidade da água até 1.009 ou 1.010, depois começaram a diminuir. A uma salinidade de 1.012 a 22ºC o número de acasalamentos e posturas atingiu os valores médios dos registados em água doce.

b) A incubação dos ovos é mais lenta em temperaturas menos elevadas, podendo chegar a demorar mais do que um mês. Após o desaparecimento dos caracóis do aquário houve eclosões dos ovos mas o macho foi incapaz de proteger os recém nascidos dos ataques dos outros peixes e das suas próprias fêmeas.

c) Se existirem várias fêmeas no aquário não é necessário retirar a progenitora após a postura, como se recomenda em muita literatura.

Aliás as fêmeas têm posto os seus ovos várias vezes por semana, às vezes todos os dias e em casos extremos em várias posturas no mesmo dia.

A maioria das posturas tiveram lugar quase sempre durante as mudanças parciais de água ou a seguir a refeições com comida viva ou congelada.

Algumas vezes, as fêmeas fizeram fila para acasalar, esperando a sua vez até a anterior ter terminado.

d) A maior parte das fêmeas comem os ovos de posturas anteriores que conseguirem logo após o acasalamento ( se não forem de imediato afastadas pelo macho ).

e) À medida que o tempo vai passando o macho está aparentemente a ficar mais “ cansado “ e menos atento aos ovos.

Num processo que se arrasta desde Janeiro, ultimamente já se afasta da zona de postura para se alimentar o que permitia às fêmeas e a outros peixes comerem alguns ovos furtivamente antes dele descarregar a sua agressividade sobre os agressores.

f) Uma das fêmeas morreu ao tentar engolir uma cria de Girardinus metallicus demasiado desenvolvida para a sua garganta. O macho respeitou até os recém nascidos de outras espécies presentes no aquário enquanto que as fêmeas se revelaram sempre altamente predadoras embora preferissem uma dieta “ verde “.

g) Imediatamente antes de cada postura as fêmeas ficam muito claras a ponto de quase se deixar de ver qualquer vestígio da coloração típica no seu corpo como a famosa marca da barbatana dorsal.

O acasalamento começava sempre e invariavelmente com a aproximação de uma fêmea ao território do macho apresentando a coloração descrita e recolhendo as barbatanas. A aproximação final é feita “ de marcha atrás “ e a seguir o casal envolve-se na posição tradicional. A postura de cada ovo era perfeitamente perceptível pelos movimentos do par, mesmo com todo o aparato e estremecimento dos peixes colados uma ao outro.

 

Em conclusão :

É muito difícil reproduzir estes peixes num aquário contendo outras espécies, a não ser que seja feita uma selecção muito rigorosa da composição da comunidade e uma plantação intensa. Neste aquário não estava reunida nenhuma das condições apontadas até porque as plantas morreram com a salinidade por causa do tratamento.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

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  • 1 mês depois...

Boas

 

Desde já gostaria de te pedir desculpa Miguel por ir usar o teu tópico para fazer a seguinte questão: este Verão estou a planear em usar um aqua de 50cm, com cerca de 38l, que irei colocar no exterior da minha casa que fica na Figueira da Foz com a intenção de reproduzir uma casal ou trio de Jordanelas. As minhas dúvidas são: o que necessito de colocar no aqua a nível de aparelhos e decoração, que cuidados devo ter uma vez que a ideia é ficar sem tampa, cuidados quanto à temperatura, e se necessito de mop ou outro local de postura, e no caso afirmativo o que devo pôr? E no caso de ter crias como é que as alimento, ouvi dizer que se alimentam de água verde, é verdade?

Mais uma vez peço desculpa ao Miguel por uso indevido do seu tópico :( .

 

Cumprimentos

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Boas

 

Esqueci-me de dizer que a água da Figueira da Foz é ligeiramente alcalina pH de 7,5 e dura o suficiente para deixar deposito branco quando evapora. Estas caracteristicas prejudicam a tentativa de reprodução desta espécie.

 

Cumprimentos

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nao me parece que seja problema a agua ser ligeiramente alcalina.

Neste momento estou a criar uma postura de duas femeas e pelo que vejo em nº de alevins nascidos, sao mais do que eu esperava. Li que era um peixe de poucos ovos de cada vez, mas sem ter contado sao mais de 50 alevins que desde logo tirei as femeas e mais tarde quando nasceram os alevins retirei o maxo. este utilizou como (ninho) um tronco e um pouco de musgo. Neste momento alimento-os com rotiferus de agua doce e com microvermes pois ainda sao muito pequenos.a temperatura esta alta cerca de 28º ou 29º e o ph a 7.5. Dentro em breve terei de dar algums a um colega porque isto tudo aconteceu num aquario de 33 litros e temo que depois o espaço seja muito reduzido para levar estas vidas a desenvolverem-se correctamente.

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Olá Bangai

 

 

Os Jordanella guentam perfeitamente o nosso clima e tive-os fora de portas durante varios Invernos. Um colega da APK fez o mesmo num tanque no Alentejo onde até obteve reproduções. Do nosso amigo Motard vou pedir-lhe alguns alevins , uns para por num recipiente com plantas e muitas algas com uns 100-120 litros e ao ar livre e outros para ter em aquario.

As condições do teu aquario não são más embora seja relativamente pequeno.A agua não é problema. Pôe-lhe bastantes plantas, para oxigenação e abrigo das fêmeas. NÂO ponhas o aquario em exposição directa ao Sol pois que podes "cozer" os peixes...o mais provavel é as plantas e talvez os peixes aguentarem mas é perigoso.

Abraços

 

Paulo José

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Boas

 

Obrigado Paulo e Motar :arrow: .

Paulo então quanto à decoração é só colocar plantas e os próprios peixes desovam lá, é assim? Se assim não for gostaria de saber qual o local de postura mais indicado para esta espécie.

Quanto ao aqua, o sítio onde ele vai ficar vai apanhar luz directa do sol apartir das 2 ou das 3 da tarde. Quanto a aparelhos necessito de algum? Quanto às plantas, as tenciono colocar são elódeas, será que são boas para o efeito? Mais uma vez volto a colocar a questão da alimentação das crias, no caso de vir a ter algumas, com água verde, será possível? Apesar disso, conheco umas antigas salinas próximas da minha casa, apesar de não terem artémias é possivel recolher algum tipo de seres vivos que sirvam de alimentação às crias?

Mais uma vez obrigado pelas vossas colaborações :arrow::arrow: .

 

Cumprimentos

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Olá Bangai

 

Não sei se reparaste mas o Paulo José aconselhou a pores o aqua num local onde este não apanhe luz directa do sol. Mas parece que vais colocá-lo onde, apartir das 14 ou 15 horas da tarde dá lá sol !!!!

 

 

Cumprimentos

 

Vanessa Santos

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Olá

 

 

Criar a maior parte dos alevins e sobretudo os de Killis significa fazer eclodir, por vezes todos os dias, nauplios de Artemia. Sem eles os resultados... Se se souber o que se está a fazer é possivel para algumas especies dar Diaptomus e pós para alevins ou alimento liquido. Mas se não se for um aquariofilo experiente o mais seguro, e necessario, é providenciar os nauplios. Os microvermes são um subestituto para um dia ou dias, os peixes que foram exclusivemente criados com eles ficam pequenos ou mesmo raquiticos, o seu valor nutritivo é incomparavelmente menor que o Artemia.

Abraços

 

Paulo José

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  • 2 semanas depois...

Caros amigos,

 

As minhas desculpas sinceras pela ausência de contacto com este tópico.

Ainda bem que as respostas foram acontecendo naturalmente e que o Bangai pôde ver satisfeitas as suas dúvidas.

Apenas aproveito para acrescentar que desde Maio que os meus peixes estão num lago ao ar livre.

Já vi alguma actividade por parte dos machos mas ainda não sei se nasceram alguns alevins desde então porque o lago é profundo, a vegetação e a ligeira turbidez da água não permitem de facto detectar sequer os adultos com facilidade.

Queria ainda aproveitar esta oportunidade para agradecer ao Paulo a confirmação sobre a resistência ao frio desta espécie e a todos as restantes informações que passaram.

No meu caso em particular, estava preparado para alimentar os alevins em aquário com nauplios de Artemia e alimento líquido, contudo infelizmente os mesmos nunca chegaram a ultrapassar a fase da eclosão e absorção da bexiga natatória porque os restantes habitantes do aquário acabavam com eles mal o macho se ausentava em perseguição de algum intruso.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

http://www.viviparos.com

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