Equação anti-algas !


Miguel Figueiredo

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Nada como um repost pouco consensual para refletirmos sobre formas práticas de impedir que as algas invadam o aquário.

 

As algas evitam-se através da equação:

 

- Algas = Plantas de crescimento rápido + mudanças de água +
caracois, camarões e peixes comedores de algas -
fertilizantes - solos férteis - variações de CO2 ;

 

 

A equação é particularmente aplicável em aquários récem-instalados ou relativamente low tech.

 

Em aquários plantados bué da hi-tech, a equação torna-se mais discutível, é um pouco como falarmos das carateristicas de um bom carro para andar na cidade e depois passarmos a uma pista de Fórmula 1, onde tudo está preparado para se conduzir a 350 km/hora, sem filas, sem semáforos e sem velhinhas na passadeira.

 

Em termos "citadinos", provavelmente o mais importante serão mesmo as plantas de crescimento rápido e as mudanças de água: Com uma grande quantidade de plantas em franco crescimento não há estoiros de algas.

 

As mudanças de água, por outro lado, removem as substâncias que fazem as algas prosperar, como o excesso de fosfatos ou de compostos de azoto.

Não devemos exagerar na fertilização: em muitos aquários "citadinos" nem deve existir porque apenas se estará a alimentar as algas.

Evitar a fertilização inclui evitar os substratos ricos: Só os substratos argilosos e inorgânicos se tornam realmente úteis, permitindo a reposição de micro elementos como o ferro.

Os macro elementos (azoto, fósforo e potássio) existirão quase sempre em boa quantidade, desde que tenhamos peixes e os alimentemos.

 

Para evitar as algas precisamos então de ter inicialmente muitas plantas de crescimento rápido, de fazer as mudanças de água frequentes e de evitar fertilizantes.

 

É sempre mais fácil prevenir uma infestação que tratá-la.

 

Então se não devemos usar nem substratos especiais de corrida nem fertilizantes nem sequer preocupar-nos excessivamente em injetar (na veia) CO2, porque é que então o comércio está CHEIO desses produtos?

 

A razão óbvia é que o comércio tem que viver, claro... e fá-lo imitando, no nosso mundo "citadino", os desportivos de topo... que foram desenhados não para a cidade mas para os autódromos.

 

Porém, a nossa realidade do dia a dia é diferente:

 

Lembro-me de ter lido recentemente um espetacular tópico de um aquascaper português onde relata a instalação de um aquário, talvez com uns 250 litros e que inicialmente incluiu 70 vasos, boa parte deles in vitro. São algumas centenas de euros só em plantas, num aquário nem sequer especialmente grande . Se incluirmos a panóplia restante de equipamento estamos a falar de aquários que ficam realmente ao preço de citadinos...

 

São sistemas que requerem investimento considerável, sobretudo em tempo mas também financeiro, frequentemente só viáveis com o apoio das tais empresas que depois vendem esse tipo de artigos.

 

Ora uma equação que retire os placebos e conceitos contraproducentes pode tornar-se... incómoda. :)

 

Mas estará conforme a realidade dos aquários:

 

As Algas evitam-se com

 

muitas plantas de crescimento rápido,

mudanças de água frequentes,

 

caracois, camarões e peixes comedores de algas,

 

sem adição de fertilizantes,

sem solos férteis,

 

sem constantes variações de CO2,

 

 

Não ter algas é meio caminho andado para conseguirmos ter um aquário bem plantado desde que exista luz QB, porque tudo o resto ou já existe no aquário ou será reposto com as mudanças de água frequentes.

 

 

Miguel

Editado por Miguel Figueiredo
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Olá Miguel,

Parabéns pelo post, está bastante interessante.

No entanto surgiu-me uma questão.

Defendes que uma das medidas a adoptar para evitar algas, é a mudança frequente de aguas. Compreendo perfeitamente, basicamente pretende-se fazer um "reset" dos nutrientes, evitando fertilização excessiva.

 

Mas por outro lado, apontas também que as variações constantes de CO2, contribuem em muito para a proliferação de algas.

 

É aqui que surgem as minhas maiores duvidas, pois parecem-me dois factores contraditórios, num aquario low tech. Num aquario sem injecção de CO2, as TPAs, vão induzir um spike de CO2, precisamente contribuindo para as algas.

 

Pelo menos é o que diz Tom Barr:

 

http://www.barrreport.com/forum/barr-report/non-co2-methods/2936-non-co2-methodsAs long as the CO2 is stable, things are fine.
Large water changes tend to add a spike of CO2 and this can cause instability. Perhaps algae sense changes in CO2/low O2. Speculation certainly.

 

 

Qual a tua experiencia com aquarios low-tech? Qual o regime de fertilização e TPAs que segues?

Cumprimentos

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Sim, é verdade, vai existir uma variação considerável no CO2 provocada pelas mudanças de água, mas as outras vantagens das TPA ultrapassam esse fator negativo, o que acontece é que a água canalizada frequentemente transporta não apenas grandes níveis de CO2 como de outros gases, inlcuindo oxigénio e até mesmo gases bastante nefastos como o cloro (instantanemente removido pelos anti-cloro). E porquê? Porque essa água esteve sobre pressão. E o que acontece com os liquidos quando passam de um meio com mais pressão para o meio com menos pressão? Libertam os gases, claro, e, se a pressão for sufientemente baixa, até fervem! É o que se passa com a água ou mesmo com o nosso sangue no espaço e é também o que acontece quando um mergulhador vem demasiado depressa à superficie, os gases dissolvidos no sangue, nomeadamente o azoto libertam-se subitamente e podem criar embolias mortais.

Ora o súbito aumento de gases no nosso aquário resultante das TPAs, e que vemos sobre a forma de bolhinhas nos vidros, além de CO2, trás também muito oxigénio, isto parece ser positivo para as plantas mas é péssimo para muitas espécies de algas que, literalmente, enferrujam (oxidam) e morrem. Mas não todas, claro, há sempre uma espécie ou outra que tolera bem essas flutuações da oxigenação, porém a probabilidade de simultaneamente serem resistentes a tudo o resto, incluindo comedores de algas, é baixa... mas não inexistente. Por exemplo existe uma hair algae que tolera perfeitamente mudanças de água e que apenas é devorada por um peixe que conheço: as Jordanellas.

Portanto, neste contexto, as TPAs são preciosas para controlar as algas.

 

De facto, alguns aquariofilistas. com infestações mais avançadas, fazem mudanças de e água sem colocarem anti-cloro... ora o cloro é um inimigo terrivel das algas.... Infelizmente também o é das guelras do nossos peixes, portanto é algo que só deve ser equacionado no plano curativo e in extremis, e não no plano preventivo que estamos a falar.

 

 

Miguel

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Muitas plantas de crescimento rápido exigem muitos nutrientes ora se fizeres TPAS frequentes e grandes e pouca fertilização não sei como elas se vão alimentar mas para avitar algas concordo que devem haver poucos nutrientes em excesso e quando falo em excesso é não consumidos pelas plantas.

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No meu caso fertilizo praticamente todos os dias.

Tenho uns 27W em LEDs e CO2.

Substrato fértil Tropica com Power Sand por baixo.

Não tenho problemas com algas.

Um substrato fértil e isolado da coluna de água, permite um bom crescimento das plantas, que depois irão também buscar nutrientes à coluna de água.

Pelo menos no meu caso tem resultado.

 

Cumps

 

José

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Boas,

 

Aquando a montagem do meu áqua considerei colocar também plantas de crescimento rápido para consumirem os nutrientes em demasia, tenho substrato fértil, fertilizo diáriamente e tenho Co2.

 

Para o controlo das algas eu tenho sempre em atenção o seguinte:

 

1. Ajusto a fertilização necessária consoante a flora existente (o melhor é fertilizar diáriamente micros e macros alternadamente)

2. Evito que hajam desiquilíbrios de Co2

3. Apenas dou 6h de luz (24W > 6500k > 1800lm)

4. E tenho muito respeito pelas TPA's

 

Em relação às TPA's, como já aqui referiram e muito bem, acho que as mudanças constantes de águas não resolvem de todo o não aparecimento de algas, visto que a cada TPA estamos a retirar nutrientes que as plantas necessitam.

 

Normalmente eu faço TPA's 2 vezes por semana, à quarta de 5% a 10% e ao sábado de 30% a 40%, durante a semana só faço TPA se o NO3 estiver superior a 35 ppm, e aproveito para limpar os vidros. Em NO3 tento sempre manter entre os 25 e os 35 ppm.

 

Desde a montagem do meu aqua, o único sítio onde tenho verdete é no difusor de Co2, de resto nunca tive algas.

 

Cumps,

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