Historia da Aquariofilia


xande

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As antigas civilizações como por exemplo os Egípcios, Gregos e Romanos mantinham peixes em tanques. Existem gravuras pintadas de antigos Egípcios Anciãos, que davam conta que os peixes eram por eles adorados como um símbolo sagrado.

Há 4000 anos atrás, foram encontrados entre as pirâmides, indícios de que os egípcios, colocavam peixes em grandes tanques de vidro. Existe também a hipótese de que a “aquariofilia” era usada pelos astrónomos e pelos matemáticos para relaxar e se concentrarem para prever a época das inundações do Nilo, fazer projectos de pirâmides, etc. Nessa época a “aquariofilia” podia ser a fins de decoração ou gastronomia, onde o tanque de peixes era usado como depósito de alimentos. Existem gravuras pintadas de antigos Egípcios Anciãos, que davam conta que os peixes eram por eles adorados como um símbolo sagrado.

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Aristóteles, foi um dos primeiros homens a estudar cientificamente os peixes, ao descrever e catalogar cerca de 115 espécies de peixes existentes no Mar Egeu. No século XIII, Marco Pólo quando viajou pelo oriente descobriu que os chineses tinham o hábito de criar peixes em tanques de vidro. Foi na China que desenvolveu-se o peixe dourado que ainda não tinha as enormes nadadeiras, o peixinho dourado (Carassius auratus), foi aperfeiçoado pelos japoneses, que levaram a fama chamando-o de peixe japonês.

 

O primeiro livro sobre peixes foi publicado no século XVI por Chang Chi’ En-Tê oriundo da China, dando como título de "livro dos peixes vermelhos", onde eram descritas algumas das "regras" para cuidar e alimentar os peixes. Este senhor pode ser considerado o pioneiro da aquariofilia, ao escrever sobre a limpeza do aquário, ou como o aquecia no inverno para que os peixes resistissem às baixas temperaturas.

 

Linneu, um cientista do século XVIII, foi outro grande impulsionador da aquariofilia, ao criar um sistema próprio de classificação de espécies, que ainda hoje é utilizado, classificando pelo género e a espécie. Foi no início do século XIX que surgiram os aquários que hoje conhecemos. Existem registos de peixes criados, durante alguns anos, em frascos de vidro. O qual hoje em dia é considerado um desrespeito pela natureza. Mas ponto decisivo deu-se em 1850, quando R. Harrington apresentou um relatório à Chemical Society de Londres, Inglaterra, descrevendo a forma como conseguia manter com êxito um aquário. O caso despertou grande interesse da população com esta iniciativa.

Em 1852, no London Zoological Society, iniciou a construção do primeiro aquário público, o qual foi inaugurado no ano seguinte. Seguiu-se um segundo aquário no Zoological Gardens de Surrey, também na Inglaterra, logo depois os aquários surgiram por toda a Europa. Os aquários públicos de água doce, exibiam exemplares nunca vistos, estes eram apreciados por filas intermináveis de visitantes curiosos. Os primeiros aquariófilos tinham apenas peixes indígenas. Nas cidades costeiras, tentava-se a criação de espécies marinhas. Entretanto no interior todas as espécies de água doce era mantidas em cativeiro.

 

Os livros sobre peixes escritos na época tratavam sobretudo de peixes marinhos de águas frias. Muitas das plantas aquáticas locais descritas nesses volumes são hoje raras. Isto é uma prova lamentável dos efeitos a longo prazo da poluição dos cursos de água. Ter um aquário em casa depressa se tornou moda em Inglaterra. Visto que não havia tanques já prontos à venda, publicavam-se livros com instruções detalhadas sobre como construir um aquário. Essas estruturas eram, em geral, mais decorativas do que funcionais. Num dos modelos clássicos, a parede da frente era de vidro e as outras de madeira (um revestimento de alcatrão tornava-a estanque) ou ardósia. Havia à venda diversos recipientes e campânulas de vidro, mas os aquários era em geral alongados e feitos à mão, encaixados num nicho para poderem ser vistos facilmente.

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Em pouco tempo, a aquariofilia transformou-se num desafio, não só à imaginação do público como também à dos entusiastas interessados em manter aquários cada vez mais cobiçosos.

Em 1857, H. Noel Humphreys publicou “Jardins em Oceanos e Rios” – História dos Aquários de Água Doce e Salgada, onde afirmava: “Um dia teremos aquários tropicais, onde a temperatura e características dos mares dos trópicos serão reproduzidas com êxito”.

Humphreys não só previu a invenção do termóstato, onde o mesmo permite expandir gradualmente a gama de criaturas possíveis de manter num aquário, foi, também, um dos primeiros a reconhecer a importância da química na criação de peixes. Para alem destes pontos importantes reconheceu um princípio que ainda hoje é, muitas vezes, ignorado pelos aquariófilos – o factor crítico do nível de ocupação. Comentando o aquário de um amigo, declarou: “Embora o seu interessante tanque não parecesse demasiado povoado, ele veio a descobrir que ultrapassara o limite de ocupação e que as criaturas não conseguiam adaptar-se a viver numa área de dois centímetros quadrados para cada indivíduo”. Tal como Humphreys previa, o aquecimento, a iluminação e o sistema de filtragem foram gradualmente introduzidos, embora no início estes fossem muito rudimentares. Muitos dos primeiros tanques tinham o fundo em ardósia e eram aquecidos por baixo através de um pequeno queimador. Com o aparecimento de aquecedores e termóstatos mais sofisticados, os aquários passaram a ser construídos com vidro e uma estrutura metálica.

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À medida que o equipamento se desenvolvia e aperfeiçoava, os aquariófilos começaram a procurar variedades diferentes de peixes. As pessoas começaram a cansar-se das espécies indígenas, pouco interessantes as quais eram normalmente mais acessíveis. Um dos peixes raros não locais mencionado nos primeiros livros sobre aquários é o peixe-vermelho: uma publicação norte-americana de 1858 e uma obra inglesa datada de 1890 notam que, embora considerado uma espécie de água fria, o peixe-vermelho ocorre nos climas quentes e sobrevive a uma temperatura de 27 ºC. Isto já praticando a partir do século XVI na China. O interesse pelos aquários reacendeu-se com a introdução dos coloridos peixes tropicais como por exemplo o “peixe-paraíso”, que se divulgou na Alemanha por volta de 1876 e de que há registo na Inglaterra em 1890. Desde então, a aquariofilia não parou de se desenvolver. Surgiram sociedades aquáticas, organizaram-se exposições e concursos. Esses eventos angariavam novos entusiastas e o passatempo foi florescendo, mesmo durante os anos rigorosos da Segunda Guerra Mundial.

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Nessa altura, era impossível manter aquários de água salgada, visto que corroía as estruturas metálicas, produzindo toxinas fatais para as espécies marinhas. Para combater esse problema, as estruturas passaram a ser galvanizadas, dotadas de um revestimento especial ou feitas de aço inoxidável. A verdadeira revolução deu-se com o aparecimento da cola de silicone, nos anos sessenta. Permitiu que se construísse, pela primeira vez, aquários todos de vidro, numa variedade de tamanhos e formas. Os tanques podiam agora ser facilmente deslocados, sem correr o perigo de partir a massa que unia as placas de vidro. As estruturas tornaram-se obsoletas, embora muitas vezes se acrescentassem umas de plástico, por motivos decorativos.

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  • 1 ano depois...

Nada mau, embora tenha curiosidade pelas fontes utilizadas na pesquisa, mencionar os livros consultados, no final do texto enriqueceria o artigo e permitiria a todos os outros entusiastas procurar estes livros e aprender um pouco de historia.

Fora isso não vejo grandes erros, excepto o facto de o artigo ter sido escrito em português abrasileirado.

 

Apenas tenho algo que me fez levantar a sobrancelha, relativamente aos egipcios..

 

Dizes: "Há 4000 anos atrás, foram encontrados entre as pirâmides, indícios de que os egípcios, colocavam peixes em grandes tanques de vidro."

 

Pessoalmente discordo dessa hipótese, considerando a envolvencia desse local arqueológico, sua história e contexto, é muito mais provável ser um tanque para conserva de peixe apanhado no Neilos (nome grego para Nilo) para alimentar os milhares de trabalhadores contractados pelos faraós para a construção sazonal das diversas Pirâmides. A imagem popular da maioria das pessoas, é de que os trabalhadores eram escravos a viver em cabanas de lama, no entanto, sabemos hoje que na construção das Pirâmides, eram criadas cidades temporárias com todas as comodidades que um súbdito do Faraó auferiria numa cidade mediamente desenvolvida, isso envolve, tabernas, barbeiros, médicos, pensões onde a maioria dos trabalhadores dormiria, cozinhas, etc. No entanto não há registos de membros da aristocracia a viver nestes campos, dado as condições não serem de seu agrado (mudam os tempos, mas as manias da aristocracia não=P)

Podemos também argumentar que esses tanques podiam ser provenientes do período pós construção, nomeadamente dos complexos de templos e mini pirâmides que rodeavam originalmente as pirâmides, no entanto do meu conhecimento, o único local remotamente mais próximo de um sitio onde fosse mantido qualquer peixe que fosse encontrava-se no lago ás portas fluviais do Complexo/Doca de Entrada no Templo do Faraó. mesmo isso custa-me acreditar um pouco pois dos registos que nos chegaram os sacerdotes que trabalharam nestes templos eram da ordem dos sacerdotes pobres, cujo nome não me lembro actualmente=S No entanto em resultado de séculos de pilhagem da pedra, e da caça á antiguidade de Napoleão, e mais tarde dos Ingleses, nunca saberemos com toda a certeza acerca de tudo o que se passava nos complexos religiosos que circundavam as pirâmides, visto hoje já pouco sobrar desses complexos, excepto as pedras de fundação, ou uma ou outra parte dos templos que enterrados nas areias não foram descobertos pelos pilhadores.

 

Refiro a Aristocracia, assim como o clero, visto no Reino Arcaico, assim como até ao declino do Imperio Novo, antes do Período Hellénico e período Romanizado, mais de 90% da população vivia como camponês em relativa pobreza, nao sendo tecnicamente proprietário de nada(O Faraó era o Egipto, e por consequente tudo no Egipto lhe pertencia), trabalhando os campos que pertenciam ao Faraó, cultivando, e colhendo os cereais e productos agrícolas que em prática pertenciam ao Faraó, apenas sendo dado 10% da colheita aos seus cultivadores. Visto isto, é extremamente difícil que fosse aquariofilia no sua vertente de manter peixes em espaços mais ou menos controlados, no caso dos campos das Pirâmides.

 

No entanto, é Verídico que a aristocracia, e mesmo o Faraó ele próprio, mantinham tanques com água do Neilos nos seus jardins, muitas vezes reproduzindo o Sagrado Neilos em sua casa, com peixes apanhados nas margens do Rio Sagrado, assim como espécies autóctones, como Lotus, vários tipos de nenufares etc, até mesmo patos Gansos. Patos esses que eram acreditados como encarnações de Seb (ou Geb), Deus da Terra, filho de Shu e Tefnut; para além de ter uma aplicação prática na protecção da casa, visto os gansos serem usados como cães de guarda nas casas da aristocracia, juntamente com gatos, que eram vistos como emissários de Bastet a Deusa do Lar.

 

Quanto á alegação de que os egípcios consideravam o Peixe sagrado de alguma forma, é bem verdade. Chamavam-lhe Rem, Aquele-Que-Fertiliza-as-Terras-com-as-suas-Lágrimas, sendo este Deus uma personificação de Ré, o Deus dos Deuses.

 

Outro facto que me cria especial dificuldade em acreditar na concepção de vasos de vidro usados para guardar peixes, vivos ou mortos, prende-se que o período cronológico das pirâmides, é muito anterior á descoberta e aperfeiçoamento de um processo de produção em massa de vidro, e a descoberta do processo de produçao de vidro transparente por parte da antiga colónia Fenícia de Safot-softim-bi-Qartadast (Carthago para os Romanos). Tendo sido mesmo essa uma das várias razoes por trás da Primeira Guerra Púnica entre o S.P.Q.R. e Carthago.

 

Sim foram os egípcios a descobrir o processo de produção do vidro, no entanto os seus trabalhos eram relativamente rudimentares, sendo um vidro bastante quebradiço, tingido de cores, nunca transparente( até hoje ainda não foi descoberto nenhum artigo de vidro anterior ao Império Novo de cor transparente), em pequena quantidade e tamanho, de natureza artesanal e extremamente caros, sendo apenas acessíveis à aristocracia devido ao seu preço proibitivo. e mesmo nesse caso eram frascos simples, nada evoluídos, a ponto de ser usados para manter peixes. Na verdade os recipientes de vidro eram utilizados para guardar substancias consideradas nobres, como perfumes, essências, óleos utilizados em cerimónias religiosas por parte do sacerdócio de classe alta. Outra utilização muito comum para o vidro egípcio era a joalharia.

Passados séculos da construção das Pirâmides, após o declino do Reino do Egipto, da vinda do Período Helénico, e mais tarde com a chegada do Período Romano, o vidro egípcio era ainda considerado uma preciosidade apenas acessível a quem o podia pagar pelas razoes que referi anteriormente.

 

Se me falasses em artigos de olaria, ou mesmo tanques de pedra, ai acreditaria sem duvida, visto esse tipo de recipiente ser o que se encontra em maior quantidade;mas quando pegas no vidro ai não consigo acreditar. Existe uma razão pela qual as ânforas, potes, e outros contentores de barro, se mantiveram os achados arqueológicos mais comuns até quase ao fim da Idade Média, que eram basicamente a sua resistência, a reduzida decomposição provocada pelo barro cozido(afinal de contas, é comum ser encontrado vinho e azeite do tempo de Roma, e do período clássico da Hellas, actual Grécia, em restos de naufrágios, em perfeitas condições de conservação), a facilidade de produção, e o preço de produção dos mesmo. A utilização massificada do vidro para objectos de armazenamento de produtos é algo relativamente recente, começando em algumas áreas cerca do século XV, noutras zonas mais tarde, outras mais cedo, como sempre há diferenças entre dentro e fora da bacia Mediterrânica.

Por essa razão considero a hipótese de recipientes de vidro usadas para guardar peixes nas imediações da pirâmide algo estranho e difícil de acreditar

 

Não me leves a mal pela minha opinião, nem a tomes como critica destructiva, mesmo apesar da argumentação que dei para as minhas opiniões, elas não passam disso, toma as minhas palavras como uma voz alternativa=) No fim das contas não sei com que autor estou a discordar, mas sinto me bastante á vontade neste tema, com fontes relativamente recentes no assunto.

 

PS: Tenho muitas paixões na vida, uma delas é história por isso peço perdão pela Grande Muralha de Texto :thumbdown2:

Editado por gervas
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  • 2 semanas depois...
Nada mau, embora tenha curiosidade pelas fontes utilizadas na pesquisa, mencionar os livros consultados, no final do texto enriqueceria o artigo e permitiria a todos os outros entusiastas procurar estes livros e aprender um pouco de historia.

 

(...)

 

PS: Tenho muitas paixões na vida, uma delas é história por isso peço perdão pela Grande Muralha de Texto ;)

 

Na vida o conhecimento nunca é demais. Devemos tentar saber um pouco de tudo, para melhor nos colocarmos nesta sociedade tão exigente.

Pelo que acho que a informação que deixaste aqui é bastante relevante.

 

E ao dedicares-te um pouco mais a uma paixão ajudas a contribuir para a sua valorização.

O que é um passo muito positivo.

 

Duti

My-Dreams.gif

Tec. A.V.A.C. com formação em Informática.

Hobby's: Aeromodelismo ; Electrónica ; Aquariofilia e outros.

People Sharing's em Os Hobbys

Um abraço, Duti.gif

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  • 4 meses depois...
  • 4 semanas depois...

Excelentes contribuições, seja qual for a versão correcta, dá-nos que pensar! :discuss_gathering:

 

Aproveito para informar que no AVG (Aquário Vasco da Gama) no Dafundo/Lisboa, há um conjunto de aquários de estrutura metálica a funcionar, muito bonitos.

Obsoletos do ponto de vista técnico, mas excelentes exemplos de como se faziam aquários há 150(?) anos :discuss_gathering:)) E os peixes estão vivos :)

 

O AVG é um excelente passeio/visita! O Rei D. Carlos era um visionário! Pelo menos no que respeita à vida marinha... :D

 

Abraços

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  • 4 meses depois...

Gostei muito das informações passadas neste post.

Sou novo aqui no fórum, e pelo quejá vi, terei muitas informaçoes importantes recebidas por vocês.

Até logo.

Silvio Santos - Mundo dos Peixes - Brasil

Silvio Santos

Mundo dos Peixes

http://mundodospeixes.vilabol.uol.com.br

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  • 2 meses depois...
Nada mau, embora tenha curiosidade pelas fontes utilizadas na pesquisa, mencionar os livros consultados, no final do texto enriqueceria o artigo e permitiria a todos os outros entusiastas procurar estes livros e aprender um pouco de historia.

Fora isso não vejo grandes erros, excepto o facto de o artigo ter sido escrito em português abrasileirado.

 

.../...

 

 

Não me leves a mal pela minha opinião, nem a tomes como critica destructiva, mesmo apesar da argumentação que dei para as minhas opiniões, elas não passam disso, toma as minhas palavras como uma voz alternativa=) No fim das contas não sei com que autor estou a discordar, mas sinto me bastante á vontade neste tema, com fontes relativamente recentes no assunto.

 

PS: Tenho muitas paixões na vida, uma delas é história por isso peço perdão pela Grande Muralha de Texto :)

 

não vejo problemas em escrever em portugês abrasileirado :P

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  • 2 semanas depois...
Como apareceu a Aquariofilia??? historia_a.jpg

 

As antigas civilizações como por exemplo os Egípcios, Gregos e Romanos mantinham peixes em tanques. Existem gravuras pintadas de antigos Egípcios Anciãos, que davam conta que os peixes eram por eles adorados como um símbolo sagrado.

Há 4000 anos atrás, foram encontrados entre as pirâmides, indícios de que os egípcios, colocavam peixes em grandes tanques de vidro. Existe também a hipótese de que a “aquariofilia” era usada pelos astrónomos e pelos matemáticos para relaxar e se concentrarem para prever a época das inundações do Nilo, fazer projectos de pirâmides, etc. Nessa época a “aquariofilia” podia ser a fins de decoração ou gastronomia, onde o tanque de peixes era usado como depósito de alimentos. Existem gravuras pintadas de antigos Egípcios Anciãos, que davam conta que os peixes eram por eles adorados como um símbolo sagrado.

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Aristóteles, foi um dos primeiros homens a estudar cientificamente os peixes, ao descrever e catalogar cerca de 115 espécies de peixes existentes no Mar Egeu. No século XIII, Marco Pólo quando viajou pelo oriente descobriu que os chineses tinham o hábito de criar peixes em tanques de vidro. Foi na China que desenvolveu-se o peixe dourado que ainda não tinha as enormes nadadeiras, o peixinho dourado (Carassius auratus), foi aperfeiçoado pelos japoneses, que levaram a fama chamando-o de peixe japonês.

 

O primeiro livro sobre peixes foi publicado no século XVI por Chang Chi’ En-Tê oriundo da China, dando como título de "livro dos peixes vermelhos", onde

eram descritas algumas das "regras" para cuidar e alimentar os peixes. Este senhor pode ser considerado o pioneiro da aquariofilia, ao escrever sobre a limpeza do aquário, ou como o aquecia no inverno para que os peixes resistissem às baixas temperaturas.

 

Linneu, um cientista do século XVIII, foi outro grande impulsionador da aquariofilia, ao criar um sistema próprio de classificação de espécies, que ainda hoje é utilizado, classificando pelo género e a espécie. Foi no início do século XIX que surgiram os aquários que hoje conhecemos. Existem registos de peixes criados, durante alguns anos, em frascos de vidro. O qual hoje em dia é considerado um desrespeito pela natureza. Mas ponto decisivo deu-se em 1850, quando R. Harrington apresentou um relatório à Chemical Society de Londres, Inglaterra, descrevendo a forma como conseguia manter com êxito um aquário. O caso despertou grande interesse da população com esta iniciativa.

Em 1852, no London Zoological Society, iniciou a construção do primeiro aquário público, o qual foi inaugurado no ano seguinte. Seguiu-se um segundo aquário no Zoological Gardens de Surrey, também na Inglaterra, logo depois os aquários surgiram por toda a Europa. Os aquários públicos de água doce, exibiam exemplares nunca vistos, estes eram apreciados por filas intermináveis de visitantes curiosos. Os primeiros aquariófilos tinham apenas peixes indígenas. Nas cidades costeiras, tentava-se a criação de espécies marinhas. Entretanto no interior todas as espécies de água doce era mantidas em cativeiro.

 

Os livros sobre peixes escritos na época tratavam sobretudo de peixes marinhos de águas frias. Muitas das plantas aquáticas locais descritas nesses volumes são hoje raras. Isto é uma prova lamentável dos efeitos a longo prazo da poluição dos cursos de água. Ter um aquário em casa depressa se tornou moda em Inglaterra. Visto que não havia tanques já prontos à venda, publicavam-se livros com instruções detalhadas sobre como construir um aquário. Essas estruturas eram, em geral, mais decorativas do que funcionais. Num dos modelos clássicos, a parede da frente era de vidro e as outras de madeira (um revestimento de alcatrão tornava-a estanque) ou ardósia. Havia à venda diversos recipientes e campânulas de vidro, mas os aquários era em geral alongados e feitos à mão, encaixados num nicho para poderem ser vistos facilmente.

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Em pouco tempo, a aquariofilia transformou-se num desafio, não só à imaginação do público como também à dos entusiastas interessados em manter aquários cada vez mais cobiçosos.

Em 1857, H. Noel Humphreys publicou “Jardins em Oceanos e Rios” – História dos Aquários de Água Doce e Salgada, onde afirmava: “Um dia teremos aquários tropicais, onde a temperatura e características dos mares dos trópicos serão reproduzidas com êxito”.

Humphreys não só previu a invenção do termóstato, onde o mesmo permite expandir gradualmente a gama de criaturas possíveis de manter num aquário, foi, também, um dos primeiros a reconhecer a importância da química na criação de peixes. Para alem destes pontos importantes reconheceu um princípio que ainda hoje é, muitas vezes, ignorado pelos aquariófilos – o factor crítico do nível de ocupação. Comentando o aquário de um amigo, declarou: “Embora o seu interessante tanque não parecesse demasiado povoado, ele veio a descobrir que ultrapassara o limite de ocupação e que as criaturas não conseguiam adaptar-se a viver numa área de dois centímetros quadrados para cada indivíduo”. Tal como Humphreys previa, o aquecimento, a iluminação e o sistema de filtragem foram gradualmente introduzidos, embora no início estes fossem muito rudimentares. Muitos dos primeiros tanques tinham o fundo em ardósia e eram aquecidos por baixo através de um pequeno queimador. Com o aparecimento de aquecedores e termóstatos mais sofisticados, os aquários passaram a ser construídos com vidro e uma estrutura metálica.

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À medida que o equipamento se desenvolvia e aperfeiçoava, os aquariófilos começaram a procurar variedades diferentes de peixes. As pessoas começaram a cansar-se das espécies indígenas, pouco interessantes as quais eram normalmente mais acessíveis. Um dos peixes raros não locais mencionado nos primeiros livros sobre aquários é o peixe-vermelho: uma publicação norte-americana de 1858 e uma obra inglesa datada de 1890 notam que, embora considerado uma espécie de água fria, o peixe-vermelho ocorre nos climas quentes e sobrevive a uma temperatura de 27 ºC. Isto já praticando a partir do século XVI na China. O interesse pelos aquários reacendeu-se com a introdução dos coloridos peixes tropicais como por exemplo o “peixe-paraíso”, que se divulgou na Alemanha por volta de 1876 e de que há registo na Inglaterra em 1890. Desde então, a aquariofilia não parou de se desenvolver. Surgiram sociedades aquáticas, organizaram-se exposições e concursos. Esses eventos angariavam novos entusiastas e o passatempo foi florescendo, mesmo durante os anos rigorosos da Segunda Guerra Mundial.

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Nessa altura, era impossível manter aquários de água salgada, visto que corroía as estruturas metálicas, produzindo toxinas fatais para as espécies marinhas. Para combater esse problema, as estruturas passaram a ser galvanizadas, dotadas de um revestimento especial ou feitas de aço inoxidável. A verdadeira revolução deu-se com o aparecimento da cola de silicone, nos anos sessenta. Permitiu que se construísse, pela primeira vez, aquários todos de vidro, numa variedade de tamanhos e formas. Os tanques podiam agora ser facilmente deslocados, sem correr o perigo de partir a massa que unia as placas de vidro. As estruturas tornaram-se obsoletas, embora muitas vezes se acrescentassem umas de plástico, por motivos decorativos.

 

 

 

 

 

muito legal parabéns

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