A Ténia Do Peixe


miguel angelo 2

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Boas,

Lembrei-me de colocar aqui estes artigos por achar que devem ter interesse para nós aquáriofilistas .

Já ouvi falar bastante sobre a ténia do peixe mas nunca tinha pesquisado sobre o assunto e hoje saíu isto.

A partir de agora nunca mais vou aspirar água dos aquários com a boca. Lol lol lol

Os artigos:

1

Susto e reflexão motivados pela tênia do peixe

 

Pedro Paulo Chieffi, Susana Zevallos Lescano, Vicente Amato Neto

(Instituto de Medicina Tropical de São Paulo. Laboratórios de

Investigação Médica – Imunopatologia da Esquistossomose e de

Parasitologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo)

 

Agente: cestódeo da ordem Pseudophylidea, gênero Diphyllobothrium

Principais espécies

• Diphyllobothrium latum

• D. pacificum

• D. cordatum

• D. alascense

• D. dendriticum

• D. lanceolatum

• D. yonagoensis

Distribuição geográfica

• Europa: países bálticos e escandinavos

• Ásia: Japão

• América do Norte: região dos Grandes Lagos

• América do Sul: Peru, Chile e Argentina

Morfologia e biologia

• Ovos: operculados, 50-75_m x 40-50_m

• Verme adulto: 3 a 10 metros (4 000 proglotes)

• Localização:

Peixes (hospedeiros intermediários) :_músculos e vísceras

Homem (hospedeiro definitivo):_intestino delgado (jejuno)

• Tempo de vida do verme adulto: 10 - 30 anos

• Eliminação de ovos: aproximadamente um milhão por dia

Ciclo Evolutivo: ver figura

Hospedeiros

• Primeiro hospedeiro intermediário : artrópodes copépodes dos gêneros

Cyclops e Diaptomus

• Segundo hospedeiro intermediário:

D. latum :_peixes de água doce (salmão, truta, enguia e outros)

D. pacificum : peixes marinhos (bonito, merluza e congrio)

• Hospedeiros definitivos:

- homem, cão e gato para D. latum

-mamíferos marinhos (leões marinhos, otárias, focas, e outros) para D.

pacificum; o homem é hospedeiro acidental

Diagnóstico

No homem:

• Exame de fezes - direto (ovos operculados)

• Observação de proglotes grávidas - útero em forma de roseta

No peixe:

Muito difícil; os plerocercóides são esbranquiçados (2-4 cm); encontram-se

na musculatura, vísceras e cavidade peritoneal; são necessários cortes

histológicos

No Brasil, a difilobotríase é helmintíase conhecida apenas por alguns

parasitologistas, se considerarmos os que têm vínculo com atividades médicas.

Foram, de 1998 a 2004, conhecidos dois acometimentos referentes a pessoas

que contraíram a parasitose em outros lugares. Contudo, a partir de março de

2004 começaram a ser diagnosticados vários casos, demarcando

acontecimento inusitado. Em São Paulo a nova situação tornou-se evidente

através de informe prestado por determinado Laboratório de Patologia Clínica,

de caráter particular. Depois, reconhecimentos ocorreram também em Belo

Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. Logo percebeu-se que tais eventos tinham

nexo com a ingestão de salmão cru, procedente do Chile. Houve preocupação

sobretudo por causa de notícias divulgadas por diferentes meios de

comunicação.

Entidade defensora de restaurantes dedicados à culinária japonesa e

órgãos governamentais passaram a preocupar-se com a adoção de medidas

preventivas.

A verminose, felizmente, não é enfermidade grave. Só 20% dos

parasitados relatam manifestações clínicas inespecíficas, relacionadas com o

aparelho digestivo, porquanto a tênia fica situada no intestino delgado. Assim,

como queixas mais comuns há relato de dor com desconforto abdominal,

flatulência, diarréia, vômito e emagrecimento. Anemia megaloblástica é

verificação possível, em virtude de consumo, pelo verme, de vitamina B12 do

organismo.

O diagnóstico é simples, por meio da identificação de proglotes

expelidos e do encontro de ovos nas fezes, sem necessidade de precisar de

métodos especiais ao exame parasitológico das fezes, convindo mencionar que

a oviposição diária é expressivamente grande.

Cura, felizmente, é obtida com facilidade. Dose única de praziquantel,

remédio bem tolerado e preferido, basta (25 mg/kg de peso).

A medida profilática básica depende de congelamento do peixe.

Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), do Brasil,

manter a 20º Celsius negativos durante 7 dias ou a 35º Celsius negativos

durante 15 horas. O órgão norte-americano Food and Drug Administration

(FDA) indica 18º Celsius negativos durante 24 horas. Por aqui não é habitual,

em nível doméstico, possuir congeladores que promovam 18º Celsius

negativos.

Os Governos do Brasil e do Chile mantêm acordo sanitário que, porém,

provavelmente não serviu para coibir a difilobotríase. O peixe incriminado agora

vem praticamente só do Chile. Em 2003 foram importadas 8 500 toneladas e,

em 2004, 18 000. Em restaurantes que servem sushie e sashimi, cerca de 300,

 

sucede consumo de 10 000 000 de unidades a cada mês. Neles a freqüência

passou a ser 60% menor.

A Secretaria Especial de Agricultura e Pesca da Presidência da

República, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a

Associação Brasileira de Culinária Japonesa, preocupados, estipularam

normas coercitivas, abrangendo os partícipes da inadequação, exemplificados

por pesca, cultivo, transporte e preparo. Um sanitarista, com curioso otimismo,

proclamou que a difilobotríase não mata e só incomoda.

A helmintíase em questão acontece em diversos países, de acordo com

o que já especificamos. O Brasil só recentemente entrou no contexto. Em São

Paulo, de forma oficial, 44 casos ficaram registrados e o saite do Ministério da

Saúde (www.saude.gov.br) menciona os números atinentes aos demais locais.

Advieram opiniões no sentido de que se deu exagerada dimensão ao

ocorrido. Todavia, lembramos a conotação com necessário destaque que

merecem as doenças provocadas pela ingestão de alimentos insalubres. São

dois bilhões a cada ano no mundo. Em 2004, quatro milhões no Brasil.

Constituem a maior causa de adoecimentos no mundo.

 

 

 

 

2

 

Profa. Dra. Irene Soares

Disciplina Parasitologia Clínica, FCF/USP

1°semestre/2005

 

Difilobotríase

• Agente etiológico: Diphyllobothrium sp ("Tênia do Peixe")

* Um dos maiores parasitas intestinais do homem: pode

chegar a 10 metros de comprimento e 3 mil proglotes

* Espécies mais freqüentes que parasitam o homem:

- D. latum (em peixes de água doce ou mista)

- D. pacificum (em peixes de água salgada)

• Transmissão: ingestão de peixes crus ou mal cozidos

(sushi e sashimi) contendo as formas larvárias infectantes

• Período de incubação: 5 a 6 semanas

Doença intestinal de longa duração, podendo permanecer

no intestino por cerca de 10 anos

• A maioria das infecções é assintomática

• Sintomáticas: desconforto abdominal, flatulência, diarréia,

vômito e perda de peso

Anemia megaloblástica pode ocorrer: por carência de

vitamina B12

Infecções severas podem resultar em obstrução intestinal

ou do ducto biliar

 

 

 

 

Epidemiologia e Controle

• Incidência: Leste Europeu, América do Norte e América do Sul,

África e alguns países da Ásia

• No Brasil (São Paulo): 28 casos entre março/2004

e março/2005 (primeiros registros de casos autóctones no país?)

• Tratamento: a droga de escolha é o praziquantel (10 mg/kg de

peso em dose única)

A administração de vitamina B12 pode ser necessária para

correção da anemia

• Medida preventiva (ANVISA): os pratos que contenham peixe cru

ou mal cozido deve ser precedido de congelamento do pescado

a -20ºC por no mínimo 7 dias (ou a -35 ºC por no mínimo 15 min)

Outra medida: cozimento completo do pescado a 60°C por 10 minutos.

 

Foto da dita:

dlatum_2.4.jpg

 

Ciclo biológico

 

D_latum_LifeCycle.gif

 

 

Penso não haver problemas em colocar aqui visto os autores estarem identificados.

Editado por miguel angelo 2

Abraços

Miguel Angelo

Os meus Discus

 

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acaba por ser um problema, que muitos nem sabem que existe, por vezes vemos os peixes magros e pensamos logo em flagelados, mas por vezes temos esta bele surpresa, cestodos, alimentam-se de tudo o que o peixe come, absorvendo principalmente a vitamina B12, essencial para o crescimento e desenvolvimento do animal, tal como em nós humanos

Obrigado

 

Joao Costa

 

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Fonix.

Já não como discus.....

JPM

 

 

João eu no teu lugar e depois de tantas caldeiradas começava hojae a fazer análises ás fezes :lol:

Mas sem brincadeiras,podemos ingerir os ovos através da manipulação da água dos nossos aquários, principalmente quem aspira a dita com a boca para fazer TPAs como eu fazia.

Abraços

Miguel Angelo

Os meus Discus

 

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oi com a boca nunca, para isso existem os sifoes!!!!!

e pelo que alguns veterinarios me disseram se o tratamento com praziquantel foi feito com as doses adequadas os ovos tb teram ficado inviaveis para a reproduçao destes bichos maleficos

Obrigado

 

Joao Costa

 

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