Híbrido de Gambúsia com Guppy


Cyprinodon

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Prezados colegas,

 

Tenho lido constantemente neste fórum ( assim como em muitas outras fontes ) relatos de híbridos entre a (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] e o Guppy.

Já me cansei de explicar, mais ou menos cientificamente, porque é que, à partida, a natureza não permite que isso aconteça, contudo, perante a insistência de tantos testemunhos que o afirmam… pus em prática aquilo que alguns confirmam ter acontecido.

Há uns meses atrás surgiu a oportunidade inesperada de ensaiar a experiência com três peixes de que não estava de todo à espera.

Depois das minhas suspeitas e interrogações sobre a existência de mais de uma espécie de (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] nas nossas águas nacionais, tenho recebido o apoio de alguns amigos que, de tempos a tempos, lá me mandam exemplares para observação ao microscópio e identificação.

Certo dia, um desses beneméritos foi o meu prezado amigo Bentes.

Presenteou-me com 3 exemplares ( dois indivíduos imaturos e uma fêmea muito jovem ) daquilo que poderia vir a ser identificado como hipoteticamente a espécie G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] affinis.

Logo na altura percebi que na realidade tudo apontava para que fosse mais uma população de [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b], apesar de alguns traços realmente distintos nos animais imaturos.

A maior surpresa foi a dita fêmea pertencer à espécie Poecilia reticulata, apesar de não exibir ainda colorido algum, muito característico das variedades domésticas.

Como os restantes dois indivíduos não tinham atingido a maturidade sexual, o que não é bom para uma identificação com o mínimo de credibilidade, resolvi preservar o trio num recipiente de 30 litros, tentando comprovar aquilo que tantos afirmam ser possível, apesar de nunca ter sido demonstrado cientificamente.

Já se passaram vários meses entretanto.

Os três peixes cresceram e desenvolveram-se.

Os dois da espécie [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] são hoje machos adultos e sexualmente activos.

O da espécie Poecilia reticulata tem todas as características merísticas próprias da sua espécie e é sem dúvida e inegavelmente uma fêmea.

Apesar de ter sido confundida com um híbrido entre as duas espécies, quando atingiu a plenitude revelou pertencer a uma comum variedade doméstica de Guppy.

Esta fêmea em particular aprendeu a lidar com a insistência e agressividade dos dois machos (G a m bú s i a)[b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b].

Um deles, como acontece em muitas espécies de Poeciliídeos, desenvolveu-se mais rapidamente e ficou muito menor do que o outro, o qual levou cerca de 3 meses mais a atingir a maturidade sexual.

Tirando esse facto, apenas na altura do corpo se nota uma muito ténue diferença entre os dois machos.

Assim que atingiram a maturidade sexual começaram em poucos dias a acasalar.

Tenho sido testemunha de inúmeros acasalamentos com sucesso desde então, especialmente durante a distribuição das refeições, levando estes machos a técnica da cópula furtiva ao extremo, precisamente nessa altura ( durante a qual a fêmea está distraída a alimentar-se ).

Curiosamente, esta Guppy aprendeu a defender-se tanto da cópula furtiva como da agressividade dos machos. Há mais de dois meses que não exibe ferimentos ou danos, nomeadamente na cauda.

Independentemente de estar a ser fecundada diariamente por dois machos, não há sinais visíveis e aparentes de gestação, embora a temperatura tenha sido permanentemente mantida acima dos 24ºC desde o início da experiência.

O fundo do recipiente está coberto com uma camada de “ Musgo-de-Java “, a qual, além de albergar camarões “ Red Cherry “ recém-nascidos permite a sobrevivência de pequenos invertebrados que são dados por vezes como alimento vivo aos peixes, o que me leva a supor que também serviria perfeitamente de abrigo seguro para alguma eventual cria.

O trio vai ser mantido assim, apartado por mais 3 meses, ao fim dos quais será separado. A fêmea será então incluída num grupo da sua espécie mas de outra variedade, onde se destaque muito claramente… a ver se engravida.

Caso inicie uma gestação assim que for fertilizada por machos Poecilia reticulata, darei como provada a minha teoria ( a qual é em suma baseada naquilo que tenho lido em artigos científicos ).

Gostaria de solicitar a algum dos meus leitores que foram testemunhas de híbridos entre estas duas espécies, o favor de me enviarem provas disso para este tópico ou via endereço particular ( vivíparos[at]vivíparos.com ).

Não estou a duvidar de ninguém, mas como comigo a experiencia não está a funcionar cada vez mais preciso de provas concretas para mudar de opinião.

Grato pela vossa atenção eventual ajuda.

Editado por Cyprinodon

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

http://www.viviparos.com

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  • 6 meses depois...

Prezados colegas,

 

A pedido de um de vós, resolvi antecipar para hoje a conclusão deste tópico.

Aguardava apenas por mais uns dias de frio para chegar a algumas conclusões relacionadas com a temperatura, como poderão compreender mais adiante.

No seguimento da primeira parte deste tópico passo a descrever a continuação de uma experiência destinada a testar as inúmeras suspeitas levantadas sobre o assunto por outros utilizadores inscritos.

O trio descrito nesta experiência durante a mensagem anterior, permaneceu junto até finais de Outubro.

Durante esse período de tempo foram escrupulosamente respeitadas as condições de manutenção descritas anteriormente.

Poucas semanas após a minha mensagem original, a fêmea deu no entanto à luz pelo menos uma cria.

Tal situação não é inédita e tem uma explicação simples relacionada com os mesmos mecanismos que permitem a estas espécies a preservação de esperma viável por vários meses, no entanto poderia ter sido um fenómeno diferente, como o que acontece no famoso caso Poecilia formosa.

Entretanto quero aqui apenas destacar que esta cria só veio provar que as condições criadas se revelaram, de facto, eficazes na protecção de eventuais recém nascidos em relação aos vorazes ataques dos machos G(G a m b u s i a) [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] hobrooki.

Ao crescer o suficiente, a cria passou a aventurar-se acima da protecção do Musgo de Java e integrou-se, a pouco e pouco, no grupo de três adultos das duas espécies.

Não se registou nenhuma gestação visível na fêmea, nem tão pouco apareceram mais recém nascidos.

Por precaução, durante o mês de Novembro, a fêmea foi ainda colocada num aquário maternidade de 35 litros, com barreira de rede a meio, separando a Guppy do fundo do aquário num compartimento superior a todo o seu comprimento e largura.

Foi ainda adicionado algum Musgo de Java e Riccia fluitans nessa área vedada, onde se encontrava a fêmea.

A temperatura foi elevada lentamente até aos 24ºC e redobraram-se os cuidados com a qualidade do alimento fornecido.

No compartimento inferior foi libertado um generoso grupo de camarões " Red Cherry ".

Durante pouco mais de um mês, nada aconteceu.

Foi então introduzido um macho de Poecilia reticulata var 3/4 negro no aquário maternidade.

De imediato as tentativas de acasalamento começam, sendo que nos primeiros dias a fêmea se esquivava constante do persistente macho.

Ao fim de algum tempo começaram-se a notar os primeiros sinais de gestação, sendo que a residência aos contactos com o macho se diluíram bastante.

O macho foi então retirado e devolvido ao seu proprietário original.

A fim de sensivelmente 26 dias de gestação a 25ºC, nasceu um número desconhecido de crias, das quais 12 apareceram no compartimento de baixo e de onde foram retiradas ao fim de uma semana.

28 dias após este primeiro parto, deu-se nova aparição de crias, totalizando 31, as quais de novo foram retiradas ao fim de uma semana e juntas às primeiras num aquário à parte.

Todas as crias estão ser criadas até os primeiros machos atingirem o pleno desenvolvimento com a maturidade sexual, a fim de se determinar a espécie e variedade, sendo separadas por sexos assim que tal for possível de se perceber.

A fêmea original entretanto faleceu a meio da terceira gestação, vítima de uma infecção de origem bacteriana.

E quanto à única cria que apareceu no local da experiência ?

Essa foi aí preservada, a fim de se conseguir uma identificação positiva com a maturidade.

Esta cria foi crescendo até se transformar numa fêmea adulta.

Morfologicamente não há nada que a distinga de uma vulgar fêmea de Poecilia reticulata.

Ambos os machos de [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] começaram a copular com ela a partir do momento em que atingiu mais de 27 mm, tendo redobrado as respectivas atenções após a retirada da fêmea original, mãe da actual e das crias nescidas nos dois outros partos e atrás mencionada como falecida.

Continuaram a não existir sinas de gestação nem apareceram mais crias a coberto do musgo no local onde estava reunido o trio das duas espécies.

A temperatura foi descendo progressivamente até ter atingido 15ºC por duas vezes.

Um dos machos [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] morreu entretanto em resultado dos ferimentos resultantes de combates com o outro.

As temperaturas mais baixas provocaram as expectáveis mudanças de comportamento na fêmea Guppy desse trio ( agora casal ), observáveis noutros membros da sua espécie submetidos a limites próximos do da sobrevivência.

O macho [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] sobrevivente continua activo, a alimentar-se com apetite mas perdeu o impulso sexual sensivelmente abaixo dos 17ºC, tendo deixado de perseguir a fêmea, mesmo nas raras alturas em que a temperatura voltou a elevar-se acima desse valor no último mês.

Se esta segunda fêmea resistir ao Inverno, em particular às temperaturas a que está submetida num aquário não aquecido ( relembro que a [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] tolera até 4ºC ), será mais tarde colocada no aquário maternidade e junta com outro macho de Poecilia reticulata um mês depois, nomeadamente se não entrar em gestação entretanto.

Embora os resultados actuais ainda não sejam conclusivos, tudo leva a querer que as minhas suspeitas originais se vão confirmar, isto é, que o cruzamento entre estas duas espécies não será de todo provável e concretizável.

Caso tivesse condições para o fazer, repetiria a experiência, mas desta vez com um grupo de matrizes mais representativo, desafiando dessa forma as leis da probabilidade.

Utilizaria para o efeito, crias de várias variedades de Poecilia reticulata e mesmo de Poecilia c.f. wingei de onde seleccionaria as fêmeas, depois de ir retirando todos os machos que iniciassem o processo da maturidade sexual.

Os machos de [b][color="#FF0000"] Espécie inserida no DL 565/99.[/color] [url="http://http://www.aquariofilia.net/forum/index.php?showannouncement=6"]Lista de espécies cuja venda é proibida em Portugal[/url][/b] seriam igualmente seleccionados a partir de um grupo de crias imaturas e atingiriam a respectiva maturidade já na companhia das fêmeas Guppy e Endler.

Se entretanto acontecer algo que justifique nova actualização deste tópico... contem comigo.

Continuo entretanto muito decepcionado pelo facto de ninguém ter descrito resultados contrários aos aqui relatados ( nomeadamente ao fim de praticamente 7 meses após o meu apelo original nesse sentido ).

Qualquer leitor deste tópico que tenha provas concretas de híbridos entre estas duas espécies, como tantas vezes já se fez crer neste fórum ( de uma forma directa ou indirecta ), pode contudo manter o anonimato enviando-me uma mensagem particular para cyprinodon ( at ) clix.pt ou geral ( at ) viviparos.com.

Não levem o meu cepticismo ao radicalismo e não se inibam de me desvendarem algo que mudaria instantaneamente a minha opinião.

Fico grato pelo vosso interesse e atenção e faço votos de que prossigam com os maiores sucessos na aquariofilia.

Com as minhas melhores saudações

 

Miguel Andrade

 

http://www.viviparos.com

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  • 3 meses depois...

A que questão que se me levanta de tudo isto é:

Temos então populações estáveis e nidificantes de Poecilia reticulata estabelecidas em Território Nacional a sobreviver ao Inverno?

Alguém tem fotos de machos assilvestrados dessa mesma população?

E qual a sua localização geográfica de um ponto de vista mais geral, assim tipo a zona?

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