Plantado V4.0 [fim]


Marc

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<span style='font-size:23pt;line-height:100%'>Respostas</span>

 

A todos – Agradeço novamente a atenção a todos que leram este tópico e espero que possam ter aprendido alguma coisa. Agradeço especialmente aos que me responderam aqui no tópico, ao meu pai e à minha mãe por me terem feito, ao meu professor de filosofia do nono ano, seja lá quem for, ao meu agente e à minha namorada.

 

Em seguida respondo aos que me fizeram perguntas directas ou aqueles que fizeram comentários demasiado provocantes:

 

Certefica-te que a lâmpada que usas no HQI tem filtro UV, e que o próprio projector também tem. Por experiência as HQI aceleram o processo evolutivo de tudo, inclusive das algas. A luz vai ser fundamental, e controla-la será o segredo na minha modesta opinião. Depois aconselho-te a verificar (isto se utilizaste plantas do layout anterior) o crescimento das algas vestigiais que ficaram nessas mesmas plantas.

vitlated: Obrigado pela ajuda. As plantas que usei neste aquário são as mesmas que já tive antes. Limpei todas com muitíssimo cuidado, mas algas existem em todo o lado. Podes montar um aquário em condições estéreis em água destilada, mas se houver condições favoráveis, garanto que vão aparecer algas. Em relação à luz estou à vontade pois o aquário está num corredor que não recebe luz directa de lado nenhum, nem com todas as portas e janelas abertas. Antes de montar este aquário já tive 3 Layouts diferentes montados no mesmo sítio e nas mesmas condições de luz. O terceiro é aquele que eu mostro no início deste tópico, os dois anteriores são estes:

 

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Meu Primeiro Aquário – Foi para experimentar os mais diversos tipos de plantas. Durou 4 meses.

 

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Meu Segundo Aquário – Esse já foi mais a sério, mas acabei por me cansar. Durou 7 meses.

 

Não tive problema nenhum com algas. Por isso creio que o problema no Plantado v3.0 foi mesmo o uso incorrecto de fertilizantes líquidos. Neste aquário tenho de ter muito cuidado com algas porque tenho poucas plantas para absorver nutrientes. Uma boa jogada é a seguinte: espetar com plantas flutuantes no aquário. São fáceis de tirar depois e crescem bem. Mas não podem tapar a luz para as outras plantas. A melhor planta para isso deve ser a Ceratophyllum demersum porque pode crescer a um ritmo estúpido e há quem diga que a planta segrega um líquido que combate algas. (Se alguém sabe mais sobre isso, peço explicações).

 

Rui Pedro – Grande homem. Hei-de te ligar quando ficar sem gás, para ver o que se passa com a válvula. Mas com este sistema o CO2 tem durado e durado. Abraço.

 

Bytter Acho que compreendo o que queres dizer. Se não o fizeste já, aconselho-te vivamente leres livros de Carl Sagan, pela maneira como aborda Deus. É inspirador. No livro “Cosmos” há uma parte que no filme não aparece sobre uma mensagem escondida dentro de “pi”. O Conceito é sublime. O que tu sentes em relação à informática sinto eu em relação a geometria descritiva. Acho que clarifica curiosamente as ideias.

 

Mas, por outro lado, acho importante e até admiro quem se dedica a Deus com sua alma. A capacidade de ter fé, de acreditar sem provas, a verdadeira disposição para o bem, são coisas que admiro profundamente. Não conheço muita gente assim, mas suficientes para saber que é possível. Não falo dos ditos católicos que foram baptizados bem antes de desenvolver uma consciência coerente do mundo e que desde então têm evitado pensar muito no assunto, porque sempre tiveram coisas mais urgentes em que pensar. Muitos dos meus melhores amigos encontraram Deus nas suas vidas e quase os invejo por isso.

 

Eu tenho o meu próprio Deus. (Aquele das pequenas coisas.) O que é subentendido e o que nos distingue. O que faz com que tudo bata certo. A Razão.

 

kromoAqua Também eu acho que essa foto saiu bem. Tentei criar em todo o aquário pequenos pormenores que fazem sentido no todo, mas que, como no caso da fotografia, também funcionam separados do resto do aquário.

 

Paulo Fernandes E a correria que foi ajustar o temporizador na máquina fotográfica, correr até o aquário e pôr-me na posição para a foto… Não tive ajuda. Tiveste no Algarve. ;)

 

 

Só me assustaste em por o balde em cima dos vidros  

Eu acho que nunca teria coragem de fazer isso...

 

Não é querer estragar o tópico, mas tens umas incorrecções na parte do CO2. Não é muito importante, até porque há pontos de maior foco no teu tópico.

ivanpantz Isso do balde não me assustou nada. Tenho um Livro “Meisterwerke der Architectur” Que é enorme e que forrei todo em plástico para usar debaixo do balde. Mas dessa vez com as correrias da máquina fotográfica nem me lembrei. O vidro do aquário é de 8mm. Mas prometo que não o volto a fazer (a não ser que esqueça novamente do livro.)

 

Quanto às incorrecções no CO2. Isso chateia-me porque não quero incorrecções! Tu tens paciência para corrigir o texto e depois falamos com um moderador para substituir lá no sítio. É que eu já não posso editar a mensagem. E não suporto saber que está mal. Muito obrigado pela ajuda.

 

Moderadores? É possível?

 

Acredito que a tua angústia por conseguir uma recriação perfeita advém da tua capacidade em recriar no papel algo que imaginas, mas é algo que é muito menos efémero que o aquário.

sergioveterano Tu deves conhecer aquela sensação de impotência perante uma ideia. Sei o que quero e na minha cabeça faz sentido, mas as minhas mãos são atrofiadas e quando a ponta do lápis toca no papel a ideia perde claridade e não sou de todo capaz de exprimir o que me vai na cabeça. Muitas vezes estou longe de conseguir recriar no papel o que imagino. Fico parvo. Por favor diz-me que isso é normal.

 

Sou, sim, mais apto que muitos para transpor ideias para o papel. Isso é porque trabalho muito e gosto do que faço. Mas acho que há gente com o dom de desenhar exactamente o que querem. No caso do desenho olhe o Dave McKean ou o Bilal ou o Frezzato ou o Civiello etc… Durante o curso tive um colega chamado Agostinho que tem o dom. Mas eu não o tenho. Não me considero dotado. E aquilo que sei fazer tive de lutar para o aprender. Aos meus olhos, no entanto não é nada de especial porque estou amaldiçoado com a capacidade de reconhecer o que é sublime. E é isso que eu quero se capaz de fazer.

 

No caso dos aquários é exactamente a mesma coisa. Há gente que parece ser “um” com o aquário e que o faz dançar ao seu ritmo. Ora eu não. Eu tenho de estudar e calcular e medir para o conseguir. É essa a diferença e eu tenho de a reconhecer.

 

O que eu disse faz algum sentido?

 

És sem duvida uma pessoa que sabe o que faz...

Pedro Nuno – Na sequência do que eu acabo de escrever: “Isso queria eu.”

 

Mas obrigado.

 

manu33 – Não sou génio não, nem tenho “o dom”. É isso que estou a tentar explicar. Será que ninguém entende que aquilo que aqui está é só trabalho e números e contas e mais trabalho. Alguém compreende o que estou a tentar dizer? (Aqui estou a sorrir enquanto escrevo. Não estou de modo algum chateado. Digo isso para evitar maus entendidos – ‘Tou na boa)

 

Não faz mal nenhum se não compreendem. Esta conversa já está comprida e é muito chata de ler. Até usei palavras como “conceitualizar” Isso é o cúmulo. Estou a tornar-me o meu professor de filosofia do nono ano. Oh não! Vamos lá todos esquecer essa coisa de Arte. Cada um tem a sua opinião e na minha eu tenho ainda muito a fazer até conseguir o que quero. E isso eu acho bem. É o caminho que conta.

 

Obrigado a todos que acham que eu sou alguma espécie de génio, mas podem tirar o cavalinho da chuva. Cheiro mal dos pés e atrapalho-me todo quando falo com miúdas: sou um gajo perfeitamente normal.

 

Já agora, que material colocaste no interior do difusor?

nfdc – Nada. Dentro do reactor só há a água que vem do filtro. Como o caminho da água fica mais largo de repente, ela anda lá aos turbilhões e basta isso para manter o gás lá até se dissolver.

 

WOOOWW... So agora e que li isto.. Pera ai... Tas-me a dizer que se meter ADA AquaSoil e Power como substracto entao o pH vai cair para 5 *nas primeiras semanas*!?!?!

Bytter Oi novamente. Eu aqui preciso de fazer um reparo muito importante: Por esta altura ainda não tinha tocado no filtro. Desde que montei este aquário até ao quinto dia, não toquei no filtro que usei no layout anterior. Não toquei porque precisei da colónia de bactérias nitrificantes em ordem. No quinto dia finalmente abri o filtro e nisso lembrei-me de algo que foi asneira.

 

Como no aquário anterior eu usei substrato inerte eu tive de usar turfa para baixar o pH. E onde é que eu usei a turfa? No filtro. Pois é!

 

É verdade que o substrato da ADA baixa o pH. Cria um buffer. E é verdade que nas primeiras semanas o substrato baixa mais o pH até ele estabilizar. Mas não é verdade que o pH cai até aos 5. Isso foi porque eu ainda tinha a turfa no filtro. A turfa também baixa o pH. Só com o aquasoil suponho que o pH possa cair até aos 6. Mas com um bom acondicionamento não terás dificuldade em adaptar os teus peixes.

 

Estou a preparar um tópico sobre isso mesmo. Se esperares vais saber mais.

 

Controlar o pH

 

ph00.jpg

Vista Lateral

 

Num aquário plantado, mais do que num outro aquário de água doce é importante manter o valor de pH controlado pelo bem-estar da fauna e também da flora.

 

Mas afinal o que é pH? (Segundo a Wikipedia)

 

O pH ou potencial de hidrogénio iónico, é um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer. O conceito foi introduzido por S. P. L. Sørensen em 1909. O "p" vem do alemão “potenz”, que significa poder de concentração, e o "H" é para o iãos de hidrogénio (H+). Às vezes é referido do latim pondus hydrogenii. O "p" equivale ao simétrico do logaritmo de base 10 da actividade dos iões a que se refere, ou seja,

 

pH=-log10[H+]

 

em que [H+] representa a actividade de H+ em mol/dm3.

 

Alguns exemplos:

 

Ácido de bateria <1.0

Suco gástrico 2.0

Sumo de limão 2.4

Cola (refrigerante) 2.5

Vinagre 2.9

Sumo de laranja ou maçã 3.5

Vinho 3.5

Cerveja 4.5

Café 5.0

Chá 5.5

Chuva ácida < 5.6

Saliva pacientes com cancro 4.5-5.7

Leite 6.5

Água pura 7.0

Saliva humana 6.5-7.4

Sangue 7.34 - 7.45

Água do mar 8.0

Sabonete de mão 9.0 - 10.0

Amónia caseira 11.5

Revelador fotográfico 12

Cloro 12.5

Hidróxido de sódio caseiro 13.5

 

Então o que é que isso interessa nos Aquários?

 

Cada ser vivo dentro do nosso aquário está adaptado a viver dentro de um certo intervalo de pH. Peixes e plantas vivem no seu habitat natural em águas com um certo pH que nós, como bons aquariófilos devemos reproduzir para fornecer aos nossos animais as melhores condições possíveis. É importante conhecer estas preferências por pH de cada uma das nossas espécies de peixes e de plantas antes de os juntar na mesma água. Plantas em geral têm uma maior tolerância em relação ao pH, mas ainda assim aconselho estudar muito bem aquilo que pretendemos juntar no nosso aquário. Evitamos assim embaraços graves mais tarde.

 

O problema é que pH não é algo visível. Não é como se a água mudasse de cor conforme o pH que tenha. Nós precisamos de testes para saber o pH da nossa água.

 

ph07.jpg

Testes Quimicos

 

Por adição de um indicador químico, a solução muda de cor. Podemos saber o pH quando comparamos a cor com uma escala que vem junto com o teste. Existem dois tipos destes testes químicos: umas fitas que se mergulham simplesmente na água (esses têm fama de serem menos rigorosos); ou um teste liquido em que juntamos algumas gotas do indicador à nossa água para a fazer mudar de cor. Estes são de longe os mais usados. Indicadores comuns são a fenolftaleína, o laranja de metilo e o azul de bromofenol.

 

Mas existe outra maneira de saber o grau de acidez da água do nosso aquário:

 

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Eléctrodo

 

Eu próprio comprei um medidor electrónico de pH. Porque é mais rigoroso e posso monitorizar a variação do pH de modo constante sem grande esforço. É verdade que este aparelho custou 114 €uros na altura e é verdade que lixei o meu subsídio de natal de há dois anos por causa disso, mas acho que vale a pena. Por meio de uma sonda que fica no aquário posso saber qual o pH num dado momento no aquário.

 

A sonda é bastante discreta e fica no aquário junto do termóstato, do termómetro, do teste permanente de CO2 e da saída de água para o filtro.

 

O que influencia o pH num aquário?

 

CO2 - Como já expliquei antes, na parte do CO2, este gás influencia o pH. Quanto mais CO2 houver dissolvido na água mais baixo é o pH ou seja, mais ácida fica a água. Num aquário plantado torna-se necessário juntar CO2 artificialmente porque as plantas consomem CO2 durante a fotossíntese e podem subir muito o pH da água por causa da falta de CO2 dissolvido.

 

Matéria Orgânica – O pH desce por influência de matéria orgânica em estado de decomposição no aquário. Material vegetal morto, restos de comida e fezes de peixes podem influenciar o pH quando em excesso. Da mesma maneira, a lenta decomposição de madeira torna a água ácida. Turfa e certos substratos são igualmente usados para acidificar a água. Muitos dos peixes e das plantas que vêm de rios de florestas tropicais estão acostumados a água ácida devido a grande quantidade de matéria orgânica que nestes rios se decompõe.

 

Rochas calcárias – Rochas calcárias e areão feito a partir delas e conchas alteram o pH. Tornam-no mais básico. Aqui precisamos te der muito cuidado. A maior parte de peixes de água doce que eu conheço prefere água ácida. Isso é porque eu sou adepto dos plantados. Quando existem plantas num curso de água, existe matéria vegetal em decomposição na água, logo a água em que existam muitas plantas é virada para o ácido. Lá pelos 6,3 é um bom valor em aquários plantados. Mas existem lugares cuja água é básica devido à quantidade de rocha calcária existente. Um bom exemplo para isso, são os grandes lagos africanos. Aí não abundam plantas e o pH ronda os 8. Não podemos cometer o erro de misturar peixes deste habitat com peixes da bacia do Amazonas. Seria cruel. Concluindo: em aquários plantados não devemos usar rocha calcária.

 

Dureza da água – O valor de kH está ligado ao pH como está ligado ao pH. Aqui precisamos saber que o pH varia mais dificilmente numa água dura, mas que a maioria de peixes que podemos ter num aquário plantado prefere água mole. A água que em Lisboa sai da torneira é muito mole e chega ao 0kH. Usamos bicarbonato de sódio para subir o kH até aos 4 (mais ou menos) para estabilizar mais o pH e não deixar a água muito dura para os peixes. Mais uma vez insisto que estudem as preferências dos vossos peixes antes de os comprar.

 

Há outros factores que alteram o pH como a temperatura ou a concentração de amónio na água, mas são influências mínimas que tenho o gosto de desprezar.

 

Meu pH e eu.

 

Vamos dar uma olhadela ao pH no meu aquário durante a primeira semana de existência do mesmo.

 

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O pH durante a primeira semana

 

Durante esta primeira semana fiz TPA’s (Trocas Parciais de Água) de dois em dois dias para não dar hipótese ao aparecimento de algas. Tenho poucas plantas no aquário e isso é mau. Nutrientes em excesso são aproveitadas pelas algas. Se não tenho muito cuidado as algas ganham. Como prevenção prefiro nas primeiras semanas fazer TPA’s grandes e regulares. Meu kH durante estas medições ronda os 2.

 

A água da minha torneira tem um pH de 7 e durante cada TPA o pH dentro do aquário sobe muito. Isso é muito difícil de evitar. Como os outros parâmetros da água permanecem iguais os peixes não parecem sofrer um choque demasiado grande.

 

Na realidade tenho orgulho em dizer que durante esta primeira semana não houve nenhuma baixa entre os meus peixes. Apenas uns camarões recém-nascidos serviram de comida ao Ramirezi, mas isso não sei evitar. É a lei do mais apto, suponho.

 

Mesmo assim nota-se claramente que a média do pH vai subindo.

 

Liguei o CO2 só no 3º dia.

 

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Meu Filtro

 

Durante os primeiros 5 dias da existência deste aquário eu não me atrevi a tocar no filtro porque não quis arriscar destabilizar o filtro biológico que estava a funcionar ainda do aquário anterior. Num aquário novo é muitíssimo importante criar uma boa colónia de bactérias para rapidamente completarem o ciclo do azoto. (Creio já ter falado disso.)

 

O problema é o seguinte: não me lembrei que dentro do filtro tive uma das três gavetas cheia de turfa. Tinha feito isso porque precisava de baixar o pH na montagem anterior em que o substrato era inerte. Nesta montagem o substrato baixa o pH e isso torna a turfa dispensável. Nos primeiros dias, portanto tive o pH mais baixo do que precisava.

 

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As gavetas no meu filtro - Antes

 

Até ao 5º dia, portanto era este o interior do meu filtro.

 

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As gavetas no meu filtro - Depois

 

Aproveitei então para o limpar e para substituir a turfa por mais filtro mecânico. Dentro do filtro encontrei também 8 Camarões “Red cherry” muito pequenos. Não me importo nada. Lá eles vivem bem e crescem e fogem ao RAM.

 

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O pH durante um dia

 

Depois de retirar a turfa do filtro decidi monitorar a variação do pH com mais atenção e notei claramente que o pH depois da TPA tende a estabilizar pelos 5,8. O meu objectivo é deixar o pH razoavelmente estável nos 6,3.

 

Espero não me ter esquecido de nada. Se houver algum erro no que escrevi agradeço que me corrijam. E espero que isto vos sirva para compreender mais algo sobre aquários plantados.

"Human beings, who are almost unique in having the ability to learn from the experience of others, are also remarkable for their apparent disinclination to do so."

Douglas Adams

(1952 - 2001)

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Claro que já li o Contacto, há muitos anos atrás (e já o reli uma meia dúzia de vezes)... ;) Outro livro (não romance) ciêntifico muito bom é "A Mente Virtual" de Roger Penrose... Outro é "Godel, Esher, Bach" de Douglas Hofstadter. E no reino da ficção, o "Mundos Paralelos" de Philip Pullman também é excelente...

 

Mas voltando aos aquários :)

Parabens por todo o trabalho desenvolvido até agora... Tens-me dado uma ajuda preciosa para todo o trabalho que vou ter pela frente. Ontem acabei a colagem do meu aquario de 200l, e sexta vou fazer o "test-drive". Depois é começar a montar...

 

Para já tenho 19litros de ADA AquaSoil Amazonic preparadinhos para ir lá para dentro... Andei a fazer testes à minha água de casa e tenho isto:

 

pH 8.0

kH 5.0

 

Quanto à agua no aquário estou com:

 

pH 7.5

kH 3.5

Co2 Calculado 4 mg/l (BUH! para o meu reactor biologico.. Vou experimentar o quimico...)

Amonia 0

Nitritos < 0.3 mg/l

Nitratos 12.5 a 25 mg/l

 

Vamos a ver como é que vão ficar os parâmetros no aqua novo... Aconselham-me a usar 50% da água do antigo? E como faço a climatização dos peixes na mudança? Da mesma forma que o habitual?

 

Continua!!! Cada post teu é uma aula preciosa ;) Nós agradecemos!!

 

Um abraço,

 

Hugo Ferreira

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Viva Marc

Que pena que tenho de só hoje ter visto o teu post... :) É que estou a montar um plantado agora e tinha-me dado muito jeito ter visto o teu manual.

 

Os meus parabéns, está todo ele um espectáculo. Continua que ficamos à espera.

Saudações,

Nina

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Uma Dúzia de Dias

 

Doze dias, faz o meu aquário hoje; quase duas semanas. Tirei-lhe umas fotos ontem depois de TPA (Troca Parcial de Água). Pensei.

 

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O Meu Caixote

 

Em termos de manutenção o aquário tem dado muito trabalho. A minha principal preocupação é a prevenção e o combate às algas. O substrato larga demasiados nutrientes durante as primeiras semanas e tudo aquilo que não é aproveitado pelas plantas é usado pelas algas.

 

Problemas

a) Tenho poucas plantas e aquelas que tenho vieram atrofiadas da minha montagem anterior. Elas estão a recuperar lindamente, mas não absorvem todos os nutrientes disponíveis.

b) Não tenho ainda Crossocheilus siamensis – O Comedor de algas Siamês é um dos poucos peixes que toca em algas filamentosas. Tenho algas filamentosas no meu aquário. São poucas e vou tirando as folhas afectadas, mas não deixa de ser uma preocupação grande.

c) No décimo dia ainda tenho amónio na água. O ciclo do azoto ainda não está completo e a água está um pouco turva.

 

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Pontos de Vista

 

Soluções?

Na última TPA cortei as partes de cima das plantas de caule (Bacopa australis e Rotala sp. “green”) e plantei-as espalhadas pelo aquário. Assim aproveito melhor a luz e a massa vegetal cresce mais depressa. Um para mim, zero para as algas.

 

A razão pela qual o aquário tem dado tanto trabalho nestes primeiros dias é a seguinte: Tenho feito TPA’s no mínimo de dois em dois dias. Deste modo vou diminuindo a quantidade de nutrientes disponíveis na coluna de água. Dois para mim, zero para as algas. Com TPA’s frequentes os níveis de amónio ficam também dentro de limites aceitáveis. Não tenho a certeza, mas penso que as trocas persistentes de água do aquário por água da torneira tornem mais difícil a criação de uma sã colónia de bactérias. Isso explicaria porque no décimo dia, um dia após uma TPA, medi 3ppm de amónio.

 

O SAE ou Comedor de algas Siamês é um peixe muito vinhaço e um excelente combatente contra algas. É também um peixe esperto. Sempre tive desses peixes e posso dizer que eles saltam para fora do aquário. Não é demasiado frequente, mas é um facto que este peixe pode muito bem saltar de aquários abertos. Outra coisa importante é o facto de ele ser omnívoro. Ele come tudo. E quando um SAE se habitua a comer a comida de flocos que deitamos para os outros peixes, acabou-se o combate às algas. Flocos são muito mais fáceis de apanhar do que algas. A partir daí o Siamês só come e como está de barriga cheia, não se mexe muito. Fica enorme num instante.

 

Quando compro um SAE, gosto de o comprar muito novo e pequeno. Estes demoram mais tempo a perceber que podem comer flocos tanto como algas e não conseguem saltar tão alto como os adultos. Como são peixes muito resistentes, vivem muito tempo. Ainda pensei em não os meter neste aquário, mas estou a ver que preciso deles para acabar com as algas. Não os queria meter no aquário porque só quero peixes pequenos. (menor que 5cm) e um SAE adulto pode chegar aos 14cm. Isso pode eventualmente estorvar uniformidade que imaginei para os tamanhos dos peixes.

 

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Dia 12

 

Vou-me habituando ao “Hardscape” deste aquário. Com tão pouca planta não posso senão pensar no tronco e nas rochas. Além de ter conseguido criar uma boa barreira entre os dois tipos de substrato, porque até agora ainda não se misturaram, consegui criar diversas situações engraçadas que fazem sentido fora do contexto do resto do aquário. Não sei se me estou a conseguir explicar.

 

Como já expliquei durante o planeamento do aquário, a posição de cada rocha e de cada tronco deve ser ponderada, não só do ponto de vista prático, como do ponto de vista estético. No arranjo aparentemente aleatório de elementos naturais, um padrão é subconscientemente detectado pelo observador e as atenções são dirigidas aonde nos convêm. (Ou pelo menos gostaria que fosse assim não fácil).

 

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Um “Layout” Triangular

 

Optei por um arranjo triangular porque me convinha, dado a posição do aquário em relação às paredes. As plantas devem reforçar esta ideia, mas isso só poderei mostrar com tempo e muitas podas. O posicionamento do tronco já foi discutido durante a montagem do aquário. Acho que é uma bela peça de Hardscape. O que se nota melhor neste esquema e o alinhamento das rochas com o tronco, reforçando a ideia do arranjo triangular. A pedra que forma o pequeno triangulo vermelho existe para destoar essa ordem geométrica. Um subtil toque de entropia, ou o sal na sopa. Um contrabalançar.

 

Isso é o grande esquema. Mas aquilo que me satisfaz é o facto de eu conseguir olhar para o aquário de outros ângulos e ver situações que fazem sentido mesmo sem considerar esse grande esquema. Percebem agora?

 

Quando olham para a foto da frente do aquário conseguem imaginar o triangulo?

 

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”Red Cherry”

 

Boa Notícia: Ainda está tudo vivo. Fui capaz de ontem contar as corydoras todas isto faz:

 

5 Otocinclus sp.

4 Neritina natalensis

Não sei quantas Neocaridina denticulata

10 Corydoras pygmaeus

3 Iriatherina werneri

 

E um Ramirezi.

"Human beings, who are almost unique in having the ability to learn from the experience of others, are also remarkable for their apparent disinclination to do so."

Douglas Adams

(1952 - 2001)

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Viva Marc

 

Já por várias vezes tenho visitado este teu tópico, mas têm sempre faltado as palavras certas para o comentar. Acho o tópico fabuloso, completo em todos os aspectos, desde a fase da reflecção, concepção, passando pela técnica, pela pertinência das fotos e dos desenhos, clareza da prosa, etc. Muito bem! Só não queria era ser pouco justo ou muito singelo na sua apreciação.

 

Reflete fielmente a dedicação que tens aos teus aquários e quando assim é, tenho a certeza que o teu áqua vai continuar a desenvolver bem e ficar ainda mais bonito.

 

Sobre o que escrevestes tenho duas dúvidas:

 

- Às tantas afirmas que não se deve utilizar muito Powersand da ADA! Porquê? Eu pus todo o que tinha e se tivessse mais, mais punha e não me estou a dar mal!

 

- Tens a certeza que o Ram vai conseguir caçar os Red Cherry? Eu não tenho tanta assim. No meu aquário também há Red Cherry e o Apisto bem tenta, mas não os consegue agarrar! Os unicos que me parece já ter visto caçá-los, são os tetras que são super rápidos e é apenas quando algum dos red's mais pequenos se aventura em águas livres! Mesmo assim é tudo tão rápido que eu fico sempre na dúvida se o camarão não se escapuliu?

 

Para terminar, muito sucesso para o teu aquário, que seja um espelho dos teus desejos! E parabéns, muitos parabéns pelo tópico, pelo áqua e ainda pela dedicação à causa! São tópicos como o teu, que fazem elevar o nível deste fórum, emanam conhecimentos e mantêm a malta envolvida.

 

Um abraço

Miguel

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simplesmente maravilhoso passo a passo ..

com dicas excelentes , parabens ..

 

eu gostaria muito de saber como anda seu ph

eu tb uso power sand especial com aquasoil amazonico

e meu ph não sai dos 5.5 e já faz quase 2 meses

meu aqua tem 60 litros

 

parabens e muitas felicidades com a nova montagem

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Respostas

 

Bytter: Estou a ver que temos gostos semelhantes. Entendemo-nos bem. Não conheço alguns dos livros que mencionas, mas se dizes que vale a pena irei andar a procura deles. Eu próprio estou numa de Douglas Adams neste momento e só posso aconselhar a ficção dele.

 

Vamos a ver como é que vão ficar os parâmetros no aqua novo... Aconselham-me a usar 50% da água do antigo? E como faço a climatização dos peixes na mudança? Da mesma forma que o habitual?

 

Aconselho-te o uso do máximo da água do teu aquário antigo, sem dúvida. Se for possível usa também o mesmo filtro. Assim já tens meio caminho andado no sentido de estabelecer um sistema saudável. (Presumo que o teu aquário actual não traga nenhuma doença na água – não queremos passar os vícios de um aquário para o outro).

Quanto aos peixes, montei um pequeno tanque com a água do aquário antigo, um filtro e um termóstato para os aguentar enquanto montava o aquário. Nesse aquário (sem substrato) os peixes ficaram bem durante uns dias. É preciso pensar em fazer TPA’s (Trocas Parciais de Água) porque o tanque é, em princípio, mais pequeno que o aquário de onde os peixes vieram. (Há mais peixe em menos água).

Para mim é importante ter os peixes guardados numa situação estável, porque não quero ser obrigado a apressar a montagem do novo aquário. Entre a montagem do “Hardscape” e a introdução das plantas deve-se dormir uma noite para, na manhã seguinte, olhar para a montagem com outros olhos. Ajuda bastante. Faço isso quando desenho.

 

Se usas 50% da água ciclada do teu aquário anterior, já tens a aclimatização resolvida. Será como uma grande TPA para os peixes. Depois introduz os peixes lentamente um a um, começando com os mais resistentes. Observa-os bem. Não faz mal que este passo dure mais um dia. Por fim é fulcral que faças muitíssimas TPA’s nas primeiras semanas de existência do novo aquário. Se tiveres o teste de amónia, vai testando. Assim saberás quando o aquário estiver ciclado. (Isto é quando o ciclo do azoto estiver completo). Até agora ainda não me morreu nada. Estou muito feliz por isso. Boa sorte aí, Hugo.

 

As Neritina natalensis não te conseguem tratar de todas as algas?!

 

nos: Depois de ler esta pergunta fiz a experiência. Apanhei uma Neritina e coloquei-a num lugar que tinha dessas algas filamentosas. A deslocação deixou-a atrapalhada e ela ficou parada durante bastante tempo. Depois mexeu-se para fora do lugar das algas, deu meia volta e voltou a entrar lá muito devagarinho. Observei-a até me ir deitar. Todo o tempo ela ficou no lugar infestado pelas ignominiosas algas. No dia seguinte ela deambulava pelo tanque enquanto o lugar continuava com algas. Fico com a impressão que a Neritina comeu algumas algas filamentosas, mas com a vontade e com a velocidade com que uma criança à vossa escolha come favas com grelos.

 

Miguel Claro: Viva. Obrigado pela resposta.

 

Às tantas afirmas que não se deve utilizar muito Powersand da ADA! Porquê? Eu pus todo o que tinha e se tivessse mais, mais punha e não me estou a dar mal!

 

O Powersand é excelente. Deixo isso como ponto assente. No entanto é ele que nos primeiros tempos da montagem do aquário larga a maioria dos nutrientes. O Aquasoil contém nutrientes também. Se olharmos bem para ele reparamos que alguns dos grãos de “terra” se desfazem com mais facilidade e são brancos por dentro, mas estes vão-se libertando aos poucos. Ora o Powersand é uma bomba de nutrientes que liberta, entre outros, muito nitrato. Na minha primeira montagem usei potes de Powersand e a quantidade industrial de nutrientes deu-me cabo dos camarões e de duas Neritinas. (Estes animais são sensíveis a elevados níveis de nitratos). Medi na altura 120ppm. Desde então sou mais cuidadoso com Powersand. Não quero que o aquário me exploda na cara.

 

Há mais uma razão. A estrutura do Powersand é composta por pedras muito porosas para nelas se instalar a colónia de bactérias que vai decompor os restos orgânicos nos seus componentes essenciais para serem assimilados pelas plantas. Essas pedras são brancas e são maiores do que os grãos do Aquasoil. Ao longo do tempo estas pedras brancas virão à superfície do substrato por acção mecânica. Se abanarmos um saco de batatas, as maiores eventualmente virão ao cimo. Eu sei que é um pormenor sem importância, mas eu não gosto de ver as pedras brancas no meio do meu substrato. E se tenho muito Powersand, nunca mais me despacho a tirá-las.

 

Tens a certeza que o Ram vai conseguir caçar os Red Cherry? Eu não tenho tanta assim. No meu aquário também há Red Cherry e o Apisto bem tenta, mas não os consegue agarrar! Os únicos que me parece já ter visto caçá-los, são os tetras que são super rápidos e é apenas quando algum dos red's mais pequenos se aventura em águas livres! Mesmo assim é tudo tão rápido que eu fico sempre na dúvida se o camarão não se escapuliu?

 

As Neocaridina denticulata médias e maiores, estão à vontade dentro do meu aquário. Entre os xistos há lugares em que elas se podem refugiar. Estes esconderijos são importantes para o bem-estar dos animais, mesmo que não haja ameaças directas no aquário. Mas os camarões recém-nascidos são implacavelmente caçados pelo Microgeophagus ramirezi. Tenho a certeza absoluta porque já o vi. Um camarão acabou de dar à luz nos primeiros dias da montagem. O número de camarões foi diminuindo e numa ocasião vi o RAM pairar atento a uns 3 cm do substrato à caça de um pequeno camarão. Ele aproxima-se devagar e pára. Olha para o camarão e de repente dispara e, chupando a água em redor, suga também o camarão que não consegue escapar. Entretanto o RAM perdeu o interesse na comida que lhe deito e vigia o substrato à procura de pequenos camarões que lhe cabem na boca. Numa ocasião vi-o aflito a respirar muito depressa. Quando me aproximo preocupado, noto que tinha na boca um camarão bem maior do que eu imaginava que ele poderia engolir, o alarve. Só pude julgar o tamanho do camarão pelas compridas antenas que saíam da boca do ciclídeo. Fiquei ralado que ele poderia morrer engasgado e eu não sei aplicar a manobra de Heimlich em peixes. Mas pensando melhor achei que o pequeno monstro merecia morrer por dizimar a minha cultura de Red Cherrys. Não morreu e hoje estou grato. Tenho bastantes camarões e de certa forma o Ramirezi controla a população e garante que só os melhores camarões sobrevivem. Ele tem comida viva e livrou-se assim de um problema de parasitas intestinais que ele teve e eu guardo o “Flagyl” que comprei para tratar do assunto.

 

eu gostaria muito de saber como anda seu ph  

eu também (palavra corrigida) uso power sand especial com aquasoil amazonico  

e meu ph não sai dos 5.5 e já faz quase 2 meses  

meu aqua tem 60 litros

 

Extreme: Bem-vindo aqui ao fórum. 5.5 não é um valor demasiado mau para muitas espécies de plantas e peixes. Mas compreendo a tua aflição. Prefiro poder controlar o pH com mais facilidade. Aconselho-te a medir a dureza da água. Uma dureza maior estabiliza o pH. Testa o pH da tua torneira. Se tiveres muita matéria orgânica em decomposição no aquário tira-a (folhas mortas ou troncos). Mede o CO2. Excesso de CO2 baixa o pH. Analiza, por fim, todas as partes do teu problema e vais chegar a uma conclusão. Não acho normal um pH de 5.5 se manter durante 2 meses. Mede o pH antes da luz ligar, durante e depois da luz apagar. Isso pode ajudar a chegar a uma conclusão. Por fim, se tiveres mesmo desesperado, podes aumentar o pH com pequenas doses de calcário. Os camarões e os caracóis vão agradecer. Mas não sei mais nada sobre isso.

 

Fiz uma nova tabela com a variação do pH. Nota que o pH da minha torneira está pouco acima dos 7.

 

ph08.jpg

O pH nos primeiros 15 dias

 

Aqui nota-se bem que a variação do pH é menor desde que aumentei o kH da água com bicarbonato de sódio. Convém mencionar nesta altura que uma colher rasa de chá com bicarbonato aumenta aproximadamente 1 grau de dureza no meu aquário de 120 litros. É preciso doseá-lo com cuidado para evitar stress desnecessário aos peixes. Na TPA de hoje devo aumentar mais um grau.

 

Noto também que o pH não desce tanto desde que tirei a turfa do filtro, mas essa alteração é mais subtil e pode ser casual.

 

Para acompanhar um aquário plantado como este, sugiro um registo dos valores medidos ao longo dos tempos. Assim torna-se mais fácil contrapor um sintoma de anomalia a uma possível causa. Eu próprio criei uma tabela semanal que vou preenchendo. No final é muito mais fácil perceber alterações fundamentais e tendências na água do aquário. Assim consigo combater problemas antes que estes surjam.

 

ph09.jpg

Os valores medidos na segunda semana

 

Como exemplo está aqui a tabela da segunda semana da existência do aquário. Nestas tabelas anoto não só o pH e os outros valores que meço, mas também o que vou usando de fertilização (ainda não uso qualquer fertilização neste momento aparte do CO2). Nesta tabela aponto a contagem dos peixes e quando compro novos peixes. Noto quando morrem e faço outros comentários gerais.

 

Esse método de controlo e prevenção ajuda-me muito, e como tenho essas folhas num “clipboard” pareço muito sério e credível o que é uma piada muito boa para quem me conhece bem. Se querem porventura experimentar acompanhar desta forma a evolução posso deixar aqui um ficheiro pdf com uma versão mais recente dessa tabela.

p><p>[img]<a href=http://www.qualalbatroz.pt/aquariofilia/filtro01.jpg' alt='filtro01.jpg'>

Setup Básico de Filtros para Aquários Plantados

 

Gosto desse esquema, que eu traduzi para português (espero que ninguém se importe), porque mostra o que eu quero. A filtragem biológica junto da saída do filtro e não junto da entrada. Isso no jornal oficial da ADA. Mais adiante no jornal, dizem que se deve usar filtragem química com carvão activado apenas nas primeiras semanas de um aquário novo. Por isso desculpo eles terem posto carvão na gaveta do meio.

 

Devo dizer que fiquei intrigado com essa informação. E como provém de fonte fidedigna, decidi que vou alterar o meu filtro. Vou colocar filtragem mecânica na primeira gaveta e vou usar as bolas cerâmicas para filtragem biológica na segunda e terceira gavetas, ou seja mais perto da saída da água do filtro. Logo noto as alterações que isso provoca.

 

Uma piada

 

piada.jpg

Sobre Peixes de Fundo

 

 

P.S. Ontem terminou o prazo de inscrição do concurso da ADA de 2006. Desejo boa sorte a todos os participantes tugas. Eu próprio tenho pena por não ter o aquário pronto.

"Human beings, who are almost unique in having the ability to learn from the experience of others, are also remarkable for their apparent disinclination to do so."

Douglas Adams

(1952 - 2001)

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Boas Marc!

 

Devo dizer que fiquei intrigado com essa informação. E como provém de fonte fidedigna, decidi que vou alterar o meu filtro. Vou colocar filtragem mecânica na primeira gaveta e vou usar as bolas cerâmicas para filtragem biológica na segunda e terceira gavetas, ou seja mais perto da saída da água do filtro. Logo noto as alterações que isso provoca.

 

Tenho um Eheim 2224 que ja vinha com materias filtrantes. Tanto no posicionamento inicial que eles deram as respectivas materias, como no manual de instruções do filtro, eles colocam as cerâmicas lisas (mecânica) no fundo, seguido de esponja grossa, seguidos de filtração biológica (cerâmicas porosas) e finalmente, esponja fina (mecânica também).

 

Portanto, como vês, não é só na revista que eles aconselham isso.. No manual dos Eheim (pelo menos no caso do meu modelo), também!...

 

Um abraço e continua!

 

Hugo Ferreira

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Marc,

 

Dizes atrás que "... o problema no Plantado v3.0 foi mesmo o uso incorrecto de fertilizantes líquidos."

Podes explorar um pouco mais esta questão? Este problema não te impediu de continuares com o plantado anterior, pois não? Podias sempre ter corrigido este problema, certo?

 

Cumprimentos,

Nuno

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Primeiro queria felicitar-te por este step-by-step, está realmete extraordinário! É, sem dúvida nenhuma, uma ajuda preciosa para qualquer pessoa que esteja a iniciar um plantado!

 

Quanto à questão dos filtros só queria referir que no tratamento da água realizado nas ETAs ou ETARs os primeiros processos a serem realizados são sempre os mecânicos (pré-tratamento e tratamento primário da água) sendo posteriormente realizado o biológico ou químico (quando necessário). Utilizando esta analogia "industrial" suponho que nos nossos filtros "domésticos" a opção mais correcta seja uma reprodução deste sistema, fazendo primeiro a filtragem mecânica e só posteriormente a biológica!

 

A principal razão q eu vejo para proceder desta forma é precisamente a eliminação dos resíduos maiores, que ficam retidos nos filtros mecânicos, facilitando a lavagem das bolas de cerâmica e com isso reduzindo a mortalidade das colónias de bactérias!

 

Continua este grande trabalho!

 

Grande abraço!

Zé Pedro

 

DBDportugal.gif

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Excelente tópico. Profissional e didático: Uma combinação explosiva. 8) Bom Trabalho.

 

PS. Ao ler o teu tópico, fiquei com a sensação que a qualidade dos Posts dos outros tem obrigatóriamente de crescer.

Este planeta não é nosso, foi-nos emprestado pelos nossos filhos!

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Segue uma conversa que tive por mp com o Miguel Claro e creio que ele não se deve importar por eu juntar esta conversa aqui ao tópico. Acho-a importante e de certo módo abriu-me os olhos para algumas coisas. Fica uma menságem do Miguel:

 

 

Olá Marc  

 

Já há vários dias que ando com vontade de voltar ao teu contacto para falar sobre o Power Sand da ADA.  

 

Finalmente tive disponibilidade, pelo que aqui vai! Via MP para não abrir uma discussão paralela no teu tópico que está fabuloso. No entanto se quiseres abrir um tópico especifico sobre o assunto, podes colar lá esta prosa!  

 

Segundo afirmas:  

 

Citação:  

O Powersand é excelente. Deixo isso como ponto assente. No entanto é ele que nos primeiros tempos da montagem do aquário larga a maioria dos nutrientes. O Aquasoil contém nutrientes também. Se olharmos bem para ele reparamos que alguns dos grãos de “terra” se desfazem com mais facilidade e são brancos por dentro, mas estes vão-se libertando aos poucos. Ora o Powersand é uma bomba de nutrientes que liberta, entre outros, muito nitrato. Na minha primeira montagem usei potes de Powersand e a quantidade industrial de nutrientes deu-me cabo dos camarões e de duas Neritinas. (Estes animais são sensíveis a elevados níveis de nitratos). Medi na altura 120ppm. Desde então sou mais cuidadoso com Powersand. Não quero que o aquário me expluda na cara.  

 

Há mais uma razão. A estrutura do Powersand é composta por pedras muito porosas para nelas se instalar a colónia de bactérias que vai decompor os restos orgânicos nos seus componentes essenciais para serem assimilados pelas plantas. Essas pedras são brancas e são maiores do que os grãos do Aquasoil. Ao longo do tempo estas pedras brancas virão à superfície do substrato por acção mecânica. (Se abanarmos um saco de batatas, as maiores eventualmente virão ao cimo). Eu sei que é um pormenor sem importância, mas eu não gosto de ver as pedras brancas no meio do meu substrato. E se tenho muito Powersand, nunca mais me despacho a tirá-las.  

 

 

Na realidade discordo da tua opinião sobre a utilização de apenas uma ligeira quantidade de Power Sand! E porquê?

 

Exactamente pelas mesmas razões que tu apontas para não se utilizar uma camada muito espessa! Passo a explicar.

 

Antes de montar o aquário, com os substratos da ADA, procurei toda a informação disponível e conclui o seguinte sobre o conceito que suporta o sistema de substrato da ADA. Segundo o Amano, a base do Substrato, o Power Sand é para ser efectivamente muito rico em nutrientes, servindo de reserva fértil por muito tempo. O Takashi Amano tem aquário plantados a funcionar, com mais de cinco anos! A ideia é manter os nutrientes, especialmente os macros, disponíveis no substrato, acessíveis ao sistema radicular das plantas. Mantendo a coluna de água relativamente pobre nesses macros, evitando-se assim os surtos de algas.

 

Para isso é necessário muito cuidado nas tpa’s, ao encher o aquário e na introdução de novas plantas ou no manuseamento das existentes, para não revolver o fundo; na fase inicial (1.ª semana) devem-se fazer umas 4 ou 5 tpas, de pelo menos 80%, antes de introduzir animais, vertebrados ou invertebrados, exactamente para que o excesso de nutrientes que eventualmente se tenha espalhado pela coluna de água, se dilua. É também arriscado remexer muito o fundo.

 

Desta forma, com as quantidades recomendadas (por exemplo 6 L de Power Sand para um áqua de 90X45X60), a ADA estima uma capacidade de cerca 2 anos de reserva de nutrientes num aquário fortemente plantado, com luz e Co2 à farta e plantas de crescimento rápido. Após o que aconselham a reforçar o sistema com pastilhas de adubo.

 

No meu aquário foi assim que fiz, na 1.ª semana fiz 5 tpa’s à séria, antes de por os peixes e os camarões e não me morreu animal nenhum.

 

Quanto às pedras brancas e porosas, o seu propósito, é segundo o Amano, de servirem de rocha viva, ao serem colonizadas por bactérias nitrificantes, assumindo assim um papel preponderante no ciclo do azoto. Como esse material é muito poroso, tem muita área o que permite colónias de grande quantidade de indivíduos e consequentemente uma excelente capacidade de reduzir as amónias e os nitritos, especialmente utilizando os materiais (detritos), que após se infiltrarem pelo aquasoil acabam por se acumular no fundo do aquário. Também por isso, a estrutura arredondada do aquasoil e a sua granulometria, pois facilita a penetração das raízes e a infiltração dos detritos para junto do Power Sand.

 

Essas pedras porosas e brancas são efectivamente pouco estéticas e cada vez que tiras (arrancas) uma planta, vêm umas poucas de pedras brancas agarradas às raízes. Também não gosto de ver, mas com uma pinça volto a enterrá-las e pronto já não se vêm!

 

No meu caso o sistema ADA está a funcionar relativamente bem. E digo relativamente, porque uma das Echinodorus, a uruguaiensys acusou sinais de carência de cálcio, com folhas muito deformadas. Resolvi o problema com a introdução de uma meia de vidro, com carbonato de cálcio, no filtro, fazendo de reactor de cálcio, como nos salgados. Duas ou três semanas depois de introduzir o cálcio e podar as folhas defeituosas a planta recuperou e emitiu novas folhas saudáveis.

 

Ok! aqui tens a minha opinião!

 

Aquele abraço

 

Miguel

 

Caro Miguel,

 

Informação desta não pode ser mantida do público, mesmo quando não concordas comigo. Aliás: Principalmente quando não concordas. Este tópico é não só para ajudar aos iniciantes nos aquários plantados, como é para me ajudar a mim a melhorar.

 

montagem07.jpg

 

Esta é a quantidade de Powersand que usei neste aquário. Depois de ler a tua mensagem, confesso, sinto pena por não ter posto mais. Se tivesses lá ao meu lado na altura, ter-me-ias convencido a usar mais.

 

Culpo dois factores.

 

a) No meu primeiro aquário (Em que usei muito powersand) Não fiz as TPA's necessárias no início da montagem. E como resultado fiquei sem alguns animais. Lembro-me nitidamente que foi um dia mau. Não fui ao Cinema com uns amigos desculpando-me com: "Os camarões estão a morrer - preciso fazer algo" (Isso ainda hoje me persegue). Assim iniciei-me no Hobbie com mortes desnecessárias e fiquei amargurado, desculpando o Powersand.

 

b) Neste aquário tive poucas e más plantas para começar a montagem e eu sabia que iria ter grandes problemas com algas. Por isso achei que não deveria usar mais Powersand. Vou voltar a isto num próximo tópico que já ando a preparar.

 

Conclusão: Vou ser muito claro e directo. Meus amigos, se querem montar um aquário plantado usando Aquasoil e Powersand como base, usem a quantidade recomendada de Powersand, mas usem também muitas plantas de crescimento rápido e façam muitas TPA’s. Depois do aquário estabilizar, podem retirar as plantas.

 

Agradeço-te Miguel.

 

(Ah, e gosto da tua solução do cálcio. Se precisar de cálcio, hei de recorrer ao teu conselho)

 

Um aquário estável

 

Não nos devemos esquecer que um aquário é um micro-sistema ecológico em que se desenvolvem todos os processos biológicos que encontramos também na natureza. Deve formar-se um equilíbrio natural ao qual juntamos apenas energia (em forma de luz e alimento) e ao qual retiramos matéria orgânica (podas, tpa’s e limpezas do filtro).

 

A complexidade daquilo que acontece no nosso aquário é estonteante (Mind Numbing – é uma expressão inglesa cujo equivalente português eu queria usar, mas não acho.)

 

Uma pequena parte deste equilíbrio natural e composto pela luta por nutrientes entre plantas e algas.

 

Basicamente Plantas (Macrófitas) têm exactamente as mesmas necessidades que as Algas (Microfitas) e reciprocamente. Ambas lutam pelos mesmos nutrientes que existem no seu meio.

 

Num aquário acabado de montar dá-se, nos primeiros tempos, uma luta pelo aproveitamento de um nicho ecológico que é definido pelo aproveitamento de nutrientes resultantes da decomposição de matéria orgânica. O Aquário oferece nutrientes para quem quiser e as plantas e as algas lutam pelo lugar. Só pode haver um.

 

1-0 para as plantas: Nós introduzimos no aquário plantas já crescidas e fortes enquanto as algas (que existem em todo o lado) têm de se estabelecer.

1-1 golo das Algas: O raio das algas são rapidíssimas a instalar-se e a reproduzir. Não dão tréguas.

2-1 vantágem para as Plantas: As plantas absorvem nutrientes através das raízes. (Conforme o tipo de planta, pode também absorver nutrientes da coluna de água – mas isto é outra história) Enquanto as algas estão dependentes de nutrientes na coluna de água. Essa é a vantagem que nos permite favorecer as plantas. Como? Eliminando o máximo de nutrientes da coluna de água através de Trocas Parciais de Água, vulgo TPA’s.

3-1 vencem as Plantas: Num dado momento notamos que a quantidade de plantas no aquário é suficiente para absorver a quantidade de Nutrientes existente na coluna de água de modo a não deixar vaga para as algas. Ganhamos.

 

Agora em Bonecos:

 

Algas_01.jpg

A Situação Ideal

 

Introduzimos muitas plantas no aquário. Depois da introdução das plantas há uma queda que é devida ao período de adaptação das plantas as novas condições de água e luz. Durante esta queda as algas ganham pé, mas com TPA’s frequentes reduzimos os nutrientes disponíveis na coluna de água e assim damos vantagem às plantas que se estabelecem, não oferecendo o nicho para algas. Uma ajuda neste período de luta é a introdução de uma equipa de limpeza no aquário.

 

Como já disse, algas existem em todo o lado e nunca as iremos eliminar por completo do nosso aquário, por isso é vantajosa a manutenção de uma equipa de limpeza entre a fauna.

 

Algas_02.jpg

O Meu Caso

 

Creio que o meu principal problema neste aquário foi a falta de plantas no início da montagem. Graças a esta falta, as algas ganharam soberania e tive algas filamentosas en-gros (Francês para “em quantidade”). Foi apenas com muitas TPA’s e a introdução de 3 Crossocheilus siamensis que consegui voltar a privilegiar as plantas.

 

Algas_05.jpg

Algas Filamentosas

 

Uma praga que dificilmente é apreciada pela sua extraordinária capacidade de adaptação.

 

Algas_04.jpg

Plantas indiscriminadamente colocadas para aproveitar mais a luz

 

Espalhei plantas pelo aquário sem pensar no sentido estético, mas para aproveitar mais luz para crescer mais. Podem acreditar ou não mas senti o momento em que as plantas ganharam a luta. As algas estão a diminuir em quantidade e as plantas vingam que nem malucas. Ganhei.

 

Agora posso preocupar-me em arranjar as plantas como eu as quero. (Mas disso falo de uma outra vez)

 

Algas_03.jpg

O Pior Caso: 1-3 ganham as algas.

 

É isto que acontece quando se começa um aquário com substrato fértil com poucas plantas e pouca paciência para TPA’s. Atenção!

 

Ficam prevenidos.

"Human beings, who are almost unique in having the ability to learn from the experience of others, are also remarkable for their apparent disinclination to do so."

Douglas Adams

(1952 - 2001)

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Peço ao Marc que, quando terminar a sua lição :D, faça um novo post no qual junte todos os posts introduzidos.

 

Assim ficariamos com uma compilação, sem os comentários elogiantes.

Nuno Costa

 

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Olá Marc

 

Claro que não me importo nada por teres tornado pública a nossa conversa. Também acho que há informação que deve ser partilhada, só que num tópico como o teu, achei que te devia caber a decisão de juntar esta informação ou optar por abrir novo Post!

 

Sobre a história do Cálcio cumpre-me acrescentar que para o sistema funcionar, como um reactor de cálcio, é necessário que o PH esteja ácido (abaixo de 7,0) para que a reacção aconteça e o Cálcio sólido se dissolva em quantidades aceitáveis. Para o efeito, também podemos usar areia de coral, que aliás foi o conselho que me deram inicialmente.

 

Queria também confirmar as tuas palavras sobre a “guerra” entre as plantas e as algas. Efectivamente é muito gratificante o momento em que sentimos que as plantas estão a ganhar às algas. Mas atenção não pensem que é um assunto que fica resolvido, na pratica tudo não passa de um equilíbrio muito peculiar, qualquer descuido e zás lá estão a malvadas algas a fazer das suas!

 

Apesar de não ter tido muitas algas, nem na fase inicial, pois comecei logo com uma grande quantidade de plantas e em especial, com uma bela moita de Hygrophila polysperma que já estava adaptada à vida imersa, noutro aquário, e é uma planta fácil, com índices de crescimento espectaculares e um elevado consumo de nutrientes, o que me proporcionou um inicio mais ou menos pacifico.

 

No entanto também tive, ainda que em pequenas quantidades, algas filamentosas, umas algas brancas compridas e ramificadas, água verde, greenspot e algas azuis ou cianobactérias. Com tempo, paciência, disponibilidade e equilíbrio de todos os nutrientes, luz e Co2 q.b. as plantas, e eu, lá levámos a nossa avante!

 

Ainda sobre as plantas que colocamos na fase inicial do aquário. Acontece com alguma frequência serem só plantas de compra. Ora são plantas ainda em fase de adaptação à vida imersa, pois foram criadas em cultura hidropónica, ou seja em estufa e apenas com as raízes na água. Nesta fase de adaptação, estas plantas têm um metabolismo muito lento, praticamente não fazem fotossintese e pouco crescem, pelo que dão pouca luta às algas.

 

Exactamente por isso é que eu comecei logo por colocar no aquário, uma boa quantidade de H. polysperma já adaptada à água, mesmo sabendo que era uma planta para descartar mais tarde. Mas tratou de consumir o excesso de nutrientes disponíveis deixando pouco espaço para as algas proliferarem.

 

Hoje praticamente não tenho algas, mas se me distraio e por exemplo dou ferro a mais, as filamentosas aparecem logo!

 

No fundo, o sucesso neste campo, resume-se a uma questão de equilíbrio.

 

Resta-me dar-te os parabéns pelo teu aquário que está a ficar muito bonito (e vai ficar melhor com as podas) e por este excelente tópico que não tenho duvidas deve estar a ajudar muita boa gente a entender esta história do plantados!

 

Grande abraço

Miguel

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Boas Marc,

 

É sem duvida um exelente topico, meus sinceros parabens e obrigado pelo teu trabalho desenvolvido e paciencia que tem ajudado muitos membros eu incluido.

 

Está só faltando mais umas fotos do aquario em si para vermos a evolução e os problemas que tives-te de algas e outros.

 

 

 

Um abraço

Popov

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Oto07.jpg

 

Nome cientifico: Otocinclus spp.

 

Nome comum: Oto, Otocinclus

 

Família: Loricariidae

A ordem dos Siluriformes (Peixes-Gato) é composta por 33 famílias, 401 géneros e 2297 espécies descritas (em www.fishbase.org). Loricariidae é a maior família e ao mesmo tempo aquela que é mais conhecida pelos adeptos da aquariofilia. “Loricar” significa “com armadura” e é esta a principal característica que distingue esta família de Peixes-Gato. São peixes de barriga chata e boca em ventosa. De realçar são os olhos cujo tamanho de íris se adapta às condições de luz existentes (a maioria dos peixes possuem írises de tamanho fixo). 5 sub-famílias compõem esta família dos Loricarídeos: Ancistrinae, Hypoptominae, Loricariinae, Neoplecostominaee Hypoptomatinae.

 

Ancistrinae e Hypoptominae são aqueles aos quais chamamos “Plecos”, peixes que qualquer iniciante na aquariofilia deve conhecer devido ao Hypostomus plecostomus (o verdadeiro Pleco). Plecostomus foi o nome dado ao género de peixe-gato com ventosa, mas este nome já não é válido hoje em dia. Loricariinae são os chamados “Cauda de chicote” como Farlowella e Sturisoma. Neoplecostominae é a sub-família menos conhecida pois não é importada. Hypoptomatinae são os anões da família e é nesta sub-família que encontramos os Otocinclus que se distinguem por não possuir barbatana adiposa. Um Oto com barbatana adiposa pertence a uma de catorze espécies o género paraotocinclus.

 

Neste momento (2006) existem 33 espécies de Otocinclus descritas:

Otocinclus arnoldi (Regan, 1909)

Otocinclus bororo (Schaefer, 1997)

Otocinclus caxarari (Schaefer, 1997)

Otocinclus cephalacanthus (Miranda-Ribeiro, 1911)

Otocinclus depressicauda (Miranda-Ribeiro, 1918)

Otocinclus fimbriatus (Cope, 1894)

Otocinclus flexilis (Cope, 1894)

Otocinclus francirochai (Ihering, 1928)

Otocinclus gibbosus (Miranda Ribeiro, 1908)

Otocinclus hasemani (Steindachner, 1915)

Otocinclus hoppei (Miranda-Ribeiro, 1939)

Otocinclus huaorani (Schaefer, 1997)

Otocinclus joberti (Vaillant, 1880)

Otocinclus laevior (Cope, 1894)

Otocinclus leucofrenatus (Miranda-Ribeiro, 1908)

Otocinclus lophophanes (Eigenmann & Eigenmann, 1889)

Otocinclus macrospilus (Eigenmann & Allen, 1942)

Otocinclus maculicauda (Steindachner, 1877)

Otocinclus maculipinnis (Regan, 1912)

Otocinclus mariae (Fowler, 1940)

Otocinclus mimulus (Axenrot & Kullander, 2003)

Otocinclus mura (Schaefer, 1997)

Otocinclus nigricauda (Boulenger, 1891)

Otocinclus notatus (Eigenmann & Eigenmann, 1889)

Otocinclus obtusus (Miranda-Ribeiro, 1911)

Otocinclus paulinus (Regan, 1908)

Otocinclus spectabilis (Eigenmann, 1914)

Otocinclus tapirape (Britto & Moreira, 2002)

Otocinclus tietensis (Ihering, 1907)

Otocinclus vestitus (Cope, 1872)

Otocinclus vittatus (Regan, 1904)

Otocinclus xakriaba (Schaefer, 1997)

 

Mais recentemente encontrei informação sobre um O. cocama ou Otocinclus Zebra que é coberto por um padrão realmente original. Mas não tenho confirmação da sua descrição oficial.

 

Para mais informação sobre a família dos Loricarídeos aconselho esta página: Jon Armbruster's Loricariid Home Page.

 

Descrição:

 

Oto01.jpg

Um dos meus Otos

 

Como todos os peixes da família dos Loricarídeos, os otocinclus possuem uma parte inferior do corpo chata. O corpo é mais alto na zona da barbatana dorsal e vai estreitando até à cauda. A boca tem o formato de ventosa com barbos. Em termos de cores, a maioria dos Otos tem a barriga branca e as costas mais escuras. Uma linha lateral preta acompanha o corpo e termina numa mancha no começo da barbatana caudal. Noto que nem todos os Otocinclus são assim.

 

Oto02.jpg

Ventosa bocal do Otocinclus

 

Oto03.jpg

Odontodes sob o microscópio

 

O Nariz está coberta de odontodes, um tipo de dentes que podem servir para raspar algas de superfícies lisas, mas não estou certo. As vezes prendem-se nas redes. As guelras, que ficam da parte de baixo do corpo são cor-de-rosa em peixes saudáveis devido ao sangue que passa nos vasos finos onde é absorvido o oxigénio da água.

 

A identificação correcta de Otocinclus depende de técnicas profissionais como a contagem de escamas ao longo da linha lateral, detalhes na dentição e da armadura corporal e de comparações de medidas corporais. Dificilmente um amador consegue uma identificação garantidamente correcta. Podemos basear-nos nas cores e nos padrões, como a mancha caudal, mas este método está longe de ser exacto.

 

Devido a esta dificuldade os lotes de Otos importados geralmente vêm com misturas de espécies, por isso me vou referir aos peixes que tenho no meu aquário como Otocinclus sp.. Muitas vezes os peixes são mal identificados nas lojas porque já vêm mal identificados do importador. Espécies muito vistas por estas bandas são Otocinclus affinis, Otocinclus arnoldi, Otocinclus hoppei, Otocinclus flexilis e mais raramente Otocinclus macrospilus e Otocinclus vittatus. É a estes Otocinclus mais comuns nos nossos aquários que me vou referir neste texto. Os hábitos deles não devem variar consideravelmente e se pelo meu conhecimento o fazem, terei o cuidado de o referir.

 

O. arnoldi por exemplo tem manchas mais escuras de diversos tamanhos nas costas e uma linha lateral interrompida, enquanto o O. affinis tem as costas de um castanho muito claro e uma linha negra no lado do corpo que é contínua e fina e que acaba antes da cauda e sobretudo não têm uma mancha preta no início da barbatana caudal. Mesmo na pesquisa pela Internet é muito difícil encontrar informação coerente sobre a pigmentação das várias espécies de Otos. No site alemão www.aquatime.de estão umas fotografias correctas de O. affinis que foram tiradas da revista “Aquaristik Aktuell”. O. affinis é o Oto mais conhecido e distribuído. O nome comum dele é Otocinclus Dourado baseado na descrição deste peixe por Baensch.

O. vittatus é ligeiramente maior que as restantes espécies. As costas são manchadas de castanho escuro e a faixa lateral é larga e termina numa nódoa no início da cauda. Há uma faixa branca por cima da linha negra lateral. E finalmente o O. flexilis, chamado Otocinclus pimenta, não tem as linhas laterais marcadas de escuro, mas está todo ele nas costas e nos lados coberto por manchas.

 

Em geral Otocinclus não passam de 5cm de comprimento (as fêmeas são ligeiramente maiores e mais redondas) e segundo relatos fidedignos podem viver mais para cima de nove anos.

 

Origem:

 

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A bacia hidrográfica do rio Orinoco

 

Otocinclos podem ser encontrados na América do Sul, na Colômbia no Equador, no Peru e no Brasil. Muitas espécies podem ser encontradas na bacia hidrográfica do rio Orinoco que é um afluente do Amazonas. Há relatos de espécies de Otocinclos encontrados tão a sul como a área de Rio de Janeiro.

 

Habitat natural:

 

Otocinclos vivem em rios lentos, relativamente fundos e ricos em vegetação. Nesses rios é comum encontrar-se partes da vegetação que se soltaram das margens, no meio do rio. Lá, nestas ilhas móveis entre ramos e plantas, encontramos estes peixes. Companheiros naturais dos Otos são Corydoras, alguns Tetras, Discus e Apistogrammas. O pH varia entre 6 e 8, mas tende mais para ser ligeiramente ácido. A temperatura é relativamente baixa entre 20 e 26ºC e a água é tendencialmente mole mas chega aos 15ºdH.

 

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Otocinclus entre Corys

 

O comportamento que observamos nos Otos no aquário pode ser justificado no seu habitat natural. Quando estes peixes comem eles descrevem um circuito irregular e imprevisível, e quando sob stress nadam freneticamente por todo o sítio, igualmente em padrões irregulares um pouco como o voo de uma borboleta. Desta forma eles iludir predadores. De repente os Otocinclus param quietos e não se mexem durante muito tempo. No seu habitat natural eles param em lugares da cor das suas costas de modo a ficarem camuflados contra o solo ou o tronco. Quando são atacados por predadores podem permanecer imóveis até o perigo passar, fingindo ser um pedaço de madeira. Este peixe usa as barbatanas anais para se agarrar literalmente a troncos e folhas.

 

Sendo predominantemente herbívoro, o Oto alimanta-se de algas que crescem em rochas ou em plantas. Como o valor nutricional destas algas é relativamente baixo, o peixe passa a maior parte das suas horas acordadas a trabalhar em busca de mais comida. É um peixe de cardume e nas suas buscas por comida desloca-se em grupo. Um único peixe sente-se inseguro e fica muito quieto.

 

No Aquário:

 

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Otocinclus apoiado sobre as barbatanas anais

 

A introdução de Otocinclus num aquário é um assunto complicado e muito discutido. É um facto que eles têm uma tendência a morrer às vezes até um mês depois da introdução num aquário, independentemente dos cuidados que se teve com o acondicionamento. Uma vez acondicionados e adaptados parecem ser uns peixes bastante resistentes e longevos. Eles são um bocado sensíveis perante níveis altos de nitratos e preferem água limpa, mas nada parece explicar esta fragilidade inicial.

Pois há uma teoria, que eu subscrevo, para explicar o fenómeno da mortalidade elevada de Otos recém introduzidos. Nenhum vertebrado herbívoro é capaz de digerir celulose. Mas nenhum. Acontece que estes herbívoros têm no seu aparelho digestivo uma grande colónia de bactérias anaeróbias e protozoários específicos para a espécie que os ajuda nessa digestão. Se o peixe durante o transporte e também na loja passa fome, o que é comum, essa colónia fica drasticamente reduzida. No nosso aquário ela precisa de se recompor, mas se ela não se compõe a horas, o peixe, apesar de comer, morre de falta de alimentos. Ajuda introduzi-los num tanque muito plantado (se for possível contar os Otos, não há plantas suficientes) em que consigam encontrar muita comida em forma de algas. Podemos suplementar essa dieta com pepino, alface, zucchinis ou pastilhas para peixes herbívoros se os introduzimos num tanque recém montado.

 

Estes peixes são bastante tolerantes em termos de parâmetros da água. O pH pode variar entre 5.5 e 8, a dureza pode variar entre 5 e 15 graus e os nitratos não devem ultrapassar os 10ppm. A temperatura não deve ser muito elevada. Pode variar entre 21 e 27 graus, mas há gente que os prefere manter em água à temperatura ambiente. Li que crias nascidas em temperaturas mais baixas são mais resistentes, mas acho difícil comprovar isso.

 

Otocinclus são peixes de cardume e devem ser introduzidos em grupo num novo ambiente. Um Oto sozinho tende a ficar muito tempo estático como medida de defesa por se sentir inseguro. São considerados muito pacíficos e pela minha experiência não se metem com os outros peixes nem os outros peixes se metem com eles. Ocasionalmente podem confundir um SAE por um deles e acompanham-nos numa volta pelo aquário.

 

Há relatos de otos agressivos, que atacam discos e outros peixes maiores, mas eu julgo que eles ganharam o gosto pela camada mucosa que estes peixes desenvolvem no corpo para protecção e para alimentar os seus alvins. Esta mucosa é composta por diatomas e bactérias e é uma boa dieta. Otos também foram vistos a nadar ao contrário debaixo da superfície da água para comer a camada oleosa que por vezes aparece no aquário. Esta é constituída por diversos microorganismos que ocupam este espaço privilegiado no aquário em termos de trocas gasosas. (Mais tarde irei aprofundar mais este assunto).

 

Otocinclus são predominantemente herbívoros e muito conhecidos e estimados como comedores de algas. São comprovadamente uma boa arma contra infestações de algas, mas conheço situações em que Otos comem comida de origem animal ou mesmo comida viva como microvermes.

 

Tal como as Coridoras, os Otos ocasionalmente nadam até a superfície do aquário para apanhar uma boca cheia de ar atmosférico. Este é engolido e absorvido pelo sangue a partir do intestino.

 

Reprodução:

 

A reprodução de Otocinclus é tão rara que é considerada um evento especial. Não é comercialmente viável e por isso, os peixes que temos são provavelmente apanhados na Natureza. A Reprodução não é, no entanto particularmente difícil geralmente nota-se mais Otocinclus no aquário do que deveriam lá estar. Eles escondem muito bem os seus ovos e são, em geral, muito discretos na reprodução.

 

Ajuda se não houver outros peixes no aquário, embora não seja fundamental. Podemos incentivá-los a reproduzir se baixarmos o nível de água e aumentarmos a temperatura ligeiramente. Depois juntamos água em regadores de modo a restabelecer a temperatura anterior. Devem haver bastantes algas no aquário e há quem defenda uma alimentação com tubifex. A fêmea pronta para depositar ovos nada rapidamente de um lado para o outro no aquário e é perseguida pelos machos. Ela procura uma folha que seja do seu agrado debaixo da qual possa depositar um ovo (fémeas têm ovodepositores). O macho mais rápido encosta-se muito a ela e por fim enrola o seu corpo em volta do nariz da fêmea. Assim ela coloca os ovos na parte de baixo da folha. Pode pôr à volta de 50 ovos amarelados e esverdeados que são posteriormente fertilizados pelos machos. Segundo outros relatos há Otos que depositam ovos em rochas ou mesmo no vidro. Os alvins nascem entre 2 a 4 dias depois e no Atlas de Peixes de Baensch e Riehl descrevem uma dieta de artémia recém eclodida ou espinafres para os peixes-bebés. Depois de duas ou três semanas os alvins começam a parecer-se com os pais.

Links com descrição de reproduções com sucesso podem ser encontrados aqui: http://www.otocinclus.com/breeding.html. Eu próprio nunca tive sorte com a reprodução dos Otocinclus, mas não perdi a esperança. Faço a reposição das TPA’s com regador e espero que os Otos e as Corys pensem que é a época de chuva.

 

Links:

http://www.otocinclus.com

http://www.skepticalaquarist.com/docs/fish...catfishes.shtml

http://www.planetcatfish.com/catelog/loricari/G_49.PHP

http://calilasseia.0catch.com/biopetspic4.html

http://www.plecos.com/art_robert_fenner.php

http://users.compaqnet.be/cn007675/Otocinclus.htm

http://www.wetwebmedia.com/FWSubWebIndex/o...ocinclusart.htm - "The ideal algae-eater? the littlest South American suckermouth catfishes, genus Otocinclus" by Bob Fenner

http://www.planetcatfish.com/shanesworld/178.PHP - ''Little Monkeys in the planted aquarium” by D & R Lalkaka

http://www.fishbase.org

http://www.auburn.edu/academic/science_mat...rhome/main.html

http://www.usm.maine.edu/bio/courses/bio20..._(odontode).jpg

http://www.zierfischverzeichnis.de/klassen...macrospilus.htm

 

Nota: Esta foi a primeira das fichas de animais do meu aquário, espero que sirva para conhecer melhor este maravilhoso peixe. Agradeço especialmente ao Rui Pedro por vir aqui para tirar as fotografias com a sua máquina digital. Com a minha nunca me teria safado tão bem.

 

Pesquisei extensivamente a net e resumi e traduzi a informação que me parecia mais consistente (Existem muitos relatos contraditórios). Se alguém pode corrigir alguma coisa que eu disse aqui, eu ficaria muito grato. Deste modo o tópico ficaria mais rico e exacto. Agradeço já.

 

Popov: Ainda vou apresentar a continuação da evolução do aquário. Peço só mais um pouco de paciência. Ontem tirei mais uma fotos, mas tenho de as selecionar primeiro.

 

Miguel: Mais uma véz obrigado pela intervenção tão própria e certa.

 

nfdc: Viva. Trata-me por tu, afinal já falamos algumas vezes. A medida que vou postando aqui, junto tudo num ficheiro Word para eventualmente fazer um PDF. Mas ainda não sei como vou expor as respostas às intervenções. Logo se arranja alguma coisa. Mas neste tópico ainda falta muita coisa. Além da constante evolução do aquário e do acompanhamento de explicações sobre a quimica da água ainda quero apresentar uma ficha detalhada sobre cada animal e cada planta que tenho no aquário. Isso ainda vai dar muito trabalho. E Parabéns pela tua aplicação à Pai.

 

Obrigado a todos.

"Human beings, who are almost unique in having the ability to learn from the experience of others, are also remarkable for their apparent disinclination to do so."

Douglas Adams

(1952 - 2001)

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Boas....

 

 

Um verdadeiro "handbook" é para onde isto caminha...

 

Para me tornar um "professor doutor" vou ter que saber isto na ponta da lingua...

 

Parabens Marc, claro e sucinto qb, muito agradável de se ler, e também já com uma belíssima "bibliografia".

 

 

Cumprimentos

 

jnarciso

Cumprimentos,

 

Fiquem bem...

 

 

Jose Narciso

 

 

 

__________________

´¯`·.¸¸.·´¯`·.¸.¸¸.·´¯`·.¸><((((º>

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"Marc"]Nome cientifico: Otocinclus spp.

 

 

 

 

so eu não encontro disso na minha aldeia...:s lol

 

quanto ao post...acho que ja foi tudo dito...mais que exelente é uma referencia para quem esta disposto a aprender umas coisas...assim como eu:) obrigado pelo post Marc abraço

carlos loução

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O Aconchegar das Plantas

 

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…E os dias passam

 

Os dias passam. À medida que o tempo se desenrola em volta da água, as plantas lutam obstinadamente contra o contínuo pesar da gravidade no seu caminho em direcção à eterna luz. Transformam moléculas. Crescem. Os dias passam. Chegou a altura das primeiras pequenas alterações.

 

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O Clássico Antes e Depois

 

Como certamente já tive ocasião de fazer notar, este meu aquário é o produto de um longo progresso de intervenções. Uma vez que a luta contra as algas acabou em favor das plantas, decidi que poderia fazer umas pequenas alterações na flora em perfeita segurança.

 

Então o que fiz?

 

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As Remoções

 

Tirei do aquário parte da Bacopa australis, e com tempo vou eliminar esta planta na sua totalidade. Não quero alterar demasiado a quantidade de plantas no aquário, por isso vou fazendo as alterações aos poucos. Não gostei muito da Bacopa. As folhas são muito finas e são de um verde muito claro. Aquelas que ficam da parte de baixo do caule e que não apanham muita luz ficam ligeiramente amareladas. A planta também fica mais alta do que eu queria.

 

Eliminei a Glossostigma elatinoides. É uma planta de crescimento muito rápido e a longo prazo torna-se um bocado difícil de controlar num aquário com uma divisão de substratos. Ela iria invariavelmente sufocar a minha Hemianthus callitrichoides “cuba”. Tenho tempo e já tive um belo tapete de glossostigma. Vou tentar algo diferente agora.

 

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As Alterações

 

Usei Rotala sp. “green” para ocupar o espaço por trás do tronco, antes ocupado pela Bacopa. Agrada-me o formato estreito e simples das folhas desta planta que, se bem podada, acaba por formar um tufo muito bonito. No entanto as folhas inferiores ficam velhas com o tempo e feias por não apanhar muita luz. É preciso usar alguma planta mesmo em frente dos caules da Rotala para esconder essa parte menos atractiva. Para isso movi uma Blyxa japonica para o meio do tronco. Ainda está muito pequena, mas imagino que vai ficar muito bonita uma vez grande. Pretendo que os ramos do tronco surjam de entre as compridas folhas da Blyxa.

 

Para esconder os caules da Rotala do lado direito e do lado esquerdo introduzi no aquário uma nova planta. A Hemianthus micranthemoides parece-me muito agradável em termos de formato. É a transição ideal entre a Hemianthus callitrichoides “cuba” e a Rotala sp. “green”, em termos de modo de crescimento e formato das folhas.

 

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Glosso vs. Hemianthus Cuba

 

Toda a Glossostigma que tirei substituí simplesmente por Hemianthus callitrichoides “cuba”. Preparei uma imagem com a Glosso que tirei do meu aquário. Tem umas quatro semanas de vida. Indicado por um círculo vermelho notamos que as folhas mais velhas da planta sucumbiram na luta pelos nutrientes. Apodreceram atacadas por algas. Outra coisa que notamos facilmente é o ritmo de crescimento entre uma planta que fica menos exposta à luz e uma planta com mais exposição. A diferença é brutal.

 

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Glosso vs. Hemianthus Cuba

 

O vaso de Hemianthus Cuba que comprei já estava em más condições, infelizmente. Preparei a planta para ser plantada. Isto requer bastante paciência porque convém separar os diversos pés. Se plantamos grandes tufos a planta não só cresce mais devagar (porque o que está no meio não tem para onde crescer), como há partes que se soltam com mais facilidade. Ao plantar a Cuba convém mesmo enterrar muito bem a planta pois ela só de si solta-se facilmente.

 

Ainda estou a planear outras alterações, mas vamos com calma…

"Human beings, who are almost unique in having the ability to learn from the experience of others, are also remarkable for their apparent disinclination to do so."

Douglas Adams

(1952 - 2001)

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